Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 69
69. SLYTHERIN.


Notas iniciais do capítulo

O post de quarta feira esta aqui. Espero que gostem e não deixem de comentar lindezas ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236157/chapter/69


“E ali fará seus verdadeiros amigos
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram"


Foi um momento grandioso e silencioso.

Dois corpos impecavelmente arrumados estavam no meio, de mãos dadas e um rosto que demonstrava calma. Que demonstrava que estavam satisfeitos com a carreira que seguiram.

Cygnus e Druella foram um casal exemplo. E um casal invejado.


Cygnus foi o irmão mais novo de Alphard e a rancorosa Walburga.

Já Druella foi amada dentro da sua família, e mesmo com um casamento por conveniência, foi feliz e amada por seu marido.

Passou a vida ouvindo desaforos dos outros por ter lhe dado três filhas. E foi corajosa o bastante para quebrar uma tradição dos Black e não nomear sua mais nova com nome de estrelas e constelações.


Os dois fizeram um grande trabalho com sua família, e para alguns com uma visão mais exclusa, foi um trabalho falho.


Narcisa estava ao lado deles, olhando o anel da família Black que carregava, assim como todos que levavam esse nome. Olhando na própria mão de seus pais um anel idêntico. E na mão de sua irmã igualmente.

Tinham parentes de todos os lugares, alem de grandes amigos.


Os Black já foram mais extensos, muito mais. Mas ainda era uma família numerosa.

Os Rosier também se encontravam. Evan que sempre era presente em maior destaque na casa de Narcisa, estava de braços dados com uma prima intima.

Seus pais eram muito idosos, mas também compareceram.


Ninguém era desprovido de emoções, nem mesmo os tantos comensais que estavam presentes, ou o próprio Voldemort.

Mas essa emoção veio à tona de varias formas.


Narcisa ouviu Bellatrix arfar ao seu lado.

Então ergueu a cabeça e olhou para o lado, sem acreditar no que via.


Andrômeda entrava no local, acompanhada de seu marido e a garotinha estava em seu colo. Usava um vestido na cor vinho e muito escuro.

Era estranha para muitos ali, por exemplo, os comensais que já tinham aceitado o fato dela “não existir”, mas ao vê-la entrar, lembrou-se de quão parecida com Bellatrix, era.

Havia pouquíssimas diferenças: expressões faciais, tom da cor do cabelo.


As duas se encaravam.

Narcisa olhava o homem ao lado de sua irmã. Não era feio, mas ela o odiava desde Hogwarts.

Odiava por ter ajudado Andrômeda se encontrar um dia com ele. O culpava por tudo.

Graças a Merlin ele hoje tinha os cabelos num tom preto e o sorriso de tantas palhaçadas, estava fechado.

— Quem é? Mamãe? — a garotinha, que hoje usava cabelos num tom esverdeado, perguntou.

— Shiii Dora! — a mulher respondeu. Abraçando a criança em seu colo.


E finalmente quebrando o contato com Bellatrix.

— Mas quem é? Os dormindo ali? — ela apontou um dedinho, que tinha um anel de plástico que piscava. Na direção de Cygnus e Druella.

— São seus av... São... Ted, leve ela ali para fora. — Andromeda pediu suplicante.


Mas o homem parecia relutante em deixá-la sozinha no meio de tanta gente que ele já conhecia o modo de agir.

E não saiu.

Apenas pegou sua filha e levou para um canto. Crianças eram fáceis de distrair, principalmente quando se tem um circo ambulante no próprio corpo.


Andrômeda olhou pais deitados, tão serenos.

Sabia do olhar marcante de Bellatrix, e estava ciente que Narcisa agia como se nada estivesse acontecendo.

Apesar de todo o ambiente ter ficado em silencio desde quando ela entrou.


Seus olhos encheram de lagrimas. Seus pais...

Cygnus podia ter lhe expulsado de casa. Mas ele também foi misericordioso quando ofereceu duas alternativas, ela quem fora responsável pelo que colhe hoje. Nunca seus pais.

Eles apenas agiram como qualquer pai e mãe desesperados agiriam.


Claro que Andromeda teve de se adaptar a família antiquadra e trouxa de seu marido. Mas sempre entendeu seus pais. Seus antigos companheiros de escolha, que agora a olhava como se fosse um trasgo com roupa de gala.

E claro, suas irmãs.


Aproximou-se mais, sabendo o quanto isso era perigoso. E segurou a mão de seu pai.

Ouviu um som cortante e baixo. Como uma serpente crispando ao seu lado. Bellatrix. Com certeza.

A ultima vez que viu seu pai, ele tinha pegado essa mesma mão e batido com toda força em sua face.

Mas ela nunca deixou de amá-lo.


Narcisa estava com dor de barriga. Dor de cabeça, dor em todos os lugares.

Quando Andrômeda se aproximou seu corpo ficou tão tenso que passou a sentir dores.

E quando a mulher, que agora estava do seu lado a poucos passos de distancia, pegou a mão de seu pai.

Ela teve de apertar a mão de Bellatrix para segurar a irmã no lugar.


— Ciça... — Bela rosnou, encarando a loira.

Narcisa apenas negou com a cabeça.


Sentiu o braço de Bela a apertar, era para parecer um abraço, mas doía feito um inferno.

— Isso é um disparate, uma vergonha. — sussurrou.

— Bela não dê vexame, não aqui. Respeite a memória deles.

— É o que estou tentando fazer.

— Vou a mandar sair. — Narcisa disse.

— Vai falar com ela?

— É o único jeito. — respondeu, soltando com dificuldade do braço de sua irmã.


Andou ate perto de sue pai, e tocou os cabelos escuros. Cygnus sempre foi tão lindo.

Agora ela ouvia a respiração de Andromeda, de tão perto que estava.

— Tem que sair. — sussurrou.

— Sei que não deveria estar aqui, mas... — ela sussurrou de volta.


Só que alto o bastante para que percebessem que conversavam.

— Ela disse que... Ela me disse que você sempre será você. Sempre será sua filha.


Narcisa respondeu com rapidez. E quando se afastava, sentiu os braços de Andromeda a apertando por trás.

Ansiando por um abraço.

Narcisa congelou dos pés ate a cabeça.


Ouvia o choro de Andromeda nas suas costas, a respiração forte de Bellatrix do lado. Mas seu medo estava na pessoa que caminhava com o semblante fechado ate ela, seu marido.


— Narcisa! — ele a reprimiu.

Seu olhar correu rapidamente para o lado. A avisando da gravidade dessa situação.

Ela se sacudiu.


— Ciça... — Andromeda sussurrou, tão baixo que mal era audível.

Narcisa a olhou, percebeu que Ted já estava ao seu lado.

O choro da mulher era claro, um choro de alivio em saber que sua mãe nunca deixou de ser sua mãe.


— Narcisa! — Lucius disse, uma ultima vez.

E ela deu as costas a Andromeda, ao mesmo tempo em que era abraçada por seu marido. E juntos, se afastavam da traidora do sangue e sua prole.


Bellatrix estava enfadada e em choque, após sair para espairecer um pouco, voltou para o local, mas ficou no beco anexo.

Tinha perdidos seus pais. Agora pouca coisa lhe restava.


— Você?!

— Oi Bela.

— “Oi Bela”. — a outra imitou com uma voz de bebe. — Você não tem noção do tipo de merda que fez vindo aqui, não tem noção do ódio que sinto por você.


A outra ergueu as sobrancelhas. Ficavam terrivelmente idênticas fazendo isso.

— Serio? Não é o que parece minha irmã, visto que esta tão preocupada em aceitar esse ódio que diz sentir.

— Não brinque comigo Andromeda, e nunca se refira novamente a mim como sua irmã.


Andrômeda pareceu murchar um pouco.

— As pessoas podem tremer quando você passa. Mas devia se lembrar, Bela, que não tenho nenhum pouquinho de medo de você.

— Mas deveria!

— Vai me matar?

— Não sou capaz. Não sorria Andrômeda, tenho uma leve impressão que minha inocente mãe, que agora descansa, criou algum feitiço de proteção para evitar justamente que eu fizesse justiça com minhas mãos.


— Justiça? Não fui contra justiça alguma, isso é papel seu e dos seus amiguinhos.

— Envergonhou mamãe diante da sua família de nascimento. Ou você acha que Vitor Rosier ficou feliz em ser passado para trás por um sangue ruim?

— Isso não vem ao...

— Ou quem sabe foi o pior exemplo para Ciça? Aquela sonsinha tinha um tipo de admiração por você. Te amava!


Andrômeda ficou desconcertada. Se tinha uma coisa que Bela sabia fazer, era acabar com uma pessoa. Com varinha, ou sem.

— Fora papai. Nunca o vi tão mal. A frente da nossa casa foi suja, jogavam alimentos podres. Nosso nome virou chacota. E ainda tenho uma divida com Lucius por ter ainda assim se casado com Narcisa. Foi à salvação.


— Ciça esta feliz, gostava dele.

— Quem é você para falar que ela esta feliz? Lucius é a pessoa mais ardilosa que já conheci ele é frio e sabe ser ruim. Os dois tem algum segredo, acha que ele simplesmente ia “não conseguir viver” sem Narcisa, e por isso resolver ultrapassar a vergonha dos Black e se casar com ela?

— Não... — Andromeda murmurou com olhos cheios de lagrimas.


— Não mesmo. Prefiro não saber que tipo de coisa Narcisa teve ou tem que fazer ou aceitar para que esse casamento acontecesse. Por culpa sua!

— Eu amo Ted! Hoje não é dia para brigas!

— Você me faz ter vontade de vomitar. A culpa de nossas desgraças é toda sua!

— Se não fosse eu, seria outro!


— Espero que não esteja falando de Sirius. Ele virou as costas sim, mas não chega nem perto do que você fez. E pode apostar Andromeda, eu te odeio sim, com todas as minhas forças.

— Não precisa ser assim.


— Meu desejo é que você siga sua vida com culpa. Viva para sempre com culpa. Morra com culpa. E tenha certeza, não vou descansar enquanto não consumir com essa aberração que você chama de filha.


A posição de Andromeda mudou. De dolo, para defesa.

— Quero você longe da minha Ninfadora. Nunca se quer olhe para ela.


Bela olhou a ponta de sua varinha com desdém.

— Não perguntei sua vontade. Afirmei o que faria.

— Então a mate. Ela esta na minha casa sobre o cuidado dos avós, Ted achou que era muita tensão para uma criança, com certeza um casal de trouxas idosos não é páreo para você. Vá ate lá e a mate!


Andrômeda murmurou entre dentes, com toda sua raiva.

— Na na na nããããooo... — Bela sorriu.

A irmã decidiu que se quando eram novas, essa voz de bebe de Bela era irritante, agora ela odiava!


— Não sou covarde, não mato criancinhas ou bebes.

— Que heroína. Você mata trouxas, eles não têm varinha ou mágica!

— Eles têm armas e não os mato. Os torturo, matar é trabalho de outros.

— Alem de heroína é generosa... — Andromeda disse com ironia.

— Chega de perder meu tempo com a escória. Não é dia para isso e você não merece meu tempo. Fica o aviso, nem que seja a ultima coisa que eu faça, mas vou acabar com sua vida. Acabar com sua vida, matando sua filha. Não se esqueça “Andy”, isso é uma promessa.


E Bellatrix sumiu numa nevoa negra.

Andrômeda estremecia de pavor.

Era como se ela sentisse que essa ameaça sempre estaria ativa. Aparatou de volta para casa. Precisava abraçar sua pequena e saber que tudo estava bem.

Por enquanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quantas emoções... E acho que todos aqui já sabem que Bela "cumpriu" a promessa que fez a Andrômeda.

:P



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pavões Albinos - Malfoy Family" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.