E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 7
A mulher é mais que conhecida do...




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Acordo ainda nos braço de Cato, parece que eu não me movi nem nada. Tento sair mas não consigo, ele está me prendendo e está já machucando.

–Cato...

–O que? - ele pergunta sonolento.

–Me deixa sair.

–Só mais cinco minutos...

–Me deixa sair agora ou eu soco um lugar sensível. - ele me liberta de seus braços e eu me levanto.

–Uma ótima negociação.

–Tá. Obrigada por me deixa ficar aqui.

–De nada, da próxima vez vai ser lá em cima.

–Nem sonha. Tenho que ir, sabe que horas são?

–Não, e você?

–Se eu soubesse não estaria perguntando. - ele se levanta, se espreguiça e me olha sonolento.

–Você é irritante até quando acorda?

–Sou.

–Droga, quando se casar comigo não vai ser assim hein.

–Tchau Cato. - saio do porão e torço pra não ser vista. Consigo ver pela janela de uma das casa perto da de Cato que ainda são quatro da manhã. Volto pra minha casa.

Entro pela porta mesmo, levei a chave comigo. A abro e encontro minha mãe dormindo no sofá e alguns objetos quebrados.

–Mãe? - me agacho ao lado dela e a sacudo um pouco.

Ela acorda, seus olhos estão vermelhos e provavelmente devem estar ardendo. Ela deve ter chorado.

–Clove? Ah minha filha, que bom que você está bem. - ela me abraça com força e pude ver que suas costas estão vermelhas.

–Mãe... cadê meu pai? - ela se afasta e engole o choro.

–Bom ele... deu uma saída.

–"Deu uma saída"?

–Sim.

–Por que será que eu não acredito?

–Filha não teve nada demais...

–Então me explique os olhos vermelhos e as costas também?

–Eu escorreguei e caí no forno, me queimei e então, obviamente chorei. Seu pai foi comprar os remédios.

–Escorregar? Mãe por mais que pareça ridículo isso, não acredito que tenha escorregado... foi proposital não foi?

–Não querida...

–Tá mãe, então fica aí me escondendo coisas. - me levantei mas ouviu sua voz.

–Clove.

–O que?

–Eu juro que só faço isso pelo seu bem.

–Me esconder coisas não é pro meu bem. - fui para meu quarto, estava totalmente bagunçado, minha mesa estava destruída e havia sangue no chão.

Ouço um barulho de passos. Fico contra a janela mas só dos olhos pra cima, estou agachada e vejo meu pai falando com alguém.

É uma mulher.

Ele está sendo mais nojento do que Cato, ele está... ele tá beijando ela. Não consigo segurar as lágrimas.

Meu pai é um traidor... ele esconde uma amante.

Me jogo debaixo da cama e choro em silêncio. Penso milhares de coisas nojentas mas não de propósito... virou trauma em menos de cinco segundos. Eu sempre fui forte em relação a tudo, mas isso é diferente. Minha família é diferente, com ela o buraco é mais em baixo.

Saio debaixo da cama e caminho até um espelho quebrado, parece que levou uns dois socos. Seco as lágrimas e digo com ódio e amargura.

–Eu vou matar aquela mulher.

Pulo pra fora da janela e sorrateiramente a sigo me escondendo sempre que ela desconfia.

Vejo que ela entra numa loja e permanece lá, não sai de jeito nenhum. Já está clareando e vejo uns Pacificadores andando na minha direção. Me espremo entre uns arbustos e tento ficar o máximo que posso ficar encolhida. Eles estão se aproximando demais e eu não ouso olhar pra vagabunda na loja. Vou engatinhando pra outro arbusto e consigo me esconder atrás de uma casa, percebo que é a casa do Cato, então, me escondo dentro do porão que o idiota deixou aberto.

Vejo que a mulher me seguiu e entrou no porão. Ela está tirando uma peruca ruiva e revelando os cabelos castanhos, ela tem os olhos parecidos com o do Cato mas eu nem sei porque eu observei isso. Parece que ela está mudando de roupa e quando finalmente termina. Ouço a voz de Cato.

–Mãe? Achei que você tivesse ido trabalhar...

–Ah filho eu não, só estou, bem, procurando uma coisinha. Pode ir.

Não ouço mais a voz de Cato, mas ouço a dela.

–Ufa... ele quase descobriu.

Percebo que eu que invadi a casa dela, a amante na verdade é a mãe do garoto que eu... bom... acho que amo. É a mãe do Cato!


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Notas finais do capítulo

Fiou pequeno? Eu sei mas no próximo eu coloco mais.