Annie e Finnick - Do Começo Ao Fim escrita por siren chanelle


Capítulo 14
Um poema para a Selkie


Notas iniciais do capítulo

Selkies, segundo as lendas, são mulheres que vivem no mar e vestem pele de foca. A lenda é parecida com a das sereias, já que as Selkies são muito bonitas e sedutoras.



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     - O que você está observando? - Disse Finnick depois de beijar minha têmpora.
    Eu estava sentada na cama, apoiando minhas costas na parede e Finnick estava do meu lado, com um dos braços em volta da minha cintura. Eu encarava a porta cinza do quarto em que estávamos na Capital. O mesmo quarto em que ele e eu estávamos a cinco anos atras. Os meus pensamentos são os mais absurdos possíveis.
    Quase uma semana se passara des de que Finnick e eu chegamos a Capital. Ele treinava bastante pela manhã e passava o resto do dia comigo. As vezes nadávamos naquela piscina com peixinhos coloridos em volta. As coisas na Capital estavam ainda mais bizarras e assustadoras. Eu sentia falta do mar e da lendas lendas contadas sobre ele.
    - Estou pensando, Finn.
    Meu olhar era vago, porém minha mente ia longe. Eu me sentia segura ao ter Finnick por perto no meio daquelas pessoas que estavam a cada dia mais bizarras. Sorte que a equipe de preparação era quase a mesma. Onnick ainda estava lá, como estilista de Mags. Quando Finnick estava no treinamento, eu passava um tempo com Onnick no apartamento e conversávamos coisas bobas. Ele era paciente comigo e as vezes não entendia o que eu falava, mas mesmo assim ele continuava a conversa. Onnick gostava de me contar histórias engraçadas, coisas que aconteceram na Capital e algumas lendas sobre o mar que eu ainda não conhecia.
    - No que você tanto pensa, Annie? - Finnick apoiou o queixo em minah cabeça.
    - Nas Selkies.
    - Selkies? - Ele riu um pouco, mas eu não entendi a graça.
    Tudo bem, eu já estava acostumada com todos rindo e zombando de mim, apontando para a minha cara dizendo "garota-louca". Eu sabia que aquele não era o caso de Finn. Os outros apontavam a minha loucura enquanto o Finnick a compreendia, por isso eu sabia que ele não estava sendo mal. Eu o conhecia e sabia que ele riu da minha resposta por ficar surpreso com ela, por esperar outra coisa.
    - As selkies são bonitas - Me virei para olhar em seus olhos - Elas são perfeitas. Nadam muito bem, possuem uma delicadeza única e seduzem os rapazes bonitos.
    Finn deu aquele olhar de galã. O mesmo que vem com uma das sombrancelhas arqueadas, o mesmo que fazia com que as mulheres idiotas, principalmente as da Capital, se derretessem aos pés daquele homem, enquanto eu apenas queria aprender a levantar apenas uma das sobrancelhas.
    - Annie, você está fazendo careta de novo.
    Me peguei tentando imitar aquela expressão bizarra, mas logo desisti e me aninhei nos braços do rapaz ao meu lado.
    - Eu quero ser uma Selkie - foi a conclusão que cheguei.
    - Mas, Annie, você já é uma Selkie.
    Fiquei confusa.
    - Mas, Finn, eu não tenho pele de foca. Eu não sou uma Selkie.
    Finnick deu outra risada breve e gostosa. Eu enterrei meu rosto no peito dele, tentando esconder um sorriso. Ele logo me responde:
    - É claro que você é! Annie Cresta é a Selkie mais bonita de toda a Panem.



    Logo chegou a noite da entrevista. Onnick me convidou para sentar ao lado dele durante a entrevista dos tributos. Eu, obviamente, aceitei. Eu agarraria todas as chances que tinha de estar perto de Finnick. Para a minha surpresa, meu vestido era feito de pele sintética de foca. Ele era de um ombro só e a barra caia ate o chão. Onnick me arrumou e disse que havia me transformado numa Selkie. Eu fiquei imaginando qual seria o próximo vestido que ele colocaria em mim. Finnick estava belo, como sempre, usando um terno azul. Chegamos rápido ao local da entrevista. Tive que me despedir de Finn com pressa e me sentei na segunda fileira, perto do palco, onde Caesar Flickerman estava sentado, já com um sorriso estampado no rosto e os cabelos e lábios tingidos de lavanda. Logo o show bizarro começou. Os primeiros tributos começam com um discurso estranhamente triste, sobre como a Capital estava sendo má. Mas, isso não era óbvio demais? Logo chegou Finnick. A conversa com Caesar não foi longa e Finn não deu muita trela para o apresentador.
    - Posso recistar um poema? - Perguntou Finnick.
    - Um poema? - Indagou Caesar - Que tipo de poema?
    - Um poema que eu escrevi para o meu único amor.
    Ele piscou um olho para a multidão que derreteu. Eu senti o suspiro de todos, menos o meu. Eu sabia o que Finnick fazia na Capital, mas nunca pensei que as coisas chegariam a esse ponto.
    - Vá em frente - Finn foi encorajado por Caesar.
    Então ele pigarreou antes de começar. Apoiou um dos braços sobre a lateral da cadeira e fez sua melhor cara de galã. Eu ri um pouco e Onnick me deu um empurrão com o braço, como quem dizia "essa á para você, garota!".
    -" Quando olho em seus olhos, sinto que estou em casa
    Sinto que estou no mar
    Mas toda vez que parto, meu coração fica em brasa.
    Eu queria me perder em seu olhar.
   
    Como se essa dor nunca mais fosse curar.
    Você diz que me ama e diz que me quer bem,
    desculpe se eu te fiz chorar,
    Mas saiba que eu chorei muito também.

   

    Você é a minha única
    E meu coração é inteiramente seu.
    Foi você quem me escolheu."

    Finnick parecia um pouco nervoso, mas logo dá aquele sorriso um pouco tímido, evitando olhar para a Capital. Meu coração batia forte demais, eu tremia um pouco e levei um susto ao ouvir alguém assoando o nariz. Eu olhei para o lado e vi uma mulher com a maquiagem toda borrada. Não entendi muito bem o que estava acontecendo, até perceber que quase todos ali estavam na mesma situação. Finnick realmente sabia como mexer com as pessoas da Capital. Eu fiquei me perguntando se tudo aquilo era para mim.


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