Dont Forget Me escrita por Duda Ribeiro


Capítulo 5
Eu também sinto muita falta dele, querida.


Notas iniciais do capítulo

aqui vai mais um capítulo para vocês. Boa leitura!



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Anne ficou ali, paralisada sentindo as batidas rápidas do coração de Justin, o que mais queria era ficar ali pra sempre, mas tudo voltou á sua cabeça, o namoro, Selena, a dor que sentiu. Num súbito movimento, ela saiu dos braços de Justin.

- Eu só te peço uma coisa Justin, me deixe em paz.

A garota saiu da sala como um raio, se despediu de todos e foi embora para casa. Não acreditava no que havia acontecido naquele lugar, ela não deveria ter deixado essa aproximação de Justin, agora não conseguiria sequer parar de pensar nele e em tudo o que aconteceu e em tudo o que ele disse. Anne sabia que ainda o amava, e por isso, queria o máximo de distância, senão sofreria de novo e novamente teria que partir como fez há dois anos atrás.

*

Ela estava acordada havia uma hora, mas não estava preparada para enfrentar o dia. Na cabeceira da cama havia uma série de fotos do seu quarto na casa de praia, com seus amigos e familiares. Em silencio, ela as estudou até que fora interrompida por uma batida na porta. Sua mãe espreitou sua cabeça para dentro do quarto.

- Você quer café da manhã? Eu encontrei alguns cereais no armário da cozinha.

- Não estou com fome, mãe.

- Você precisa comer, querida.

Anne continuava olhando para as fotos, vendo nada em especial.

- Eu estava errada, mãe. E não sei o que fazer agora.

- Você se refere ao seu pai?

- Me refiro a tudo.

- Quer falar sobre isso?

Quando Anne não respondeu, sua mãe atravessou o quarto e sentou ao lado dela.

- Algumas vezes ajuda se você botar pra fora. Você tem estado tão quieta nesses últimos dias.

Por um instante, Anne sentiu uma onda de memórias inundá-la: a morte de seu pai, o término do namoro. Ela pensou em sua mãe, seus avós. Ela pensou em Justin. Ela tinha dezenove anos e se lembrava do verão em que fora traída, o verão em que fora embora, o verão em que se fechara para todos. Havia sido á um tempo atrás e ela se sentia uma pessoa completamente diferente daquela época.

Anne respirou. – E vovó?

- Não está aqui. Ela foi á uma loja de sapatos, tem um casamento pra ir e disse que precisava de sapatos novos.

Anne sorriu, mas seu sorriso desapareceu com a mesma rapidez que havia aparecido. No silêncio em que se seguiu ela sentiu sua mãe recolher seu longo cabelo e torcer em um solto rabo-de-cavalo em suas costas. Sua mãe fazia isso desde que Anne era uma garotinha. Por mais estranho que fosse, ela ainda achava aquilo reconfortante. Não que ela algum dia admitiria isso, é claro.

- Porque você não me conta desde o começo?

- Eu nem ao menos saberia por onde começar.

- Que tal pelo começo? Me conte como tudo começou.

- Eu acho que tudo começou quando Selena apareceu.

- A namorada de Justin?

- Sim. – Anne suspirou

Anne contou tudo, sobre o quanto Justin havia mudado ao conhecer essa garota, a festa, o término do namoro e a razão que a fez querer ir para Nova York.

- Então foi por causa de Justin que resolveu ir embora?

- É, basicamente isso. Eu não queria continuar vivendo na mesma cidade que ele e vê-lo todos os dias com aquela garota.

- E porque você não me disse isso?

- Sei lá, achei que você não me deixaria ir viajar se fosse só por esse motivo.

Sua mãe respirou fundo.

Anne continuou a história, de como sofreu em Nova York com saudades de Justin e da família, e sobre a morte de seu pai. Ao falar do pai, Anne sentia seus olhos encherem de lágrimas.

- Porque você não me contou que meu pai estava doente? – Anne perguntou chorando.

- Minha filha, ele não queria preocupar você falando da doença, ele sabia que isso iria atrapalhar os seus estudos.

- Mas mãe, vocês me esconderam isso, vocês não tinham o direito. Se eu soubesse que ele estava mal, eu teria vindo o mais rápido possível para passar um tempo com ele. Meu pai morreu e eu não pude dizer o quanto eu o amava, vocês não tinha esse direito, não tinham. – Anne disse aos prantos.

Nas semanas depois do funeral do pai, Anne continuou sentindo um transtorno emocional, mas supôs que era de se esperar. Havia dias em que ela acordava com um sentimento de pavor, e ela passava horas revivendo os tempos que passara com seu pai, completamente paralisada com a tristeza e voltava a chorar. Depois de toda a sua vida passada ao lado do pai, era difícil para ela aceitar que ele foi embora de repente, inalcançável para ela, não importava o quanto ela precisasse dele. Ás vezes a ausência dele era tão forte que ela tinha pensamentos de suicídio, mas ela lembrava-se dele dizendo que ela era mais forte do que ela sabia.

Após algum tempo em silêncio, Diana rompeu-o.

- Filha, eu acho que está na hora de te entregar algo.

Anne levantou o olhar e observou a mãe levantar e sair do quarto. Alguns segundos depois, ela voltou com um envelope nas mãos e sentou-se ao lado da filha.

- Querida, nesse envelope tem uma carta que seu pai escreveu pra você antes de falecer, eu estou entregando isso agora porque acho que é a hora certa.

Anne pegou o envelope vermelho e tirou de dentro uma carta e começou a ler.

Oi querida, eu te amo.

Eu não disse essas palavras a você tantas vezes quanto eu deveria ter dito. Obrigada por tudo, obrigada por você ter sido essa filha maravilhosa que você é, mas eu estou especialmente triste porque eu não tenho sido sempre o pai que você precisava que eu fosse. Eu sei que cometi erros. Eu gostaria de mudar muitas coisas na minha vida. Eu suponho que é normal, considerando o que está acontecendo comigo, mas há outra coisa que eu quero que você saiba.

A vida é dura, mas apesar de todos os arrependimentos, houve momentos em que me senti verdadeiramente abençoado. Eu me senti assim quando você nasceu, e quando eu a levei ao zoológico quando era criança e vi você olhar para as girafas com espanto. Normalmente, esses momentos não duram para sempre, eles vêm e vão como brisa do oceano. Mas ás vezes eles se estendem para sempre.

E isso foi o que senti quando passamos todos esses anos juntos, você se tornou uma jovem mulher que eu sempre soube que se tornaria. Muitas vezes eu me perguntava como alguém como eu poderia ter sido abençoado com uma filha tão maravilhosa quanto você.

Obrigada Anne. Obrigada pela forma que você me fez sentir a cada dia que tivemos a oportunidade de estarmos juntos.

Você foi a maior benção na minha vida. Eu te amo Anne e eu sempre te amei. E nunca, nunca esqueça que eu sou, e sempre fui orgulhoso de você. Nenhum pai nunca foi tão abençoado como eu.

Papai.

Ao terminar de ler a carta, mais e mais lágrimas escorreram pelo rosto de Anne, sua mãe abraçou-a forte, tentando confortar a filha, era muito difícil para Diana, ela também sofria muito com a morte do marido.

- Eu também sinto muita falta dele, querida.


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Notas finais do capítulo

e aí o que acharam?? Tadinha da Anne né? ela amava tanto o pai.
Enfim, gente, eu quero reviewsssss, gente agora é sério, se vocês não mandarem reviews eu vou parar de postar entendeu?
Eu tô falando sério. Eu queria muito continuar postando, mas pra isso eu quero que vocês mandem reviews, é muito importante pra mim entendeu?
Sem os reviews eu não posto. Então, se querem que eu poste um novo capítulo, POR FAVOR, me mande muitos reviews, olha, com 10 reviews eu posto, senão, eu não posto. Vai ser assim.
Beijos.