Revirando O Tempo escrita por Fernanda Alves


Capítulo 5
CONTANDO A VERDADE


Notas iniciais do capítulo

Gente, muito obrigada pelo carinho de todos! Estou escrevendo a todo o vapor somente para vocês, e justamente em homenagem a vocês estou postando mais um capitulo hoje. Espero que gostem (:



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- NOSSA! – A boca de cada um dos visitantes se abriu de deslumbramento.

- Vocês são iguaiszinhos ao que o papai contou! – Sorriu Lily Luna, fazendo Lily e James sorrirem involuntariamente: A neta deles era linda.

- Olha Pontas! Outro clone seu! – Disse Sirius, apontando para Alvo.

- Ei! Eu não sou um clone – Retrucou Alvo – Só sou um Potter!

James sorriu.

- Esse é o meu garoto! – E bagunçou ainda mais os cabelos espetados de Alvo. – Mas esses olhos verdes não são meus, são bem mais bonitos, são os olhos de Lily – Ele sorriu e olhou de Alvo para ela, comparando os dois e fazendo Lily corar levemente.

- Sim, e também são iguais aos do meu pai! Ele passou a vida toda ouvindo – Alvo começou a citar: - “Nossa, Harry, você é igualzinho ao James! Exceto os olhos, você tem os olhos da sua mãe.”

Todos os primos suspiraram. Eles sabiam o quanto Harry havia sofrido por não saber nada dos pais, exceto o que contavam para ele.

- Então o nosso filho também puxou os seus olhos, meu lírio? – Exclamou James, sorrindo e passando um dos braços em volta dos ombros de Lily, visivelmente contente – Ah, então ele deve ser um rapaz realmente bonito!

Lily suspirou e afastou James delicadamente. Apesar de ser o “destino”, ela ainda não estava nem um pouco confortável com essa história dela e James juntos.

- Julgue por você mesmo – Dessa vez foi Rose quem falou – Basta olhar para o Al. Ele é a cópia exata do tio Harry, tirando a cicatriz.

- Cicatriz? – Todos os viajantes perguntaram, franzindo as sobrancelhas.

- Sim – Explicou Rose, tranquilamente, fazendo os primos lembrarem-se irresistivelmente de sua tia Hermione – A cicatriz em forma de raio que ele tem na testa, resultado da maldição que Voldemort lançou nele.

- ROSE! – James Sirius, Fred, Dom e Roxxie gritaram.

- O que foi?! – Perguntou Rose, assustada – Não me diga que vocês ainda não contaram nada pra eles?!

- Claro que não! Você acha que esse tipo de coisa a gente pode sair assim contando do nada?! – Ralhou Roxxie – Nós os conhecemos hoje de manhã! E esse não é um assunto natural que a gente pode simplesmente sair falando, como se estivéssemos imaginando o que iríamos comer no jantar!

- Espere aí, que maldição?! Do que vocês estão falando?! – Exigiu Remo.

Todos os primos suspiraram e se entreolharam. Agora não tinham mais como escapar, alguém teria que contar toda aquela história complicada, afinal, eles sabiam que não conseguiriam enrolar aquele grupo de curiosos.

- Tudo bem, eu conto! – Cedeu Rose – Já que fui eu mesma que acabei começando essa história. Ah, sou Rose Weasley, por sinal,  e esse é o meu irmão Hugo – Ela passou a mão nos cabelos ruivos do irmão – Somos filhos de Ron e Hermione Weasley e primos deles todos – Rose indicou os primos com a cabeça.

- Prazer em conhecê-la, Rose, sou Lily Evans, e estes são James Potter, Remo Lupin e Sirius Black.  Mas agora nos explique logo: Que história é essa do meu filho receber maldições de Voldemort na testa?! – Suplicou a ruiva.

- Bem – Rose suspirou, preparando-se para narrar uma longa e complicada história – Primeiro acho que vale a pena apontar que Voldemort está morto, graças aos meus pais e ao meu tio Harry. – Os Marotos e Lily se entreolharam felizes por saberem que as futuras gerações viviam num mundo melhor; e orgulhosos de Harry, mas curiosos para saber o que ele teria a ver com tudo isso; então todos eles olharam com expressões interrogativas para Rose, que continuou – Bom, há muitos anos atrás, quando Lily e James Potter eram apenas um jovem casal recém-casado que comemorava o nascimento do seu primeiro filho, Harry; Sibila Trelawney serviu de oráculo para uma profecia lendária, que basicamente dizia que: “um menino, cujos pais haviam enfrentado Voldemort três vezes, nascido no fim de julho, teria o poder de vencer o Lorde das Trevas. E que Voldemort o marcaria como igual, mas o menino teria um poder que o Lorde das Trevas desconhecia. E que um dos dois deveria morrer nas mãos do outro, pois um não poderia viver enquanto o outro estivesse vivo.”

James, Lily, Remo e Sirius empalideceram. Seria Harry esse menino? Rose continuou.

- Mas o informante de Voldemort, Severo Snape, só ouviu a primeira parte da profecia, portanto ele fez exatamente o que a outra parte dizia: foi até a casa de Lily e James Potter, que eram membros da Ordem da Fênix e já haviam lutado contra o próprio Voldemort por três vezes, e os matou para chegar até Harry. Voldemort matou James primeiro, que tentava proteger a mulher e o filho. E Lily se recusou até o último momento a entregar Harry, e morreu no lugar dele. Porém, antes de morrer, executou uma magia antiga que se fundamentava no amor profundo e eterno que tinha pelo filho, e quando Voldemort tentou matá-lo, a maldição ricocheteou e voltou-se contra ele, fazendo-o desaparecer por muitos anos e deixar Harry, que na época era um bebê de apenas um ano de idade, somente com uma cicatriz em forma de raio na testa.

Os olhos de Lily estavam cheios de lágrimas, e os marotos estavam em absoluto choque. Eles não acreditavam... Lily e James morreriam tão jovens, nas mãos do próprio Voldemort, tentando proteger o filho, por causa de uma profecia idiota que o maldito do Snape ouvira. Snape! Por que diabos então Harry colocou o nome dele no filho se foi por culpa dele que os seus pais morreram?!

Rose viu que cada um deles estava um poço de confusões e emoções, mas se parasse ela saberia que não poderia continuar, então continuou falando:

- Por isso Harry tornou-se muito famoso, mas por muitos anos não soube de nada, pois foi viver na casa da família trouxa Dursley, porque a irmã trouxa de Lily, Petúnia, era a única família que ele tinha. Petúnia sabia de toda a verdade, mas somente contara a Harry que seus pais morreram num acidente de carro quando ele era muito pequeno, onde ele ganhou a cicatriz, e mandou ele não fazer mais perguntas. Os Dursley tratavam Harry muito mal, de forma até desumana, e o escondiam de forma que poucos sabiam que havia outra criança na casa além de Duda, o filho deles. E os que conheciam Harry percebiam a diferença no tratamento entre os dois, que era bastante visível, pois Harry era muito magro e mal-tratado enquanto Duda era gordo e mimado.

 Os olhos de Lily se apertaram e James se enrubesceu de raiva, e não se conteve ao gritar:

- COMO ASSIM O MEU FILHO FOI VIVER COM ESSES MONSTROS?! COMO ELES OUSARAM TRATAR O MEU GAROTO ASSIM?! AH, MAS ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM, EU VOU MATAR TODOS ELES! – James berrava descontrolado, assustando a todos, até mesmo Lily.

- James, calma! – Ela teve de controlar a própria raiva para poder acalmar a dele – Eu não esperava nada diferente de minha irmã porque ela odeia o mundo bruxo, e me odeia, por isso deveria odiar Harry; mas o que eu não entendo é: Por que o Harry teve que ficar com eles, e não com qualquer outra pessoa?!

- É, e eu?! – Gritou Sirius – Eu sou o padrinho dele!

- Ele também poderia ter ficado comigo! – Vociferou Remo – Ah, já sei, tiveram medo de deixar o garoto comigo porque sou ... – Ele parou a tempo, percebendo que na emoção quase deixara escapar seu segredo.

- Nós sabemos que você é um lobisomem, Remo. – Tranqüilizou-o Hugo, era a primeira vez que ele falara.

- Sabem?! – Exclamou ele, surpreso. Não era comum tantas pessoas saberem sobre seu segredo, e ainda por cima agirem com tanta naturalidade. 

- Sim, o tio Harry nos contou. – Falou Fred, balançando os ombros. – Mas não se preocupe, nós não ligamos, afinal, já estamos bem acostumados com esse assunto na família.

Dom sorriu.

- Como assim “estão bem acostumados com esse assunto na família?” – Remo perguntou, atônito.

- Ora, porque meu irmão Louis, minha irmã Victoire e eu também temos um pouco de lobisomem em nós – Explicou Dominique – Antes de nascermos, meu pai foi mordido por um lobisomem enquanto não estava transformado. Mas ele não herdou nada além de algumas cicatrizes, uma tendência ao mal-humor durante a lua cheia e uma preferência maior para carnes mal-passadas.

- Interessante... – Sussurrou Remo.

- É verdade Remo, isso tudo é muito interessante, mas eu ainda quero saber por que diabos o Harry colocou o nome de Snape no Alvo se foi ele quem causou a morte de James e Lily?! E porque foi que o meu afilhado foi morar com aqueles trasgos ao invés de morar comigo?! – Exigiu Sirius.

- Bom... – Rose suspirou – A história de Snape é complicada e explicaremos depois, já o resto ... – Ela parou, não sabendo como contar, e Lorcan, como sempre muito prático, resolveu respondê-lo logo de uma vez.

- Foi porque você estava preso – Disse o louro, claramente demonstrando o quanto havia herdado a naturalidade de Luna.

- O QUE?! – Os marotos gritaram.

- Não Lorcan! – Lysander repreendeu o irmão gêmeo – Harry foi morar com os trouxas porque Dumbledore achou melhor que ele vivesse longe de toda a fama! Sirius foi preso só depois, você não lembra?!

- Ah, sim, é verdade – Respondeu Lorcan tranquilamente. – Ah é, e eu sou o Lorcan Scamander e esse é o meu irmão gêmeo, Lysander. Nós somos filhos de Luna Lovegood e Rolf Scamander.

- Prazer, mas, como assim o Almofadinhas foi preso?! – Exigiu James, indignado, em lugar de Siris que estava pálido e paralisado.

- Ah, que esse aí seria preso um dia eu nunca duvidei – Desdenhou Lily, recebendo um olhar feio de Remo e James e se encolhendo depois por ver que seu comentário veio em hora inapropriada.

- Bem – Suspirou Lily Luna, que resolveu explicar – Entendam que James e Lily Potter foram avisados com antecedência por Dumbledore que Voldemort estava atrás deles e do seu filho Harry, por isso resolveram proteger a casa que viviam em Godric’s Hollow com o Feitiço Fidelius. James e Lily escolheram Sirius Black para ser o fiel do seu segredo, porém Sirius, querendo proteger melhor os amigos, achou que, por ele ser o melhor amigo de James, seria muito óbvio que ele fosse o fiel do segredo; então eles escolheram Peter Pettigrew para ser o fiel, ao invés disso. – Lily Luna agora teve que lutar para manter a sua voz controlada da raiva – Mas Pettigrew acabou traindo os amigos, vendendo-os a Voldemort e contando a ele a localização da casa. Quando Sirius descobriu que os amigos estavam mortos por causa de Pettigrew, ele ficou insano de raiva, e procurou-o para fazer vingança. Porém, Rabicho, aquele rato covarde, explodiu a rua inteira em que se encontravam, matando muitos bruxos e trouxas que estavam por lá; e ainda por cima cortou o próprio dedo fora para parecer que Sirius o tinha matado, se transformou em rato e sumiu pelos esgotos, fugindo e deixando Sirius lá, parecendo culpado. Sendo assim, Sirius foi condenado injustamente pelo Ministério da Magia à prisão perpétua em Azkaban por ter vendido Lily e James Potter a Voldemort e ainda cometer os assassinatos naquele dia.

Todos na cabine ficaram paralisados. Os Marotos e Lily estavam borbulhando de raiva e confusão. Era muita coisa para um dia só: viajarem no tempo; encontrarem os netos; descobrirem que Lily e James se casaram, tiveram um filho e morreram jovens, nem tendo a chance de criá-lo; descobrir que seu filho fora maltratado; descobrir que Peter os traíra e que Sirius fora preso injustamente na prisão mais horrível do mundo, tudo isso por causa de Snape, cujo nome Harry deu ao filho, coisa que ninguém conseguia entender.

Lily agora chorava, era tudo demais pra ela, e James se dividia entre controlar-se, consolá-la e tirar alguma reação do melhor amigo, que estava em estado de choque. Remo simplesmente lamentava não poderem mudar o futuro, e Sirius... Sirius estava tentando encontrar motivos para viver mesmo sabendo que um dia veria os amigos traídos, mortos, e ainda por cima seria trancado injustamente numa prisão cheia de dementadores por isso.

- Almofadinhas? – James perguntou receoso, depois de um tempo – Você está bem? No que você está pensando?

- Que eu acho que preferiria ter morrido quando Peter explodiu a rua – Respondeu Sirius em tom distante.

- Não poderia! – Repreendeu Alvo – Se não, como seria para o meu pai o padrinho que ele sempre se orgulhou de ter?

- Como? – O rosto de Sirius se iluminou.

- Bem, cara, você é um maroto – James Sirius sorriu também – Vocês fazem coisas impossíveis, por isso mesmo você também foi o primeiro a fugir de Azkaban! E conseguiu finalmente ser o padrinho que o nosso pai sempre sonhou em ter.

Os rostos dos viajantes no tempo se iluminaram com gigantescos sorrisos: nem tudo eram trevas afinal.

- Você conseguiu fugir, cara! – Felicitou James, dando tapinhas nas costas do amigo – Foi o primeiro a conseguir realizar a proeza de fugir de Azkaban! Tenho orgulho de ser seu melhor amigo!

Sirius, que agora sorria deliberadamente, retomou seu típico egocentrismo.

- Obrigado, obrigado, eu sei, ninguém me supera – Ele agradeceu, fazendo todos rirem, por fim.


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