O baile foi aquele clichê de sempre, no fim, estava no corredor da masmorra conversando banalidades com Tom.

— Sabe, é uma pena esse lance entre você e Lucius. — disse tocando no assunto do casal pela primeira vez.

— Bom... É.

— Com ele não da para competir, você sabe. Mas fico feliz que tenha participado da sua vida Narcisa.

Ele falava num tom mais serio, como se estivessem se despedindo. Ela entendeu. Afinal, quando Lucius resolvesse anunciar noivado ou coisa do tipo, todo relacionamento que Narcisa tivesse tido antes teria de ser apagado. Para sempre.

— Você é uma pessoa maravilhosa Tom, merece tudo de bom.

— Você que é maravilhosa, sabe, aquilo de mais cedo, sobre sua irmã e o... “T”. Foi algo muito bonito.

— Ela merece, vai se formar e se casar com um homem que não conhece, pelo menos terá aproveitado um pouco com alguma paixonite. Independente de quem é a paixonite.

— Uma das atitudes mais nobres que já vi ate hoje. Você abriu mão de seus dogmas para que sua irmã fosse feliz pelo menos por algumas horas.

Ela concordou.

— Você é perfeita e sempre terei orgulho de ter tido uma chance contigo... — murmurou se aproximando dela.

Narcisa suspirou com a proximidade. Mas antes que qualquer coisa acontecesse, tudo desandou.

— Thomas Scamander, se não quiser ganhar uns serviços extras para fazer no castelo. Acho bom ir direto para seu salão comunal, ou para sua cama. Afinal, é onde crianças deveriam estar.

Tom fez uma careta e deu um beijo no rosto de Narcisa, antes de passar por Lucius e seguir para torre da Corvinal.

Narcisa já se virava para falar a senha, quando Lucius segurou o braço dela a puxando ate a sala no fim do corredor, sala essa que eles tinham conversado dias antes.

— O que foi? Esta ficando doido? — disse puxando seu braço.

— Estou te protegendo das línguas afiadas. O que você quer? Já não basta ficar agindo feito uma qualquer...

— FEITO UMA QUALQUER?

— Exato.

— Lucius você precisa se tratar, serio.

— Ok já não basta ter ido ao baile com outro, precisa ficar aos beijos? — Narcisa prendeu o riso, tudo estava caminhando para onde ela queria.

— Já tinha avisado que não precisamos agir feito um casal, e não estava beijando ninguém.

— Por pouco, você tem um compromisso comigo, beijos ou qualquer coisa do tipo com outros esta fora de questão.

— Mas você pode? Viu como é ruim?

— Não vamos entrar nesse assunto de novo. Você me deixou com cara de palhaço.

— Que gracinha. — a loira disse com ironia, mexendo num colar que usava.

Lucius olhou para sua mão, o colar. E o vestido branco super decotado. Automaticamente seus olhos desceram para o corpo esbelto. E voltou para os seios.

— E não quero que use mais esse vestido.

— Mas como ousa? Nunca obedeceria algo assim.

— Ah, mas acho bom você obedecer, desde já.

— É só um vestido.

— Um vestido provocante.

— É apenas um vestido. Seu olhar que vê maldade em tudo.

— Meu olho ver o que você mostra, e nesse caso esta mostrando demais. Não é de se admirar que aquele pirralho estava ofegante para cima de você.

— Da mesma forma que você esta agora? — Lucius deu uma risada sarcástica.

— Para me deixar ofegante teria de estar nua, cavalgando no meu colo.

Narcisa engoliu seco e deu um passo para trás. Seu rosto queimava quando o assunto era esse. Mas dessa vez, ou seria pelo jeito que ele falou, seu corpo formigava e estava meio dormente.

— O que? Ficou sem respostinha para isso?

— Você é tão baixo Malfoy.

— Apenas esqueci que você é daquelas que com uns beijinhos fica toda molhada.

— LUCIUS!

— Falei alguma mentira?

— Você... Você... Respeita-me!

Ele deu alguns passos ate ficar perto dela, se movia feito uma serpente astuta, e a pegou se surpresa quando passou o braço em sua cintura.

— Me solta.

— Ei vai com calma, pare de se debater que te solto.

A loira prontamente parou. Lucius usava um perfume forte e gostoso, muito mais cheiroso que Tom.

E Lucius também era quente, alguns graus a mais do que o ar.

Além de tudo, ele não era confiável. Ela parou, mas Lucius não só a abraçou com mais força, com a beijou.

Narcisa tentou se esquivar, mas foi inútil.

Primeiro por ele ser maior e bem mais forte. E segundo, porque ela simplesmente não queria.

Sabia como Lucius beijava bem, ele se movia com calma, sua língua era lenta e úmida, e ela sentia o corpo pulsar.

Ele não mentira mesmo. Uns beijos dele era capaz de deixa-la molhada. Mas nunca admitiria isso em voz alta.

Ele chupou sua língua, fazendo-a arfar.

Era incrível como conseguia saber tanto. Como fazia isso tão bem.

Lucius parou o beijo e passou o nariz no dela, Narcisa o empurrou ate que ele encostasse a uma parede, e voltou a beijá-lo.

Os beijos foram ficando quentes, Lucius passou a beijar o pescoço da loira, mas parou abruptamente.

— Não faz esse som novamente.

— Que som?

— Aquele som, tenta não gemer.

— Ei, não estou gemendo! — ela disse tentando sair do abraço dele. Coisa impossível.

— Esta gemendo, às vezes. É uma delicia de se ouvir, mas só me deixa mais empolgado...

— Chega, esta tarde Lucius. — disse saindo de perto dele.

— Ah não, vamos ficar mais.

— Não. Por hoje esta bom. Boa noite Malfoy.

Ela disse saindo quase correndo dali, Lucius mexia com seu corpo, mas não o bastante para tira-lhe a sanidade.

E Lucius tinha uma nova meta: ter Narcisa.

Agora era como se dependesse disso, ele a queria demais. Seu membro doía ao lembrar-se dela, não descansaria ate que descobrisse como era estar dentro daquele corpo.