James

São 17h. Eu ainda não vi o vagabundo do Padfoot nem meu lírio. Ela vai me ignorar por uma semana depois de hoje, com certeza!

Estava andando elos corredores, tentando colocar os pensamentos em ordem e vejo um cachorro preto correndo pra Floresta Negra. Ele parou, me olhou, e eu corri atrás. Ele é idiota? Dentro da escola! Paramos e ele voltou. Estava branco e paralisado.

-O que aconteceu? – perguntei preocupado (afinal, ele é meu amigo).

-Não sei se fico feliz.

-Por quê?

-Eu fiquei com ela. Quer dizer, ela ficou comigo.

-QUAL DELAS?

-Ouve.

Ele se sentou no chão e me indicou o dedo pra fazer o mesmo.

-Desembucha.

-Então, eu fui à sala da Lufa-lufa... A Liz me ajudou a entrar porque eu sou foda, mas ok. Aí ela tava lá sentada com aquele idiota.

–O que você tá fazendo aqui? – foi a resposta que eu recebi.

-Vim te ver! – eu disse pra ela, todo animado, tentando parecer.

-Eu... Estou ocupada, Black! – ela indicou o idiota à frente dela

-Sabe, Lene... Você fica aí se enganando. Nós dois sabemos que não é dele que você gosta!

Aí ela se levantou e gritou. ÓTIMO, ATIÇEI A FERA.

-BLACK, NÓS DOIS SABEMOS QUE NÃO PASSA DE BIRRA SUA! É FICAR COMIGO QUE VOCÊ QUER? ÓTIMO! – ela grudou na minha nuca e me beijou. Não foi um beijo BOM, porque eu não esperava e outra: Ela estava fazendo aquilo pra se livrar de um fardo. Fardo eu, vamos esclarecer. Ela se desprendeu de mim e me olhava com raiva. – Pronto. Agora me deixa.

-Lene, eu... – ela não em deixou terminar. Se virou pro moleque e falou.

-Desculpa. Eu entendo se não me desculpar, mas eu precisava me livrar disso... – eu acho que vi uma lágrima dela escapar. Ela gostava dele mesmo? Ele se levantou e foi até ela. Limpou a lágrima e a abraçou.

Eu saí daquela maldita sala. Mas a Liz veio atrás de mim. Dobrei alguns corredores e quando vi um vazio, me transformei e saí correndo.

-Pad... Mas como você tá? Pelo menos agora sabe o que sente pela Lene?

-EU NÃO SINTO NADA!

-Tá... Foda-se.

-Eu... Acho que tô bem. Foi só um beijo ruim. Não o beijo, a Lene manda bem... Mas o jeito. Ela tava com raiva, credo. – ele se contorceu e eu ri. Olhei pro céu e vi que estava escurecendo. Opa... Hoje é noite de Lua Cheia.

-Pad, cadê o Moony?

-Vamos procurar o lobinho! – ele se levantou num salto e saiu pulando. Nós fomos rindo e conversando pela orla do Lago Negro.

Passamos por algumas meninas. Umas deram os telefones, mas eu não peguei e deixei com o Padfoot. É idiotice e gay falar isso, mas eu tô amando. Quer dizer, eu sempre amei a Lílian. Mas agora a gente finalmente tá junto e eu fico muito feliz. Tirando o fato que ela está muito puta comigo porque eu quase revelei que meu amigo é um animago. Mas eu realmente gosto  dela... Os cabelos, os olhos e...

-Prongs, aquela não é a Fogueta? E aquele não é o Moony? Espera, aquele não é o Ranhoso?

Padfoot me tirou dos meus pensamentos num susto. Filho da puta. Olhei pra onde ele apontava e vi Lílian deitada no peito daquele Ranhoso nojento e comensal da morte. E Moony ainda estava lá conversando! Bando de cornos esses meus amigos! Saí correndo e nem vi se Pad veio junto. Parei ao lado do Moony, que estava em pé.

-Boa tarde! Ou Boa noite... Né, Remus? – me virei pra ele. Ele tinha que lembrar que íamos à Casa dos Gritos hoje – Lírio? – olhei pra ela com a minha melhor cara de “perdão, meu amor”.

-Boa noite, Potter. – ela se aconchegou no Ranhoso. Eca!

-Lírio... Perdão, meu amor.

-Meu amor? – ela levantou a sobrancelha. Essa menina consegue ser linda até me magoando.

-Desculpa... – dei um risinho – Sério, eu odeio ficar longe de você...

-Fogueta, esse idiota me infernizou! Por Merlin, perdoa o condenado! – Padfoot explodiu e ela deu uma risadinha abafada.

Deu um abraço naquele bicho feio, se levantou e veio me abraçar.

-Sou uma boba, né? Exagerada...

-Minha boba – eu dei um beijo na testa dela

-ECA, QUE MELELÊ – Moony soltou e ele e Padfoot começaram a fazer barulhos de vômitos.

-Lilly – Ranhoso falou se levantando e ela lhe olhou sorrindo – Eu estou indo já. Parece que você está bem agora.

-Sev, ainda temos que conversar... – ela disse com os olhinhos suplicando. O que ela vê nesse escroto?

-Se o Potter deixar, nós vamos... – ele disse e nem me olhou.

-Ela não é minha propriedade, Ranhoso. E sabe o que faz da vida dela.

-Só cuida dela, Potter. – ele disse e saiu.

-Na boa, por que mesmo eu não baixei as calças dele de novo? – Pad disse e eu abafei o riso.

-Vocês parecem um bando de crianças...

-Oown, Fogueta! A gente também te ama! – ele deu um abraço nela e acabou me abraçando também.

-Uhn... Gente... Tá ficando tarde – Moony soltou.

-Verdade! Vamos pra Sala Comunal?

-Vamos – ela disse sorrindo pra mim e me arrancando um beijo. Eu amo a Lílian Evans.

Chegamos e Lene estava jogada no sofá conversando com a Bia, que estava sentada no chão.

-Então, a gente deu uma volta, sabe? Só isso...

-Só isso, Bianca? Até parece!

-Tá... É, a gente tá junto, Lene! Mas e vocês dois? O que...

Elas pararam e olharam pra nós que tínhamos entrado. Bianca pulou na Lílian dizendo “a gente tá junto” e sorrindo. Elas se abraçaram e a Lílian deu parabéns a ela.

-Lilica, minha flor. Tinha um cachorro entre a minha felicidade. – ela disse e subiu as escadas pro dormitório. Lílian se voltou pro Pad, claro. As meninas chamavam ele de cachorro mesmo sem saber, por causa do cabelo...

-Cabeludo, o que...

-Deixa. – ele disse e subiu.

-Acho melhor vocês irem atrás dele, né?

Não precisou. Ele desceu com o Wormtail atrás falando rápido que “esqueci... mals, mesmo, eu esqueci demais...”. Eles saíram, eu dei um beijo na minha ruiva e fui atrás, já que até o Moony já tinha saído. Algo me diz que ela vai brigar comigo de novo.