Os Cahill... No Brasil escrita por Lua


Capítulo 16
Cap 16 Relembro minha nunca esquecida história


Notas iniciais do capítulo

EEE Dois capítulos por dia. Muito bom, não?
Espero que gostem. Capítulo MEGA importante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236507/chapter/16

Mary~

Sempre que relembro meu passado, me prendia nele. Mas teria que correr esse risco. Tinha que contar tudo para eles.

- Creio que tenho que começar desde o começo. O começo da minha vida. Fui para o orfanato aos quatro anos de idade. Minha mãe e meu pai desistiram de mim. Eles me usavam como parte de seu trabalho – eles trabalhavam juntos. Antes eu não tinha ideia do que faziam comigo. Mas fui descobrir logo depois que sai do orfanato. Mas contarei isso depois.

“No orfanato tudo era feito apenas para o meu mal. Toda sexta éramos obrigadas a falar na mesa de jantar o motivo pelo qual os pais as deixaram para a adoção. A decisão de quem falaria na semana era por sorteio. Mas toda sexta meu nome era um dos sorteados. Todos já deviam estar cansados de ouvir a minha historia. Um dia meus pais viram que eu não dava resultado para seus objetivos e simplesmente me largaram naquele lugar. Meredith, a freira principal e que desde que coloquei meus pés ali dentro me odiara, me fazia repetir a historia se eu não contasse com detalhes e cada parte de quando meu pai quase resolveu me assassinar pelos maus resultados em suas pesquisas. Eles eram cientistas. Ou era o que eu pensava. E eu era praticamente a cobaia deles. As vezes me perguntava se era mesmo filha deles. Fiquei no orfanato até meus oito anos de idade. Exatamente no dia do meu aniversario, Carlos havia me adotado. Tive quatro longos anos terríveis naquele lugar. Para a alegria de meus pais, e para a minha tristeza, seus objetivos foram alcançados. Mas eles não sabiam disso. Nem eu.

“Aos meus 6 anos de idade, o projeto de meus pais se mostrou para mim e para a Meredith. Bem, para falar a verdade, a cada ano que se passava, algo se revelava. Ou aumentava.”

Olhei para todos esperando alguém dizer algo. Todos estavam calados, com os olhos calados e claramente pediram, sem dizer sem uma letra, mais.

- Quero dizer, partir dos seis anos eu fui descobrindo algo como minha força, minha rapidez... – Ian parecia confuso. Dan e Amy já eram o contrario: concordavam como se tudo aquilo que falei fosse normal – Mas eu já conseguia ler aos meus 3 anos. E partituras aos quatro. Eu simplesmente sabia como ler e lia. O que me ajudou a escrever. Tudo que sei aprendi por mim mesma. Eu era a excluída do orfanato.

“Eu não sabia o motivo do ódio de Meredith por mim, até que ela percebeu esses meus ‘dons’.  Ela começou a me odiar ainda mais.”

Claro, joguei uma preda nela – pensei. Mas eu não precisava contar isso, só os fatos principais. Fiz uma cara de desgosto e continuei.

- Nunca fui sociável e isso deixava motivos para as outras órfãs me criticassem e rotulassem de problemática. Afinal, eu era sempre pega no pé pela Meredith e também joguei uma pedra nela, que resultou a uma vista dela ao hospital – sorri com a lembrança. Eles faziam caras confusas, mas continuei sem explicações – No dia do meu aniversario de oito anos, Carlos me trouxe para a base, como uma iniciante. Sempre odiei saber que não sou Madrigal de verdade, apenas uma congregada. Estava cheia de sangue na cara e queimaduras nos pés. Meu choro era baixo mais visível. Assim, eu... Conheci o Lucas. Que me tratou como uma irmã."

Vi Amy secar uma lágrima. Estávamos todos novamente no meu quarto. Ian estava suspeitamente no lado de Amy, a qual estava desconfiada do ser ao seu lado em minha cama. Estava no chão na frente deles. Dan estava jogado no canto do quarto do lado da cama. Eu conseguia ver todos daquele chão frio.

Amy continuava suspeitando algo daquele suspeito do Ian. Naquele dia eu percebi que tinha algo errado com ele desde a morte do Lucas, a qual um dia iria me vingar.

- Bem, acho que isso é tudo. Só falta dizer que... O que era realmente o projeto de meus... Argh. Pais. Eles são... – fechei os olhos. Sabia que teria que contar tudo para eles um dia, mas eu achava que teria mais tempo. Mas eles se apressaram demais. – Meus pais são Vespers.

Fiquei calada novamente, olhando para cada um ali. Ian deu um surto e pulou da cama, em desespero. Olhou para mim com repugnância e saiu batendo os pés para fora do meu quarto. Dan e eu assistíamos aquela cena embasbacados. Amy se levantou e correu atrás de Ian – que pareceu arrependido de algo ao sair -, mas não antes de me dizer:

- Conte tudo para Dan. Vou descobrir o que esse Kabra me esconde.

Silêncio. Dava para ouvir um alfinete cair a quilômetros. Dan tossiu e se aproximou. Até demais. Sim, estávamos muito próximos. E sim: meu coração faltava sair da boca.

Ele colocou a mão sobre meu rosto e pediu para que lhe explicasse tudo, com aquela voz cheia de preocupação ridícula dele. Suspirei, nesses momentos suspirar é a melhor coisa possível a se fazer. Dan apoiou a minha cabeça nele para que eu pudesse me expressar melhor.

- Eles queriam fazer uma réplica do soro de Gideon. Uma réplica melhor. Claro, algo impossível, mas meus pais nunca desistiam.

“Eu era apenas uma cobaia deles. Nunca quiseram um filho – uma criança iria apenas atrapalhar seus objetivos. Mas eu surgi, então aproveitaram a desgraça de minha vinda para poder ajudar nos testes. Como já disse, eles viram que eu não dava progresso e desistiram de mim, mas com o tempo, eu fui desenvolvendo coisas inimagináveis. Certo, muito imagináveis, mas só então finalmente possíveis. Meus pais deviam ser mesmo ótimos cientistas.

“Tenho a força de uma menina normal da minha idade multiplicado por 45. Sabia que o ser humano nem chega a usar 50% da sua capacidade de inteligência? Eu devo conseguir utilizar uns 53%. A rapidez de uma onça bebê. Imagina o quanto isso seria bom para o mundo? A população?!!

“Claro, meus pais nunca dividiriam isso com ninguém. Principalmente os temidos Cahill. Seria uma dádiva concedida apenas aos Vespers. Agora vem outra pergunta: imagina como seria se todos os Vespers tivessem esses...dotes?”

Fiquei calada. Levantei a cabeça para enxergar Dan e ele beijou minha testa me encorajando.

- Um dia, aos meus 10 anos eu descobri tudo. Carlos descobrira onde meus peis se encontravam e nos dirigimos para lá, minha antiga casa. Entramos no laboratório que antes eu inocentemente chamava de quarto. Encontramos dois corpos caídos de mãos dadas. Meus pais. Com indiferença eu medi a temperatura de ambos. Mortos a uma semana de eu tê-los encontrados. Peguei o notebook que estava em cima da mesa.

“Foi lá que descobri tudo. Sabia que a senha da conta dos dois era “Isabel Kabra”? Enfim, lá tinha arquivo de tudo. Seus objetivos e vi que eles haviam conseguido os tais. E também vi que eles também tentaram copiar o soro dos Janus e dos Ekaterina, já que eles já tinham mais ou menos a ideia dos ingredientes dos tais. E cada um tomou um dos tais soros que inventaram. Por isso tenho facilidade para musica e dança. Desenhos e invenções. Mas eu descobri também que aqueles soros eram os motivos da morte de meus pais.

“Eu entrei em desespero. Tinha aqueles soros em meu sangue e era cobaia de um soro muito mais forte! Minha morte com certeza estava certa. Mas eu não saberia quando isso podia acontecer. Com o passar do tempo, pelo simples fato da minha morte poder acontecer sem aviso prévio ou por que o Brasil é sem graça e não acontece nada perigoso – acho que por isso vocês vieram para cá – entre os Cahill, eu fiquei destinada a vigiar a vida de vocês. E Carlos empurrou Lucas junto de mim para que ele pudesse... Ter tanto desempenho como eu. Mas aí comecei a ter crises. Ainda mais os blecautes mais constantes. Essas crises aconteciam apenas de noite. Nunca lembrava o que eu fiz, só sei que acordava sangrando ou machucada. Acho que essa coisa tenta fazer eu me suicidar, sei lá”

Sentia as lagrimas correndo pelos olhos. Dan afagou meus cabelos olhando para a cama manchada. Beijou minha testa e disse:

- Por que não ouvi nada nas noites que você dormiu lá na enfermaria?

- Porque eu não tive crise alguma. Você me acalma, seu maldito que causou a morte do Lucas.

- O que? – ele se espantou do meu comentário.

- Calma. Vou explicar. Eu sei o motivo de você está aqui.

- E qual é? A Amy está pra morrer de curiosidade!

Dan se levantou e começou a andar pelo quarto de ansiedade. Eu ri.

- O que está rindo, cabelos vermelhos? – Dan perguntou e então eu me lembrei do sangue de Lucas em minha cabeça. Ignorei e respondi:

- Você é todo agoniado. Infantil. Ridículo, até.

- Legal ouvir isso de uma pessoa mais nova que eu.

- Não é isso. – sorri – Mesmo assim, você nem ligou pelo fato de eu ser Vesper. Ou me odeia.

- Te odiar? Nunca! – ele chegou perto.  Bem, eu pensava sim que ele iria me odiar! Eu me odiava por isso! Ele me levantou e colocou ambas as mãos, uma em cada lado de meu rosto, me fazendo olhar para seus olhos. – Como pode odiar uma menina linda, inteligente, forte...

- E por estes motivos a menina está preste a morrer.- o interrompi - O Carlos disse que acharia uma forma de reverter o processo, ou pelo menos retardatar. Mas meus pais morreram após 14 anos de ingerirem aquele maldito soro. Eu tenho 13 anos, Dan. Falta 4 meses para eu completar meus...

- Não diga isso. – vejo Dan fechar os olhos e começando a se aproximar. Fechei meus olhos também, involuntariamente, levada pelo momento. – Você não vai morrer. Não PODE morrer. O que seria da minha vida sem você. Sei que não fez nem uma semana que nos conhecemos, mas... – sentia sua respiração se aproximar vagarosamente. Ouvi passos atrás de mim, mas imaginei que seria Amy ou Ian então ignorei. Nossos orações batiam em sintonia e rapidamente. Senti seu nariz perto a se enroscar no meu até que ouço uma voz debochada que eu nunca iria esquecer na minha vida murmurar algo.

- Mered- - comecei a dizer, sem mexer um músculo sequer. Nem abri os olhos.

Nesse mesmo momento, sinto um pano preto embalar meu magro corpo. Ele era pesado sobre meu corpo e a pessoa que me carregava tinha dificuldades. Não gritei, só ouvia os gritos de Dan que tentava correr atrás da pessoa – que mesmo com dificuldade, corri muito rápido – em vão. Ouço um tombo. Dan caíra. Tinha certeza. Então sinto um baque forte em minha cabeça.

Fiquei tonta. Não sentia ar algum em meus pulmões. Outro baque. Lutei contra a inconsciência, mas perdi. E muito feio. Em poucos segundos ficaria irresponsável pelos meus atos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ç_Ç Buaaaa A fanfic já está acabando!