Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 55
55. ANTI-CAUSA¹.


Notas iniciais do capítulo

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Narcisa era inteligente e amorosa. Sabia que Lucius não sentia o mesmo, mas ela não deixaria de se dedicar.

Cuidava do trio de pavões com todo carinho, como se fossem verdadeiros filhos. De noite eles lembravam um patrono conjurado. Era como se sempre estivesse protegida.

Lucius voltou a freqüentar as reuniões dos comensais, intercalando com serviços prestados por eles. E seu trabalho leve no ministério.

Às vezes chegava bem tarde em casa, isso não era problema.

Narcisa na maioria das vezes já estava dormindo e nunca exigia respostas.

Ela queria morrer cada vez que ele chegava tarde da noite em casa. Nunca dormia, fingia.

Não conseguia desligar do mundo sabendo que seu marido estava com outros comensais, perseguindo trouxas por diversão, ou cumprindo trabalhos sérios. Narcisa não gostava de nada daquilo.

Ouvia pela conversa de sua irmã e cunhados como funcionava com os comensais.

Se Lucius fosse pego por algum auror... Se fosse preso estaria perdido. Ela também.

Fora que nessas noitadas ele podia estar com outras mulheres. Ela nunca vai se esquecer do que ele disse sobre o desempenho das outras na cama, ou sobre o estilo físico que ele se atrai. Estilo esse que ela não tem.

Mas não fazia nada.

Apenas ficava na dela, fingia que dormia quando ele chegava tarde. E disfarçava seu ódio durante o café da manha.

Mas naquele dia o ódio deu lugar para alegria, assim que uma coruja entregou-lhe uma carta.

Sabia pelo remetente de quem era, mas estava muito curiosa.

“Merlin, depois que se casou ficou mesmo metida.

Como esta a vida? Precisamos nos encontrar, tenho coisas pra falar. O que acha de amanha á tarde no Beco Diagonal?

Aguardo resposta... Beijos do seu amigo, Sev. Snape.”

— Quem é? — Lucius perguntou, sem jeito. Já que a esposa estava rindo sozinha da carta que recebeu.

— É do Severo. Esta marcando para nos encontrarmos amanha de tarde, tudo bem pra você?

— Esse “nos encontrarmos” não esta me incluindo, certo? Acha legal uma mulher casada encontrar com um rapaz?

— Lucius você pode ir também, não problema nenhum. É no Beco Diagonal, e somos amigos.

— Pode responder a carta dizendo que vai.

Afinal, eles eram amigos há bastante tempo. Lucius e qualquer outra pessoa, sabia disso.

No outro dia Narcisa aparatava no Beco Diagonal, adorava ficar aparatando, só para voltar para mansão depois.

Achava intrigante como magicamente, agora conseguia parar direto dentro de sua casa.

Assim como o quadro dos Malfoy ter acrescentado seu rosto e nome ao lado de Lucius.

Assim como no momento que assinaram o livro de casamento, o nome do Malfoy foi acrescentado na arvore genealogia dos Black.

Ela amava mágica.

— Olha se não é a senhora Malfoy.

— Ei Sev, quanto tempo.

— É desde o dia do seu casamento, ah... Uns bons cinco meses. Como esta?

— Ótima, agora você não deve estar. Esta meio pálido Snape.

— Eles estão juntos. Fiz uma besteirada, eles estão namorando.

— Ah... Nossa. — tudo bem que Narcisa odiava a sangue-ruim que seu amigo gostava, como odiava qualquer sangue-ruim. Mas era quem ele gostava.

— Pois é. Agora boow, explodiu, acabou. — ele fez o símbolo de uma bomba com a mão.

Eles sentaram numa cafeteria, fizeram seus pedidos e o assunto retornou.

— A males que vem para o bem.

— Ciça não esta ajudando assim.

— Sabe que a detesto.

— E eu sinto o contrario. Logo com Tiago? Tiago e seu primo foram um estorvo pra mim. Sempre foram.

— Sirius tinha que sumir, sério. Depois de Andromeda, ele é a maior vergonha da família.

— Mas com certeza Tiago é pior, com aquele jeito buliçoso, implicando com todos.

— Deve ser isso que ela viu. Talvez goste de gente injusta.

— Talvez sim.

Os dois mudaram de assunto, afinal foram quase seis meses sem se verem ou conversarem, muita coisa aconteceu nesse tempo, por fim, Narcisa aproveitou a data para convidá-lo a passar o natal na mansão.

Na festa tão comum em todo o mundo, foi especial na mansão dos Malfoy.

Era a primeira festa dada por um casal de verdade a anos.

Tudo estava bem decorado com bastante comida. Tudo muito farto.

— Sabe esses quadros são mais realistas do que os normais. — Severo disse, conhecendo a casa.

— É algo diferenciado. Mas prefiro não saber.

— Hm, mudando um pouco de assunto. Pensei que você iria querer ter filhos logo. — seu amigo disse, solvendo uma bebida.

Narcisa também tragou de sua taça.

— E quero.

— Não entende. Pensei que você já estivesse com intenção de ficar grávida.

— Mas estou Sev.

— Bom, já deveria estar, não? Seis meses de casamento Ciça, é bastante tempo para...

— Praticar. — ela completou a frase do amigo.

Ele sorriu e os dois foram ate onde estava Lucius com Rodolfo.

Lucius a tinha advertido sobre andar muito com Severo. Ele podia ser seu amigo, talvez o melhor amigo do sexo masculino da loira, quem sabe o único? Lucius preferia assim.

Mas não precisavam cochichar em todos os cantos, afinal ela era casada agora.

Naquela madrugada, quando todos tinham ido embora, Lucius assustou sua esposa ao sair do banho. Ela estava se encarando, apenas de camisola, no grande espelho do closet.

— O que foi?

Ela tocou sua própria cintura. Lucius estava com um roupão e nu. Odiava dormir vestido, e mesmo a camisola de Narcisa sendo linda, ela também logo a tiraria. Ou melhor, ele logo tiraria a peça.

— Malfoy você não percebe nada estranho. Não tenho nenhuma barriga. — ela alisou o local.

— Assim que tem que ser. Bom, pelo menos é o que acho, você é magra.

— Não estou falando disso.

— Então explique.

Ele parou atrás dela no espelho.

— Não estou grávida Lucius.

— E... ? — ele não gostava muito do rumo que a conversa ia tomando.

— Não tomo poção nenhuma para evitar a gravidez. São seis meses já e nada.

— Acho que esta exagerando e pensei que tomava alguma poção para evitar, aquele curso que você fez?

— Ensina. Mas eu não queria tomar porque queria um filho.

— Sabe não gostei de saber que não tomava a poção. Quero ter um filho, mas quero ter na hora que eu achar necessário.

Ela fez um bico.

— Lucius você sai, trabalha. Fico aqui o dia inteiro sozinha, um filho seria tudo pra mim.

— Não quero agora. Narcisa isso é algo que ambos decidem, não quero agora e amanha quero que faça a poção e tome. Quando acharmos certo, você para de tomar e teremos o filho que tanto quer.

— Quer dizer quando VOCÊ achar que é certo.

— Estamos casados há seis meses, viajamos apenas uma vez, na lua de mel. Não pensa em curtir esse momento?

Ele sabia que isso provavelmente amoleceria sua esposa. Deu certo. Ela sorriu.

— Amanha eu faço a poção. Mas me prometa que não vamos demorar muito.

— Não vamos. Talvez daqui a um ano?

Era patética.

Para lamentação de Bellatrix, sua irmãzinha era patética.

Que Merlin lhe perdoasse, mas como a mistura de uma Rosier com um Black formaria alguém tão insossa.

Tudo bem que essa mistura formou uma aberração que era sua ex-irmã.

Mas Narcisa era burra.

Tão mole e apaixonada. Tão doce que chegava a ser sem sal.

Bela sabia que quando Narcisa se irava aí sim ficava boa. Mas isso raramente acontecia.

Narcisa acatava tudo que seu marido falava, isso era bom. Mostrava que fora bem criada.

Mas vivia se lamentando sobre a escolha de Lucius com os comensais.

Que todos eram testemunha das mil vezes que Bela tentou explicar para sua irmã que essa foi provavelmente a melhor coisa que Lucius fez.

Bela sabia que o lorde se afeiçoava pelo Malfoy. Lucius tinha esse poder sobre as pessoas. Talvez pelo carisma, pelo ouro ou pela maldição Imperios.

Bela gargalhou.

O filho da mãe era bom mesmo conjurando-a. Tanto quanto Bellatrix conjurando a Cruciatus.

A verdade era que Bela desejava o momento que Lucius transformasse Narcisa numa mulher ideal, alguém como ele.

Temida, fria.

Merlin, sua irmã foi chacota uma vez entre os comensais. Na verdade fora algumas vezes.

Sempre quando Bela não estava, é claro.

Mas ela tinha ciência.

O lorde a contava.

Ah o lorde das trevas. Seu Voldemort.

Que Rodolfo nunca aprendesse a arte da Legilimencia. Pobre Lestrange... Fora um namorado tão bom. Era um marido bom, mas era justamente esse o seu problema.

Bellatrix supria sua necessidade de poder com Voldemort. Os dois apreciavam a companhia um do outro. Tinha metas iguais. E então isso acabava tão quando começava.

Ele era fechado, não dividia seus planos, não os planos pessoais. E não queria envolvimento. Bela pra ele era uma distração. Mas mesmo sabendo disso, nunca seria capaz de dizer não.

Na noite seguinte, era tarde da noite e o grupo estava numa reunião, reunião essa que virou um social. Lucius estava conversando com seu cunhado, Rabastan e o lorde das trevas. Quando os dois irmãos o deixaram sós.

— Sabe Malfoy, estou sentindo uma áurea estranha de você desde quando chegou.

— Talvez seja tensão. — Lucius coçou os olhos. — Quero matar alguém.

O lorde sorriu.

— Claro que quer. E quem é o sortudo?

— Augustus Roockwood.

— O Roockwood, ah mas ele é do grupo. Esta aqui hoje.

— Dane-se ele. Não perde a oportunidade de perseguir Narcisa, mas agora ela é minha mulher, então as coisas mudam de rumo.

— Entendi... Essa demarcação de território masculina é muito forte.

— Não é questão de vinculação. É que Narcisa é minha. Minha propriedade por assim dizer.

— Entendi. Bom nada impede que de um aviso a Augustus, mas se quer matar, hoje vou fazer um serviço que você se divertiria muito.

Naquela noite Lucius saiu com Voldemort, para inveja de muitos comensais. Os dois trabalharam juntos. Caralho, o lorde das trevas nem hesitava.

E Lucius não gostava de ficar usando deliberadamente a maldição da morte. Apenas em situações como com Augustus, quando o ódio o cegava.

Lucius chegou de madrugada e morto de cansado. Deitou na cama do jeito que estava mesmo sabendo que Narcisa teria um ataque do coração ao ver ele deitado com a roupa que saiu. Ela tinha problemas sérios com coisas impecáveis.

Mas ele correria o risco, estava cansado demais para tomar um banho.


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