Annie e Finnick - Do Começo Ao Fim escrita por siren chanelle


Capítulo 13
Nada a perder




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- Que grande porcaria - Foi tudo o que consegui dizer na manhã da colheita.
Depois do anuncio do Massacre, Finnick e eu treinávamos. Na verdade, ele fazia muitos exercícios físicos e me acompanhava até o mar de vez em quando. Eu ainda tinha medo de entrar lá sozinha, apesar de adorar ouvir o barulho das ondas. Depois dos Jogos, o mar nunca mais foi o mesmo para mim, mas mesmo assim eu ainda ia lá. Porém eu nunca ia sozinha. Estava sempre acompanhada de Finnick. Ele treinava com seu tridente, nadava bastante comigo e criou uma rotina de exercícios. Eu me divertia com os resultados, já que seu abdomem ficava mais definido. Eu tinha que tirar algum proveito da situação, mesmo que ela fosse assustadora.
Depois do anuncio, o tempo parecia passar bem mais rápido. As horas pareciam segundos e os dias pareciam horas. Os pesadelos só aumentavam mais e mais a medida em que o dia da colheita chegava. Eu mal conseguia dormir e Finnick era afetado por isso. Eu procurava não me agitar muito na cama e chorar baixinho quando tinha um pesadelo, mas Finnick ainda sempre acordava e me abraçava até eu me sentir bem de novo e pegar no sono. Então outro pesadelo invadia minha noite.
Logo chegou o dia da colheita. Eu estava no meio de algumas mulheres e não tirava os olhos de Finnick. Eu queria sair dali correndo para me esconder em seus braços, mas seria impossível, por causa dos tantos pacificadores que me arrastariam de volta para o meu lugar. Finn movia os lábios dizendo "Está tudo bem" e eu acenava a cabeça freneticamente, mostrando que eu entendi o recado, porém mostrando também que eu estava apavorada.
- Sejam Bem-Vindos.
Instantaneamente, meus olhos sairam dos de Finnick e encontraram um homem alto de cabelo azul que nos dava seu ridículo ar da graça. Ele se dirigiu a bola que continham os nomes femininos e ficou remexendo sua mão por um bom tempo. Ele ameaçava pegar um papel, enquanto meu coração ameaçava explodir e meu corpo ameaçava cair desfalecido. Ele finalmente pegou um papel e leu em voz alta:
- Annie Cresta.
Meu corpo travou. Minha garganta fechou. Eu não consiguia respirar, não podia me mover. Não tinha forças nem para piscar os olhos, até alguem me cutucar na coluna.
- Não - Eu disse em um tom normal, mas logo gritei em pânico.
Levei minhas mãos aos ouvidos e tentei arrancar alguns pedaços do meu cabelo.
Por que comigo? Por que eu? Por que de novo?
Um pacificador teve que me segurar para que eu parasse de gritar e me machucar.
- Eu vou no lugar dela.
Parei de gritar para ver quem havia feito aquilo por mim.
- Mags ?! - Aquilo saiu extrememente baixo.
Eu ameacei um novo grito, mas o pacificador me apertou com força. Eu apenas olhei para Mags, indignada, enquanto ela andava com dificuldade para até palco. O homem esquisito pegou outro nome.
- Finnick Odair.
O pacificador me apertou com mais força ainda. Eu senti que iria vomitar, mas nada aconteceu. Então um rio de lágrimas silenciosas brotou de meus olhos e o pacificador me soltou, para que eu caisse no chão e abrassasse a mim mesma. A cerimonia acabou, e todos passaram por mim, como se eu fosse invisivel, enquanto eu agitava meu corpo, balançando meu tronco para frente e para trás. Aquilo era um pesadelo. Aquilo era um pesadelo. Finnick estaria longe de mim. Por que? Eu já havia perdido quase tudo e Finnick era tudo o que me sobrou. Eu não podia perdê-lo. Eu não iria perdê-lo!
Todos foram embora e eu fiquei sozinha naquele lugar. Ao ouvir o silencio, me levantei e fui para o edificio da Justiça. Ninguém me perguntou nada, apenas me levaram para Finnick, onde eu pude abraça-lo com força.
- Finn - Minha voz saiu um tanto abafada - Deixe-me ir com você.
Ele ficou tenso.
- Por favor, Finn.
- Annie, você não pode....
As seguintes lágrimas foram acompanhadas por soluços desesperados.
- Por favor, Finnick. Eu preciso ficar com você. Eu preciso!
Ele se afastou um pouco de mim e olhou no fundo dos meus olhos. Seus olhos verdes estavam com medo, eu sabia que estavam.
- Você tem que me prometer que vai voltar para casa assim que eu entrar na arena, Annie
- Tudo bem.
Eu menti.


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