Annie e Finnick - Do Começo Ao Fim escrita por siren chanelle


Capítulo 7
Sangue e desespero




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Todos correram para a Cornucópia. Eu fiquei parada, assistindo ao banho de sangue dali, os corpos estavam no chão e tudo o que tinha de útil fora roubado deles. Os sobreviventes correram cada um para um canto, menos os carreiristas - incluindo Domun -. Eu dei um passo para frente, sem saber direito o que fazer, e nessa hora Domun veio em minha direção. Ele não tinha nada nas mãos, mas isso não o impedia de me matar. Ele poderia me estrangular, quebrar meu pescoço, ou qualquer outra coisa. Meus músculos foram ficando tensos e rígidos a medida que o garoto se aproximava de mim.
- Vem comigo - Ele apenas colocou a mão no meu ombro - Eu consegui fazer com que ficássemos aliados dos carreiristas.
Grande.. porcaria! Eles poderiam matar a gente na hora que bem entendessem. Eles foram ótimos durante os treinos, isso por que nem estavam e nem podiam mostrar o máximo de sí. Mas, ainda sim, era melhor do que nada. Se eu quisesse sair dali viva, precisava de aliados. Só não pensei que eles seriam os carreiristas.
Mesmo assim, decidi ir com eles. Não tinha outra escolha mesmo. Se eu não fosse, eles me matariam agora, e não mais tarde. Eu ainda tinha um tempo para pensar em como sair dali viva.
- Você é a Annie Cresta, né? - Disse uma garota morena de cabelos bem compridos - Eu sou Mischa. - Ela sorriu para mim e deu uma breve olhada em meu corpo, então moredeu seu lábio inferior, com um ar de superioridade - Esses são Coheen, Glivess e Drix.
Olhei para eles, acenando com a cabeça e forçando um sorriso. Coheen era um garoto do Distrito 1, devia ter uns quinze anos, mas manuseava muito bem a faca, Glivess era uma garota ruiva do Distrito 2, muito ágil e Drix era um garoto alto, forte e bem na dele, também do Distrito 2
- O que estamos esperando? - Mischa deu um susto em mim gritando daquele jeito - Vamos acabar com os outros tributos.
Eu me forcei a dar um sorriso típico dos carreiristas, mas na verdade, eu morria de medo.




Demorou um bom tempo para escurecer e o verdadeiro inferno começar. Nós caminhamos por muito tempo, encontramos um ou dois tributos no caminho, que foram assassinados por Coheen e Glivess, sem dó nem piedade. Agora caminhávamos a procura de um abrigo, enquanto todos ficavam rindo da cara dos tributos mortos. Não só aqueles, mas também os outros na cornucópia.
Finalmente, ficamos embaixo de uma árvore e acendemos uma fogueira. Todos pegaram o que tinham em suas bolsas da cornucópia e começaram a comer biscoitos. Eu peguei alguns e fiquei ouvindo a conversa deles, que não durou muito. Também me ofereci para vigiar o local enquanto eles dormiam. Todos pegaram muito rápido no sono, menos Domun.
- É melhor você ser mais simpática com eles - Ele se sentou ao meu lado, perto da pequena fogueira - Demorei muito para conseguir fazer com que você entrasse nesse grupo.
Peguei um pedacinho de madeira e comecei a brincar com o fogo.
- Obrigada, Domun - Disse a ele - Obrigada mesmo. Essa manhã eu pensei que talvez pudesse ganhar os jogos, mas agora...
Não terminei a frase. Eu realmente pensei sobre isso. Pensei que poderia vencer os jogos e voltar para casa, voltar para Finnick, mas isso tudo era loucura agora. Esses carreiristas me matariam com a maior facilidade do mundo. Isso se Domun não o fizesse antes deles.
- Tudo bem - Disse ele - Seja simpática e tambem tome cuidado. Principalmente com Glivess e Mischa. Elas querem você morta tanto quanto querem outros tributos.
Acenei com a cabeça. É claro que elas queriam. Por isso eu me ofereci para montar guarda. Elas me matariam enquanto eu dormia.
- Por que você fez isso por mim? - Perguntei a Domun
- Para ser sincero - Ele passou a mão por trás do pescoço -, eu fiquei com pena de você. Você parece tão frágil e com medo, o tempo todo. Eu ouvi você falar com Caesar e tudo mais, e depois disso, ouvi seus gemidos vindo do quarto do Finnick.
Arregalei os olhos e fiquei vermelha. Vermelha, não. Eu devo ter ficado roxa, azul. Domun riu da minha cara e continuou seu discurso.
- Eu não vou ganhar, Annie. Eu já me conformei. Mas eu queria que você ganhasse.
Ele me deu um beijo na testa e foi dormir.
Fiquei feliz em ouvir aquilo. A princípio, pensei que não fosse verdade e fiz uma nota mental : Não confiar em ninguém, incluindo Domun. Mas pensei melhor depois. Se Domun não estivesse nem aí, se ele não me quisesse viva, ele não teria se dado ao trabalho de convencer os carreiristas a me deixarem entrar no grupo de bestantes deles. Então decidi confiar em Domun. Pelo menos havia alguém dentro da Arena que também me queria viva.
O sol nasceu e eu ainda estava muito alerta. Os meus novos parceiros acordaram bocejando e se alongando. Não dirigiram uma única palavra a mim, mal olharam para mim, na verdade. Comemos algumas coisas e fomos a caça. Foi assim durante os próximos dias. O barulho dos canhões eram constantes, meus aliados acabaram matando mais cinco ou seis pessoas, e a paciência deles comigo e com Domun já estava quase no fim. Não sei ao certo, mas poderia dizer que uma semana se passou. Os jogos estavam quase no final. Haviam apenas nós e uns dois ou três tributos de outros distritos. Era agora. Eu tinha que dar um jeito de sair dalí. Glivess estava com Mischa na beira de um rio, cochichando alguma coisa. Domun estava com Coheen e Drix, colhendo algumas frutas. Eu ia me juntar as garotas, mas ouvi Glivess comentar algo:
- Eu acabo com Domun ainda hoje - Dizia ela - Depois pegamos a garota.
Pânico. Um pânico imenso se instalou em mim. Eu tinha de avisar Domun. Fui correndo em sua direção, e acabamos trombando um com o outro.
- Eles vão nos matar - Eu sussurrei tão rápido que Domun fez uma cara de confusão - Agora, Domun! Glivess vai te matar!
No momento em que ele tomou ar para me perguntar o que eu havia dito, pude ver uma fina lâmina saindo de sua garganta decapitar o meu parceiro. Muito sangue escorreu pelo meu rosto, enquantos sua cabeça caia. Eu queria gritar, chorar, sair correndo, qualquer coisa, mas fui mais sensata e fiquei ali. O corpo de Domun caiu sobre mim e eu cai junto, ficando embaixo daquele cadáver.
- Já foi esse - Disse Mischa - Agora só falta a garota.
Agora só falta a garota. Agora só falta a garota. Era agora. Eles me decapitariam também.
Fiquei aterrorizada. Então ouvi os passos dos meus antigos aliados bem perto de mim.
- Onde está a Cresta? - Perguntou Drix.
- Ela não estava com você? - Perguntou Mischa.
Ouvi um grunhido, então o corpo de Mischa caiu ao lado do de Domun. Pude ver seu rosto, e parecia que ela estava me encarando, com aqueles olhos arregalados.
- Vamos. - A voz de Glivess foi ficando para trás - Quero matar logo a Cresta.
Eles foram embora e o som dos canhões preencheu minha audição.


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