– Sim, sim! É claro que sim!- quase pulei por cima dele quando fui abraça-lo.

– Eu já disse que te amo?

– Bobo!- dei-lhe um rápido selar de lábios.

– Hehehe~

– Posso te chamar de Ai-chan?

– Ai-chan?

– É!

– Eu gostei... É como se você estivesse me chamando de “amorzinho”.- ele então sorriu, corando. Tão fofo!

– Ai-chan, Ai-chan, meu Ai-chan!

Quando fico muito feliz me torno mais infantil que o normal, acho que já deu pra perceber, né?

– Nee...- indaguei com os olhos levemente arregalados.

– O que foi?- perguntou, percebendo meu nervosismo.

– Você escutou o que eu escutei?

– Hã?

– Um barulho de porta abrindo...

Logo após eu ter dito isso, escutamos passos que pareciam vir da escada, o que fez nós nos entreolharmos.

– Mas o que- Aiji começou, mas não teve tempo de terminar a frase, pois a porta do quarto havia sido aberta, dando um susto em nós dois.

Uma garota bonita, de cabelos longos e negros, vestindo roupas que eu poderia classificar como “kawaiis”, tinha parado na entrada do quarto. Ela parecia ter a minha idade.

– Onii-chan, quem é esse?

Ele olhou pra mim, perguntando mudamente o que deveria dizer.

Acho que era bom não contar, ainda. Seria precipitado demais.

– Meu melhor amigo.- respondeu simplista, á garota que pelo visto era sua irmã.- Maya-chan, essa é a Haruka, minha irmã mais nova. Haruka, esse é o Masahito.

– Oi...- disse ela, timidamente.

– O-oi.- respondi. Sim, eu ainda gaguejo quando falo com outras pessoas, trágico.

– O que faz aqui?- Aiji perguntou à Haruka.

– Estou procurando meu celular, aliás, você o viu?

– Não, mas você deve ter deixado em cima da cama.- o moreno respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, parece que não é a primeira vez que isso acontece.

– Mas eu já...

– Procura de novo então.

– Hnf.- reclamou, mas foi procurar do mesmo jeito- Achei!- gritou ela do seu quarto- Valeu, mãe dois! Tô indo, tchau!

Escutamos um barulho de porta batendo.

– Caramba, ela sempre faz isso!- falou colocando a mão na testa.

Olhei para o relógio:

– Nossa, são quase 16:45h!- me surpreendi com o horário.

– EEEHHH? Como passou rápido!

– É, o tempo voa quando se está com quem se ama...

– Como você é fofo, Maya-chan!- me deu um estralado beijo na bochecha.

A única reação que consegui ter foi dar-lhe um largo sorriso.

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– AAAHH tô com fome! O que vai sair pra jaanta?

– Não sei, o que você quer comer?

–Etto... EU QUERO YAKISOBA!- gritei, dando um pulo, assustando-o.

– Hai hai! Yakisoba saindo!

– AI-CHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAN! AGORA EU TE AMO MAIS AINDA!- lhe abracei apertado.

Eu simplismente amo Yakisoba, é um prato simples, mas delicioso!

Me abraçou também, logo após se afastando um pouco, o suficiente para me beijar.

Incrível.

Incrível como ele me leva às nuvens.

Incrível a forma que, em pouco tempo, já o amo tanto.

– Sabe, Maya-chan... Faz tão pouco tempo que nos conhecemos, mas posso dizer com toda a certeza do mundo que te amo. E não é aquela paixão passageira, e sim um amor verdadeiro, daqueles capazes de durar pela vida toda. Me apaixonei tão rápido, nem sei explicar como ou por que... Mas eu te amo, muito.- me abraçou carinhosamente, certificando que suas palavras eram verdadeiras.

Algumas lágrimas rebeldes com um misto de felicidade, amor e carinho trasbordaram pelos meus olhos. Rebeldes, sim, por que ninguém mandou elas escorrerem por minha face.

– Estou tão feliz de ter te conhecido, Ai-chan...- mais algumas lágrimas escaparam.

Desfizemos o abraço, os dois com um belo sorriso estampado no rosto.

– Eu também, Ma-chan.

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– ESSE. É. O MELHOR. YAKISOBA. QUE EU. JÁ COMI. NA VIDA!- meus olhos deviam estar brilhando naquela hora, aquilo era realmente bom!

– Né? Eu disse que cozinhava bem!

Devorei a comida presente em meu prato, logo me servindo novamente.

– Desse jeito você já pode casar!

Aiji me encarou, virado em um pimentão.

Só depois de longos segundos que eu fui me tocar do que tinha falado.

Tentei quebrar o clima tenso, mas acho que não deu muito certo:

– AHAHAHAHAHAHA! Você já ouviu essa piada? Tinha um garoto, aí ele perdeu a bicicleta e quando olhou pela janela nunca mais comeu bergamota AHAHAHAHAHA!

Ok, agora o pimentão era eu.

Ele me encarou, tipo, **eternal mana poker face**. Também, né.

– ...

– ...

– J-já terminou de comer, Ai-chan?

– A-aah, sssim, e você?

– Tamb-ém... Vamos recolher a mesa?

– Hum!

Após recolhermos tudo, Aiji lavou a louça e eu a sequei, tudo em completo silêncio.

Tá, não podia ficar assim o tempo todo!

Acho que ele leu minha mente.

– Quer fazer o que?

– Hm.. Que tal jogar Uno? Ah, não. Só com dois não tem graça...

– Quer assistir um pouco de TV?

– Ah, pode ser! A essa hora passa uns filmes bem legais, né?

– Não sei, quase não assisto televisão.- disse sorrindo.

Finalmente aquele clima tenso havia acabado.

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– Qual dos filmes quer ver?

– Não sei, coloca qualquer coisa aí...

– Ok.

Aiji foi trocando os canais, um tempo depois parando em um que estava passando um filme de terror, acho que o nome era “Ring”.

Ele passou a assistir, prestando muita atenção ao que acontecia. E eu? A única coisa que conseguia fazer era fechar os olhos e torcer para que meu namorado não percebesse meu medo. Abri-os e olhei para a tela. Bem na hora, Sadako estava saindo de dentro da televisão.

Não pude me conter e escondi meu rosto no ombro de Aiji.

– Maya-chan?

– H-hai?

– Quer que eu troque de filme?

– Não precisa!

– Certeza?

“Não, não tenho não. Eu não vou conseguir dormir se isso continuar assim.”

– Sim!

– Ok então...

Inventei de assistir o filme junto a ele. Má idéia.

– Hnm...- choraminguei.

Senti-me ser envolto por braços.

– Ai-chan... Tô’ com medo do filme...

– Eu sei meu amor, fica calmo, já vou trocar o canal, tá?

– Não p-

– Maya! Tu tá com medo desde antes, eu percebi!

–...

Sendo assim, ele trocou para um filme de romance, no qual nem consegui prestar muita atenção, pois essa era toda voltada ao fato de que eu estava com a cabeça deitada em seu colo, com a mesma sendo afagada.

Acabei pegando no sono ali mesmo, de tão bom que estava, e ao contrário do que pensei que aconteceria, não tive pesadelo algum.

No outro dia acordei já deitado em meu futon, provavelmente Aiji que me colocara lá. Pra falar a verdade, eu queria ter acordado ao seu lado...