JAMES

-Prongs. Acorda, cara! A Sprout vai comer a gente vivo.

-Eca, ela é velha, Padfoot! – eu disse quase dormindo naquela aula chata de Herbologia.

-Porra, não é nesse sentido. Eu criei um monstro...

-Ainda bem...

Eu passei a noite em claro. Arquitetando a operação “Faça ciúmes na Evans e faça ela admitir que te ama”. E, modéstia à parte, eu sou um gênio.

Passei todas as aulas pensando nisso. Até que chegou a hora do almoço e hora do meu plano. Saímos da aula de Transfiguração, que o Padfoot sempre fazia com a Lilly, e o pessoal começou a descer pro Salão Principal. Pedi pra ele segurar a Lílian até eu fazer o que queria. Então, eu vi meu plano descendo as escadas... Andrômeda Black. Fui atrás e a puxei.

-James... – ela deu um sorrisinho dissimulado. Típico de sonserinos.

-Bom dia, Andrômeda. Eu, acidentalmente, esqueci de te entregar uma coisinha no trem.

-O que? – ela já sabia.

Eu a puxei pela cintura e lhe dei um beijo. Ali, no meio das escadas, com o Padfoot, o Moony, o Wormtail, a Lilly, a Bia e metade da escola olhando. Foi um beijo muito bom (PONTO PRO JAMES!), mas não se comparar ao da Lílian.

-Isso.

Ela sorriu daquele mesmo jeito, chegou perto do meu ouvido e sussurrou.

-Espero que isso te ajude com a Evans. Ao seu dispor, Potter. – se afastou e piscou. Puta merda, como é esperta...

Olhei pra onde a Evans e o Padfoot estavam e a maldita olhou pra mim, pro lado direito (de onde o povo vinha) e sorriu. Aí eu entendi o porquê: Regulus BABACA FILHA DA PUTA CORNO VIADO LADRÃO DE RUIVAS Black estava vindo. E sabe o que aquela... Ela é linda, sem mais. Enfim, ela o agarrou! E eles se beijaram ali e eu fiquei com a pior cara existente. Surpreso e muito bravo. Mas muito, muito bravo.

Eles se desgrudaram, ele sorriu e puxou ela pela cintura. Aí foram os dois assim pro Salão. Passaram por mim e ela ainda disse:

-Bom dia, James! – com o maior sorriso do mundo.

Aí chega o imprestável do Padfoot.

-Você nunca dá sorte.

-Eu odeio a sua família.

-Bem-vindo ao clube! Agora vamos comer que hoje tem treino de Quadribol! E testes! Aliás, por que colocar os testes à noite? E nós somos os mais velhos, vamos ter que ficar vigiando aquela porra... E tem a McKinnon pra me infernizar ainda. Beleza que ela é gostosa, mas mano, cansa. – e lá fui eu com aquela gralha que eu chamo de amigo no meu ouvido. Que merda.

Almoçamos. Eu tava puto com a Lílian e ela toda cheia de risinhos fazendo questão de comentar bem alto o quanto “o Regulus é gentil, e charmoso, e beija bem, e a trata bem” e bláblábá. Mas não foi com ele que ela dormiu, né?

Terminamos e fomos pro dormitório. Eu tinha que me trocar e Padfoot também. Mas ele é muito preguiçoso, então resolveu dormir antes de dar 4h, o começo dos testes, que iam até às 6h. E ás 6h30 tinha treino inicial. E isso aí dura horas... Sorte que é sexta-feira.

Deixei aquela mula dormindo. Passei pela Sala Comunal e vi Moony.

-Hey, quer ir pro treino? Nem que seja pra assistir? – ele não jogava.

-Ah, pode ser. Mas não é só às 4h? Os testes?

-É... Vou treinar um pouco sozinho. Tô precisando.

-Ah, vou depois com o Padfoot. Vai tranquilo.

Eu sempre treino sozinho. Ajuda a pensar em tudo, ou em nada mesmo. Fui então pro campo. Tava aquele sol quase se pondo, iluminação perfeita. Vazio. Não tinha uma alma viva (ou morta) nas arquibancadas, vestiário ou no campo mesmo.

Fui até o meio, porque eu posso, e comecei a me alongar. Depois fiz meus abdominais, flexões e outros exercícios. Peguei a vassoura, subi e comecei a dar algumas voltas pelo campo. Até que passei pela arquibancada e vi duas pessoas ali. Ou melhor, meninas. Ou melhor, marotas. O que me assustava. Aliás, odeio chamá-las assim. Porque só existem quatro marotos e essas bestas sabem do mapa e já se acham no direito!

Eu nunca que ia parar meu aquecimento pelas duas, então continuei. Talvez eu parasse por uma delas, mas isso não vem ao caso. Continuei até que vi a preguiça ambulante chegando junto com... Marlene McKinnon. Não perde a mania... Mas estavam discutindo.

Desci até os dois babacas.

-Hey, Lene! E Padfoot, você desmaiou no dormitório!

-Tava com sono, porra. E manda essa insuportável me deixar em paz!

-Que aconteceu?

-Ela disse que não precisa de testes!

-Lene, você sabe que...

-James, se eu preciso esse inútil também precisa! Somos do mesmo ano, lembra?

É, agora me fudeu. Eu sou o capitão, por isso estou no time sem testes. Mas Padfoot não é. E, bom... Muitos querem ser artilheiros do time... Causa mais fama.

-Padfoot... Ela tem razão.

-Ah, quer saber? Beleza! Eu me garanto. E você, Lene – ele se virou pra ela – Te cuida batedorazinha de merda. Te cuida!

Ótimo, James! Causou a Guerra do Mundo Bruxo!

Marlene subiu na vassoura e foi até as duas. Eu, como todo bom idiota, fui atrás!

-Lene, os testes começam em – olhei no relógio – quinze minutos. Melhor se alongar, reconhecer o material e tudo mais. Tem muita gente boa, viu?

-Eu me garanto, Potter! Mas sim, capitão, vou fazer isso! – ela sorriu e saiu voando.

-Capitão Potter! Admito que é legal! – Bia falou. Lilly lia... “Quadribol Através dos Séculos”.

-Pois é! Até Lílian está entrando no clima, é?

-Só podendo ver quando é que você faz as faltas!

-Sabia que muitos acham que eu ser capitão só me faz mais sexy e gostoso? – ela deu uma risada.

-Eu não.

-Que tal um beijo de boa sorte no capitão.

-Hoje não é jogo.

-Enfrentar Marlene McKinnon e Sirius Black em cima de vassouras exige muita sorte.

-Devia ter tomado uma Felix Felicis.

-Seu beijo me dá mais felicidade e mais sorte.

Nessa altura da discussão, os nossos rostos estavam muito próximos.

-Vai logo jogar.

-Pensa com carinho?

-Em você? Nunca.

-Então pensa no Regulus e em como você namora um Comensal enquanto tem um capitão te esperando.

-Pensa na Andrômeda.

-Tem uma nerdzinha linda me esperando se eu largar ela?

Ela deu um sorriso de canto de boca, o que me fez morder o lábio instintivamente.

Sabe o que isso significa?

É PONTO PRO JAMES!