Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 75
75. O DIA DO AMOR.


Notas iniciais do capítulo

OPA OPA OPA, CAPITULO NOVO!!!

Espero que gostem ;)



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Passaram quatro meses. Quatro longos meses. Narcisa estava no quarto ao lado do seu, era ali que passava a maior parte do tempo.

Quase tudo estava pronto. E era tão lindo.

O berço, decoração. Roupas.

Agora só faltavam três meses.


Seu coração disparava em imaginar o sexo do bebe ou o rostinho.

Se nasceria cabeludo ou carequinha.

Se teria seus olhos ou os do pai.

Mil coisas invadiam sua mente.


Lucius era outro.

Outro homem, outra pessoa. Mais tangível e relaxado. Mais carinhoso.

Ela sorriu, lembrando-se de duas noites anteriores.

Narcisa estava deitada, alisando com cuidado a barriga pontuda e perfeita. Lucius chegou de suas reuniões. Cansado e exausto.

Após um banho rápido, deitou do seu lado e beijou sua barriga. Bem no topo.


E o bebê mexeu, pela primeira vez com Lucius perto.

Ele parecia abobalhado, mal sabia que Narcisa há meses sentia essa sensação, mas para ele foi à primeira vez.


Ela tocou novamente a barriga com essa lembrança.

— Te amo. — sussurrou para o bebê, bem guardado.


Foi ate o seu quarto, outro embrulhos com roupas que mandou fazer tinha chegado do atelier. Hoje teria um evento no Beco Diagonal.

Uma festa comemorando o dia do amor.

Claro que Narcisa odiava povão junto.

E Lucius não se via curtindo uma “festa do amor”.


Mas quase toda comunidade bruxa da redondeza estaria ali. Seria um bom momento para gastar ouro e desfilar sua barriga linda.


E foi exatamente o que fez.

Usando um vestido verde longo e decotado, coberto com uma capa verde mais escura, o casal aparatava junto ao Beco.

— Esse povo me enoja! — Lucius disse, torcendo o rosto.


Ela sorriu em concordância.


Gente parada, contando sicles. Famílias de todos os tipos. Mestiços. Sangues-ruins.

Era realmente deprimente.

— Acho que nunca mais teremos eventos de publico bons, como antigamente. — ela murmurou.

— Claro que não.


O casal atraia olhares.

Isso era sempre. A família Malfoy impunha respeito. Os Black era uma das dinastias mais famosa e antiga.

Um casal promissor. E agora esperavam o primeiro herdeiro.


Estavam conversando com os responsáveis pela administração do hospital. Logo um grupo passou, e não foi despercebido por Narcisa.

Quirrell, Barto, Rowle e Snape.

Esse ultimo fez um cumprimento a ela.


Assim que eles sumiram de visão, Lucius passou a agir extramente. O céu estava mais denso e escuro. Quando ele a puxou para um canto.

— Preciso que vá embora. Agora.

— Lucius? Por que eu iria?

— Tenho que me reunir a eles. Isso aqui vai se transformar numa bagunça. E você vai agora para casa. Certo?


Ela concordou varias vezes. E assim que soltou a ponta da capa que ele vestia, Lucius aparatou rapidamente.

Ela andou um pouco mais, pensou na sala da mansão e... Quando abiu os olhos, estava no mesmo lugar. No Beco Diagonal.

Piscou algumas vezes e tentou novamente. Nada.


Então um forte estampido foi ouvido. Acompanhado de gritos e algumas gargalhadas, quando vários vultos negros rasgavam o céu.

Que agora pareciam também fogos de artifício. E era na verdade, feitiços cortando para todos os lados.

Comensais da morte se misturando aos dementadores. E aterrorizando.


Narcisa sentiu-se apavorada. Cobriu a cabeça com a própria capa.

Passou a andar rápido, empunhando sua varinha. Ouvia pessoas aparatando, crianças chorando completamente sozinhas. Mulheres gritando.

Tudo tinha ficado mais frio.

Subiu rapidamente e bateu forte na entrada de uma loja. A porta sacudia e tilintava com suas investidas.

— Alohomora!


Mas de nada adiantou.

Desceu as escadinhas e voltou para rua, aglomerados de gente gritava nomes, provavelmente estavam perdidos de seus acompanhantes. Pessoas no chão desacordadas. Aurores iam aparecendo aos poucos.

Ela correu, pensou que assim acharia uma loja que a acolhesse.


Viu alguém encapuzado e mascarado parar próximo a ela, seu reflexo foi tanto que agiu por impulso:

Reducto!

O comensal capotou metros à frente, Narcisa se cobriu anda mais com a capa que usava e correu, correu de verdade e com toda pressa que conseguia, já que alem de gravida, estava num salto alto.

Agora como se já não bastasse à situação que se encontrava, tinha azarado um comensal que podia ser seu cunhado. Sua irmã, algum amigo ou seu marido.

Mas o medo à fez agir por impulso.


E foi quando percebeu que alguém a seguia, que se desesperou.

Encostou-se a numa parede, com as mãos na barriga, tentando respirar melhor, era difícil. E ao se virar para voltar a andar, sentiu alguém apertar com força seu pescoço e a jogar na parede.


Bateu com tanta força que sentiu o rosto cortar.

— Então é corajosa para enfrentar um comensal? — o homem murmurou, puxando o capuz e parte do cabelo dela.

— Foi por impulso! Juro! — ela se defendeu.

Você?


Ela virou-se para ele, a mascara sumindo aos poucos. Graças a Merlin um rosto conhecido.

— Foi por impulso Bartô.

— Vai embora daqui, esta cavando sua sepultura.


Ele disse erguendo a varinha e lançando chamas, antes de aparatar.

Narcisa correu novamente. Sem olhar para a bagunça que ficava atrás de si.

Esta cavando sua sepultura. A frase dele ecoava em sua mente, como um alerta eterno.

Tocou a barriga, sentiu os olhos encherem de lagrimas. Tinha que proteger sue bebê.


Virou-se para a esquerda e encontrou um local sujo e vazio, mas quando o frio se intensificou e ela ergueu os olhos. Sentiu seu sangue gelar.

Correu para outra extremidade, e se viu num beco sem saída. Igualmente sujo.


E justamente o que ela temia, apareceu entrando no beco.

O frio aumentou, começou a ficar angustiada, uma tristeza grande se abateu.

Era isso.

Ela já leu, já fez trabalhos, nunca sequer viu um. Mas era isso.

E ela não ia se deixar desesperançar, ergueu a varinha. Ela sabia a pronuncia.


Pensamento feliz, algo agradável. Pensar em Lucius!

Expecto Patronum!


Um feixe de luz prateada saltou da ponta de sua varinha, fazendo o dementador se afastar alguns metros.

Mas terminou tão rápido quando começou.

E o ser das trevas voltou a se aproximar, dessa vez acompanhado de outro.


Narcisa deu um gritinho de pavor.

O desespero não a estava deixando pensar, algo feliz. Uma lembrança feliz. Uma lembrança...

Mas sua varinha caiu de suas mãos ao ver as figuras encapuzadas e necrosas se aproximarem.


Ajoelhou rapidamente e tocou o chão.

Sujeira, lama. Varinha.

Quando ergueu a cabeça, eles já estavam ali.

Estava chorando, desesperada.

Ergueu novamente a varinha, ainda ajoelhada no chão sujo.


Pensou em algo feliz, memorizou o feitiço. Mas da sua boca saiu outra coisa.

Pericullum!


Ela foi se afastando, ate que sentiu suas costas na parede fria e molhada. As lagrimas desciam do seu rosto.

Era uma farsa. Mal conseguia se defender. E ia morrer. Da pior maneira.

Os dois dementadores pareciam mais eufóricos por sentir a reação de perdição que ela se encontrava.


Um pensamento feliz, era disso que precisava. Seu casamento, sua gravidez...

De repente sua mente formulava ocasiões.

Ela via Lucius, ele não estava sozinho, tinha outra. Outra mulher. Eles se beijavam, na sua cama.

Narcisa se aprumou.

Piscou algumas vezes.


Algo bom, sua melhor lembrança. Precisava da sua melhor lembrança.

Ela estava numa cama, um bebe em seus braços. Morto. Sangue. Ele tinha nascido morto.

Ela gritou em desespero. Tocou sua barriga. A mão com a varinha tremia.

Quando tentava pensar numa lembrança boa, via coisas totalmente diferentes. Os dementadores se aproximavam.


Lembrou-se de Lucius beijando sua barriga, seu sorriso.

Então ele estava sendo levado, para longe. Para Azkaban. Preso. Ela nunca mais o assistiria. Nunca mais...


Então ela viu. E não era um pesadelo, ela viu mesmo. Literalmente uma luz no fim do túnel.

Era ofuscante e forte.

Arrastava-se pelo chão, de um lado para o outro. E parou bem na sua frente.

Só a sua presença serviu para eles se afastarem, mas quando a serpente prateada se ergueu, como uma Naja pronta para dar o bote, eles fugiram para longe.

E passando em meio a nevoa, ela se ergueu com a dificuldade, imputada pela barriga.


Tropeçou e se jogou nos braços dele.

Estava encapuzado e mascarado. Mas ela sabia, com toda sua vida, que era Lucius quem estava ali.

E ao abraçar, sentiu seu cheiro, sobressaindo sobre o local imundo.


Lucius estava muito desesperado para falar. Com mãos tremendo ele agarrou suas costas e aparatou.

Desaparataram no quarto, e não na sala.

Narcisa estava com rosto sujo. E machucado. Na verdade seu vestido e capa estavam também sujos.

As mãos enlamaçadas.


Juntando toda sua força, ele tentou respirar melhor. Era difícil.


Quando Barto o avisou que Narcisa estava no Beco, foi como se o foco de Lucius mudasse. Ele sabia que se ela estava ali, corria perigo.

Foi complicado achá-la. Mas quando a viu, presa entre o desespero e dois dementadores, teve que agir.


— Eu tentei vir. Juro. Não estou conseguindo aparatar. Acho que é por causa do estado adiantado da gravidez. — ela murmurava ainda chorando.

O tom era de desculpas. Como se ela tivesse culpa do que lhe aconteceu.

Lucius sentia vontade de morrer.


— Eu sou um idiota! Nunca deveria ter te deixado lá sozinha, foi tudo minha culpa.

— Não, Lucius você não podia saber.

— Isso não importa. Eu nunca deveria ter feito o que fiz. E se não chegasse a tempo?


Narcisa estremeceu.

— Eles são horríveis, minha mente. Via coisas tenebrosas.

— Sei como é.

— Não sabia que conjurava um patrono corpóreo. Pelo o que sei vocês não precisam disso.

— Não sabe tudo sobre mim.

— Não precisa ser tão frio. Vou tomar um banho. Ajude-me a tirar o vestido, ainda estou tremendo.


Ela virou-se de costas. As lagrimas ainda caiam dos seus olhos.

Lucius tocou suas costas, pensou que nada ganharia sendo frio, Narcisa tinha passado uma situação delicada e terrível.

E ele percebia que suas próprias mãos também tremiam.


Passou o braço em sua volta, apertando com toda força. Mergulhando seu rosto no cabelo dela.

Se algo acontecesse com ela. Se algo acontecesse. O que seria dele?


Usou a própria varinha para rasgar o vestido dela.

— Ei, não precisa usar violência. Eu gostava desse.

— Não estou conseguindo abrir, você pode fazer outros cem vestidos. Vamos, vou tomar banho com você.


Ela esboçou um sorriso.

Ele ainda parecia muito nervoso.

Talvez um banho com Lucius fosse o que precisava.

Para saber que ele estava ao seu lado. Seu bebê ainda protegido em sua barriga.

Em casa.

Sã e salvos.


–*-*-*-*-*-*-


No outro dia, Lucius acordou tarde e sozinho na cama. Só foi encontrar Narcisa na biblioteca, com pelo menos três livros abertos no mesmo tema.

DEMENTADORES. EXPECTO PATRONUM.


— Ciça... Por que esta obcecada com isso? Nunca mais vai acontecer.

— Não pode prometer o que não pode cumprir. E se um dia eu precisar? Não consegui fazer.

— Posso te ensinar. Feche os livros. Eu te ensino. Mas só quando o bebe nascer.

— NÃO! Agora, ou vou continuar pesquisando ate conseguir sozinha.


Ele suspirou. Ela era cabeça dura. Por demais.


Quando foram para o lado externo, os pavões correram para outra extremidade, visivelmente contentes por terem companhia.

— Você sabe a teoria e sabe o feitiço. Pensamentos positivos. Pensamentos felizes.


Ela o encarou.

— Como consegue fazer um? Não me entenda mal. Sei que é ótimo com feitiços, mas não deve ser algo que precise fazer.

— Aprendi muito jovem. Meu pai mantinha um dementador preso.

— Isso é bizarro. — ela murmurou horrorizada.

— Não. Ele gostava de desafios. Um dia o vi praticando, então ele me pegou vendo escondido e resolveu me ensinar.

— Ah...

— Mas não foi fácil. Ainda era muito jovem. O patrono dele era um unicórnio enorme, bem obvio, ele tinha uma coleção de unicórnios que vagavam aqui mesmo nesse campo, quando não estavam na floresta anexa.


Narcisa olhou para a floresta um pouco distante.

— Isso sim é lindo. — unicórnios eram apaixonantes.

— Eles ainda devem viver lá. Mas voltamos para nossa aula. Não basta ser algo alegre. Tem que ser algo que te deixa feliz. A razão de sua felicidade, a vida.

— Tentei pensar em tudo que me deixava feliz. Tudo se transformava em algo tenebroso.

— Os dementadores sugam a alma. Suga a felicidade, a vida. Eles também me afetam, como a qualquer pessoa no mundo. Mas tem algo que nenhum livro explica, algo que meu pai descobriu e me contou...


Ela se aprumou para escutar, com a varinha em punhos para começar a pratica.

— É uma jogada. Pense nisso. É uma pegadinha, uma lógica. Como um xadrez de bruxo. O dementador vai se aproximar e roubar cada lembrança feliz. O fato de ele estar próximo, cria automaticamente um bloqueio de memórias boas, porque seu corpo sabe que é isso que ele vai querer. Mas esse é o segredo. Sua mente vencer o bloqueio do corpo, e trazer essas lembranças à tona.


Expecto Patronum! — ele disse.

No mesmo tempo a serpente que ela viu no dia anterior, saiu sem esforço algum.

Prateada e enorme.

Ele agitou a varinha e ela foi desvanecendo.


Narcisa tentou e nada.

Tentou uma segunda vez, e apenas um jato saiu da ponta de sua varinha.

Mas na quinta vez ela se concentrou. Lembrou-se do todos seus melhores momentos, todos eles.

E murmurou tão baixinho o feitiço que Lucius mal escutou. Só que sua varinha obedeceu.


E da ponta a grande ave foi se formando, parte por parte, aberta e exposta. Grande e magnífica.

Mais linda que qualquer pavão que decorava seu quintal. E ainda assim, muito parecida com eles.

Lucius deu um sorriso enorme.

— Um pavão, esposa. Não me surpreende.


Ela gargalhou.

— É lindo.

— É sim. Magnífico.


Lucius resmungou, quando o pavão conjurado ia de encontro aos pavões reais e sumia.

— Eu... Obrigada Lucius.

— Estou aqui para te proteger, esse é o papel de um marido. E você precisa saber também como se proteger.

— Posso te perguntar algo? — ela murmurou, sem graça.

— Sim. — ele disse guardando a varinha na bengala.

— No que você pensa? Quando conjura um?


Ele ficou calado por um minuto inteiro. Então forçou um sorriso.

— Falei que podia perguntar, mas não prometi responder. Vamos entrar, vai deitar e descansar.


Narcisa obedeceu. Sabia que ele não falaria. Era Lucius, afinal.



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Notas finais do capítulo

Sobre o capitulo passado, fiquei feliz em saber que varias pessoas concordam comigo sobre a Molly *--*.
Para quem estava na duvida, Rony é três meses mais velho que Draco ^^ e por essa razão OBVIA durante o período de gravidez da Ciça, a Molly estará gravida também, assim como Lilian, Alice... ok?

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SOBRE O CAP:::
Pobre Ciçaaaaaaaaaaaaaaaaa... ain :(
E o patrono corpóreo dela é um pavão *--* (cade a surpresa?)
E o do Lucius é uma serpente (cade a surpresa? ²)

Antes que venham me crucificar::: Comensais não produzem patrono por não PRECISAREM produzir. Isso não signifique que eles não saibam.
E o fato de lidarem com magia das trevas e fazerem coisas realmente sofisticadas, nos leva a entender que eles produziriam (se quisessem) com facilidade um.

BOOOOOOOOOOOOOOOOOOM, É ISSO!
Espero que tenham gostado, não deixem de COMENTAR!