Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 52
52. DOENTE DE AMOR.


Notas iniciais do capítulo

:P



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Um tapa na cara era algo que doía mais do que uma surra de chicote. Um tapa na cara sobrevinha bem no ego, certeiro para desmoronar uma pessoa.

Narcisa sentia o rosto queimar, Merlin, nunca seria capaz de se recuperar. Sentia um gosto ruim na boca, provavelmente tinha cortado o canto interno na hora do tabefe que levou.

Tinha andado ao que pareciam ter sido muitos passos, ate que sentou na areia branca.

Estava de noite, olhava o mar cristalino bater quando encontrava a areia.

Como se tivesse demonstrando seu poder e raiva, ou como se tivesse exigindo o que era seu, seu domínio. Exatamente como seu marido.

Narcisa não seria capaz de perdoá-lo.

Sabia que bruxos usavam esse tipo de correção contra suas esposas, mas não esperava que Lucius fizesse isso, principalmente em sua lua de mel.

Se agora era assim, provavelmente daqui a alguns anos ela nem teria os dentes da boca de tanto apanhar.

Odiava seu marido.

Não o perdoaria, nem mesmo se ele se ajoelhasse frente a ela. E isso com certeza Lucius Malfoy nunca faria. Para ninguém.

Estão podia esquecer.

Talvez estivesse pagando pelos erros de seus antepassados. Ou pelo erro de sua irmã, Andromeda.

Mas será que era justo ela sofrer?

Nunca fora uma pessoa ruim, sempre com a cabeça no lugar, sempre agindo conforme foi criada.

Viu de longe alguns casais trouxas sorrindo e se divertindo na madrugada. Passeando, comendo e alguns corajosos ate entrando ao mar.

Inferno! Ate mesmo os trouxas viviam bem e felizes.

Lucius ainda olhava sua mão.

Estava com olhos arregalados, boca aberta e num estado de total assombro.

Não acreditava, simplesmente não entrava em sua mente o que tinha feito.

Tinha erguido a mão para sua esposa.

Narcisa.

Merlin... Lembrou-se daquela menina baixa e magra, com rosto franzido e metida que entrou no expresso de Hogwarts há seis anos.

Lembrou-se dela provocando Aleto sobre seu namoradinho Tom Scamander.

Lembrou-se do ano que Sirius entrou no colégio. E que Narcisa passou mal ao vê-lo indo para Grifinoria. Recordava-se do beijo que lhe deu enquanto estava desmaiada.

Lembrou-se das exigências do seu pai para que ele escolhesse uma boa esposa, mas sempre deixando claro sua preferencia pela loira.

E de como ela foi receptiva com a ideia. Aguentou suas traições no inicio. Aguentou ver ele do lado de Augustus e contra ela.

Aguentou sua irmã envergonhando toda família, mas nunca perdendo sua essência.

E agora, Lucius quem tinha acabado de perder a sua própria essência.

Nunca admitiu que homens batessem em mulher, mesmo isso sendo comum.

Mulheres são fracas e inúteis se comparadas com um homem.

Agora ele tinha batido em sua esposa, e foi forte, pois sua mão ainda ardia do impacto.

Narcisa era em tudo delicada. Um grito talvez fosse o bastante para deixá-la assustada, agora bater...

Ele lembrava o motivo, e lembrava que a petulância dela o irritou ate cegar. Mas ainda assim não justificava.

Narcisa não ouvia os passos, estava sentada na areia, frente ao mar. Mas sabia que ele se aproximava.

Sentia a presença dele. E seu perfume. Que antes ela tanto gostava, agora lhe dava arrepio.

— Narcisa vem para dentro. — ele disse direto, com voz meio embargada.

Ela nem se deu ao trabalho de responder. Ficaria facilmente com raiva dele para sempre, se desse sorte.

— Se não percebeu, esta perto dos trouxas.

— Prefiro ficar entre eles, a ir com você. — ela respondeu com frieza.

Soluçando pelo choro, sabia que era um insulto sem tamanho.

Lucius não se importou com a afronta.

— Não precisa falar comigo ou olhar na minha cara. Apenas vem para dentro, esta tarde.

Ela levantou antes dele terminar a frase. E seguiu para o chalé.

Após tomar um banho demorado, ela deitou na cama enorme. E nem viu se ele estava ou não no chalé. Se fosse correto, dormiria na sala.

Lucius deu um tempo para ela. Sabia que estava com ódio e muito triste. Merlin, ele nem ao menos conseguia olhar em seus olhos.

Foi para sala e resolveu beber um pouco, talvez o deixasse aliviado, talvez ate desse sorte de que o álcool apagasse o que tinha feito na noite passada.

Estava frio, como se o tempo correspondesse ao humor do casal.

Narcisa acordou embolada entre as cobertas... E Lucius.

Ele estava nu e ela olhou depressa para o próprio corpo com medo de algo que ela não recordasse ter feito, tivesse acontecido.

Estava completamente vestida. Menos mal.

Mas ainda estava abraçada com ele. O que a fazia lembrar o ocorrido na noite anterior.

Levantou da cama e se trocou indo direto para piscina.

Todos os dias eram do mesmo jeito, isso por pelo menos três dias.

Narcisa acordava, ficava na piscina — pois não arriscaria frequentar à praia entre os trouxas —, de noite tomava banho e dormia.

Lucius ela nem se importava. Não o olhava, ignorava sua presença pomposa, e isso era um trabalho bem árduo.

Ate hoje.

— Não vou pedir janta, vamos sair de noite. — ele anunciou.

Mas na hora do jantar, ela sentou no sofá da sala e passou a ler um livro. O livro que ganhou de Severo, o primeiro presente que ele lhe deu. Sobre Oclumencia. Já era a terceira vez que lia.

— Eu disse que sairíamos e você nem esta pronta. — Lucius disse, assim que apareceu na sala.

Estava todo arrumado.

— Narcisa estou falando com você.

— Como deve ter percebido, não vou. — ela disse sem se dar ao trabalho de erguer a cabeça.

— Claro que vai.

— Já pedi janta, já jantei. Não estou nem um pouco a fim de desfilar meu rosto marcado por aí.

Ela disse jogando o livro no sofá e apontando para o próprio rosto. Ainda tinha marca — bem de leve — mas tinha. Lucius perdeu a fome ao vê-la trotando para o quarto.

Estava decidido a se desculpar. E assim que entrou no quarto, sua fome voltou.

Só que não era fome de comida.

Não quando se pega sua esposa trocando a roupa por uma camisola. Os movimentos do corpo, dos seios, do cabelo caindo.

Tudo parecia ajudar a tira-lhe o juízo.

Então entrou completamente no quarto e fechou a porta.

— Estou me trocando.

— Percebi, pode continuar.

— Já acabei. Pare de me olhar desse jeito Malfoy. — ela pontou o dedo para ele.

— Que jeito?

— Como se quisesse me devorar, algo do tipo. — ela lhe deu as costas e foi para cama.

— É justamente isso que quero.

Ele murmurou baixinho, enquanto seguia para cama.

— Pensei que você estava indo jantar. — ela disse quando ele tirava o sapato social e se aproximava.

— Mudança de planos.

— Não se aproxime de mim.

Mas ele já tinha deitado ao seu lado.

— Não. Tire suas mãos de cima de mim, não quero nada com você, Lucius!

— Não estou pedindo sua opinião, isso não é algo que possa decidir sozinha.

— Não vai querer fazer isso à força, ou vai?

— Não disse que faria a força, vou fazer você querer. E você vai querer!

— Impossível... — ela murmurou.

Mas toda sua negação foi bloqueada pela boca de Lucius sobre a sua.

As mãos lisas e cheias de malicia acariciavam com todo cuidado seu corpo. Ela não correspondia ao beijo, mas era inevitável suspirar quando a boca dele passava tão quente em seu pescoço e colo.

— Eu sinto tanto Ciça, não posso me desculpar mais do que isso.

Ela fingiu que não escutava.

Lucius deitou sobre ela, entre suas pernas. E a encarou.

— Não farei mais isso, nunca pensei que faria um dia. Sinto muito. — ele se referia ao tapa.

— Não estou preparada para te desculpar ainda. — ela disse com sinceridade.

Ele se afastou dela, ate que tivesse de pé. Ela pensou que ele ia sair, talvez procurasse outra mulher, talvez ela merecesse isso tudo mesmo.

Mas ele não saiu do quarto. Apenas tirou sua roupa, toda. Estava completamente nu quando voltou a deitar. E estava excitado.

Narcisa sentia o rosto pegando fogo, de repente o quarto tinha subido alguns graus.

E quando Lucius se aproximou novamente e a tocou com tanta delicadeza, foi impossível não se submeter...

— Você é tão linda. — ele murmurou enquanto ajoelhava na cama ao lado dela.

Narcisa estava na cama nua, sem sentir constrangimento. E ouvir um elogio assim, a deixou corajosa. Geralmente enquanto estavam na cama, mal trocavam uma palavra. Mas hoje Lucius estava falando ate muito.

Ela esticou a mão e o segurou, sem quebrar o contato visual. E tendo o prazer de ouvi-lo gemer.

— Parece que vai quebrar, que vou te machucar. — ela disse, descendo e subindo a mão nele.

— Não vai quebrar e nem machucar. — ele colocou a mão sobre a dela e ensinou o movimento.

— É tão duro. — Narcisa murmurou, incerta de ter sido um comentário impertinente. Mas ele apenas sorriu.

— Assim que tem que ser, se não, não posso ir aqui. — ele tocou entre as pernas dela.

E os dois faziam amor pela segunda vez naquela noite.

Narcisa acordou se sentindo mal. Enjoada, cansada. Fraca.

— Preciso de um livro para poções, acho que não o trouxe. Preciso de um curandeiro. — ela disse, quando Lucius a chamava pela terceira vez para se levantar da cama.

— Esta tão ruim?

— Muito.

Lucius dedicou a manha para encontrar um curandeiro. E achou um.

Perto das docas, um africano que emanava magia.

— É difícil bruxos passarem mal por aqui. Geralmente não ficam por muito tempo.

— O senhor se formou em qual instituição? — Lucius perguntou.

— No Brasil.

— Ah...

Lucius ficou ao lado de sua esposa o tempo inteiro que era atendida.

— Tenho duas alternativas, e preciso de sua ajuda. Tem alguma chance de estar gravida?

Narcisa olhou para Lucius.


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Notas finais do capítulo

E agora pipous? Comente, recomendem... bla bla bla... :D



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