Lílian

-O que? LÍRIO!

-Foi o Sirius!

-PADFOOT!

-Pad o que?

Os dois arregalaram os olhos pra mim. Padfoot?

-PAD O QUE? DÁ PRA ME DIZER?

-Uhn... É que... É um apelido do Sirius e...

-Por quê?

-Uhn... Coisa nossa, Fogueta.

Eles gaguejavam e se entreolhavam. Nossa, que ódio desses dois idiotas!

-Eer... Lírio, você não vai comer alguma coisa? – okay, percebi agora que meu estômago roncava muito.

-Ah... Vou.

Saí dali batendo o pé e sem olhar pra eles dois. Poxa, fiquei chateada com isso. Almocei quieta, não olhei pra ninguém e não encontrei nenhuma das meninas também. Conversei um pouco com o Peter. Não sou muito amiga dele, mas o James é e confia muito nele, então ele deve ser gente boa. Mas eu não queria ficar ali com alguém, socializando. Fui até o Lago Negro, me acomodei debaixo de uma árvore e cochilei.

Sirius

Então... Constatação: o Prongs é um idiota, a Lílian é muito esperta e tá muito puta, e eu vou ter que reconciliar os dois.

-PUTA MERDA, PRONGS! SEU IDIOTA! COMO VOCÊ É BURRO!

-MANO, VOCÊ VIU A MINHA MENINA DE CALCINHA E CAMISETA! SEM SUTIÃ! FILHA DA PUTA! – ele me deu um murro forte.

-Como se xingar minha mãe me ofendesse!

-Cachorro pulguento! – ele se jogou no sofá – A Lílian não vai mais querer olhar na minha cara!

-Por que exatamente?

-ÓBVIO que ela percebeu a mentira, Padfoot! – ele me deu outro murro.

-Na boa, chega de murros! Eu vou falar com ela, sério...

-Como se ela fosse te ouvir também!

-Vamos almoçar? Tô com fome.

-E ter que encontrar ela comendo e me olhando com ódio? Não, obrigada.

-Então vou resolver minhas coisas! – me levantei num pulo

-SUAS COISAS? – ele me olhou desconfiado e começou a rir

-É, Veado!

-CERVO!

-Tanto faz! Vai correr no bosque com as fadas! – saí correndo enquanto gritava um “fui”.

OK, eu tenho coisas mais importantes que o casal problemático. As coisas se chamam: Marlene e Bianca. Então, essa história é complicada e todo mundo se mete... Bando de cuzões. Enfim, eu não AMO elas. Amar é uma palavra muito forte, eu quero distância disso!

Eu sempre fui afim da Lene. Ela é linda, tem todos os meninos aos pés dela e nisso chega a parecer comigo (mas eu tenho meninas, ok?). Muito estressadinha, muito irritada, mas tem alguma coisa nela que me prende. Eu nunca sei o que é. E eu quero MUITO fica com ela.

A Bianca é... Diferente. Ela não é mais bonita que a Lene, nem fudendo. Mas o jeito dela é engraçado. As piadas, os palavrões, o jeito de ser meio grossa ou sei lá. Ela me diverte e acho que é isso que me prende.

Mas meu “sentimento” que não é amor e nem gostar (me recuso a isso!) é igual pelas duas. E esse é o estranho. E eu não quero... Namorar. Mas nunca tive nenhuma das duas e isso me irrita demais.

Enfim, deixei aquele apaixonado melodramático jogado no sofá e fui à procura da mina um. E eu sabia onde ela estava, haha! Claro que eu sei! Eu tenho o Mapa do Maroto, eu criei a maior parte daquela joça!

Tá, foda-se. Cheguei na frente da Sala Comunal da Lufa-Lufa. Não sei por que raios eu escolhi procurar essa menina primeiro. Ah, detalhe pequeno: Como eu vou entrar nisso aí?

-Sério que precisa pensar muito? Cachorro burro, olha pra trás – a minha voz da consciência (que tem prazer em me xingar) me disse. Mas ela é esperta, então eu obedeci.

Quando me virei, quem eu encontro? Liz Jones! A menina que mais me ama nessa escola! Nossa, que sorte eu tenho. É a única que eu escolhi que não queria ficar. Isso porque ela é chata e corre muito atrás de mim, fica sem graça.

-Siiiiix! – ela me abraçou. Eca, mina chata. Ok, foco. Seja profissional. PROFISSIONAL?

-Oii, Liz! Tá linda, hein? – eu disse, jogando o poder Sirius de sedução. Sempre funciona...

-Ah, se eu soubesse que ia te encontrar tinha me produzido direito! – ela deu um sorrisinho. Ela é até que bem bonita, mas... NÃO – Fazendo o que por aqui?

-Ah, ia te chamar pra dar uma volta!

-Mas eu tô toda desarrumada, Six...

-Sem problema! A gente entra e, enquanto você se arruma eu espero na Sala Comunal. Que tal assim?

Ela sorriu e entramos.

SIRIUS BLACK MARCA MAIS UM PONTO! E A MULTIDÃO VAI AO DELÍRIO!

Entramos na Sala Comunal da Lufa-Lufa, que eu já tinha ido algumas vezes pra... Tratar certas coisas (se é que me entendem). Olhei pro canto e constatei: Estava certo! Enquanto a Liz insuportável subia pra “ficar à altura do Six”, eu ignorei algumas meninas do terceiro ano me olhando e cochichando (muito novinhas, meninas...) e fui na direção dela.

-Boa tarde! – eu gritei sorrindo e atrapalhando o casalzinho nojento.

-O que você tá fazendo aqui? – foi a resposta que eu recebi.

Lílian

Acordei e devia ser 2h ainda. Dormi pouco. Olhei para o lado e tinha um menino ali.

-Saudades – eu disse sorrindo e me encostei no peito dele. Eu realmente tinha saudades.

-Não fui eu quem sumiu – ele disse sorrindo.

-Nunca sumi – nós estávamos os dois encostados na árvore, eu sobre o peito dele e sem nos olharmos nos olhos.

-Só se afastou, né? Tudo bem, não te culpo...

-Perdão?

-Você sempre vai ter meu perdão, Lilly.

-Mesmo depois de muitas burradas que eu faço? Coisas que eu falo? Ou mesmo depois de muito tempo sem nem te dizer um Oi?

-Sempre.

Eu soltei umas duas lágrimas e olhei pra cima, de modo que vi seu rosto. Como sempre: fino, branco, os cabelos caídos na altura do queixo e o olhar... Frio. Mas ele me olhou. E eu sabia que quando ele me olhava o olhar mudava pra felicidade.

-Você não é o Lírio dele. É minha ruiva... Pra sempre?

-Você é e sempre será meu irmão, Severus Snape. Meu amor mais sincero.

Ele sorriu meio triste. Mas depois suspirou e deu um sorriso verdadeiro. Beijou minha testa e sussurrou:

-Dorme, Lilly... O tempo passa rápido e eu não quero esquecer hoje – ele deixou algumas lágrimas caírem – Me promete uma coisa?

-Claro...

-Toma cuidado sempre. Fique salva, fique forte. Sempre. Tá?

Eu dei uma risadinha.

-Sev...

-Promete?

-Tudo dá certo. Eu prometo.