Vol De La Mort escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
voldemort




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Antonin Dolohov ainda se lembrava da primeira vez que vira Tom Riddle, mesmo que, naquela época, este já optasse pelo seu outro nome.

Antes de realmente conhecê-lo, Antonin já havia ouvido falar dele. Não fora apenas uma ou duas vezes nas quais ele ouvira os sussurros que comentavam sobre o novo bruxo das trevas que se erguia no oeste, o homem que as pessoas acreditavam que substituiria Grindelwald, o feiticeiro que dizia ter tanto poder em suas mãos. Ele se auto-declarava, Dolohov ouvira, Lord Voldemort - Vol de la mort... O vôo da morte - Aquele nome o alegrava, de certa forma, e o deixava curioso para saber a razão de um inglês ter escolhido um nome com etimologia francesa.

Ele ouvira tanto sobre Voldemort que, quando um de seus seguidores – Comensais da Morte, eles se auto-intitulavam – lhe informou que o bruxo queria conhecê-lo, Antonin não conseguiu conter a sua excitação. Dolohov sabia que aquela era a sua chance para ir contra os trouxas... Ele não tivera a oportunidade de se juntar à Grindelwald quando este estava no poder - por ainda estar vivendo em um canto isolado da Rússia, lugar onde Gellert nunca pisara os seus preciosos pés alemães-, mas agora ele poderia juntar-se à um bruxo mais forte e mais poderoso que prometia poder, liberdade e glória aos seus seguidores.

Mas Antonin não conseguiu acreditar no que seus olhos viam ao ver Lord Voldemort pela primeira vez. O encontro fora arranjado em uma vila no interior da França para não serem incomodados pela agitação de Paris e ele não conseguiu não comparar o bruxo ao seu antecessor. Enquanto Grindelwald fora um homem altivo que conseguia intensificar as suas características mais marcantes – o seu corpo alto, o seu rosto exótico, os seus cabelos dourados – com elegantes vestes escuras que o faziam parecer um enorme e perigoso pássaro, Voldemort era um simples menino vestido com um terno trouxa. Menino, pois, mesmo que Dolohov soubesse que ele devia ter ao menos vinte anos, o outro parecia não passar dos dezessete... E Antonin não conseguia acreditar que aquele era o grande Lord Voldemort que conseguia fazer outros bruxos e bruxas curvarem-se à sua frente apenas com um olhar como diziam os rumores. O homem esperava, ao menos, alguém um pouco mais alto ou com um pouco de barba no rosto, não aquela criança.

Também fora nesse encontro que Antonin descobrira que era perigoso pensar na presença do outro. Apenas alguns segundos após os pensamentos sobre a aparência do menino cruzarem a sua cabeça, Dolohov viu-se sendo forçado a ajoelhar-se em frente ao outro, com as suas costas completamente estendidas de uma forma que chegava a ser dolorosa e fazia com que Voldemort parecesse um gigante pelo seu ponto de vista. Era como se alguém o tivesse atingido com uma maldição Imperius, mas o menino não havia se mexido... Ele continuava parado, encarando-o com aqueles grandes olhos azuis e um sorriso suave em seu rosto infantil. “Cuidado com o que pensa, Antonin,” ele dissera, antes mesmo de liberá-lo daquela posição desconfortável. “Você nunca sabe quando alguém está de olho na sua mente.”

Com aquele pequeno show de poder, Dolohov aprendeu que a aparência fraca era a maior arma de  Lord Voldemort. Ninguém diria “não” ou suspeitaria de uma criança, ninguém sequer imaginaria os pensamentos sombrios que cruzavam a mente que se escondia por detrás dos inocentes olhos azuis. O Lord das Trevas usava da sua suavidade – pois tudo nele era suave... Suas feições, seus olhos, sua voz, seu sorriso, seus movimentos, suas palavras – para manipular os outros.

Mas, mesmo sabendo da extensão dos poderes do outro bruxo, Antonin não conseguia forçar-se a chamálo de “milord” ou “Lord Voldemort”. Um nome tão pesado parecia fora de lugar quando aplicado à uma criatura tão delicada. Logo ele aprendeu que o seu nome verdadeiro era Tom, Tom Riddle – Voldemort odiava aquele nome e Antonin podia entender esse ódio. Algumas famílias bruxas tinham o azar de ter nomes que soavam trouxas demais e Riddle era um deles. Tom também não ajudava muito – e, para ele, tal nome se encaixava muito melhor à figura do bruxo. O menino ficou enraivecido ao descobrir que Dolohov se recusava a chamá-lo pelo seu nome de preferência, mas tudo o que o mais velho fazia era rir dessa irritação... O pobre inglês não devia estar nem um pouco acostumado com um pouco de rebeldia, afinal, todos os seus seguidores eram ingleses submissos que se curvavam à todo e qualquer pedido dele, mas se ele o quisesse ao seu lado, Riddle teria que aprender a não controlar as suas vontades, ele não poderia esperar que Dolohov fosse um cachorrinho obediente como os seus outros Comensais, afinal, era a sua liberdade e incapacidade de controlar seus impulsos que o tornavam quem ele era: o duelista que não hesitava em lançar uma maldição pesada no oponente e que não media esforços para machucar. E era essa a pessoa que Tom queria.

Anos mais tarde, ao olhar para a figura ofídica de Voldemort envolta pelas suas capas escuras e com a sua cobra de estimação enroscada ao redor de seus ombros, Antonin veria alguns traços de Tom nele... A maneira como ele parecia flutuar ao andar, a suavidade de sua fala na maioria das vezes, a maneira como ele segurava a varinha parecendo nem encostar na madeira... Mas, ainda assim, faziam anos já que o menino delicado e perigoso havia sido substituído pelo Lord das Trevas que Voldemort era naqueles dias e Antonin Dolohov não podia conter uma leve onda de saudades pelos grandes olhos azuis e pelo rosto suave de Tom Riddle.


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Notas finais do capítulo

Ainda estou tentando descobrir como se pronuncia Dolohov: Da-la-hoff, Do-la-haff ou Da-lo-haff? {apesar de que eu acho que é a primeira alternativa}.
Reviews são lindos, oi. :3