Petúnia quase caiu da cadeira, Lily foi curta e grossa, sem delongas e até mesmo Harry ficou assustado com o sutil em que ela disse as palavras. Valter começou a resmungar desde o momento em que ele adivinhou o final e não parara ainda, o que não deveria se novidade. Duda por mais incrível que possa parecer, parou a colher a caminho da boca e olhava abasbacado para a tia.

– Já não esta me explorando de mais minha família? – Harry depois de ouvir o tio falar, derrubou sem querer a colher de arroz que coloca em seu prato no colo do tio em sua frente. – Ei garoto, ficou maluco?

– Eu? Não, mas o senhor deve estar louco, irritando um bruxo maior de idade e armado, eu não faria isso se fosse você... – Pode ser ouvido Valter engolir em seco, e se Lily não estivesse com tanta raiva iria repreender o filho, mas por hora que fez isso foi Gina o puxando para cadeira ao lado dela, a ruiva já comia e rezava para que evitassem falar sobre sua gravidez.

– E então Petúnia, o que me diz? Vai me desapontar ou me salvar? – Lily estava procurando não prolongar a conversa, bom, pelo menos era o que parecia pela maneira que era “grossa” que ela se referia a irmã.

– Mas, Lilian isso pode ser perigoso para a minha família – Gina parou de comer com as palavras de Petúnia e tirou a faca de que Harry usava para cortar a carne de perto dele, era um utensilio de risco.

– Pelo que eu saiba, Lily é sua irmã, o que faz dela parte da sua família, e além do mais, não é segredo para ninguém que Lily Potter e a irmã trouxa se odeiam – Gina resolveu falar e defender a sua “futura família” e tudo que ela disse não deixava de ser verdade, Lily era família de Petúnia, apesar das divergências sentimentais entre as duas.

– Bom tudo bem... Mas, quero garantia de que minha família esteja protegida – Valter que iria protestar foi calado pelo olhar da mulher, que provavelmente pela primeira calou o marido e seu momento de autoridade.

– Vai haver uma ronda na casa, aurores qualificados, acho que será Tonks, Dorcas e Alice.

Depois da curta e espinhosa conversa, todos comeram em silencio, a não ser pelo barulho que Duda fazia ao comer, o que na opinião de Harry parecia um porco comendo ração.

Lily e Petúnia só se falaram quando Lilian insistiu para enfeitiçar a louça, a irmã foi contra, mas Lilian mais rápida e fez a magia, sorte que Valter estava na sala se certificando de que Harry não atacaria sua televisão.

– Então... Seu pai ganha bem? – Harry e Gina que estavam se segurando para não rir do momento constrangedor.

– Sim, mas ele trabalha por Hobbie sabe... Ele tem uma boa herança bem guarda no Gringotes – Valter remexeu seu corpo gordo na poltrona se interessando e Gina pode jurar que viu cifras de dinheiro rodando em seus olhos.

– E... Caso ele venha morrer e sua mãe também, os familiares da parte da esposa tem direito? – Harry estava pronto para atacar o tio, mas Gina pediu calma com um olhar.

– Não, sabe por quê? Você só se considera nosso familiar quando sente cheiro de dinheiro. Pois saiba Dursley, que se depender de mim nem um grama do ouro que da minha família vai sair do cofre pra você e seu bando de interesseiros que você chama de família – Harry se levantou bruto deixando Gina no sofá de mau jeito. Ele proferiu a palavra “Dursley” com tanta repulsa que poderia ser reparada com facilidade.

– Harry calma – Gina se colocou ao lado do namorado colocando a mão no ombro dele. Lily ouvindo exaltação do filho entrou correndo na sala com Petúnia, Duda finamente tirou os olhos da televisão para prestar atenção no que acontecia ao seu redor.

– Vamos embora mãe – Harry saiu carregando Gina pela mão e Lily foi logo atrás preocupada, se o filho perdesse a paciência mais uma sobrecarga viria.

Harry andava apressado até o túnel, ele sentia o queimar feito fogo, sua entranhas ardiam, ele tinha que se controlar, mas era muito mais forte que ele. Uma vez Matheus brincara falando que eles eram um tipo de Hulk, e ele estava certo, se eles não se acalmassem seriam um perigo para si mesmo. Ele correu para o túnel e aparatou para a praça do vilarejo, ouvindo os gritos de Gina. A ultima coisa que viu, foi Math gritando pelo amigo do portão da casa dos Black.

Quando Gina chegou ao vilarejo, sentiu uma coisa estranha, uma enorme maça de magia a cobriu e fez com que ela tivesse que segurar em Lilian que havia acabado de chegar da aparatação. Matheus carregava Harry para dentro da casa dos Black o colocando no sofá onde Melissa estava deitada vendo TV, a mesma se assustou com um menino desacordado.

– O que esta acontecendo? Matheus! – Melissa estava segurando Harry enquanto Matheus correu escada acima sem dizer nada. Mel deixou Harry no sofá e correu para o celular de Math que estava na mesa da sala e procurou o número de Lily.

– Alô? Lily?

– Matheus? Que voz fina é essa?

– Não é o Math, é a Melissa.

– Oh! Melissa, o Harry esta ai?

– O Matheus chegou com ele aqui desacordado e correu escada acima.

– A Marlene esta ai?

– Não, ela teve uma emergência no hospital e teve que ir.

– Ok, o Math provavelmente vai dar pra ele uma poção de bloqueio magico, se ele não acordar leve-o ao St. Mungus, a Gina desmaiou e ela esta no St. Mungus, teve um problema.

– Ok, pode deixar. Tchau.

– Tchau querida.

Matheus já estava abrindo o frasco da poção e dando para Harry quando Melissa desligou o celular.

– Matheus, porque o anel dele esta brilhando? – O anel reluzia como chamas no dedo de Harry e o de Matheus estava do mesmo jeito, ele transava os dedos para esconder a dor.

– É uma sobrecarga magica, sabe aquela historia dos herdeiros de Merlim sabe? Poder extremos e tudo mais, Harry perdeu o controle magico por algum motivo, pode ser perigoso, levar a morte se muito forte, mas eu já dei a poção e ele vai ficar bem – Matheus arrumou Harry no sofá, e se sentou aos seus pés, tirou o anel do dedo do amigo e uma enorme massa de magia se expandiu pela sala, Cathe sentiu uma formicação na nuca, objetos menores pairavam no ar, levitavam, os cabelos de Cathe também, era como se Harry estivesse usando um feitiço não-verbal.

– Mas, e o seu anel? Ele parece queimando – Math colocou o anel novamente no dedo de Harry e a cor do menino pareceu voltar e os objetos pararam de levitar.

– Quando uma grande massa de magia de expande pelo espaço, o anel tenta absorver, como se ele achasse que era dele – Melissa se sentou, eram muitas informações.

– Você fala como se o anel pensasse – Harry estava com a respiração mais rápida agora, mas ainda descordado e pouco corado.

– E ele pensa, se quer saber, a única coisa no meu corpo que realmente esta vivo é esse anel, digamos que eu sou o corpo e ele a alma, é por isso que Voldemort quer o anel do Harry, se ele tira a alma, obviamente o bruxo morre, ou pode virar um zumbi, sei lá - Math com sua piadinha final fez Melissa rir e revirar os olhos, mas sem esquecer a questão inicial.

– Não vou fazer perguntas... Esta acontecendo novamente? Digo, a guerra – Matheus se mexeu desconfortável no sofá e encarou a prima nos olhos.

– Sim, meu pai disse que esta como da ultima vez, a diferença é que não sabemos contra quem lutar ou em que causa se apegar.