E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 3
Correria


Notas iniciais do capítulo

Fico feliz que estão gostando :D



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Bato a porta com força e vou para o quarto. Quando vejo, Phoebe está pendurada na janela me olhando.

-Vi o Cato saindo daqui. - ela me olhou maliciosa.

-Ele tinha se machucado, só o ajudei.

-Você ajudando? - ela riu. - Que milagre foi esse? TPM ou você fez um transplante de coração?

-Nenhum dos dois, é que eu tô feliz pela Bianca estar nos Jogos.

-Ah... os jogos - ela pareceu um pouco triste. - eu tô muito feliz por isso.

-Desculpa, eu sei o quanto gosta do Jack? - ela me olhou fuziladora.

-Como sabe?

-Ah, é muito difícil - ironizei. - nem parece isso, eu nunca vi você babando quando ele ficava sem camisa!

-Para... - ela corou. - não quero falar dos Jogos, eu sei pra quem você vai torcer.

-É claro que vai ser pra minha irmã.

-Por isso mesmo.  Mas esqueça isso. Me fale de você e do Cato.

-Não temos nada.

-Ah, Clovinha  ela saiu da janela e apertou minhas bochechas. - você não pode mentir pra mim.

-Não tenho nada com aquele idiota, venha, vamos andar por aí.

Nós duas saímos e andamos pela praça, onde estava sendo desmontado tudo que foi usado pra escolha dos tributos.

-Olha isso. - Phoebe me chamou pra perto da cerca que envolvia o distrito. Na floresta havia umas aves estranhas. - Eu li sobre esses bichos... mas esqueci. São lindos.

-É, bonitinhos.

-"É, bonitinhos.". - eles me imitaram, olhei pra eles assustadas.

-Eles são aqueles pássaros que gravam as conversas! - disse Phoebe.

-"Eles são aqueles pássaros que gravam as conversas!" - disse um outro pássaro.

-Me dê alguma coisa pra eles comerem. - eu pedi.

-Toma, uma amora. - eu peguei e taquei no alto, os pássaros comeram. - Eles não estavam extintos?

-Eu sei lá, só sei que são úteis. - peguei outra amora de Phoebe e taquei para os pássaros, lembrei que eles que são os gaios tagarela. - Bichinhos, vocês vão ser úteis demais pra mim.

Eu há umas semanas, soube que Cato encontraria uma garota e pelo que me lembro dia 28 é amanhã então... acho que tenho um plano.

-O que você tem em mente?

-Eu vou fazer esses bichinhos gravarem o Cato conversando com uma garota que ele vai chamar pra cá, é alguma garota, só não sei quem é.

No dia seguinte, de noite, eu assoviei, mas eu assovio tão mal que os gaios tagarelas não apareceram, enchi minha mão de frutinhas e vi uns lá pro meio da floresta. Passo o limite e taco uma amora para o pássaro, logo ele me segue e eu o deixo em uma árvore com o resto das frutas nela, logo, me escondo entre as árvores e só assisto a cena. Tem uma garota loira com ele, de costas, com uma trança no estilo que Phoebe usa. Puf, uma recalcada que copia o penteado de outra.

-Ninguém vai saber. - ele fala com a garota e a põe contra a parede.

-Mas e se souberem?

-Confia em mim, só tem nós dois. - ele se aproxima da garota mas ela põe a mão na frente e olha pra árvore.

-Droga, aquilo é um gaio tagarela! Viu, ela armou!

-Quem?

-A Clove, ela sabia que você ia chamar uma garota e... ela é minha melhor amiga, Cato, eu não posso conviver com esse peso na consciência!

Phoebe! Traidora, biscate!

-Eu sinto algo por você mas... é fraco e eu sei que ela gosta de você.

Se enganou, eu não fico de nhé,nhé,nhé com babacas como o Cato.

-Ah Phoebe, tá bom, então esquece. - ele se afasta dela.

-Ela vai saber, o gaio tagarela grava toda a conversa. O bom é que ele já foi embora.

-Droga! - eu bato na árvore e Cato olha pra floresta na minha direção.

-Ouviu alguma coisa? - ele pergunta.

-Aham, da floresta.

-Eu vou lá ver.

-Não! Cato é proibido!

-Dane-se eu vou, não tenho nada pra fazer aqui. - ele passa a cerca e eu tento ir correndo silenciosamente para outro lugar, mas eu faço muito barulho quando corro e está escuro. - Quem tá aí?

Ele corre com mais velocidade e eu corro também, logo me escondo em uma árvore e ele para.

-Eu posso ouvir sua respiração. - ele diz rindo.

Prendo a respiração e me encolho pra ele não me ver.

-Apareça bisbilhoteiro... ou eu vou te caça-ar! - corri como uma louca para o longe e ele me seguiu, eu já estava muito longe da cerca, um pouco mais e eu corro risco de virar Avox.

Corro como uma louca, mas eu viro o caminho pra voltar ao distrito, Cato corre mais rápido e quando não ouço mais ele correndo eu sinto alguém me empurrando para o chão, já estou sem fôlego quando ele cai em cima de mim e nós rolamos para um buraco.

-Quem é você? - ele pergunta e eu tento respirar, mas não o respondo. - Fala! - ele fala com dureza.

Ele nem precisou perguntar de novo, pois ele conseguiu ver meu rosto, me afastei dele e me sentei em um canto escuro do buraco.

-Clove? É você?

-Não, vai embora daqui!

-Não! Qual é o seu problema? Por que me seguiu e me espionou?

-Pelo mesmo motivo que você.

-Então é porquê gosta... de irritar.

-É, eu queria me vingar.

-E o que pretendia com os gaios tagarelas?

-Te mostrar o quanto você é tarado e beija qualquer garota por aí.

-Ciúmes...

-Não, Cato, não é ciúmes! - eu berro.

-Tá... ciumenta.

-Você é umbestante! É mesmo! Você acha que é todo o demais só porquê tem todas as garotas pra você mas meu amigo, a mim você não tem, pois eu não sou como essas idiotas.

Ele ficou calado por uns segundos.

-Você não é igual a elas.

-Não mesmo!

-É pior, é uma agressiva, arrogante, irônica, achava mesmo que a Phoebe ia te aguentar?

-Não fale naquela idiota.

-Você só a chama assim por ela ter quase me beijado.

-Ela nunca guardou nada de mim até você chegar nas nossas vidas! - percebi que nós dois estávamos aumentando o tom de voz. - Melhor falarmos um pouco mais baixo.

-É eu gosto da minha língua.

-É, porque se virasse Avox não iria poder brincar de fazer ela dançar na boca de piranha.

-Clove, para de ciúme... eu sei que você quer me beijar.

-Para com isso garoto, eu não quero! Você é um retardado por acaso? Eu só não gosto e não suporto garoto-galinha.

-Garoto-galinha? - ele riu.

-É.

-Pó, pó! - ele imitou uma galinha.

-É, você é realmente retardado.

-Clove... para com isso, esse ciúme bobo, eu sou todo seu linda.

-Mais uma gracinha e eu mesmo faço você virar Avox. - falo entre os dentes.

-E como vai fazer isso?

-Vou arrancar sua língua fora.

-Com os dentes? - ele sorri malicioso.

-Você é ridículo. - eu tento sair do buraco, mas ele me puxa e eu caio de joelhos perto dele, agora eu estou olhando para ele, está meio escuro mais ainda posso ver os olhos dele brilharem. Ele se aproxima de mim pra me dar um beijo e eu vou chegando pra trás tentando fugir, mas o buraco não é tão largo assim, então quando ele tenta me beijar, eu desvio e subo, mesmo com ele vindo atrás de mim.

Corro de volta para o distrito 2 e imploro pra ninguém me ver passando pela cerca. Phoebe não está mais lá e a essa hora, já deve estar todo mundo indo ver o desfile dos Jogos. Aumento a velocidade dos meus pés, mas preciso parar pra respirar. Cato aparece atrás de mim.

-Uh-uh, você corre!

-Me deixa, isso é pedofilia!

-Não, não é, eu ainda tenho dezessete.

-Me deixa em paz, Cato, por favor! - eu falo arfando e com a mão no peito tentando puxar ar para os meus pulmões.

-Você pediu por favor! Que fofa!

-Para, cara, me deixa em paz! - eu dou um empurrão nele mas ele volta rindo. 

-Você é tão fraquinha, Baixinha.

"Fraquinha"? "Baixinha"? Sou tão impulsiva e estou tão irritada que acabo dando um soco nele, ele dá um grito baixo de dor.

-Tá ferrada garota, não me responsabilizo pelos meus atos a partir de agora. - ele corre atrás de mim e eu entro em casa, batendo a porta correndo.

-O que foi isso?! - pergunta minha mãe assustada.

-Ah... eu só... tava vindo depressa pra ver o desfile.

-Estava aonde?

-Na casa de Phoebe.

-Ah tá, vem logo, já vai começar.

Me sento no sofá e tento relaxar um pouco, foi tudo muito rápido. Primeiro ele tentou me beijar e agora quer me matar... não é possível. Ele é bipolar.

Agora estou focada no desfile. Os tributos do 1 parecem pavões cor-de-rosa ou então uns gaios tagarelas de tantas penas que suas roupas tem. Os do 2, Bianca e Jack, usam uma armadura e um elmo dourado muito brilhante e bonita. Chego a aplaudir os dois. Já o resto foi tudo feio. Depois da roupa de Bianca, meus pais quiseram desligar a televisão, mas eu os impedi e vi que algo estava se movendo de forma estranha na televisão. Logo vi os tributos do 12 chegando, pegando fogo.

-Caramba. - eu digo ficando boquiaberta.

-O do 2 estava melhor. - comenta meu pai.

-Como isso é possível?

-É falso, com certeza. Bem bolado, mas o 2 brilhou mais. 

Vejo que os tributos do 12 estão dando uma de "amiguinhos" com as mãos dadas. Dá raiva. Dá vontade de ligar pra Bianca e falar tudo que ela tem que fazer.

Infelizmente, eu não posso ajudá-la.


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Notas finais do capítulo

Gente pode criticar tá? O que não gostou, o que mais gostou, pode falar! Eu gosto que falem a opinião :D
Leiam minha fanfic O Ponto de Vista do Marvel : https://www.fanfiction.com.br/historia/229774/O_Ponto_De_Vista_Do_Marvel