S2C19

Hermione PDV:

A estadia em Durmstrang estava sendo boa. Eu não tinha tanto tempo para me preocupar comigo mesma desde então, mas não era ruim. Eu podia jantar com Fred e George e tínhamos aulas juntos, embora eles não participassem de todas das quais eu participava.

Os gêmeos estavam encarando as coisas com real seriedade desta vez. Não havia piadas em classe ou brincadeiras nos corredores. Na verdade você nem ao menos os reconheceria, sendo que eles guardam o humor para quando estamos juntos, apenas nós três.

A contragosto, seus cabelos ruivos, lisos e compridos foram substituídos por um corte baixo - semelhante ao de Vitor Krum no ano anterior – e reparados duas vezes ao mês. Aparentemente seus cabelos cresciam com o dobro de velocidade dos outros alunos, que apenas iam às seções uma vez ao mês.

Eles não tinham muitos amigos e, a meus olhos, pareciam levemente intimidados a se manifestar abertamente em Durmstrang, e não podiam estar tão felizes desta ser nossa última semana.

As provas já haviam sido feitas, nossos NIEM’s recebidos e podíamos nos consideram praticamente formados.

Os professores se limitavam a apenas revisar o que mais usaríamos fora daqui. Poções contra venenos, feitiços imprescindíveis, defesa pessoal... Sim. Durmstrang nos ensinava como nos defender.

Era muito útil.

Harry, Ginny, Ron e os outros haviam escrito para nós depois do ocorrido. Expliquei brevemente o que havia acontecido, quanto menos eles soubessem, mais fácil seria enganar Umbridge.

- Hermione, George. – Fred me chamou com um pergaminho em mãos, estávamos no salão comunal de nossa casa. Ele havia ido buscar algo, e parecia imensamente feliz.

- O que foi?

- Escutem só isso. Umbridge está fora.

Sorri em contentamento. As aulas de Durmstrang terminavam consideravelmente cedo, então sairíamos antes dos outros, mas eu estava muito mais tranquila sabendo que eles estariam longe da sapa.

- a sapa cor de rosa inaladora de gás hélio. – George refletiu e ri.

- Eles estão livres, enfim. – Sorri lendo superficialmente. – Não precisamos nos preocupar com isso.

Fred se sentou no sofá, finalmente parecendo relaxar.

- Uau. – Murmurou pra si mesmo. - Acabou.

George riu ao seu lado, parecendo ter o mesmo pensamento.

- Nunca mais vamos explodir bombas de bosta na frente da sala do zelador.

- Não vamos explodir mais privadas.

- Não vamos fugir à noite para a cozinha. Teremos nossa própria cozinha. – O mais alto lembrou.

- Não teremos mais camas magicamente arrumadas.

- ainda teremos varinhas, George. – ele bateu em seu ombro. – vou sentir falta desse tempo.

- Vamos viver mais. – George se levantou e me puxou para o meio deles. – Novas experiências, novas memórias...

- Nossa própria casa e nosso próprio negócio. – Fred refletiu ao meu lado. – Nossa própria esposa.

Beijei a mão de cada um longamente e eles fizeram o mesmo com as minhas.

- Vamos amadurecer. – continuou e lhe interrompi.

- Contanto que não deixem de ser os meus gêmeos...

Senti beijos em minhas bochechas e ouvi um som do lado de fora, voltando para minha poltrona. Os outros alunos não sabiam sobre nós, apenas que éramos amigos da mesma escola. Eles também não se importavam.

Ficamos mais um pouco ali, mas não conversamos. Eles pareciam tratar de algo - que presumi ser a loja - e eu lia um livro que Ginny havia me dado há alguns anos.

A noite chegou e voltei ao meu dormitório. Havia poucas garotas com quem eu conversava . Xuxa era uma delas.

Eu não sabia sua nacionalidade, mas ela falava um pouco de inglês, e tentava exercitar comigo. Mesmo que, para ela, meu sotaque britânico fosse carregado de francês se comparado ao de seu primo americano.

Conversei um pouco com ela, que parecia feliz em finalmente deixar Durmstrang, algo como uma especialização em uma área que não compreendi o nome.

- O que vais fazer?

- tenho alguns projetos. – Desviei. – Nada concretizado.

- Oh... Boa sorte com isso, então.

- Obrigada.

Arrumei minhas coisas e me preparei para deitar, quando ela me interrompeu.

- Oh, Her-mi-o-ni-ni. – Ela falava como Vitor. – Acha que Fred ou George sairiam comigo?

Travei o maxilar de costas para ela. Medi minhas palavras e tentei criar um tom de voz indiferente.

- Eles têm namorada.

Ela pareceu soltar um lamento.

- Acha que eu teria alguma chance?

- Não. – Falei rapidamente. – é um amor bem sólido. De qualquer maneira, eles não gostam do seu tipo.

Ela soltou uma leve exclamação e me deitei antes que recebesse qualquer resposta. Fechei minhas cortinas e mordi a bochecha.

Atrevida.

Continua...