Lílian

-Então... O Remus sempre foi um ló... Lobisomem? – eu odiava até a palavra. Causava arrepios de medo.

-Aham – Remus disse assentindo. Estávamos os marotos e eu no dormitório. Eles estavam me explicando e eu tirando as minhas dúvidas...

-E... Vocês são animagos desde quando?

-Quarto ano, Prongs?

-Acho que é, Pad... Isso, Lírio. Fim do quarto ano e começo do quinto. – James estava ao meu lado, eu estava sentada na cama dele.

-E deixa-me ver: Vocês se transformaram pra ajudar Remus? – todos assentiram – E o Cabeludo é um cachorro, Peter é um rato e James é um veado?

-CERVO! – ele exclamou e eu e os meninos rimos.

-Cervo, então...

-Entendeu, Fogueta?

-Acho que sim... Mas, Remus, por que não contar a alguém que possa ajudar melhor? Como o Dumbledore?

-Seria bem legal, né? Ele saber que tem um lobisomem entre os alunos que pode colocar em risco a escola.

-Ele jamais te expulsaria!

-Lilly, isso fica aqui. Ok?

Eu assenti.

-Agora vamos, porque está tarde – James disse, me deu um beijo na bochecha e descemos.

O dia correu normalmente. O mês todo, na verdade. Eu estudava como uma louca para os N.I.E.Ms e tudo que James fazia era dizer que eu estava levando tudo muito a sério. CLARO, JAMES POTTER! O NOSSO FUTURO É PRA SER LEVADO NA BRINCADEIRA, NÃO SABIA?

Vez ou outra nós brigávamos sério, e era sempre o mesmo cachorro que nos separava. Um dia nós brigamos feio, no fim do mês. Eu estava muito brava com ele e nós acabamos indo pra casa dele passar o natal brigados mesmo. Sim, eu passei o natal na casa dele com os pais dele e com o Sirius. Como foi? Bom...

Sirius

Eu tenho que dizer que esse natal foi foda. E se eu deixar que James ou Lílian contem, com certeza eles vão dizer que estão certos e o outro está errado. Claro. Dois idiotas e teimosos. Eles haviam brigado antes da viagem. Por quê? Lílian estava, como sempre, estudando mais do que deveria. A menina tinha dormido na biblioteca! Chegamos lá (eu, Prongs e Bia) e ela estava roncando em cima de uns dois livros enormes com umas três pilhas em volta dela. Credo! Bia foi, com todo esse cuidado feminino dela, acordar a Fogueta.

-LÍLIAN EVANS, SUA VACA. – Sim, ela gritou e a Fogueta deu um pulo na cadeira – COMO VOCÊ OUSA DORMIR NESSA BIBLIOTECA DOIS DIAS ANTES DO RECESSO?

-Bia! – ela arregalou os olhos e se fez de indignada – Eu preciso estudar!

-Lírio... Você ia no treino de quadribol dessa manhã me ver, lembra?

-Ah é, desculpa. Eu realmente preciso estudar.

-Não, Lílian. – deixou o apelido de lado? Começou – Você não precisa. Você está estudando demais. Olha suas olheiras! Olha o seu estado!

-EU me preocupo com o MEU futuro, Potter! – ela falou bem forte esse “EU” e o “MEU”. E chamou de Potter... Ai, meu Merlin...

-Eu também me preocupo com o MEU futuro, Evans! Mas a diferença é que eu não perco o presente!

-QUER SABER? VOCÊS NÃO ENTENDEM! EU REALMENTE QUERO QUE AS COISAS DEEM CERTO!

Nem preciso dizer que ela já estava em pé, gritando e tudo mais, né? Sorte que a biblioteca estava vazia.

-AS COISAS ESTÃO DANDO CERTO, EVANS? QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ SAIU COM AS MENINAS? QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ PASSOU UMA NOITE COMIGO? VOCÊ NEM MAIS PRA HOGSMEADE VAI!

-EU ESTOU FAZENDO O QUE EU ACHO MELHOR, POTTER!

-ÓTIMO, ENTÃO PASSA A NOITE COM OS SEUS PRECIOSOS LIVROS!

E o Prongs saiu pisando duro e a Fogueta teve um pequeno ataque de “ninguém me entende nessa porra de lugar e eu não vou pra casa dele, eu me recuso”. Depois de eu a Bia passarmos uma hora ou mais a convencendo, ela resolveu que ia. Até mesmo porque ela não queria ficar em Hogwarts, a Bianca ia passar com a avó e os pais dela... Bem, deixa. Ela resolveu ir por mim.

Durante o Expresso ficou numa cabine com a Dorcas, só as duas. Primeiro porque Lene e Bia estavam conosco e segundo porque a Dorcas estava com raiva do Moony por ele não ter beijado ela quando eles saíram ou algo do gênero que só ele ia fazer com essa mania de que “sou perigoso pra ela”. Ok, eu relevo. A Dorcas é linda e ele é um idiota.

Enfim, chegamos na casa dos Potter. Ela já foi pro quarto que agora ela dela... Ui.

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-CABBELUUUUUUUUUUUUUUUUDO! – ouvi uma voz chorosa me chamar na manhã de natal. Desci correndo e encontro presentes embaixo de uma árvore linda que a Sra.Potter tinha armado.

-Que foi, Fogueta? – ela chorava e veio me abraçar

-Obrigada! – eu sorri. Tinha mesmo acertado no presente? Que milagre!

-Sabe por que eu comprei, certo?

-FORMATURA! – ela gritou e começou a rir. Eu tinha comprado um vestido pra ela. Com a ajuda da Bianca, claro. Afinal, era a melhor amiga dela. Era um vestido longo, bem bonito. Azul claro, porque segundo a Bia ia ficar bom com os cabelos vermelhos da Lilly. Era tomara que caia, era até simples... Mas bem bonito.

-Viu o cartão?

Ela abriu o cartão. Estava escrito: “Do cabeludo e da Bitch da sua vida. Feliz Natal, Lilly.” com um coração no final. Ela sorriu.

-Podíamos ter colocado só Sirius e Bia...

-Ou meus padrinhos de casamento, tanto faz. – ela disse e eu ri. Não neguei. Será?

-Bom dia e Feliz Natal! – vi um Prongs dorminhoco dizer enquanto descia as escadas. Lílian não respondeu, e eu respondi com um Feliz Natal e um Hi5.

-Vou fazer café, Cabeludo. – e lá se foi ela pra cozinha, ignorando o idiota.

-Qual o plano? – me virei pra ele, que deu um sorriso um tanto quanto maroto (entenderam o trocadilho? HAHAHAHAHAHHA) e só negou com a cabeça – Qual é, eu sei que tem um plano!

-Aguarde o cair da noite, meu amiguinho pulguento!

Eu ri e nós abrimos os presentes como duas crianças. Os da Fogueta estavam ali de canto. Tinha um dos pais, um da avó, da Lene, o meu com a Bia, um da Dorcas e um do Remus.

Logo os Potter desceram, Lilly serviu o café dizendo que era o mínimo que podia fazer por eles serem tão hospitaleiros (sério que você usou essa palavra, Fogueta?) e nós comemos. O dia correu normal. Até começar o pôr do sol!

Estávamos na sala, conversando, jogando qualquer coisa e rindo. O pai do Prongs é muito gente fina e as meninas conversavam muito!

-Lírio... – ela se virou pra ele. Ele nunca tinha a chamado de Lírio na frente dos pais. Vish.

-Sim, James?

-Pode vir comigo até o jardim?

Perfeito! Ia ficar ruim pra ela negar na frente de todos. Então ela só assentiu. Ele pegou a mão dela e a guiou. Hum... Eu fui atrás, claro. Sou curioso, caramba! Me escondi e fiquei só olhando. O sol estava se pondo. O céu estava bem bonito...

-Lírio, eu quero te dar o meu presente de natal.

-Fala, Potter. – fria? Nunca. Mas dá pra ver que ela vai amolecer.

Ele fez algo que eu JURO que nunca imaginei James Potter fazendo: se ajoelhou e tirou uma caixinha do bolso. Romântico de bosta!

-Eu passei anos tentando te conquistar. E eu não quero, agora que eu consegui, ficar brigando com o amor da minha vida. Lílian Evans, futura Potter, você aceita ser OFICIALMENTE a minha namorada e futura esposa? – ele sorria feito um abestado. E ela sorriu também. Estendeu a mão e ele pôs o anel. Depois que ficou de pé, ela lhe deu um abraço.

-Eu te quero pra sempre, James Potter!

-Você sempre me teve, Lírio...

-Mas agora eu posso te chamar de meu. – e ela o beijou. Preciso dizer que eu estraguei o clima?

Eu tropecei! E aí caí e eles me olharam. Bravos e tentando esconder o riso. Eu me levantei, comecei a bater palmas e a sorrir.

-Posso ser o padrinho, né?