A ameaça estava cada vez mais próxima. A Fortaleza 1, sede dos Templários na Itália, podia pressentir isso. Uma das maiores Fortalezas no mundo todo, a 43, ruiu.

E tudo isso por obra de quem? Uma adolescente, manipulada pelos Assassinos nojentos, de quem tanto queriam se livrar por toda a eternidade. Mas não havia jeito. Os Cavaleiros Templários cresciam. Mas os Assassinos cresciam tanto quanto eles.

Em Roma, Itália, todos os Templários líderes estavam reunidos. De cada continente, de cada país, cada membro estava presente.

- Muito bem, senhores! – Bradou o chefe da Fortaleza Líder. – Acalmem-se, por favor. Sabemos que a Ordem está em crise, mas para tudo há uma solução.

- Uma criança? Fomos abatidos por uma criança? Isso não pode acontecer, não agora, depois de anos que lutamos para estarmos no poder!

- Ele está certo! – Gritou o chefe da Fortaleza 5, a situada na Grã-Bretanha. – Lutamos muito para estarmos no controle mundial, e agora a Ordem dos Assassinos tenta nos abater? Deveríamos ter matado Bianca Auditore, quando nasceu!

- Eu concordo! Essa garota viveu por tempo demais, está estragando tudo.

- Senhores! – Gritou o chefe da Fortaleza Líder. – Eu disse, acalmem-se! Todos nós sabemos que não estava em cogitação matar a garota quando nasceu. A ideia era fazê-la se juntar a nós, não tirar a vida dela. Ela é poderosa, e isso seria considerado desperdício. E, para sermos mais sensatos, não é bom arranjar briga com a Ordem dos Assassinos. Pelo que sabemos, eles sabem de tudo quanto nós sabemos. Vamos admitir, estamos em uma situação crítica.

Uivos de protesto encheram o auditório da Fortaleza. Ninguém queria admitir, mas a verdade estava clara. Os Assassinos estavam em vantagem.

- Todos sabemos – Prosseguiu o chefe – Que Bianca Auditore queria essa morte em particular. Ela queria vingar a morte da mãe, e agora está feito. Mas vocês acham que eles vão parar por aí?

- Pode não ser com essa garota, mas eles podem usar ele. – Cogitou o chefe da Fortaleza 42, Canadá. – Vocês sabem do que estou falando. O Retorno.

Todos ficaram mudos. Uma ameaça maior estava de volta. Não queriam mencionar o nome dele, mas todos sabiam de quem estavam falando. Do maior Assassino de todos os tempos. O Assassino Renascentista.

- Temos recursos suficientes para abatê-lo. Na minha opinião, não deveríamos nos preocupar com isso.

O Chefe do Canadá riu com desdém.

- Não nos preocupar com ele? Henrique de’Pazzi, um dos maiores líderes templários de todos os tempos, morreu pelas mãos de uma adolescente! O que me diria se ele voltasse a ativa? No mínimo, estaríamos mortos. Só para começar. Vamos, você sabe do que estou falando.

O Líder das Fortalezas perdeu a cor do rosto. Uma ameaça como o Assassino Renascentista eles não poderiam enfrentar. Não queria admitir em voz alta, mas os Assassinos não estavam em empate. Eles estavam em vantagem. Com uma dor no coração, admitiu que Ezio Auditore estava de volta. E que os estragos que ele poderia cometer, não seriam nada fáceis de reparar. Ou pior. Recuperar.

- Temos coisas mais importantes para pensar no momento. – Ele disse entorpecido. Não admitia ficar sem o Poder, ainda mais perdê-lo para os Assassinos. – Atualmente, os Estados Unidos encontra-se inepto de nossos poderes. Nossa Fortaleza no local está sem um líder e precisamos colocar um no lugar, depressa. Os Assassinos não pararam por aí. Querem tomar a Fortaleza e destituir nossos poderes nos Estados Unidos.

- Espere aí! – Protestou o Chefe da Fortaleza 59, situada no Brasil. – Como sabe disso? Pelo que sabemos, assim que Henrique foi morto, nossos contatos secretos com os Assassinos perderam o Poder. Inclusive com a criança Auditore.

- Tenho minhas vantagens, Roberto. – Ele sorriu ao Templário brasileiro. – Eu tenho um recurso muito maior dentro da Ordem, do qual vocês podem imaginar. E, se eles estiverem nos ouvindo agora, quero que saibam em primeira mão. Eu tenho um espião na Ordem dos Assassinos.

Todos arquejaram. Nunca foram tão longe, a ponto de colocar um espião dentro de território inimigo.

- Exatamente. Nós sempre sabemos de tudo o que acontece graças a nossos recursos, mas também, graças a ele. Ele é um excelente profissional. Mas não posso revelar sua identidade. Caso os Assassinos estiverem ouvindo, querem que fiquem com a Dúvida no ar. Quero que matem-se uns aos outros! Quero o sangue deles, como eles querem os nossos. Mas, sabemos que isso não é possível. E o espião garantiria que eles não soubessem de nada, no momento.

O silêncio reinou na Grande Sala. Eles estavam arriscando mais um Templário, mas não ousaram questionar a ordem do Líder. Até porque, era o plano mais perfeito que já tinham. Um espião entre os inimigos. Talvez houvesse um pouco de esperança para os Cavaleiros, afinal.

- Bem, - Continuou o Líder – Estamos aqui para um único motivo. Restaurar a Ordem no mundo e demonstrar quem é quem manda. Confesso que estou decepcionado com Henrique, afinal ele fora longe demais. Sequestrar crianças inocentes, e pretender armar um assassinato em uma escola. Isso foi um pouco longe demais, não acham?

Todos assentiram com esse fato. Eles não se importavam com os adolescentes, é claro, mas era péssimo para a reputação dos Templários. Sequestrar crianças inocentes e cometer assassinatos em uma escola local! Peguem nosso cartão!

- Vamos revigorar – Disse o Líder da Fortaleza da Grã-Bretanha, a quem se chamava Rupert – Que Henrique fez isso para atrair a atenção de Bianca Auditore. Afinal, aquela era a sua escola e aqueles eram seus amigos. Não haveria outro jeito de chegar até ela, sem esse recurso. Afinal, a menina é muito bem treinada e eles estavam fortemente armados.

- Bom, isso também pode estar em questão, meu caro Rupert. – Concordou o Líder. – Mas ainda assim, temos algo mais importante em mente. A Fortaleza 43 está desprotegida e precisaremos nomear um Líder ainda hoje.

- Senhor, se me permite, - Tornou a ponderar o Líder da Fortaleza 42, Canadá. – Eu acho que está fora de questão encontrar um líder novo agora. Para que? Para os Assassinos o matarem como fizeram com Henrique? Afinal, meus caros amigos, queiram examinar a situação. A Fortaleza 43 está totalmente desprotegida, afinal muitos dos Guardas que estavam lá, ou estão mortos em combate ou fugiram. Os Guardas do Líder não poderiam dar conta de toda essa barganha. E, afinal de contas, os Assassinos estão com um poder maior nos Estados Unidos do que jamais estariam em qualquer lugar do mundo todo.

- Afinal, como sabemos, além dele, agora eles podem contar com a ajuda de Bianca Auditore, que tem a infelicidade de viver em Las Vegas e de Nico Auditore, que é seu pai e também foi um Assassino, embora não fosse ele o escolhido.

- Belas palavras, Carlisle. – Disse o Chefe – Mas ainda assim, não acho que a criança seja um grande problema. Bianca Auditore queria apenas vingança. E foi o que conseguiu. O assassino de sua mãe está morto. Não acho que ela queira algo a mais do que isso, por ser uma adolescente. E Nico Auditore, ora? Ele é o pai da menina, irá com certeza querer criar a filha agora longe dessa loucura. Mas, temos sim mais de uma preocupação na América. Como bem sabemos, ele está de volta, mas ainda assim, há mais uma pessoa que é muito experiente e também descende dos Assassinos, como Bianca.

A Grande Sala ficou em silêncio. Todos olharam atentamente para o Líder, já imaginando a resposta que sairia de lá.

- Desmond Miles – Ecoou o Líder. – Este é realmente, um Grande Problema.

Todos olharam para baixo, já imaginado o que poderia acontecer. Desmond Miles reviveu todos os anos de seus antepassados Assassinos, e agora que se torna aliado novamente, se ele provavelmente se encontrasse com ele, a dupla com certeza, seria invencível.

Desmond e Bianca, com certeza, tinham muito em comum. Mais do que os Templários poderiam imaginar.

- Ele faria de tudo para ajudar os Assassinos, especialmente agora.

- Será que ele já conhece a Assassina Auditore?

- Como faremos com esse imenso problema?

- Senhores – Disse o Líder. – Assim que resolvermos o problema da Fortaleza 43, poderamos cuidar desses dois Grandes Problemas: Desmond Miles e... Ele. Por ora, já sei uma forma. Posso nomear Carlisle Fuorenze, Chefe da Fortaleza 42, como um Líder temporário da Fortaleza 43. Até elegermos o novo chefe, ele cuidará das duas Fortalezas, Estados Unidos e Canadá, por um tempo.

Carlisle assentiu. Era isso mesmo o que ele queria, e quanto a questão de ser temporário, ele resolveria isso depois.

- Excelente. – O Líder aplaudiu. – Mas ainda temos mais uma questão a ser resolvida.

- Senhor, se eu fosse você não se preocuparia com Desmond Miles. – O Chefe da Fortaleza 59, Roberto Andrade, do Brasil ponderou. – Afinal, ele está desaparecido, e há suspeitas de que esteja morto. Afinal, por que acha que os Assassinos recrutaram a menina se já tinham alguém tão experiente como ele?

- Roberto, a questão é muito simples. – O Líder respondeu, meio irritado. – Você não percebe que Bianca era a escolhida? Mesmo que Desmond estivesse dentro de combate, eles ainda escolheriam a menina. Ela faz parte de muitos projetos há mais de quinhentos anos! E, como bem sabem, como acham que aquele comportamento dela na nossa sede nos Estados Unidos propôs? Dois meses de treinamento, e a menina já sabia matar quinhentos guardas? Ela tem isso no sangue, nasceu para os Assassinos. Estava adormecido, mas secretamente, Bianca Auditore já é especial.

- Assim como Desmond, ela faz parte de uma grande dádiva agora. Mas ainda assim, ela está fora de questão. Temos que nos concentrar em matar apenas ele. Afinal, tentar sequestrá-lo para nossos objetivos não deu muito certo. Uma de nossas empresas aliadas tinha uma infiltrada dos Assassinos, e fazer aquilo por memórias não estava muito em questão. Mas agora é vida real, Templários. Nosso objetivo está muito mais próximo do que vocês podem imaginar.

Os Templários se recostaram tensos. Até aquele momento, nunca foi revelado o objetivo de tudo isso, nem mesmo para eles. Mas agora, o Líder sorria afetuosamente, como se contasse uma novidade a uma criança desamparada.

- Todos os países estão em meu poder! Todas as Fortalezas estavam preparando secretamente para o dia que está chegando! Meu espião garantiu que os últimos pedaços do Éden serão meus, e é só isso que falta para eu terminar o que comecei. Irei matar Desmond Miles, irei matar Ezio Auditore e todos aqueles que ousam me desafiar. A menina Bianca, mesmo que ela não queira mais essa vida – agora que a sua missão foi cumprida – irá morrer também. Pela humilhação que nos causou, pelo assassinato de Henrique de’Pazzi.

- Meus irmãos, eu lhes garanto: A Maçã agora está definitivamente em meu poder! E, quando meu espião me entregar o que falta para terminar tudo, os deuses me permitam – Ele berrou em voz alta e clara – O mundo estará em meu poder! Sabem por que eu disse para não matarem a menina? Ela é parte de meu plano, óbvio.

- Para completar o Círculo de Minerva e eu conseguir derrotar de vez os Assassinos, precisarei sacrificar sua escolhida. Sua protegida por tanto tempo, agora irá morrer na noite em que eu conquistar os pedaços do Éden. Ela será sacrificada em meu nome e eu tomarei o seu sangue! Nunca ninguém imaginou, mas, ela é parte sim de uma grande vitória para os Templários. O Sangue da Escolhida derramado na Maçã, e o mundo será meu. Todos irão viver sob minha regência. Eu serei um deus!

Todos olharam assustados para o Líder, pois nunca sabiam dessa parte do plano. Para eles, atualmente em 2012, só bastava vencer os Assassinos e dominar as ações mundiais. E, como parte do primeiro plano, matar Bianca Auditore, tanto que seqüestraram seu pai. Agora, eles entenderam o por que de tudo isso. Ele sempre quis poupar Bianca, pois ele queria que ela se revelasse Assassina e matasse Henrique. Ele queria que ela derramasse o sangue de um Templário para ele poder derramar o da Assassina igualmente.

Queria um sangue justo derramado em cima da Maçã, para ele obter o Sangue de Bianca e conseguir lançar o poder no planeta. Todos seriam seus escravos. O mundo saberia da existência dos Templários e os Assassinos pereceriam de vez por eles. Não havia outro modo de impedir o Templário, e agora, parecia não haver mais esperança.

- Irei matar Desmond Miles – Ele disparou, sorrindo feito um louco. – Por ser a primeira parte do Círculo. Seu sangue irá abrir minha mente e eu poderei olhar a Maçã de perto sem me ofuscar.

- Irei matar Ezio Auditore, pois seu sangue intermediará a segunda parte do Círculo, fazendo com que eu ganhe força e consiga dominar nações, não apenas com Fortalezas, mas sim como um todo! Todos saberiam e me temeriam, rezariam para mim e implorariam que eu lhes desse mais um tempo de vida miserável!

- E, por fim, eu irei matar Bianca Auditore. A última parte do Círculo, e seu sangue irá me dar a vitória e a Maçã irá ceder a mim, agora que a menina tem sangue de Templário em suas mãos. Eu terei o sangue da Assassina. E, por fim, o mundo será meu.

- Com o poder da nossa preciosa dádiva, controlarei o tempo. Controlarei quem vive e quem morre. Não haverá mais livre arbítrio para os humanos. Me obedeceram e trabalharão para mim. O mundo terá apenas uma única moeda e haverá guerras para obtê-la. Serei o ser mais temido de todos esses tempos. Eu serei o rei de todas as nações. Eu...Sou...Um...DEUS!

Os Templários urraram em uníssono, como se por algum motivo, eles estivessem esperando esse momento.

- Preparem-se Assassinos, - O Líder dos Templários sussurrou suavemente, como se a sua voz pudesse ser levada a todos os lugares e chegasse ao seu destino: A Ordem dos Assassinos. – A guerra está ganha.