— Não. Quer dizer, não acho que uma gravidez de uma semana daria esse sintoma. — ela se corrigiu.

— Não daria. Então descartamos a gravidez. Você esta desidratando. Seu marido me disse que são ingleses, lá é bem frio. Aqui precisa de se alimentar bem, tomar muito liquido. Esta muito, muito a baixo do peso. Provavelmente seu corpo esta avisando isso.

— Não sinto fome.

— Não me leve a mal senhora Malfoy, mas se continuar assim vai ficar cada vez mais frágil, isso pode te atrapalhar a engravidar no futuro. Isso pode te matar se aumentar. Anorexia é muito serio.

Ela fechou a acara. Estava se sentindo mal e tudo que o curandeiro sabia era manda-la comer.

— Senhor Malfoy, pode não me dar credito, mas com certeza o senhor pode ver a quão magra esta. Isso vai piorar. E pode mata-la. Vou receitar uma poção e sugiro que procurem um curandeiro intimo da família para ajudar no tratamento.

Foram para o chalé em silencio.

Narcisa foi tomar banho e quando retornou para sala, a sua frente tinha uma mesa cheia de comida.

— Venha comer Ciça.

— Ah não Lucius, não vai mesmo fazer isso...

— Já tinha reparado que depois que noivamos estava perdendo peso, falei com você algumas vezes. Agora um profissional falou. Pra mim chega, venha comer.

— Não. Estou. Com. Fome.

— Mas. Vai. Comer. Agora.

E ela teve que comer pelo menos um pouco de cada coisa. No fim estava tão empanzinadaque jurava que se deitasse para uma sesta, teria pesadelos.

— Nunca mais me faça comer feito uma porca assim.

— Vai comer comigo todas as refeições, ate que esteja no seu peso ideal.

Ela o abraçou mais forte na cama.

— Não faça isso comigo. Teria que engordar o que? Uns quinze quilos? Não vou aguentar, sou baixa, não posso ficar no peso ideal, ficaria gorda.

— Não ficaria, é seu peso ideal, vai fica no tamanho ideal.

— Meu estereotipo não é gordinha, por favor, Malfoy.

— Pelo menos dez a oito quilos. É menos que seu peso ideal. Narcisa, quero ter filhos, quero uma esposa do meu lado. E viva, entende?

— Oito quilos.

E no final de uma semana inteira, fazendo todas as refeições ao lado de Lucius, na verdade, fazendo tudo junto.

Narcisa tinha engordado três quilos.

— Acho que podíamos parar por aqui, já foram três quilos.

— O combinado foram oito e mais, esta muito bem, mais disposta. Mais bonita.

— Ok.

— Ei esposa, esta perto de irmos embora.

— Ah não...

— Temos mais cinco dias.

— Por que só vinte dias?

— Não faça esse bico, depois viajamos novamente, tenho coisas para resolver.

E após os cinco dias seguintes, o casal retornou para Londres.

Logo na primeira noite, tinham um evento em comemoração ao aniversario de Abraxas Malfoy.

Narcisa vestiu algo exótico e brilhoso, o salão de eventos estava lotado e mesmo em meio a tanto alvoroço. Gente da alta e comemoração, ela percebia que seu sogro já não era o mesmo.

Podia estar sorrindo, mas os olhos estavam perdendo o brilho astuto, que é a marca maior da família Malfoy.

Ela chegou cedo e aproveitou para ajudar na recepção, estava colocando em pratica a sua criação para ser uma perfeita esposa.

— É um prazer senhora Blac... Quer dizer, Malfoy.

— Fique a vontade senhor Rockwood.

O senhor bem acabado deu um aceno com a cabeça, seu filho vinha logo atrás.

— Ei Narcisa.

Ela virou o rosto.

— Sabe que não precisa virar o rostinho. Esta toda metida porque conseguiu casar com Lucius.

— Não perca seu tempo liberando o veneno pra cima de mim.

— Agora que ele te “inicializou” no sexo, fica mais fácil caso a gente combine de dar aquela pulada de cerca.

— É ridículo. Como ousa falar tantas coisas baixas?

As palavras dele a abalou tanto que saiu da portaria.

Será que ele nunca a deixaria em paz? Um homem quando era contradito podia ser um perigo.

Lucius percebeu que Narcisa estava mais calada. Nada passava despercebido a ele.

— Esta tudo bem? O que te deixou nervosa?

— Nada.

Ela respondeu torcendo o nariz. Algo que fazia com certa freqüência. E que Lucius percebeu que achava lindo.

Deu um beliscão de leve na cintura dela.

— Não minta pra mim. Sabe que vou saber se esta falando a verdade.

Ela olhou para o lado. E o casal foi interrompido com a presença extravagante de Bela, Rodolfo e Rabastan.

— Como foi à lua de mel? — Bellatrix perguntou.

— Hmm...

— Bela, não acredito que esta querendo saber detalhe sobre a lua de mel de sua irmã, isso é meio voyeur.

— O que é voyeur? — Narcisa perguntou para Rabastan.

— Cara pare de profanar a mente pura da minha esposa. É algo sem importância Ciça. — Lucius disse.

— Ahh, o Malfoy todo super protetor.

— Rabs, não tem nada de voyeur. Só quero saber se meu cunhadinho cuidou bem dela.

— Esta em perfeito estado, vê? — Lucius segurou a mão de Narcisa, a fazendo dar uma volta.

— E ate mais bonita, se é que é possível. — Rodolfo disse.

— Talvez já esteja grávida, dizem que as mulheres nesse estado ficam diferentes. — Bela disse com ironia.

Narcisa olhou com toda animação para Lucius, que também sorria.

Na verdade, ele preferia não ser pai agora. Queria seu herdeiro, é claro. Alguém que continuasse com o nome onipotente de sua família.

Sabia que seu pai necessitava de ter um neto também. Assim como Lucius, não podia deixar que por qualquer motivo que fosse, seus nomes ficassem esquecidos.

Mas Lucius queria curtir. Curtir o “trabalho”, sua mansão, ouro. Sua esposa.

Imaginava, como qualquer rapaz na sua idade, que filhos provavelmente atrapalhariam.

Talvez Narcisa ficasse estranha e desengonçada, feia. Algo do tipo.

Teria seu filho, mas também teria de conviver com uma esposa ridícula ao seu lado.

Preferia retardar esse processo mais um pouco.

Narcisa parecia ser apaixonada pela idéia de ter um bebe.