Believe It, Believe Me, Believe In Magic escrita por Carol C


Capítulo 1
Acredite no que digo


Notas iniciais do capítulo

Vocês acreditam na magia?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/239200/chapter/1

A minha vida é normal, meus amigos são normais, eu sou normal, meus pais são, minha escola é, tudo o que vejo é normal. Menos aquela garota!

Meu nome é Lucas, como eu disse, na minha vida tudo é normal.

Mas aquela garota, que vejo todo o dia não é! Sinceramente, ela é estranha. Ela fica quieta todas as aulas, o que não é normal para quem está na oitava série, ela nunca tira nota abaixo da média, isso é inacreditável! Vou começar pelo começo (autora: óbvio!).

Era o primeiro dia de aula da oitava série. Aleluia! Mais um ano e estaria no médio!!!! Entrei na sala com meus amigos, Gabriel, Mary e Anne. Entramos na sala e já tinha uma garota sentada perto da mesa da professora?! Só tinha nós cinco lá, no primeiro dia você escolhe o seu lugar. Ela escolheu perto da professora?! Quem faz uma coisa dessas?! E eu não me lembro de ter visto ela antes...

Bom... De início não me importei, nós fomos nos sentar mais no fundo. Logo a sala já estava cheia. A professora fez aquelas perguntas de início de ano, 'Tem alguém novo aqui?', 'Alguém veio de outra escola?' e 'Alguém estudava no outro turno?'. Quando ela fez essa pergunta, umas dez pessoas da sala levantaram a mão, até a garota lá da frente.

Não prestei atenção nas aulas seguintes, na hora do recreio fiquei com meus amigos no pátio perto da biblioteca, que estava em reforma.

– Você viu aquela garota nova? Bom, no turno da manhã pelo menos. Ela ficou quieta todas as aulas! - comentou Mary

– Eu vi! Achei estranho, ela ficou rabiscando no caderno ao invés de falar com os outros. - disse Anne

– Não percebi isso. - dissemos eu e João ao mesmo tempo.

– Claro! Meninas têm a percebem mais coisas que meninos!

Revirei os olhos, elas sempre diriam isso.

– Ei, não é ela ali? - Anne perguntou.

Nós olhamos para a direção que ela apontou, era a mesma garota! E ela estava falando com o coordenador disciplinar. Eles estavam vindo na nossa direção. Viramos a cabeça e ouvimos um pouco da conversa.

– Quando que a biblioteca vai ficar pronta? Estou doida para pegar um livro!

– Só daqui duas semanas.

– Tudo isso? Bom, acho que vou ter que ficar lendo os que tenho em casa. Obrigada!

Ela passou correndo do nosso lado. Eu olhei para o pessoal e todos estavam com u cara confusa.

– Ela quer pegar livros na biblioteca no primeiro dia de aula? - perguntei

– Pelo visto sim. Alguma coisa me diz que ela foi a única em pensar em fazer isso. - falou Mary.

– Ela será a única que perguntará quando a biblioteca vai ficar pronta. - disse Gabriel.

– Não tenho dúvidas. - concordei.

***

O tempo passou, desde que a biblioteca ficou pronta a menina ia lá todo o dia. Vieram as provas, e o bimestre acabou. Saiu o boletim, impresso e colocado no corredor da oitava série. Um para cada sala. Fui ver minhas notas, estavam boas, tudo acima de sete e meio. Meus olhos bateram numas notas impressionantes, todas acima de oito e meio! Procurei pelo nome da pessoa e me surpreendeu. Era a garota da biblioteca, a... Carolina.

Essas notas me surpreenderam. Mais ainda por causa da atitude dela nas aulas. ela tinha... Três dez?! Educação Física, Artes, tudo bem, mas Matemática?! Pelo santo pai amado! Como assim dez em matemática?! Tudo bem ela não fala, nem brinca durante as aulas, mas ela copia a matéria e na hora da explicação fica lendo um livro. E nunca é livro de conteúdo é sempre livro de ficção! Harry Potter, Percy Jackson, Deltora Quest, Crepúsculo e Ladrão M... alguma coisa! Eu já vi ela lendo um livro que o título tinha um erro, era... Magya! Isso, desde quando magia tem 'y'? E como ela tira nota boa sem ouvir a explicação?

Isso foi uma reflexão só no recreio desse dia, o resto da manhã ela fazia a mesma coisa, copiava a matéria e, ao invés de ler, escrevia num caderno. Na última aula a professora tinha assado exercícios, a Carol tinha deixado o caderno em baixo da mesa para responde-los. Como eu consegui ver? A professora mudou todo mundo de lugar, menos a Carolina, agora eu sento na fileira ao lado duas carteiras atrás dela. Assim que bateu o sinal todos guardaram o material rápido e foram embora. Eu me enrolei um pouco então acabei sendo o último a sair. Na porta me virei para trás para conferir se tinha esquecido algo, foi quando vi o caderno embaixo da mesa dela, corri até lá peguei-o e fui para a catraca que tinha visto ela sair um monte de vezes.

Quando cheguei lá, ela tinha acabado de entrar no carro, então não deu para devolver, teria que esperar até amanhã. Fui para o refeitório, meus amigos já estavam lá e me viram chegar.

– Por que demorou? - Mary perguntou

Levantei o caderno, assim que ela viu arregalou os olhos.

– Eu sei que não é meu, e não tenho a permissão dela, mas por que nós não lemos só um pouquinho? Por favor!!!

Anne e Gabri se entreolharam.

– Depois do almoço, e só uma linha! - Ann disse.

Almoçamos rapidamente. Depois fomos para o nosso lugar do pátio da biblioteca. Peguei o caderno e abri na primeira página, deixei aberto por uns instantes e não li nada.

– Só uma linha, certo? - pergunte para conferir

Anne assentiu e Mary fez bico, aposto que ela queria ler, pelo menos, duas páginas. Baixei os olhos e li a primeira linha

– Meu coração - falei e não continuei.

– Por que parou?! - todos me olharam incrédulos.

– Essa é a primeira linha! Só tem isso!

Mary olhou para Anne, que deu um suspiro de rendição.

– Para ter só isso na primeira linha, deve ser um poema. Leia todo! - Ann disse a contragosto.

Comecei novamente.

– Meu coração

Bate acelerado

Minha respiração

Esta ofegante

Estou correndo

Há muito tempo

O final está

Longe

Não quero parar

Tão cedo.

Pois essa é a corrida

Que me motiva.

Todos fazem essa corrida

Alguns acabam cedo,

Outros, bem tarde.

Essa maravilhosa

Corrida se chama:

Vida

Olhei para eles, todos estavam boquiabertos, eu também estava me perguntando como ela podia escrever isso.

– Não acredito que foi ela que escreveu! Ficou incrível! Se eu lesse na internet eu pensaria que foi uma adulta, não uma menina de quatorze. - Ann disse.

– Continua, lê mais um! Esse foi bem curto!

Olhei para Ann, perguntando silenciosamente se podia. Ela entendeu, e assentiu. Virei a página e li aquele sem falar em voz alta primeiro.

– Eu não vou ler esse! É meloso demais! - disse.

– Então passa para mim! - pediu Mary.

Entreguei para ela e ela leu.

– Respirei,

Senti seu perfume.

Toquei,

Senti você.

Chorei,

Você me abraçou.

Ri,

Você sorriu.

Não existe tristeza,

Quando estou ao seu lado.

Não existem problemas,

Quando penso em você.

Você diz "Eu te amo.",

Respondo o mesmo.

Você diz "Você é tudo pra mim."

Respondo "Você é minha vida."

– QUE LINDO!!! AMEI!!! - ela disse assim que acabou. - Ela deve estar apaixonada.

– Não sei. - Ann disse - Tem pessoas que sabem coisas sobre o amor sem terem estado apaixonadas. Mas essa garota escreve muito bem! Deixa eu ler o próximo!

– Você?! O que aconteceu? - perguntou Gabriel. - Cadê a boa e velha Anne que é toda certinha em relação a coisas pessoais?

Ela deu um tapa no ombro dele e mostrou a língua.

– Me deixa ler!

Todos ficaram em silêncio esperando ela começar.

– Meu coração,

Bate tristemente.

Minha respiração,

É apenas um suspiro.

Meu rosto está,

Inchado e vermelho.

Minhas lágrimas,

Sujaram minha roupa

E lavaram o chão.

Meus olhos anseiam,

Por chorar novamente.

Minha mente diz

Para eu deixar a

Tristeza ir embora.

Mas, ainda estou

Presa naqueles

Momentos em que

Você me fez sorrir.

– Diferente. - esse foi o comentário dela. - Eu disse, tem pessoas que escrevem sem nunca terem sentido isso!

– Agora eu quero ler um! - disse Gabriel.

– Vamos ler os dois últimos e então paramos! Combinado? - perguntou Anne com um tom autoritário.

– Sim.

Ela passou o caderno para Gabri e este foi para a penúltima página que tinha palavras escritas.

– Não é apenas o fato

De sentir-se só.

É mais que isso.

A solidão é

Não sentir-se:

Amada, feliz.

Mas isso não é tudo

Estar só é:

Não conseguir

Respirar,

Pensar,

Sentir-se.

A vida se torna difícil,

As amizades?

Somem.

E você está

Sozinho.

– Puxa, ela escreve muito bem pra uma garota! - comentou ele.

Isso não foi muito esperto de se dizer ao lado de duas meninas. Ele levou um tapa de cada uma.

– Eu vou ler o último para assegurar-me que ninguém lerá mais! - disse Ann com O tom autoritário que só ela tem.

Ela respirou fundo e começou.

– Estou na montanha,

É inverno,

Tiro o casaco

E liberto minhas asas.

Nos bosques...

As ninfas chamam.

No rio...

As náiades acenam.

O lagarto ao meu lado

Tosse, sua primeira chama.

Ele abre as asas que antes,

Estavam camufladas.

Lanço-me para o céu,

Com o dragão ao meu lado

Voo para me sentir

Livre

– Esse é... Muito diferente, criativo também. Será que ela acredita tanto assim na magia? Como ela pode acreditar dessa maneira numa coisa que não existe?

Ninguém respondeu a reflexão da Ann, ela me passou o caderno e eu guardei na mala. Amanhã eu devolveria no primeiro momento.

***

No dia seguinte a Carolina tinha chegado mais cedo, e ela parecia aflita. Ela chegou e foi correndo para a secretaria. Ela ficou bastante tempo lá, ela só saiu na hora em que o sinal tocou, então não deu para entregar o caderno. As aulas passaram voando, até que chegou a hora do intervalo, ela foi a primeira a sair. Assim que sai fui correndo para a biblioteca para devolver o caderno. Incrivelmente ela não estava lá.

Fui para o pátio do lado da piscina, que é um pouco menor que o da biblioteca. Encontrei ela lá, perto da escada que leva para as salas de dança. Ela estava encostada na parede e estava com a expressão triste. Fui na direção dela, ela percebeu e virou o rosto, quando cheguei perto dela perguntei:

– Posso falar com você?

Ela soltou um suspiro e respondeu:

– Se eu disser 'não' vai adiantar?

Sorri.

– Não.

– Então pode.

Me agachei e ela virou o rosto para mim. Ela estava com o rosto um pouco molhado e os olhos estavam vermelhos. 'Será que isso foi por causa do caderno?' me perguntei mentalmente.

– Ontem achei isso embaixo da sua mesa, acho que você esqueceu.

Quando coloquei o caderno nas mãos dela os olhos dela brilharam e um sorriso iluminou o seu rosto. Ela o abriu e passou as mão delicadamente pelas paginas, devagar, a respiração dela estava bem calma. Parecia que ela estava encontrando uma coisa querida e muito importante.

– Obrigada. - sussurrou.

Ela virou as paginas e passou a mão numa orelha que tinha ficado na folha. Ela franziu as sobrancelhas e perguntou:

– Você leu? - fiquei mudo. - Me diz, você leu ou não?

Continuei calado, não sabia o que dizer, era a primeira vez que eu estava trocando mais de duas palavras com ela.

– Pelo seu silêncio, você leu. Quantos? - ela me encarou com aqueles olhos castanhos. - Me diz quantos.

– Cinco. - respondi instantaneamente.

– Quais?

– Ahh... A primeira, a segunda, a de solidão, a de memória e a última.

Ela arqueou as sobrancelhas.

– Por que você leu?

– Fiquei curioso. - por que estou respondendo tudo sem pensar?

– Mais alguém leu com você?

– Sim.

– O que eles disseram quando leram o último?

Respondo ou não? Acho melhor não.

– Então? O que eles disseram?

Ela vai insistir? Acho melhor ficar sem falar.

– Olha eu vou insistir até você me responder.

– Eles acharam criativo, e se perguntaram como você pode acreditar numa coisa que não existe. - ela fechou os olhos e balançou a cabeça.

– Sempre isso, todos pensam a mesma coisa. Todos falam que não existe, isso é triste. - ela disse, ainda de olhos fechados. Como se estivesse pensando alto.

– O que? - perguntei.

Ela abriu os olhos e me encarou.

– Todos dizem que a magia não existe, eles não admitem que ela existe. Ninguém vive sem magia, como dizem que ela não existe?

– Mas... Magia não existe.

Ela revirou os olhos.

– É o que você pensa.

– Como assim 'é o que eu penso' ? Magia não existe!

– Existe, você que não enxerga!

– Para de inventar! Magia não existe e ponto final!

Ela me encarou com raiva e irritada.

– Magia existe! Você acha que magia são feitiços, fadas, elfos, varinhas e bruxas?

Não respondi nada, eu achava que era aquilo que ela falou, mas não estava entendendo o que ela queria dizer com aquilo.

– Magia não é só isso, a magia é mais profunda. Mais envolvente, não é um simples ser! É aquilo que rege no nosso mundo! Você consegue viver sem amor? E sem esperança? Consegue viver sem desejar ou ficar sem tentar lutar pelo que quer? Tudo isso é nossa magia! Amor, esperança, desejo. São as coisas que regem nosso mundo! Nossa magia está nos atos mais simples, um abraço de amizade, um simples pensamento amoroso, ou o simples fato de você estar sempre com esperança! Você, me responda agora, magia existe ou não?

Eu fiquei confuso, indeciso, não sabia o que responder. Ela se levantou e olhou para mim.

– Última chance. - não consegui dizer nada. - Me diga a resposta depois da aula então.

***

Acredite, eu não consegui pensar em uma resposta pra dizer pra ela depois da aula. Agora, já faz uma semana que ela me perguntou isso, e eu ainda não sabia o que responder. Cheguei em casa e me joguei no sofá. Fiquei olhando pro teto, refletindo sobre aquela pergunta. Nessa semana, eu fazer isso tinha ficado tão comum.

– Filho? Já chegou? - minha mãe apareceu na porta da cozinha e logo veio me abraçar.

Depois de um tempo ela perguntou:

– Você está tão pensativo esses dias, o que foi que aconteceu? Talvez eu possa te ajudar.

– Mãe, eu não...

Por que não pensei nisso antes?! Minha mãe também gosta de alguns livros de fantasia! E ia ser opinião feminina!

– Mãe, na verdade, você pode me ajudar. Uma menina me fez uma pergunta semana passada e eu não sei o que responder. Ela me deixou... Atordoado.

Ela arqueou as sobrancelhas.

– Que pergunta ela te fez?

Eu contei tudo, desde o momento em que achei o caderno até as últimas palavras do discurso, o qual eu me lembrava palavra por palavra.

– Interessante... Essa menina é muito esperta, ela vê o mundo de um jeito que ninguém já imaginou!

– Mãe, o que você quer dizer com isso?

– Ela tem toda a razão. Se você pensar um pouco você percebe isso.

– Pensar um pouco?! Eu fiquei pensando nisso por uma semana e não entendi!

– Olha, ela quis dizer uma coisa simples. Coisas mágicas são aquelas que a gente não vive sem.

– Como...

– Amor, ninguém vive sem ser amado. Esperança, nós sempre esperamos o melhor para o agora e para o futuro. Desejo, nós sempre desejamos algo, a felicidade, a paz ou o bem.

– Só isso?

– Basicamente, sim.

Eu sou muito lerdo! Como eu não percebi isso!

– O que você vai responder para ela?

– Que a magia existe.

– E...

– Tem mais?

– O que ela quis dizer quando ela disse: ' você que não enxerga!'?

– Que eu sou bobo?

– Não, que os homens são vaidosos demais para admitir que precisam de algo essencial para viver. E eles dizem que magia não existe, só para pensar que eles existem por si próprios.

Minha mãe tem uma filosofia incrível! Eu amo ela, não por isso, mas amo e muito!!

***

Era o dia, eu ia falar para ela a resposta. No recreio eu estava com os outros na frente da biblioteca. Percebi que ela estava nos observando da janela, fiz um sinal para ela vir, que eles não notaram. Ela deu um meio sorriso e sumiu, pouco depois já estava apenas a alguns passos de nós.

– Já pensou na resposta? - ela perguntou sorrindo.

Gabriel, Mary e Anne não tinham visto ela se aproximar e pularam de susto quando a ouviram.

– Sim.

– Foram vocês que leram meu caderno? - ela perguntou pros outros.

Eles abaixaram a cabeça e sussurraram um sim. Como é que ela fazia isso? Deixava todos arrependidos com um olhar, e fazia eles contarem a verdade? Até comigo ela já fez isso!

– Não tem problema. Afinal, vocês não sabiam se podia ou não, certo?

Eles se entreolharam chocados, logo ela continuou.

– Então qual é a resposta?

Abri a boca para responder, mas a Mary interrompeu.

– Resposta de que? Nós não sabemos de nada!

Isa revirou os olhos e disse:

– Se a magia existe ou não. Qual é a sua resposta, por falar nisso?

– Sim. - os outros me olharam chocados.

– Como assim? Magia existe, é obvio que não! - Gabriel exclamou.

– É impossível! Não se pode fazer feitiços e magia não existe!

– Na verdade ela existe, e está nas coisas que mais nos importamos. Amor, esperança e desejo. - falei

– Esperto para um menino. Mas, alguém te ajudou a descobrir isso?

– Sim. - falei a contragosto.

– Quem?

– Minha mãe. - resmunguei, a Carol ouviu, os outros não.

Ela riu.

– Sempre é preciso de opinião feminina! - os outros ainda não acreditavam, e entendiam por que eu tinha dito aquilo. Ela percebeu isso e continuou. - A magia sempre esteve conosco, o universo foi criado a partir do amor de Deus, da magia Dele. Nunca se perguntaram como o amor consegue pular obstáculos? Ou por que sempre sentimos esperança? Ou sempre desejamos algo? Nós não vivemos sem essas três coisas. Sempre vamos amar, esperar e desejar. A magia não é necessariamente representada por fadas, elfos, sereias, bruxas e animais falantes. Ela está e sempre esteve presente. Corremos o risco de morrer se não existir amor ou esperança. Nós lutamos e usamos da nossa magia durante toda a vida sem perceber, sempre na luta para alcançar um sonho. Nós nascemos sem a consciência de ter magia, mas a temos e não podemos tirá-la de nós, ela faz parte da nossa alma, fomos criados com magia, como podemos dizer que ela não existe? Eu não sei. Por que a mulher é que mais acredita na magia? Porque é o ser que mais a tem, o amor pelos pais, pelos amigos, o amor fraternal e maternal, sempre é mais forte na mulher do que no homem, não tinham percebido? Por que a mulher é sempre a mais vingativa e a mais amorosa? Por causa da magia, ela é usada para o bem e para o mal, dependendo do caso. Nunca poderemos desistir de mostrar aos outros que a magia existe. Pois ela existe, e existem poucos que acreditam realmente.

Todos ficaram atordoados com o discurso, eu inclusive. Como ela podia ter essas palavras na ponta da língua? Mary e Ann fizeram uma cara pensativa, eu e Gabri uma cara confusa. Ann foi a primeira a se pronunciar.

– Pensando desse jeito, a magia existe. Não. Ela existe, depois de ouvir esse discurso eu não posso discurso, não existe alguém que discorde. Você sabe convencer. Por que não faz uma palestra?

Carol riu.

– Não sei, mas algum dia eu vou mostrar para todos que a magia está dentro de nós.

***

Carolina nesse dia tornou-se nossa nova melhor amiga, e é até hoje. Já se passaram seis meses desde esse dia. Ela mostrou para mim, para Anne, Maria e Gabriel o que é a magia. Foi a primeira e única pessoa que eu vi tratando a magia como algo superior a tudo no mundo.

Ela mostrou isso para mim e agora estou dizendo as palavras dela para vocês, para refletirem e pensarem sobre...

Senti alguém colocando a mão no meu ombro.

–O que você está fazendo? - Carol me perguntou olhando com aqueles lindos olhos castanhos.

– Nada, só deixando uma mensagem pro mundo. Como você entrou no meu quarto?

– Se esqueceu que você convidou eu, o Gabri, a Ann e a Mary pra vir aqui? Estamos esperando na sala faz meia hora! E estão a sua mãe pediu para eu te chamar.

Salvei e fechei o relato daquela semana. Estávamos no corredor em silêncio.

– Novidades? - perguntei.

– Sim, mas não é minha.

– Me diz?

– Não.

– Por favor?

Ela revirou os olhos.

– A Mary e o Gabri estão namorando.

– Só isso?! Isso estava predestinado! Só faltava coragem!

Ela riu. Chegamos na sala e pensei comigo mesmo 'Tenho os melhores amigos que podia pedir. E apenas uma me fez acreditar.'

Eu acreditei nas palavras dela, eu acreditei nela, e acreditei na magia.

(N/A: leiam as notas da históra e as finais!)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora? O que vocês pensam da magia? Sempre acreditaram? Ou não acreditavam e agora acreditam?