Refazendo O Passado. escrita por GRT, Juliana


Capítulo 20
Esclarecimentos- Parte 1


Notas iniciais do capítulo

N/A: NÃO ME MATEM! NÃO ME MATEM!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
OK, eu sei que demorei, mas eu queria pedir trilhões de desculpas, não, mais, quadrilhões de desculpas por tanta demora. Juro que não foi intencional. Apenas estava sem criatividade.
Sem mais delongas, aproveitem esse cáp saído direto do forno!
Boa leitura !!



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Harry, Rony, Hermione, Gina, Remo, Sirius e Maria permaneceram lá embaixo quando Tiago e Lílian subiram.

- Ferrou tudo. Tudo, tudo, tudo! – Praguejou Hermione.

- Mas, pelo menos agora Harry vai ficar bom. – Disse Gina, por mais que estivesse preocupada com o que aconteceria depois deles terem descoberto.

Ficaram, então, em silêncio por alguns minutos cada um com seus pensamentos, até que, cerca de meia hora depois, Harry tirou o cobertor que o tapava de cima deles e a cor começou a voltar ao seu rosto.

- Me sinto melhor, mas só um pouco.

- Graças a Deus! – Gritou Gina o abraçando.

- Sem... Ar.

- Desculpe Amor, mas é que eu fiquei tão preocupada.

- Vai ficar tudo bem, só quero que eles desçam logo. – Disse esperançosamente olhando para as escadas.

- Por quê? – Perguntou Hermione, que começara a pensar na possibilidade de lhes lançar um obliviate.

- Por que... Olha me desculpe Mione, mas desde que chegamos aqui à única coisa que quero é contar tudo, tudo. – Se se encostou à guarda do sofá, teve uma rápida crise de tosses e falou: - Vou me sentir muito mais leve.

Hermione se absteve de responder, sabia que seria melhor assim, Sirius perguntou:

- O que tem demais nessa “história”? – Desde que soubera da verdade nunca ficara tão curioso assim.

- Muito mais do que você imagina, Sirius, Muito mais do que você imagina...

Mais alguns minutos.

- Vocês não acham que eles estão demorando demais? – Perguntou Hermione - Precisamos ir logo, a história é longa e amanhã temos aula.

- Você vai à aula amanhã? – Perguntou Maria incrédula. – Credo. Deus me livre! Já são mais 3h00min da madrugada. Eu não vou à aula amanhã nem que me paguem.

- Como assim não vai? – Perguntou Hermione mais incrédula que Maria. – Você tem que ir. – Concluiu com seu tom mandão, o que deixou Maria extremamente brava, ninguém mandava nela.

- Eu não vou a lugar nenhum. Até por que você não me manda. Amanhã de manhã vou dormir até tarde e a tarde vou descansar embaixo de uma árvore que, de preferência, me dará uma vista perfeita do lago negro. – Terminou com um tom sonhador.

- Apoiada, apoiada. – Concordou Sirius. Hermione bufou.

- De qualquer forma é melhor subirmos. Se contarmos a história aqui alguém pode escutar.

Os outros concordaram silenciosamente e todos subiram as escadas. Quando chegaram à cima se surpreenderam com o silêncio.

- Eles não deveriam estar conversando?

- Esperem!  Pedro está lá dentro?

- Sim, está dormindo. – Explicou Sirius confuso.

- E se ele tiver feito algo?

- O quê? Não, não, Pedro é mais indefeso que uma mosca. – Respondeu Sirius.

 - Mesmo assim eu acho melhor… - Hermione abriu a porta e o que viram os deixaram alegres e constrangidos, não, Pedro não estava atacando-os, mas Tiago e Lílian estavam aos beijos. Hermione fechou a porta rapidamente, corada. – Acho melhor descermos. – Olhou para baixo, como se ela mesma tivesse sido pega beijando o ex-namorado.

- Ah, qual é? - Perguntou Sirius descendo as escadas. – Como se você nunca tivesse feito isso.

- É diferente.

- Por quê?

- Porque que estou aqui e sou filho deles? – Perguntou Harry como se fosse óbvio.

- Exatamente. – Disse Sirius, divertidamente. – E eles estão começando a planejá-lo, deveria agradecer.

Harry revirou os olhos e Sirius riu.

 Quinze minutos depois Lílian e Tiago desceram as escadas do dormitório, ninguém fez comentário algum sobre seus estados (por mais que tivessem vontade), ambos lançaram olhares traídos para os amigos e depois olharam para Harry de forma indecifrável, Lily trocou o peso de uma perna para outra.

- Então... Bem, vocês disseram que tinham um bom motivo para terem vindo para cá e...

- Estamos prontos para ouvir.

- Eu imaginei... – Sirius riu maliciosamente, todos entenderam a que ele se referia. 

- Fica na tua, Black! – Mandou Lily antes que Tiago pudesse falar algo. Olhou para Maria e Remo logo em seguida – A situação de nenhum de vocês está boa.

- A culpa não foi deles, eles só... – Hermione tentou interferir.

- Não importa agora. Estou realmente ansiosa para ouvir a história, Harry. – E, surpreendentemente, seu tom era gentil e doce para com Harry.

- Está certo. Aqui embaixo é melhor, não quero ter que subir novamente. É melhor se sentarem, a história é longa. – Falou Harry com uma expressão tensa, não sabia se estava preparado para contar tudo aos pais.

Depois de todos sentados confortavelmente, dispostos da seguinte forma: no sofá grande; Gina, Harry, Rony e Hermione, na poltrona; Remo sentado e Maria na guarda e no outro sofá; Lílian no meio, entre Tiago e Sirius.

- Nós estamos aqui, Ok, Harry? – Sussurrou Gina. – Se você precisar de alguma coisa... – E apertou a mão do namorado. Harry pigarreou e encarou os pais.

- Bem, tudo começou quando... Por onde eu começo?

- Quando eles se casaram, Harry. – Sussurrou Hermione apressadamente.

-Ah, certo.  Depois que saíram de Hogwarts vocês, todos vocês imagino, se juntaram a Ordem da Fênix.

- Ordem da Fênix?

- É, Ordem da Fênix. É um grupo de pessoas, organizados por Dumbledore, que lutam contra as artes das trevas. Depois, bem, eu calculo que um ano depois de se formarem ou talvez dois, eu imagino; vocês, bem, vocês se casaram. – Apontou para Lílian e Tiago, obviamente.

- Ãh? Repete de novo que eu acho que não ouvi direito. Você disse um... um ano depois? – Ok, Lily imaginara que eles haviam casado, mas um ano parecia tão próximo.

- É, ou dois.

- Nossa... – Sussurrou Lílian.

- Bem, depois de vocês se casaram foram morar em Godric’s Hollow... – Mas, antes que Harry pudesse terminar Tiago perguntou:

- Como assim você não sabe se passaram um ano ou dois? Somos seus pais!

- Se vocês me deixassem explicar entenderiam. – Lílian e Tiago tinham um mau pressentimento quanto a isso.

- Bem, vamos dizer que se casaram dois anos depois de terminarem Hogwarts, uma profecia foi feita pela vidente Sibila Trelawney, a profecia era a seguinte: “Aquele com o poder de vencer o Lord das Trevas se aproxima... Nascido daqueles que por três vezes o desafiaram, nascido ao fim do sétimo mês... E o Lorde das Trevas vai marcá-lo como seu igual, mas ele terá um poder desconhecido pelo Lord das Trevas... E um deve morrer pelas mãos do outro porquanto nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... Aquele com o poder de vencer o Lord das trevas se aproxima... Nascido daqueles que por três vezes o desafiaram, nascido ao fim do sétimo mês...”. – Harry estranhava o fato de ter ouvido a profecia uma única vez e mesmo assim tê-la decorado.

- E o que isso tem a ver conosco? – Perguntou Tiago, todos ouviam a história avidamente.

- Por enquanto nada. – Respondeu Harry. – Mas, não se preocupe logo isso muda. – Disse com um sorriso estranho. – Bem, um ano depois de se casarem Lily ficou grávida, de mim, obviamente. – A ruiva corou imaginado a possibilidade. – Bem, eu nasci. E é aí que a profecia entra; - todos, até mesmo quem já sabia da história, como os viajantes, se empertigaram na cadeira, ansiosos por mais. – Vocês tinham enfrentado o Lord Das Trevas, Voldemort, três vezes e eu nasci no dia 31 de julho, fim do sétimo mês. Voltando um pouco: um comensal havia ouvido parte da profecia e contado a Voldemort...

- Que parte?- Lilian disse.

- Que comensal? – Para Tiago isso parecia mais importante.

- Até a parte do sétimo mês apenas. Não sei quem ouviu, quando Dumbledore me contou, chamou-o apenas de “intruso”. Então, Voldemort decidiu ir atrás de quem se encaixava na descrição...

- Por favor, por favor, me diga que não é você. – Pediu Lílian. Harry deu um suspiro triste.

- Poderia não ser. Poderia ser eu ou poderia ser Neville Longbotton, filho de Alice e Frank Longbotton. – Os amigos da menina sorriram, se ela estivesse ali ficaria muito feliz. Lílian e Tiago se culparam por desejar que Neville fosse o escolhido por Voldemort. – Dumbledore, que sempre teve muitos informantes, acabou descobrindo que eu fora o escolhido.

- Não... – Sussurrou Lily, em uma súplica. Os outros se mantiveram em silêncio, apavorados demais para falar.

- Sim. Quando ficaram sabendo decidiram se esconder, logicamente, Dumbledore então sugeriu que vocês fizessem o Feitiço Fidelius...

- Feitiço o que...? – Perguntou Tiago

- Fidelius. – Disse Hermione. – É um feitiço realmente complicado ele guarda uma informação secreta dentro da alma do bruxo "recipiente", conhecido como "fiel do segredo". A Informação é então inacessível, até que o fiel do segredo escolha revelá-la; e nem aqueles que conseguem que o fiel do segredo revele tal não poderá passar adiante.

- Como assim? – Perguntou Maria.

- Exemplo: você é a fiel do segredo do meu quarto aí você resolve contar para Lily, a Lily vai saber, mas não poderá contar para mais ninguém por que isso cabe a você. De um jeito mais pratico: Voldemort poderia grudar a cara no vidro da janela e não veria absolutamente nada. – Gina foi prática.

- Continuando: - Falou Harry. – Dumbledore se ofereceu para ser o fiel, mas Tiago fez questão que o fiel fosse Sirius. – Harry sorriu, Sirius sorriu também. Tiago estava bravo demais com o amigo, por ele ter-lhe escondido aquele segredo daquele porte, que não deu atenção, como se fosse apenas um pequeno detalhe da história.  – Mas no dia de fazerem o feitiço Sirius teve a brilhante idéia de mudar o fiel dizendo que seria óbvio demais se ele fosse o fiel... O fiel acabou sendo Pedro. – Ninguém, além de Remo e os viajantes, entenderam o peso na voz de Harry ao dizer aquilo. Tanto que Tiago disse, tentando entender:

- O que isso tem demais?

- Vocês não entendem? É que... Ai, Gina! – Rony tentou explicar, mas Gi chutou-lhe as canelas.

- Harry vai gostar de dizer isso. – Disse ela entre dentes.

- Ãh... – Continuou Harry, procurando as palavras certas. Não sabia se dizia direto que Pedro era um traidor ou... É, a parte de Pedro ser um traidor era a única escolha – Bem, Rabicho entregou vocês dois a Voldemort. – Harry falou aquilo de forma tão direta que surpreendeu a ele mesmo.

Um minuto de silêncio se passou, dois minutos, três minutos... Quatro minutos e nada... Até que Tiago finalmente esboçou uma reação:

- Acho... Acho que você está enganado. – Era difícil acreditar, Pedro era um de seus melhores amigos, mas a convicção de Harry ao proferir as palavras... Não sabia o que pensar, não podia não confiar em nenhum dos dois, Harry ou Pedro.

Harry não se surpreendeu com a reação do “pai”, na verdade, era exatamente isso que ele esperava, mas não pôde deixar de ficar irritado.

- Lembra de quando discutimos sobre confiar ou não em certas pessoas? ERA DELE QUE EU ESTAVA FALANDO! Mas que... Droga! – Tiago arregalou os olhos para a reação de Harry.

- Preste atenção, não estou dizendo que você está mentindo, talvez tenham mentido para você... Pedro nunca faria isso.

- NÃO MENTIRAM PARA MIM! Droga! Será que você é tão arrogante ao ponto de não acreditar que alguém pode não ser tão fiel assim?

- Eu não... – Começou Tiago, mas desistiu. – Apenas confio nos meus amigos, você devia fazer o mesmo. Aliás, se eu chegasse agora e disse que Rony traiu você, o que você faria?

- A situação é totalmente diferente. – Respondeu Harry na defensiva.

- Ah, é? E por quê?

- Tudo indica que o que eu estou dizendo é verdade, mas não, Tiago Potter não pode acreditar. – Harry estava sentindo tanta raiva, não de Tiago, mas de Pedro que não conseguia se contiver e xingaria o primeiro que aparecesse na sua frente.

- Já chega! Eu acredito em você, Harry. Desculpa Tiago. - Falou Lílian, se pronunciando pela primeira vez.

Tiago respirou fundo, ainda não acreditava na história de Harry, mas tinha que fazer um esforço para continuar a ouvir a história.

- OK, continue.

- Rabicho os entregou a Voldemort e ele... – A voz de Harry ficou engrolada, Tiago e Lílian o fitavam ansiosos. – no dia... t-trinta e um de o-outubro. – Sua voz estava tremida, parecia mais difícil dizer isso a Tiago e a Lily do que ao Remo pigarreou e falou, fracamente: - ele foi até a residência dos Potter, eu tinha um ano de idade... – Harry pausou novamente e todos que não sabiam da história torceram para não acontecer o que eles estavam achando. Harry fez uma careta e disse: - Tiago foi o primeiro que... – Harry não precisou terminar.

Remo apenas baixou a cabeça, já sabia, era verdade, mas mesmo assim era duro acreditar. Sirius abriu a boca, incrédulo, se arrependendo cada vez mais de não ter contado a ninguém antes. Maria ofegou, tapando a boca com as mãos. Lílian sussurrou:

- Não, não, não, não, não! Tem alguma coisa errada, tem que ter... – Choramingou a última parte, abafando um soluço. Não queria chorar, não de novo. Não pela segunda vez na noite e a quinquagésima vez na semana. Mas, saber que Tiago ia simplesmente morrer parecia tão... Tão difícil de aceitar.

Tiago olhou para Lílian que tentava, com aparente sucesso, conter as lagrimas. Queria ajudá-la, mas a noticia parecia tão difícil para ele que... Bobagem! Por mais que fosse difícil para ele, deveria estar sendo muito mais difícil para Lily. Tiago, então, passou inseguro, o braço por cima dos ombros da garota. Não sabia se ela aceitaria bem isso, mas, surpreendentemente, ela se aconchegou ainda mais ali, vendo isso, o rapaz, passou o outro braço por volta dela, consolando-a com palavras sussurradas:

- Não fique assim Lil’s... Vai ficar tudo bem... Não chore por mim. Por favor...

Depois de um tempo, Tiago, voltou a falar. Lily parecia recuperada o suficiente.

- Bem, mas... Se você está aqui é por que Lily conseguiu salvá-lo, não é mesmo? V-vocês dois ficaram bem, certo? – Tiago não parecia estar fazendo uma pergunta, e sim, um pedido. Tudo o que ele mais queria naquele momento era que Lílian tivesse ficado bem. Sabia que Harry estava, já que, o moreno estava ali, vivinho, na sua frente.

- Ãh... – Harry pareceu inseguro, nervoso e triste. A voz quebradiça dele caiu como uma pedra no estômago de Tiago. – Tia... Meu pai – corrigiu-se. – mandou minha mãe subir... Comigo, para nos proteger. Ele achava que conseguiria deter Voldemort tempo o suficiente, e talvez tivesse conseguido se pelo menos tivesse uma varinha em mãos. – Tiago não acreditou na própria idiotice, mas, no fundo, entendia-se, na pressa de tentar salvar aqueles que amava esse “pequeno” detalhe tivesse passado despercebido. 

 - Minha mãe subiu comigo para o quarto, ela empilhou coisas na frente da porta para que Voldemort não conseguisse me pegar, mas é claro que isso não foi um empecilho para ele. – Harry não sabia mais formas de enrolar, antes de dar o decreto final.

– Ele, Voldemort, explodiu a porta – sem perceber, as lágrimas escorriam dos olhos do próprio Harry. – minha mãe implorou para que ele não a matasse, ela pediu. E ele também, ele pediu para que ela saísse da frente, dizendo que ela não precisava morrer. – O lábio de Harry tremeu. – Ela não saiu.

Eles entenderam ao mesmo tempo em que o corpo de Tiago retesou-se, como se ele tivesse levado uma facada. Seus braços caíram dos ombros de Lily lentamente, como se tudo estivesse passando em câmera lenta. Não era possível, não era possível que depois de tudo que eles passaram... Tudo acabasse assim, com Lílian morta.

 Sem surpresa nenhuma, Tiago percebeu que a morte de Lil o abalava mais do que a dele mesmo. Sentiu um bolo na garganta e as lágrimas queimaram nos olhos, implorando para sair, mas ele não podia deixar, tinha que ser forte. Por ele e por Lily. Sim, a garota era forte o suficiente para isso e para muito mais, e sim, ele sabia disso, mas mesmo assim ele não podia evitar.

Uma lágrima escorreu, Tiago a secou num movimento rápido e brusco. Não podia chorar, não, não podia. Mas a imagem que sua imaginação formara do corpo da ruiva caindo lentamente no chão duro, o baque surdo. Seus olhos verdes, sem vida, arregalados de pavor. Tiago Potter desabou em soluços.

Lílian viu o moreno enterrar o rosto nas mãos e, surpresa, ouviu seus soluços angustiados. Ela não entendia, sentira-se tão honrada de ter dado a vida pelo filho. Com certeza, a morte do futuro marido deixou-a muito mais abalada. E outra, nunca havia visto Tiago chorar em toda a sua vida. Ela logo desceu do sofá e se ajoelhou na frente do garoto, o abraçando, o quanto era permitido vista sua posição.

Na verdade, todos haviam se assustado ao ver Tiago chorando, o próprio Sirius vira o melhor amigo chorando pouquíssimas vezes. Rony, Hermione e Gina também se surpreenderam, mas Harry estava ocupado demais contendo as próprias lágrimas (que falar da morte dos pais causara), para prestar atenção nisso.

Quando Lily finalmente conseguiu “acalmar” Tiago, parcialmente, claro. Maria perguntou:

- Mas... Como você sobreviveu? – Sua voz estava tremida, ela chorara silenciosamente, sem ninguém perceber. Percebendo isso, ela pigarreou, fazendo a voz voltar ao normal, e disse: - Se... Tudo isso aconteceu, como você conseguiu fugir?

- É uma parte complicada... Eu não consigo entender direito ainda. Hermione entende melhor, ela conta. – Era mentira. Harry entendia o que acontecera, mas não queria que ninguém percebesse o quanto sua voz estava chorosa.

- Ninguém soube no início. Isso só foi desvendado anos depois, ninguém sabia direito o que acontecera. Mas hoje nós sabemos: quando... Quando a senhora Potter se entregou a morte – parecia tão difícil referir-se a “Lílian da história” como Lily. – Uma espécie de feitiço foi “feito”, ou melhor, ela depositou todo o seu amor em Harry ao morrer e isso, bem, isso serviu como escudo quando Voldemort lançou a maldição sobre ele. Então, o feitiço saiu pela culatra e se virou contra o próprio Voldemort.

- Portanto, ele morreu? – Perguntou Sirius.

- Por enquanto, sim.

- Como assim “por enquanto”?

- Você vai entender mais tarde. – Sirius não pareceu feliz com a resposta, mas aquietou.

- Olhem a história não vai melhorar muito de agora em diante, OK? Estejam preparados. – Avisou Hermione, antes que fosse tarde demais. – Harry, se você puder...

- Aham. – Ele se recuperara um pouco durante a falação de Hermione. – Vocês lembram que eu disse que era para Sirius ser o fiel, certo?

Todos assentiram.

- Certo, só para ter certeza. Bem, ele... Ele tinha ido à casa de Pedro naquele dia, Pedro não estava em casa. Sirius seguiu, então, para a “minha casa” e percebeu o que tinha acontecido, percebeu que Pedro os tinha entregado. Ele, obviamente foi atrás de Pedro, quando Sirius me contou a história, disse que a única coisa que pensava no momento era como o mataria. – Sirius deu um sorriso sádico. – Eles se encontraram numa ruela trouxa, sim, com vários trouxas ao redor. Pedro, pela primeira vez na vida, foi esperto, ele disse pelo que me lembro: “Lílian e Tiago, Sirius? Como pôde?”, então ele explodiu a rua, se transformou em rato e entrou no esgoto! – Harry deu uma pequena risada fria e irônica. – Vocês viram o que ele fez? Ele virou o jogo contra Sirius e, no dia de aqueles que sobreviveram testemunharem todos disseram que Sirius havia matado os tais “Lílian e Tiago” e explodido a rua, matando assim Pedro Pettigrew, do qual, apenas o mindinho sobrou para contar a história. Decretaram a Sirius, que não teve direito a julgamento, prisão perpétua em Azkaban.

- Oh, meu Deus... – sussurrou Maria. Pondo em poucas palavras o que todos pensavam.

Remo já sabia o destino do amigo por isso apenas meneou a cabeça, tristemente. Tiago sentiu um aperto no peito, sua mulher morrera, ele próprio morrera, seu amigo fora preso em Azkaban, não, ele nunca tinha sonhado com esse futuro para si, com certeza, não.  Lílian arregalou os olhos, embora fizesse pouco tempo que realmente tinha uma amizade com Sirius, ele era quase um irmão, e doía saber que ele teria um “fim” tão triste, considerava isso pior que o próprio fim. Sirius, bem, Sirius...

- Certo, então. Deixe-me ver se entendi: dois de meus melhores amigos morrem, meu afilhado fica órfão, o cara que eu considerava outro melhor amigo, arma pra mim, um de meus amigos não deu nem rastro de si na história – todos souberam que ele se referia a Remo. – Fui preso, sem direito a julgamento, numa prisão cheia de dementadores?

- Por aí. – Disse Rony, insensivelmente.

 - EU, DEFINITIVAMENTE, ODEIO VOLDEMORT! E O RESTO DO MUNDO! - E atirou o pequeno abajur da mesinha de centro longe. Todos, menos Tiago e Remo, saltaram para trás. A maioria não esperava essa explosão do garoto. Tiago e Remo já estavam acostumados com as explosões do amigo, que não eram constantes, mas que aconteciam sempre que ele era ou posto sobre pressão ou ouvia/via algo que o deixava abalado.  Suas crises não demoravam muito e ele geralmente ficava bravo com todo mundo depois delas.

- Acalme-se, Black! – Ordenou Maria, que a desejava mesma ter atirado um abajur longe.

- É fácil para você falar, já que não deu as caras ainda. Aliás, onde está Maria nisso tudo? – Perguntou Sirius, venenosamente.

- Anh... – Gina disse, ao ver que ninguém respondia. – Nós não a... Conhecíamos antes de vir para o passado. Suspeitamos que ela tivesse... Eu sinto muito... Morrido na guerra, antes de Voldemort cair.

Sirius desejou não ter perguntado.

- Satisfeito, Black? Eu morri! Feliz agora? – Ela era a que tratava a morte com mais indiferença, parecia até estar acostumada a saber que ia morrer. Sirius não respondeu, tinha medo de que pudesse estragar as coisas mais ainda.

- Continue. – Pediu Remo.

- Sirius foi preso e Hagrid, a pedido de Dumbledore, me levou até meus tios.

- Não! – Exclamou Lílian. – Petúnia não!

- Petúnia? – Perguntou Sirius.

- Minha irmã. – Explicou Lily, amargurada. – Ela me odeia... Acho que... Acho que tem inveja de mim, não sei, só sei que ela me odeia. Ela está noiva de uma orca obesa chamada Válter Dursley.

- Você foi mandado para lá? – Perguntou Sirius.

- Sim, fui cri...

- E Remo? – Perguntou Tiago, se pronunciando pela primeira vez de “a morte de Lily”.

- Remo... hum, se afastou um pouco, após a formatura. Foi viajar pelo mundo, estudando defesa contra as artes das trevas. Até onde o sei só esteve aqui para o casamento, algumas poucas reuniões da ordem e... O enterro.

- Aliás, esquecemos de dizer que Dumbledore sabia que havia um espião infiltrado na ordem que mandava informações a Voldemort, por Remo viajar muito, a maioria dos membros da ordem, inclusive Dumbledore, achava que ele era o espião. – Falou Gina.

- Isso não... Faz sentido! – Pasmou Lílian.

- Assim como não faz sentido, pelo menos para Tiago, Pedro ser o traidor. – Alfinetou Rony.

- Eu já mudei de idéia, Ok? Talvez, Harry tenha razão. Eu confio nas pessoas erradas... E desconfio das que menos têm culpa. – Nesse momento ele olhou furtivo, para a ruiva sentada ao seu lado.

- Ok. Meu filho foi mandado para a minha irmã que me odeia... – A voz de Lílian dizia que ela estava ficando com cada vez mais medo da história. – Tem como ficar pior?

- Lembrados do que eu disse? A história não vai melhorar muito de agora em diante. – Repetiu Mione.

- Como vocês já devem estar esperando, minha tia nunca me tratou “bem”, sabe? Na verdade, ela tinha um filho da minha idade que me achava um ótimo saco de pancadas, ela sempre fazia vista grossa quanto a isso, e essa nem era a sua forma favorita de me maltratar. – Harry nunca havia se queixado da sua vida com os Dursley, mas agora era a sua oportunidade, seus pais estavam ali. Ele não resistiu ao agir como uma criança de sete anos reclamando de como a professora é má.

- Eu não acredito! Eu vou... Vou matar Petúnia! Ela não precisa ser boa comigo, mas com meu filho... – Os dentes de Lily trincaram-se, suas narinas estavam dilatadas e sua voz começava a alterar-se. – Me conte tudo! TUDO O QUE ELA FEZ A VOCÊ! QUE É PRA EU FAZER O MESMO QUANDO CHEGAR A CASA!

- Não precisa fazer nada com ela, acho que ela já se afogou na própria inveja. – Disse Harry, tentando conter o sorriso, era tão bom ter uma mãe para defendê-lo. – Tia Petúnia e tio Válter nunca me contaram que eu era um bruxo. Diziam que vocês tinham morrido num acidente de carro, o mesmo que resultara nessa cicatriz. – Apontou para a própria testa.

- Como...? – Tiago começou a perguntar, mas Maria o deteve.

- Será que vocês não podem ouvir a história em silêncio? Eu quero saber o que vai acontecer, mas vocês não calam a droga da boca!

Incrivelmente, eles a obedeceram.

- Certo. Eles nunca me contaram sobre minha família, na verdade, a regra era: nunca faça perguntas. O que deixava subtendido: principalmente sobre a sua mãe e seu pai.

- Você não podia fazer perguntas? Nem sobre sua mãe e seu pai? Não me olhe assim, Maria! – Disse Sirius.

- Principalmente, como já disse, sobre minha mãe e meu pai. Certo. Passei dez anos da minha vida, limpando a casa, fazendo a comida, ficando de castigo sem jantar, sendo saco de pancadas e dormindo no armário de baixo da escada.

- Ok, Lil, eu sinto muito, mas eu quero matar a sua irmã, e de preferência agora - disse Tiago, entre dentes. – Junto com o estúpido do marido dela!

- Não se eu puder fazer isso primeiro... – Respondeu de olhos fechados. – O que mais dói é saber que ela é minha irmã! Minha irmã, poxa!

- Vejam pelo lado com... – Harry tentou descrente, nem ele mesmo queria acreditar, mas não queria que seus pais virassem assassinos. – Pelo menos ela não me mandou para um orfanato.

- Oh, Harry... – Sussurrou Lily, como o garoto podia pensar assim?

- Deixe-o continuar a história. – Choramingou Maria.

- Eu fazia coisa estranhas acontecerem, sabe, magia acidental. Quase sempre levava um belo castigo. – Ele maneou a cabeça, afastando os repentinos pensamentos sobre sua infância. – Teve uma vez, em especial, pouco tempo antes de eu descobrir a verdade. Meu primo, Duda, estava de aniversário e eles iriam a um zoológico. A intenção era me deixar com a velha senhora Figg, que tinha a casa infestada de gatos, mais tarde descobri que ela era, afinal, uma aborta.

- Não é...

- Lily!

 - Pare de me fazer parar de falar, Maria! É a vida do meu filho órfão, eu tenho o direito a perguntas. – Maria soltou o ar pelo nariz e se emburrou, detestava saber que a amiga estava certa. – Não é coincidência demais ter uma bruxa abortada perto de você? – Perguntou à ruiva.

- Como você mesma deve ter percebido: não é nenhuma coincidência, e sim, mais uma das magníficas idéias de Dumbledore.

- Então, Dumbledore mandou pessoas, espero que uma aborta não seja a única, não que eu tenha algo contra mas se você correr perigo o máximo que ela fará é chamar Dumbledore, para te vigiarem? – Perguntou Tiago.

- Mais ou menos isso. – Harry esperou para ver se mais alguém faria alguma pergunta.  Nada. – Acontece que, naquele dia, a senhora Figg havia tropeçado num dos seus gatos e quebrado a perna, ou seja, não poderia ficar comigo. Não conseguiram ninguém para me fazer companhia e eu acabei indo para o zoológico junto dos Dursley. – A voz de Harry ficou fúnebre.

- Não aconteceu algo muito bom, né? – Perguntou Sirius.

- Não. Escutem, o que vocês vão ficar sabendo agora vai chocar, disso não tenho dúvidas. – Todos assentiram em sincronia, queriam saber mais e mais. - Andamos pelo zoológico, vendo os animais e tal...

- Pêra! – Exclamou Tiago, percebendo que não sabia o que era um zoológico. – o que é isso? Um zoológico?

Hermione perguntou-se mentalmente por que ele não havia perguntado antes, mas respondeu mesmo assim:

- Zoológico é um lugar onde os trouxas vão para ver os animais, bichos, sabe?

- Como... Como hipogrifos? – Perguntou Tiago.

- Não. – respondeu Lílian – Não existem hipogrifos no mundo trouxa. Eles vêem bichos como cobras, hipopótamos, macacos. Entendeu? – Tiago concordou com a cabeça, meio abobado pelo jeito que a garota falara com ele. Pelo visto, fora bobagem acreditar que ela voltaria com ele depois de saber que ele morreria. Ela fora grossa e direta. Fora algo totalmente diferente de Lílian Evans.

- Continue Amor. – Pediu Gina, delicadamente.

- Depois de um tempo no zoológico fomos à parte dos répteis. Tinha uma cobra – Harry fez uma careta, mas não conseguiu lembrar-se qual a sua espécie. (N/A: sim, eu sei que é uma jibóia, mas o Harry não precisa se lembrar de tudo, né?) De qualquer forma, meu primo queria que ela se mexesse isso não aconteceu e ele desistiu de chateá-la.  Eu decidi então “conversar” com ela. Ah, qual é? – perguntou ao ver a cara de todos. – Eu tinha 10 anos, todo garoto de dez anos já falou com um animal. – Tiago continuou achando tudo aquilo muito estranho. – A única diferença é que, hum, ela me respondeu. Falou comigo também.

O queixo de todos caiu, sabiam o que isso significava. E mesmo assim, Sirius não pôde deixar de perguntar:

- Você... Você é ofidioglota?

- Sim. – Harry surpreendeu-se por não ter vergonha de admitir isso.

- Mas... Mas... – balbuciou. – Tem que ser descendente de Salazar Sonserina, não tem? Por favor, diga-me que os Potter não são descendentes de Sonserina.

- Não, claro que não. – Harry se assuntou com o desespero do pai.

- Então, por que...?

- Quando Voldemort tentou me matar e não conseguiu, alguns de seus “talentos” vieram para mim por que eu virei u...

- Harry! Acho que deixa isso para mais tarde. – Aconselhou Hermione.

- O quê...?

- Mais tarde.

- Uh, falei com a cobra e o amigo de Duda viu e... Vocês devem imaginar o que ele fez: chamou Duda aos berros para ver. Não me lembro bem o que aconteceu nessa hora, só sei que, no momento seguinte, o vidro havia sumido e Duda entrado para dentro do tanque da cobra. – Rony fez um som estranho pelo nariz, todos o olharam e o som se identificou como um riso abafado que logo virou uma gargalhada histérica.

- Deve... Ter sido engraçado! – E seguiu rindo.

Harry o fitou, em dúvida, mas disse:

- É, foi hilário. – E o acompanhou nas risadas.

Todos riram menos as pessoas do passado que, pelo o que ficaram sabendo alguns minutos antes, não viam graça. Nem mesmo Os Marotos.

- Ante as circunstâncias, isso não é engraçado. – Opinou Maria.

- Eu aprendi, durante esse tempo... Não, aprendi quando vim para o passado. Aprendi, convivendo com vocês, que não devemos apenas nos lamentar, mas também rir das coisas boas. – Falou Harry, mas não adiantou nada, a única coisa que aconteceu foi Sirius fazer um gesto para que ele continuasse a falar. Harry suspirou. –Este episódio foi um pouco antes de eu começar a receber as cartas de Hogwarts. Meus tios não queriam que eu viesse para a escola, eles pensavam que se ficasse em casa conseguiriam tirar a magia de mim...

- Isto é um absurdo! O que Petúnia está pensando? Ela vai ver só, me deixa botar minhas mãos nela... – Lily estava com uma cara suicida e todos olhavam para ela com medo – Pode continuar Harry.

- Ok, então eles interceptaram todas as cartas, não deixavam nem Duda ver as cartas, no começo deu certo, mas depois de um tempo começaram a chegar muitas cartas e Tio Valter não conseguia mais esconder todas então ele resolveu que iríamos viajar assim não teria como as cartas chegar até mim, na teoria estava certo, mas na prática... – Harry respirou fundo, sorriu como as memórias e continuou – Ele nos levou para uma ilha distante, que não tinha nada somente uma cabana velha, lá ele pensou que ninguém iria nos encontrar e eu tive que concordar com ele. No dia do meu aniversário, foi o dia que chegamos lá e para mim na época foi o pior dia da minha vida. – Ele parou novamente e contrastando com o que disse estava sorrindo – Quando chegou meia- noite bateram na porta e Hagrid entra. Bom, vocês devem imaginar o meu espanto quando vejo um homem com mais de dois metros de altura dizendo que sou bruxo. Eu não acreditei, mas Hagrid confirmou, eu continuei não acreditando e Hagrid confirmou... Enfim, descobri que era um bruxo, que tanto eu quanto os Potter éramos igualmente famosos. Ou seja, os outros me achavam mais legal do que eu mesmo.

- Famosos, é? – Perguntou Tiago. – Fizemos alguma coisa de extraordinário? – completou.

- Ah... Creio que não. – Tiago ergueu as sobrancelhas. – Eram famosos por serem os pais do menino-que-sobreviveu. Ou por fazerem parte da Ordem, mas as pessoas geralmente não ficam famosas por isso.

- Ok. Continue.

- No dia seguinte ele me levou ao Beco Diagonal, lembro que fiquei muito curioso para saber como se comprava tudo que a carta pedia em Londres. – Harry riu levemente. – Quando chegamos ao Caldeirão Furado e perceberam quem eu era, vieram logo me cumprimentar... Patético, na verdade! Há um dia eu nem sabia que era um bruxo.

“Fizemos nossas compras e eu até ganhei uma coruja de presente do Hagrid, Edwiges. Infelizmente tive que deixá-la no passado. Quando fomos comprar minha varinha Olivaras disse que a sua varinha, Tiago era especifica para transformações e a sua, Lily, para encantamentos. Gravei isso por que era uma das únicas informações que tinha dos meus pais até ali.”

Lily abriu a boca para consolá-lo, mas não conseguiu fazer isso. Não tinha o que dizer.

- O núcleo da varinha que... Escolheu-me era de pena da calda de fênix. Mas, essa fênix em especial tinha tido duas penas na calda, que resultaram em duas varinhas. A minha e a de Voldemort.  Como era mesmo? Ah, sim. – Fez Harry como se lembrasse de algo. – “Acho que podemos esperar grandes feitos do senhor, Sr. Potter. Afinal, Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear realizou grandes feitos, terríveis, sim, mas grandes.” Não perguntem como lembro... Apenas lembro.

- Sua varinha é mesmo gêmea da de... Você-Sabe-Quem? – Perguntou Maria que, agora que soubera o quão grande Voldemort seria no futuro, resolveu chamá-lo pelo “apelido”.

- É, é gêmea sim. E não o chame assim, Maria. Ele não vai aparatar aqui e te matar só por que você o chamou pelo nome que ele próprio criou. Certo? – Maria assentiu. – OK. Vou pular a temporada que passei na casa dos meus tios, sabe, foi normal. Apenas pelo fato de que, dessa vez, eles me ignoraram, todos glorificam a Merlin! Foi bem melhor assim, tenham certeza.

Lílian se perguntou como Harry poderia ter se tornado uma pessoa tão boa e leal, visto a criação que teve. Mas decidiu não verbalizar isso, mais tarde, quando tivesse oportunidade, o faria.

- Quando cheguei à plataforma não sabia como chegar ao trem, por que, né? Não sabia de nada sobre o mundo bruxo. Por sorte, encontrei a melhor família de bruxos que existe: Os Weasley. – Rony corou, mas sorriu para Harry. Gina o abraçou mais forte, sorrindo. Tanto Lílian quanto Tiago sentiram uma ponta de... Aquilo seria inveja? Harry considerava uma família, que nem era a dele, a melhor do mundo. Enquanto eles estavam mortos.  – A senhora Weasley me instruiu a atravessar a parede entre a plataforma nove e a dez, procedimentos que vocês já conhecem, claro. Os Weasley se despediram como uma família normal, os gêmeos me ajudaram a

- Gêmeos? – Perguntou Remo.

- Ah, sim. Gina e Rony têm dois irmãos gêmeos: Fred e Jorge. Durante muito tempo eles foram minha referência a Tiago e Sirius, sabe, eles são... Marotos também, ou como queira chamar.

- Então, tem dois pares de gêmeos na família? – Perguntou Maria, se referindo a Gina e Rony. Todos piscaram rapidamente, confusos.

- Como assim?

- Gina e Rony eles...

- Não! – Exclamou Gina – Era um disfarce para poder estudarmos todos juntos, agradeço a Deus por ser alta o suficiente. Tenho quinze anos, na verdade. Nem Rony, Mione e Harry tem dezessete, eles tem dezesseis. Tudo disfarce. – A última parte disse com um tom misterioso, rindo logo em seguida.

- Quinze!? Nossa, agora que você falou... Mas você tem um rosto fino, então, não parece ter quinze.

- Só por que você era gordinha quando tinha quinze anos, ela também não tem que ser Maria. – Alfinetou Sirius.

- Eu não era gordinha, meu amor, - Disse irônica - eu era linda, sempre fui. Beijos pras invejosas.

Eles riram com a última fala da garota.

- Ok, ok, continue. – Indicou Tiago.

- A viagem foi normal, conheci Rony e ficamos amigos de cara, né? – Harry disse, animado.

- Sim. Harry sempre foi muito curioso, queria saber tudo sobre o mundo bruxo enquanto eu queria saber tudo sobre ser famoso. – Comentou meio envergonhado. – Você sempre foi mais nobre. – Disse.

- Não. Eu sempre fui entranho, quer dizer, que tipo de criança não iria querer saber sobre ser famoso? Só eu mesmo. A viagem foi boa, tivemos bastantes visitas. Não lembro a ordem direito, mas Malfoy passou lá e o dispensamos – Harry estava pulando partes desnecessárias da história, queria chegar logo a Hogwarts – Neville Longbotton passou lá a procura de seu sapo, que havia fugido. Depois, uma menininha baixinha de cabelos volumosos, dentes um tanto para frente e ar mandão apareceu por lá... Como era mesmo o nome dela? – Brincou Harry.

- Sim, sim... – Fingiu Rony, tentando segurar o riso. – Acho que me lembro: Blá, blá, blá... Ninguém na família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar... blá, blá, blá... Aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são?

- Ora, seus grandes idiotas! – Xingou Mione. Rony e Harry riam. Ela pegou o livro mais próximo e os agrediu com ele. – Vocês... Não... Sobreviveriam um dia... Sem mim. – A cada pausa ela dava uma livrada, mas, no fim, acabou rindo também. 

- E vocês ficaram amigos? – Perguntou Lily.

- Não. Ainda não, mas, relaxe, que essa parte logo chega. Vou pular uma parte e ir direto a seleção a parte que chegamos a Hogwarts.

Todos pularam com a menção da escola, ansiosos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Geeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeente! Queria pedir desculpas novamente por ter demorado tanto a postar, mais de dois meses, acho (não tive coragem de ir lá conferir).
Espero que tenham gostado, cortei uma parte por que, se não, provavelmente passaria a eternidade escrevendo e não postaria nunca. Assim, como uma parte do cáp já postada fica mais fácil (não pergunte o porquê). Não sabemos se o próximo relatara todos os anos de Harry ou se faremos até o terceiro e depois até o quinto. O que acham? Uma parte do primeiro já está escrita, mas ainda precisa ser terminada e tal.
De qualquer forma, espero que tenham gostado e até o próximo!
N/B: Olá !! Tudo bom com vocês?
Finalmente minhas súplicas deram resultado, sério vocês não imaginam o quanto eu briguei com a Juh para ela escrever este cap, eu ameacei de tudo, até mesmo roubar os arquivos da fic para escrever (nosso trato é que ela escreva, eu leia, revise, corrija o que está errado e se quiser acrescentar alguma cena, se ela deixar eu escrevo), mas a guria não escrevia nunca!
Por favor, xinguei ela bastante nos comentários!!
Eu espero que tenham gostado e não tenham nos abandonado, vocês são muito importantes para nós, não nos abandone!
Beijinhos, até o próximo :DDD