Lílian, Alice e Maria estavam sentadas a mesa do café da manhã, o salão estava muito silencioso por conta de mais um ataque de Voldemort, os viajantes e os marotos ainda não haviam descido. As garotas estavam tentando induzir Lílian a comer algo, da mesma forma que a induziram a descer, quando os viajantes chegaram.

- Bom dia. – Cumprimentaram desanimados. Lílian olhou para Harry que estava pálido, mas não tanto quanto na noite anterior.

- Você está bem? – Perguntou, preocupada.

- Estou. – Tentou sorrir. – Acho que só estou meio resfriado. - E começou a se servir, Lily reparou que ele carregava os objetos e tigelas lentamente e que quase deixou cair o prato de torradas, que foi aparado por Gina. Harry, no entanto, não quis comentar nada sobre a aparência da garota, que tinha os olhos inchados e a feição desanimada.

Nesse momento os marotos adentraram o grande salão e, mesmo que os demais alunos não soubessem do término de Lily e Tiago, eles haviam estranhado que ambos não tivessem chegado ao salão juntos e estranharam mais ainda quando Tiago nem ao menos olhou para Lílian, se sentou ao lado dos amigos (os marotos quiseram sentar perto dos outros apenas por que tinham a esperança que, de repente, os amigos começarem a rir e dizer que era uma brincadeira ou se olharem e simplesmente esquecerem tudo, sabiam que eram expectativas infantis e vãs, mas tudo valia a pena naquele momento) apenas por que não queria ficar sozinho, não comeu nada e ficou olhando para o teto.

Um garoto, que parecia estar no terceiro ano, da Lufa-Lufa se levantou e caminhou até a mesa da Grifinória, os olhares de todos foram junto com ele, não era normal alguém se levantar e ir em direção a outra mesa no meio do café ainda mais acerca de um novo ataque de Voldemort.O garoto olhou ao redor confuso e tímido por conta dos olhares e se aproximou dos marotos e companhia. Pigarreou:

- Hum... Eu... – Corou e começou a falar rapidamente: - ontem à noite eu estava indo a enfermaria e achei isso. – suspirou tirando alguma coisa do bolso, mostrando a aliança de Tiago logo em seguida. Os amigos ofegaram. O garoto, sem perceber onde estava se metendo e o que estava fazendo, continuou: - Eu achei que um de vocês dois – apontou para Lily e Tiago – talvez tivesse perdido, por que tem o nome de vocês dentro. E... Vim devolver. – Sua voz foi baixando ao ver a expressão hostil no rosto de Tiago que trincou os dentes com raiva. O garoto não parecia ser muito corajoso e quase se encolheu. Lílian, por mais que estivesse triste, não pode deixar de se meter ao ver Tiago quase partindo para cima da criança:

- Está assustando o garoto... Potter. – Todos olharam surpresos para Lily e alguns até começaram a murmurar “Potter?” “ela disse ‘Potter’?”.

- Não se meta. – Respondeu grosso. – Ninguém perdeu nada. – Disse o maroto para o pequeno menino e se levantando continuou: - eu joguei fora. Agora, com licença, perdi a fome. 

Depois que ele saiu do salão os murmúrios do resto dos alunos explodiram, alguns apontavam para Lily e diziam:

- Eu falei que ele iria se cansar dela logo. –Recebendo respostas como:

- Acho que não, hein?

Ou:

- Com certeza, e aposto que lhe deu de presente um belo par de chifres.

Ninguém nem imaginava o que realmente tinha acontecido, isso até Lílian se irritar e dizer para uma garota que acabara falar algo bem parecido:

- E quem lhes garante que não foi ao contrário, hein? – E saiu do salão também, a última coisa que ouviu foi:

- O que ela quis dizer com isso? Será que ela deu um fora nele? Deve ter sido engraçado.

Depois só se lembrava de estar dentro do dormitório feminino, não se importava de perder a primeira aula do dia.

 Por que, Diabos, estavam dando tanta bola para isso? Casais namoravam, terminavam e reatavam todo o santo dia em Hogwarts e a maioria deles terminava em pleno Salão Principal, mas ninguém, absolutamente ninguém, dava tanta atenção a isso era uma coisa comum. Pensou, então, que suas brigas com Ti... Potter deveriam ter servido para eles se tornarem mais populares e talvez exatamente por isso as pessoas não devessem dar tanta atenção suas brigas eram extremamente comuns, mesmo depois do início do namoro. Mas, não, elas faziam mais fiasco ainda. A vida era dela e dele também, de mais ninguém, então por que todos estavam montando hipóteses para o fim do namoro? O namoro não era deles? Se acabou eles sabiam o motivo, tudo o que Lílian não precisava era virar foco de fofoca.

*****

Sirius estava andando pelos corredores de Hogwarts á procura de Lily não falara com ela desde... Desde o acontecido, encontrou-a na biblioteca lendo um livro:

- Lílian! Encontrei-te! – Puxou uma cadeira e sentou-se de frente para ela, Maria lhe dissera que ela precisava de alguém para animá-la, ele sempre estava pronto para esse tipo de coisa.

- Ah! Oi, Sirius. – Tentou sorrir.

- Então, o que você está fazendo?

- Estou estudando para os N.I.E.M’S, percebi que não estudei absolutamente nada ainda.

- Você estuda demais, Lily, precisa relaxar.

- Sirius, você me ouviu? Eu não estudei nada ainda e os N.I.E.M’S estão a mais ou menos quatro meses de distancia.

- Exatamente.

- Eu estou preocupada, preciso tirar boas notas e ocupar a minha cabeça...

- Ocupar sua cabeça é? Então é isso...

Lily achou que Sirius fosse alegrá-la, mas ele só estava a fazendo pensar naquilo de novo.

- Ah não, Sirius, não vamos falar disso!

- O quê? Eu não sei do que você está falando.

- Sabe sim, não se faça de bobo. – Respondeu séria.

- Não, Lily, eu não sei do que você está falando.

- Sabe sim, Sirius Black, não minta para mim! –Sirius fazia força para não rir de ver Lily quase lhe azarando, missão “distrair Lílian Evans de seus Problemas” sessenta por cento, completa.

- Mas... Lílian, você está me deixando nervoso, não sei do que você está falando que acha que quero falar sobre algo e...

- Pára! Está me confundindo.

- Não se preocupe. Nem eu me entendi direito.

Lílian riu levemente, Sirius ás vezes era idiota e falava coisas idiotas e essas eram as mais engraçadas. Continuaram falando coisas sem noção alguma até o final do dia e, quando se deu conta, Lily já estava em frente da lareira na Sala Comunal.

- É, acho que é hora de criança ir para cama. – Disse Sirius levantando e se espreguiçando. – Boa Noite, Lílian.

- Sirius! – Chamou quando o garoto já lhe virara as costas.

- Sim?

- Muito obrigada por... Por tudo.

Em resposta o garoto apenas sorriu.

*****

Uma semana se passou e uma nova partida de Quadribol aconteceria quarta do torneio e segunda da Grifinória, Harry, porém, não poderia jogar por que seu estado no dia do jogo era duvidoso podia estar bem como podia estar mal e isso colocaria a vitória da Grifinória em jogo, por esse motivo Tiago pediu a Gina para ela ocupar o cargo de apanhadora, a garota não ficou muito feliz, mas aceitou, e Mike a substituiria como Artilheiro.

Quando o dia da partida finalmente chegou Lílian “proibiu” Harry de ir assistir ao jogo mesmo que o garoto estivesse aparentemente bem, no fundo Harry sabia que Lílian só não queria ficar sozinha já que se recusara a ir assistir ao jogo.

- Você parece bem melhor do que há alguns dias atrás. – Lily tentou animar Harry, estavam no salão comunal totalmente vazio.

- Você não. – Na verdade, Harry e os outros descobriram que não era o humor de Lílian e Tiago um com o outro, era o modo como mudavam: se de repente agora se perdoassem no mesmo instante ele provavelmente se animaria tanta como se tivesse bebido um balde de café, mas depois toda essa animação passaria e ele voltaria ao normal e se brigassem feio ou simplesmente tivessem pensamentos ruins um contra o outro Harry poderia ter um problema sério, mas quando se acostumasse “aliviaria” um pouco por isso no momento ele estava ruim mas não tanto como no início quando ainda não se acostumara.

- Estou ótima, Harry, não se preocupe!

- Não estou preocupado. – Explicou. – Sei que dentro de duas semanas tudo vai voltar ao normal.

Lílian até quis acreditar nele, só quis.

- Ou não. Eu já estou me acostumando e...

- Mentira. – Harry praticamente gritou. – Você não está se acostumando, tanto que ás vezes fica tão perdida que nem sabe o que vai fazer a seguir.

Lily olhou duramente para ele, ela queria tanto acreditar que estava se acostumando e ele vinha e dizia isso. Harry percebeu o que havia feito e tentou remendar:

- Vamos mudar de assunto.

- Está bem.

- Como será que está o jogo, hein?

- Sei lá. Só espero que a Grifinória esteja ganhando.

- Somos dois, então. Mas, acho que sim. Quer dizer, Mike não é tudo isso como artilheiro, mas também não é ruim; Jessie é boa; Tiago... – Harry parou pensando se deveria falar dele, por fim, resolveu falar como se ele fosse um jogador qualquer: - Tiago é muito bom também; se Rony não se distrair é realmente um ótimo goleiro; eu nunca vi batedores melhores que Sirius e Remo e Gina é quase tão boa quanto eu na posição de apanhadora.

- Nossa você nem tem um ego grande. – Brincou Lily rindo.

- É só que Gina é também uma ótima artilheira enquanto eu sou um fiasco com a Goles. Gina é boa em tudo, na verdade.

- Você gosta dela, né? – O rosto de Harry, pálido, corou no mesmo instante.

- É claro que não! Eu só acho que ela faz as coisas bem.

- Não minta para mim, Harry Potter! Eu sei do que estou falando, sou uma garota e sei quando essas coisas acontecem.

- Então seu sistema tem alguma coisa errada! Não gosto de Gina!

- Gosta sim! – Lílian estava rindo muito enquanto Harry se descabelava para negar.

- E se eu gostar? Não vejo problema nenhum nisso.

Lily parou de rir no mesmo instante, se sentando direito na poltrona.

- Você gosta mesmo?

- Foi o que você disse.

Lílian abriu a boca em incredulidade e disse calmamente, como se ele fosse um retardado:

- Eu estava brincando. – Harry bateu com a mão na testa e resmungou:

- Eu não acredito... – Lílian voltou a rir feito uma louca.

Mas isso não durou muito tempo por que logo o Quadro da Mulher Gorda foi aberto e o time da Grifinória entrou gritando.

- Acho que você devia falar com ela. – Sussurrou Lílian perto do ouvido de Harry.

E Harry a viu se aproximar: os cabelos presos numa colinha meio solta; o sorriso largo; o pomo de ouro na mão, seguro; os olhos brilhando, de êxtase; as pernas longas dando passadas rápidas até ele, empurrando com os braços as pessoas a sua frente e ela finalmente chegou, ofegante:

- GANHAMOS! GANHAMOS HAR... – Mas ele a calou selando seus lábios aos dele.

Gina se surpreendeu, não esperava isso do garoto, mas logo se recuperou e retribuiu o beijo. Era calmo e nervoso como o primeiro beijo de duas pessoas juntas, se conhecendo. As mãos de Harry segurando seu rosto enquanto ela passava os braços pelas suas costas.

Harry estava meio indeciso agira por impulso e achava que iria ganhar um belo tapa na cara, mas pelo visto não.

Quando finalmente pararam de se beijar o salão inteiro estava em silêncio, isso até Sirius começar a ovação.

- UAU!

E todos voltaram a comemorar Harry sorriu para Gina e a puxou para sentar-se com ele em um conjunto de poltronas qualquer.

*****

Tiago estava decepcionado consigo mesmo. Fizera um péssimo jogo, apenas dois gols, perdera a maioria das Goles que lhe mandavam Jessie sim, foi a estrela do jogo jogando esplendidamente enquanto ele perdera a maioria das chances. Se não fosse por Gina haviam perdido o jogo, que terminara apertadíssimo: 250 Grifinória à 200 Lufa-Lufa. Jessie fizera seis gols, Mike dois e ele dois. Um fiasco.

Permanecera distraído com coisas bobas durante o Jogo inteiro.

E quando chegou totalmente desanimado, para o Salão Comunal Lílian estava rindo e parecia divinamente divertida e o que mais o desanimara foi ver que ficava feliz por ela estar feliz. Droga. Isso não podia acontecer, tinha que sentir raiva dela, não podia se importar com o fato dela estar feliz ou não, isso não podia afeta-lo. Não podia.

Subiu, então, o mais rápido que pôde para o dormitório masculino. Bufou, sua vida estava uma droga. Pela primeira vez questionou-se se fizera a coisa certa ao não ouvir a namo...

- EX-namorada, Tiago, EX! Mas, que droga!

 E era realmente uma droga, por que a vontade de pedir desculpas para ela ainda não passara.

- Que m...

Lílian provavelmente o xingaria se o visse falando assim.

- AH!  Você não tem que se importar com o que ela pensa.

Lílian provavelmente o chamaria de louco se o visse falando sozinho.

Bufou, se jogando na cama, talvez devesse ler um livro (N/A: sim, os marotos eram considerados os mais inteligentes na sua época então eu não vejo problema em Tiago querer ler um livro.) “Os contos de Beedle, o Bardo” deveria ser bom, era o favorito de Lílian.

Urrou de desespero. Tinha que parar de pensar nela. Meu Deus, ela o traíra! Pronto, funcionou! Sentiu raiva da garota no mesmo instante, era tão mais confortável assim... Ou não, se sentiu nada, estava usando uma espécie de “escape” e isso não era bom. Não estava enfrentando seus medos e problemas, estava fugindo deles e isso o fazia sentir culpado. Parecia um animal encurralado, simplesmente não sabia o que fazer.

*****

Harry e Gina sentaram-se, se olharam por um momento e desataram a rir. Era engraçado: a garota era apaixonada por ele desde sempre, ele achava que ela não gostava mais dele e ambos tinham medo de dar o primeiro passo e não ser correspondido

- OK. – Declarou Gina. – Eu não esperava por isso. Harry Potter tomando uma atitude.

- Está me chamando de fraco, é?

- Não, é claro que não. Só... Estou dizendo que você é sempre muito inseguro. – Harry deu um pequeno sorriso, Gina tinha razão. Depois, perguntou:

- E como ficamos agora? – Entrelaçou sua mão a dela, levantando-a. Gina suspirou e sorriu, feliz.

- Vai mesmo me dar à chance de escolher?

- Ai, está me deixando com medo, mas pode escolher sim.

A garota se levantou de sua poltrona e, num gesto ousado, sentou-se no colo de Harry.

- Tem certeza? – Perguntou se aproximando.

- Aham.

- Está certo, então. A partir de agora nós namoramos. – Harry riu, Gina era sempre tão espontânea. – Por isso eu não quero você perto de nenhuma outra garota que não sejam Lily, Hermione, Maria e Alice. – Gina também era ciumenta. - Não quero você seguindo os exemplos do seu pai nem de seu padrinho, está entendendo?

- Sim, senhora. – Respondeu rindo.

- Por enquanto é só.

- Só isso? Eu não tenho que fazer mais nada?

- Não, há não ser é claro me dar muitos beijos.

- Muitos beijos, é?

- Claro. Que graça tem namorar Harry Potter se eu não vou poder beijá-lo? – Gina riu, jogando a cabeça para trás, Harry a acompanhou e depois a beijou, como a mesma “exigira”.

- Eu gostei bastante da sua última imposição. – Gina ergue a sobrancelha.

- Bom saber, mas bem agora que namoramos eu quero te dizer uma coisa: sempre fui perdidamente apaixonada por você. – Harry a encarou, tentando não rir, mas foi impossível. Riu muito.

- O que? Do que você está rindo, seu desgraçado?

- Sério, Gi? Que você era apaixonada por mim? Eu nem sabia! – Disse irônico, a garota corou instantaneamente, se levantando:

- Você sabia? Ah, meu Deus, você sabia? Que vergonha! – Tapou o rosto com as mãos. Harry a puxou em direção a ele.

- Você não tem motivos para ficar com vergonha: nos últimos tempo você soube esconder tão bem que eu achei que não gostasse mais de mim, fora que, eu sempre achei “fofo”.

- Fofo? Era uma idiotice.

- Idiotice? Você nunca vai ser uma idiota e nem nada que você faça será uma “idiotice”!

- Acho, que você tem de parar de me bajular.

Harry sorriu em resposta, por mais que estivesse passando por um momento difícil Gina sempre estaria ali para ajudá-lo e tudo ficava melhor com ela.

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*Nox*