Refazendo O Passado. escrita por GRT, Juliana


Capítulo 10
O Anel.


Notas iniciais do capítulo

Ah, eu tô adorando fazer isso, é como tirar um peso das costas. KKKKKK



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*Lumus*

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Todos caminhavam em direção a segunda aula do dia, transfiguração. Mais tarde, quando todos estivessem dormindo Harry, Rony, Hermione e Gina partiriam em busca da terceira Horcruex, o anel, como haviam concordado e fazer a uma semana atrás, mas esse não era o momento para pensar sobre esse assunto por que, como Hermione havia dito “Vamos deixar as Horcruex, para a hora das Horcruex, por enquanto cumpram o seu papel e finjam que estão focados nas aulas.” E era isso que estavam tentando fazer dês de então.

Chegaram então à sala e Tiago fez menção de se sentar com Sirius, mas este o barrou, com um sorriso maroto, dizendo:

- Não, hoje você senta lá. – E apontou para o lugar vago ao lado de Lílian.

- Mas... e, você? – Perguntou o outro confuso.

- Ah, eu preciso falar com Harry, umas curiosidades minhas. Mas estou dizendo para você sentar com ela por que quero me acostumar a quando vocês começarem a namorar, sabe como é né? Namorados sentam juntos. – Sirius disse aquilo inocentemente, como se fosse a coisa mais normal do mundo, enquanto o outro o olhava incrédulo.

- Ah, cala a boca, Almofadinhas. – Mas mesmo assim sorriu e caminhou até a cadeira vaga ao lado de Lílian.

Sirius balançou a cabeça negativamente e fez sinal para Harry, no momento em que a professora Minerva entrava em sala, Harry caminhou até o futuro padrinho, sentou-se ao seu lado e a professora começou a falar algo como:

- Hoje aprenderemos a teoria de um feitiço que é muito pedido no N.I.E.M’s...

Harry olhou a professora fazer um movimento com a varinha e palavras aparecerem no quadro negro, pegou a pena e começou a escrever no pergaminho, até que ouviu a voz de Sirius falar:

- Gina me contou que vocês brigaram no passeio, Hum... Eu fiquei curioso, o que foi que houve afinal? – Harry olhou para ele, de alguma forma, não se sentia zangado com a pergunta, se fosse qualquer outra pessoa que tivesse perguntado Harry, provavelmente, não responderia e ainda ficaria bravo com a pessoa, mas... Era Sirius, seu padrinho, podia confiar nele.

- É a gente brigou sim, pra falar a verdade ela esta brava comigo até agora. – Estavam sentados no fundo da sala, mas se a professor olhasse para eles perceberia que estavam conversando, por isso Sirius diminuiu mais ainda o tom de voz quando voltou a falar.

- E o que mais? Vocês estavam sempre juntos agora ela nem ao menos olha na sua cara, e você não olha na dela.

Harry olhou fixamente para o rapaz que, ele percebeu, nem ao menos tinha tirado os materiais de dentro da mochila.  Harry suspirou e a professora começou a falar sobre o feitiço, no exato momento em que ele, Harry, começou a contar a história sobre Hogsmead, contou tudo que acontecera no Três Vassouras das indiretas, bem diretas, até o momento em que Gina começou a gritar a plenos pulmões que ele era o culpado por tudo acontecer. Palavra por palavra. Parecia fazer tanto tempo que não conversava com o padrinho que sentiu um alívio sub-humano enquanto terminava de narrar os acontecimentos para ele.

-... Então eu vim pra escola, e foi só.

- Mas, ainda estava no meio do passeio, As carruagens não vem a essa hora, vem?

- Não, eu vim caminhando por isso vocês me encontraram aqui chegamos juntos só que vocês vieram de carruagem. O fato é que, caminhar me ajuda a pensar e digamos que... eu estava mesmo precisando pôr as idéias em ordem

- E a que conclusão você chegou? – Sirius não sabia por que estava querendo saber essas coisas, afinal havia só dois meses e alguns dias que se conheciam, mas pela primeira vez ele sentiu-se preocupado com alguém que não fosse ele mesmo e algum dos marotos, o que ele não admitiria nem morto.

 De qualquer forma ele se preocupava com aquele garoto, era como se ele fosse obrigado a preocupar-se, e havia também alguma coisa em Harry que lembrava Tiago, talvez a aparência, mas de qualquer jeito era como se já o conhecesse mesmo tendo certeza de que poderia estar ficando completamente pirado, mas era alguma coisa parecida com o que aconteceu com Hermione, já que ela era, entre todos os quatro, a viajante que mais conversara com ele e agora conversando com Harry, Sirius percebeu que era a mesma “impressão” que tinha nos dois casos, como se já se conhecessem, como se já tivessem sido próximos, pelo jeito em que ambos referiam-se a ele era como se já tivessem conversado antes e teve a ligeira impressão de que, se falasse com Rony ou Gina sentiria a mesma coisa.  

Sirius olhou para Harry e percebeu que o outro ainda não tinha respondido, e sim baixo os olhos como se o cadarço de seu tênis fosse à coisa mais interessante do mundo.

- Bom se você não quiser falar sobre... – Mas Sirius não conseguiu completar sua frase, pois Harry o interrompeu, levantando os olhos.

- Cheguei à conclusão de que, pra mim, há muito tempo que ela deixou de ser, “só” a irmã do meu melhor amigo. – Harry olhou para Sirius seriamente, foi quando ouviram a voz da professora Minerva, muito próxima:

- Sr. Potter e Sr. Black, será que minha aula não é suficientemente interessante para vocês precisarem ficar falando de assuntos paralelos. – Foi nesse instante que perceberam que agora todos na classe olhavam para eles.

- Desculpe professora. – Disseram em uníssono e Harry completou, - não vai mais se repetir.

- Espero mesmo, Sr. Potter, dez pontos a menos para a Grifinória. – Disse a professora com sua postura rígida novamente. Para logo depois afastar-se e continuar a aula. – Então, como estava explicando antes da interrupção...

O resto do dia passou-se normalmente almoçaram logo depois da aula de Transfiguração e foram todos para a aula de História da Magia, depois Trato das Criaturas Mágicas onde revisaram toda a matéria que tinham aprendido desde o inicio do Sexto ano que era, de acordo com o professor, a matéria que cairia no N.I.E.M’s, depois, aqueles que cursavam Runas Antigas, foram para a aula enquanto os outros tinham dois tempos livres também tiveram aula de poções e então foram em direção ao salão principal para o jantar.

- Olá, pessoal. – Saudou Alice que havia ficado para tirar uma dúvida com o professor Horácio, todos estavam começando a servir-se. – Sabem, eu andei pensando em uns nomes...

- Nomes, para quê, Alice? – Perguntou Sirius enquanto se servia de batatas.

- Pros meus filhos, oras! – Respondeu indignada

- Ah, não de novo, não. Nem comece de novo com isso Alice. – Xingou Maria irritada.

- Como assim começar “com isso” de novo? – Perguntou Tiago.

- É que desde que Frank pediu Alice em casamento, ela não para de falar nisso, “Se for menina vai se chamar...”, “a decoração da igreja vai ser...” ou a que eu achei pior, “vou ver se ele topa passar a lua de mel na França ou talvez em...” – Maria falou todas as alternativas com cara de boba e com uma voz que ela achou ser parecida com a de Alice enquanto os outros riam, menos Alice. – É, isso, riam, vocês estão rindo agora, mas quero ver aguentar isso todos os dias antes de dormir.

- Ai, Maria falando desse jeito nem parece estar feliz por mim. – Resmungou Alice em resposta e Maria revirou os olhos. Alice continuou, - como estava dizendo, - e um sorriso abriu-se novamente em seu rosto e ela parou de se servir de suco de abóbora. – Estava pensando em uns nomes. Então parei e falei para mim mesma, – Alice gesticulou com a mão apontada para si e fez uma cara pensativa como se estivesse falando consigo mesma. – Tem de serem nomes criativos e diferentes, mas mesmo assim bonitos e significativos, entendem? E vocês devem ter uma idéia de como é difícil achar nomes assim. – Ela gesticulou com as mãos fazendo e derrubou seu copo de suco de abóbora, pela extensão da mesa, mas nem ao menos percebeu que havia feito isso. Os amigos a olhavam abafando os risos. - Para menina eu pensei em Zoe, que significa: vida. Legal, né? – Mas quando Gina abriu a boca para responder, Alice a interrompeu, - Zoe Longbottom, soa forte, não? – Alice ainda gesticulava e quase deu um tapa em Sirius que estava sentado ao seu lado. – Oh, desculpe, Sirius. E pensei em um nome masculino também, esse eu tenho que admitir A-D-O-R-E-I, Pensei em Neville, que significa: espírito aventureiro, Neville Longbottom outro nome forte. Será, sem dúvidas nenhuma, um grande... – mas Sirius a interrompeu exclamando:

- Neville?! Neville Lon... – parou para logo em seguida completar, - Neville Longbottom?! – E olhou para Hermione, que parecia assustada.

- Sim, qual o problema? Não gostou? – Perguntou Alice parecendo desapontada.

- Não, não, é só que... eu tive a impressão de que já ouvi esse nome antes. Mas então, Lice, quando pretende ter filhos?

- Ah, sei lá, acho que uns dois ou três anos depois de sair da escola. – Respondeu sem dar real importância à pergunta. Sirius olhou intrigado para Hermione que, mais que rapidamente, desviou os olhos.

O resto do jantar passou-se assim também, com Alice tendo suas peripécias para seu casamento com Frank e boas risadas quando percebiam que Frank não havia tido opinião em nada, Alice era quem estava “organizando” o casamento, como se fosse casar-se sozinha. Isso, até Dumbledore se levantar todo salão se silenciar e o resto de comida das travessas e pratos sumirem, para o discurso do diretor:

- Boa noite a todos, sei que todos vocês, após esse delicioso jantar, devem estar querendo ir direto para suas quentes e confortáveis camas. Mas não estaria vos falando se não tivesse um aviso realmente importante para dar, - todos os alunos se aprumaram nas cadeiras, como que, para ouvir melhor. – Esse ano, em Hogwarts, no feriado de natal decide fazer algo... diferente. Por esse motivo que no natal, desse ano, teremos um baile. – O salão inteiro explodiu em murmúrios agitados. Dumbledore esperou, pacientemente, até todos estarem quietos novamente para voltar a falar. – O baile será celebrado no dia 24 de dezembro, os alunos, é claro, serão liberados para comprar seus trajes a rigor no povoado de Hogsmead no dia 10 de Dezembro. Todos os alunos de todos os anos e casas estão convidados a participar, mas, naturalmente, muitos irão preferir passar o feriado com as famílias e a escola não faz objeção nenhuma quanto a isso. – Dumbledore abriu mais ainda seu, natural, sorriso bondoso, por traz da longa barba prateada e completou, - acho que agora todos devem se retirar, pois amanhã terão mais um chato, - Dumbledore piscou um dos olhos por traz do óclinhos de meia-lua e alguns alunos riram. – E exaustivo dia de aula, Boa noite.

Lenta e calmamente os alunos foram deixando o grande salão rumo ao salões comunais de suas casas, os murmúrios agitados ainda existentes.  Por todo caminho eram ouvidos coisas como: “Um baile?!?”, “Nunca tinha ouvido falar disso aqui, em Hogwarts”, “Estava planejando passar o natal com meus pais... mas agora vou mandar uma carta dizendo que irei ficar”.

- Eu também estava planejando passar com meus pais. – Comentou Lílian com os amigos, enquanto caminhavam em direção a Sala comum. – Mas vou ficar agora, já que, não é sempre que se realiza um baile natalino em Hogwarts. E vocês?

- Eu combinei com Frank de conhecer seus pais no natal em uma ceia com o Senhor e a Sra. Longbottom e os meus próprios pais. Meio que um jantar de noivado, oficial, entendem? Pena que terá o baile agora, mas de qualquer forma acho que será legal conhecer os seus pais no “estágio” em que estamos. – Completou tristemente antes de dar um pequeno sorriso ao lembrar-se de que estava noiva.

- Eu já ia passar em Hogwarts, não quis viajar para a Espanha com meus pais. – Maria disse enquanto chegavam em frente a mulher gorda e dizia a senha que ainda era a mesma: Leão. Caminharam direto para suas habituais poltronas, em frente a lareira, enquanto Tiago falava:

- Bom, eu já disse que estamos enfrentando tempos difíceis e como meus pais são aurores, então vão passar o feriado trabalhando por isso eu ficaria no castelo de qualquer forma.

- Eu moro com o Pontas, então...

- Eu vou passar com os meus pais de qualquer jeito, não fez muita diferença. – Pedro disse, sem dar a importância que a maioria das pessoas estava dando.

- Bom nós iríamos passar o natal aqui de qualquer jeito já que não temos para onde ir. – Riu Harry. – De qualquer forma eu sempre passo o feriado de natal, ou na escola ou na casa dos Weasley’s. – Comentou distraidamente sem nem ao menos reparar.

- Por quê? Você não se dá bem com seus pais? – Perguntou Sirius. Harry levantou a cabeça pensando no que tinha dito e respondeu, nervoso:

- Oh, não, não, é claro que não. É que bem, meus pais morreram num acidente de carro. – Harry agarrou-se a desculpa que um dia dera a Remo e que, num passado que parecia muito distante, seus tios maternos usaram para enganá-lo.

- Sinto muito. – Apiedou-se Lílian.

- É. Deve ser Horrível. – Tiago concordou, Harry sorriu ironicamente por dentro, mas antes que pudesse falar algo Tiago mudou, drasticamente, de assunto. – Mas o que é um carrrrru? – Ele prolongou tanto o “r” que isso o deixou com um cômico sotaque francês. As nascidas trouxas, Maria, Hermione e Lílian, riram junto a Harry, Remo, que era mestiço, seu um pequeno sorriso, tinha a “vaga” idéia de que ele pronunciara a palavra de forma errada.

- Carro? - Perguntou Harry entre divertido e feliz por terem mudado de assunto. – Carro é um meio de transporte que os trouxas usam, minha mãe era uma nascida trouxa, - revelou e Sirius, que prestava muita atenção a fala de Harry o olhou intrigado. – Bem, eles usam o carro quando não querem caminhar ou, ainda, quando o lugar ao qual pretendem ir é muito longe para irem caminhando.

E assim eles passaram, conversando sobre as engenhocas e “loucuras” (como exclamou Sirius quando Hermione falou sobre a montanha-russa) dos trouxas, até as 21he00min, quando Remo, que sabia e participava do plano dos viajantes para a escapada de hoje à noite, mandou todos deitarem para no outro dia estarem bem descansados.

*****

- Gina começou a passar mal e eu a trouxe para cá... – Começou Hermione fazendo um gesto com a mão e abrangendo o local, mas Rony a interrompeu e continuou animadamente:

- Subiu ao nosso dormitório para ver se poderíamos fazer algo para ajudar...

- Eu acabei me acordando, pois tenho um sono levíssimo, e disse que era melhor todos irem a ala hospitalar, por que esse mal-estar da Gina poderia ter algo a ver com o fato de vocês estarem no tempo errado... – Interrompeu Remo também, mas não pode falar mais do que isso, pois logo Harry atropelou suas palavras com uma excitação surpreendente:

- E, é claro, como o bom monitor que é, foi direto avisar o diretor sobre essa possibilidade, o que explicaria você não estar na cama caso um deles acorde...

- E amanhã, se ainda não tivermos voltado você diz que estamos na enfermaria e que não podemos receber visitas. – Finalizou Gina. E todos exclamaram:

- Perfeito!

Mas não puderam festejar durante muito tempo, pois ouviram um barulho na escada, viraram-se e se depararam com, a figura de Sirius com a cara amassada e sonolenta, o cabelo cacheado despenteado, um roupão azul-marinho mal amarrado na cintura e uma expressão mal-humorada que dizia claramente que estava fazendo força para manter-se acordado. Gina entrou em estado de choque, o que faria agora? Alguém a vira e, se está pessoa contasse como ela estava, diria que estava tremendamente bem, por esse motivo fez uma careta de dor e apoiou-se em Hermione, mas não tinha certeza que aquilo funcionaria, será que Sirius iria acreditar?

-O que você está fazendo aqui? – Foi Remo quem perguntou acusatoriamente, ele estava alerta e nervoso.

Sirius o olhou confuso como se somente agora percebesse a sua, e a dos outros, presença, o que era verdade.

- Eu... ahn... – Sirius bocejou lentamente antes de continuar, - vim pegar um... ahn... copo de água.

- Por que você não fez um feitiço, idiota? – Perguntou Remo incrédulo e, ainda, meio nervoso.

- Eu esqueci disso. – Esclareceu coçando a parte de trás da cabeça, meio confuso. - Mas o que vocês estão fazendo aqui? – Sirius de repente pareceu bem mais alerta.

- Ah... bem é que a Gina está passando mal. – Respondeu Harry e Sirius olhou para a garota e pareceu concordar que ela realmente estava mal. – E vamos leva-la para a enfermaria, talvez madame Ponfrey possa dar um jeito.

- Ótimo. Eu vou com vocês. – Na verdade Sirius estava desconfiado, se ela estava tão mal assim por que ainda não tinha ido à enfermaria por que estava aqui perdendo tempo enquanto eles discutiam, não fazia sentido.

- NÃO! –Todos eles gritaram menos Gina.

- Por que não?

- Por que... por que... ora essa, “por que”? – Perguntou Rony coçando atrás da nuca.

- Eh, por quê?

- Por que já vai ter pessoas demais, fora do salão e Dumbledore pode xingar a todos nos.

- Por que o Remo vai então?

- Por que ele vai avisar Dumbledore que podemos ter algum problema pôr estarmos no tempo errado, isso, por isso. - Respondeu Harry como se estivesse afirmando algo a si mesmo e não a Sirius.

Sirius os fitou, desconfiado, e, quando todos acharam que ele continuaria insistindo, ele disse:

- Hum... certo vou voltar para cama.

- Você não veio pegar água? – Perguntou Rony temendo que Sirius voltasse e acabasse descobrindo que eles realmente estavam fazendo.

- A cede passou e, se voltar, posso fazer algum feitiços, como disse Remo. – E dizendo isso voltou a subir as escadas, ainda desconfiado.

Os outros esperaram Sirius terminar de subir as escadas para saírem do salão. Logo que a Mulher Gorda terminou de fechar-se remo comentou em tom preocupado:

- Sirius não é de desistir tão fácil assim, acho que está aprontando alguma, só pode.

- Talvez ele só estivesse com sono e, por isso, desistiu tão facilmente. – Argumentou Gina.

- Não, sei não. – Retrucou Hermione.

O resto do caminho, em direção ao escritório do diretor, passou-se silenciosamente. De repente, o plano já não parecia tão perfeito assim. Remo, que só os acompanharia até o escritório, era o menos preocupado já que, a maior de suas preocupações, era se Sirius estaria desconfiando da vida e do passado dos viajantes, já os próprios “estrangeiros” preocupavam-se se iriam voltar com vida dessa nova “aventura”. E assim passaram todo o caminho em silêncio, por sorte não encontraram ninguém neste, em um momento eles tiveram a ligeira impressão de ouvir algo os seguindo, mas quando se viraram perceberam que não era nada e como isso foi logo no inicio, no primeiro corredor, não deram muita atenção ao fato. Quando se deram conta estavam em frente à gárgula que dava em direção as escadas do escritório, Remo, que assim como os outros sabia da senha, adiantou-se e a disse:

- Chicletes baba-e-bola.

Subiram as escadas, logo após a gárgula ter dado espaço para passarem por ela, então se depararam com uma porta com maçaneta em forma de grifo, bateram na porta e giraram a maçaneta, dizendo: “com licença, professor.”.

- Oh, boa noite, jovens estava a... – Dumbledore parou no meio da fala e olhou fixamente para Remo enquanto continuava numa voz educadamente surpresa, - senhor Lupin?

- Ohn... bem é que... desculpe, professor... é que... – Remo não sabia o que dizer, aquilo poderia prejudicar os outros Dumbledore poderia achar que eles não eram dignos de confiança, e a última coisa que queria agora, era prejudicá-los.

- Remo acabou descobrindo, diretor, - interveio Gina tentando ajudar o amigo. – Desculpe-nos por não termos guardado melhor algumas informações.

- Não, não. Não a problema algum nisso, a propósito sempre soube que entre muitos alunos o Sr. Lupin sempre foi um dos mais cautelosos e alertas, muito inteligente de sua parte Sr. Lupin, - Remo corou ao elogio. – E é até bom que tenhamos um “aliado” entre os alunos isso ajudará a todos nós. Agora vocês só têm de tomar cuidado para que mais ninguém descubra. Certo?

- Sim, senhor. – Responderam aliviados por não terem levado uma bronca.

- Pois bem. Agora vamos ao que interessa. Sabem se alguém seguiu vocês até aqui?

- Bem... Sirius encontrou-se conosco no salão comum, mas logo em seguida subiu as escadas do dormitório novamente.

- Hum... acho que, ao meu ver, por mais que o senhor Black seja inteligente, ele não os seguiria até aqui, seguiria?

- Temos de concordar que ele desistiu um tanto rápido demais, mas talvez fosse só o sono. – Opinou Remo, que até então só abrira a boca para tentar explicar-se.

- Certo, muito bem então. Não temos tempo a perder com isso, a chave do portal já se acionará, se ele tiver os seguido com certeza perguntará algo.

- Quanto tempo, senhor?

- Um minuto. – Respondeu Alvo conferindo em seu relógio de pulso.

- O que é a chave dessa vez, professor?

- Esse, pequeno objeto aqui – ele apontou para um pequeno objeto de prata em cima de sua mesa – agora faltam meio minuto, acho melhor segurarem-se... – mas não era preciso avisar os quatro jovens já haviam se segurado fortemente ao pequeno objeto. E, como da última vez, a última coisa que ouviram foi, - boa sorte.

Depois disso, e do mal-estar que a viajem por meio de uma chave de portal trás, viram-se parados no meio de um campo relvado e com algumas árvores a frente e, mesmo por uma parte estar tapada pela árvore, viram também um pequeno casebre em ruínas, parecia estar, há muito tempo, segurando-se para não cair. Avançaram cautelosamente o terreno, Harry á frente. Atravessando as árvores repararam que a casa tinha uma espécie de área e para chegar a essa “área” teriam de subir alguns degraus, subiram-nos e, por incrível que pareça, nenhum deles rangeu ou falseou. Chegaram a pequena área, Hermione foi à frente, pois era a única que já possuía dezessete anos, com a varinha erguida. Girou a maçaneta, e para a surpresa geral, a porta abriu-se facilmente, a casa parecia ter simplesmente sido abandonada não parecia ter nenhum feitiço protegendo a região nem nada disso, era simplesmente uma casa vazia e abandonada, exceto por uma coisa, do outro lado, encostada a parede, encontrava-se uma pequena mesa quadrada e mesmo de longe se podia ver um objeto pequeno em cima da pequena mesa. Entreolharam-se sabiam que parecia fácil de mais e esse sentimento intensificou-se quando, ao entrarem dentro do velho casebre verem a porta fechar, ainda sem fazer ruído, atrás deles e então rapidamente quatro paredes ergueram-se a sua frente o ar fugiu rapidamente de seus pulmões como se estivessem usando o mínimo dele possível. Então uma voz, que se perguntasse a eles naquele momento não saberiam dizer de onde vinha, era fria, gélida, maliciosa...

Agora que entraram não poderão mais sair, a porta fechou-se e só reabrirá quando o inimigo sua inteligência mostrar...”.

Então todos perceberam com um pulo que a voz era a voz de Voldemort, o que fazia parecer que ele estava ali ao lado deles, esperando uma oportunidade para atacar. Voldemort não parou de falar, mas a primeira frase continuava a ressonar ao fundo, como se fosse um aviso.

O que querem está a apenas uns passos, mas mesmo assim inalcançável para aqueles que não forem capazes de descobrir as respostas... quem erra nunca mais sai e seu corpo e alma, enquanto ainda aguetarem vivos, terão de enfrentar seus piores receios, medos pesadelos...”.

Harry começou a pensar que se falhasse passaria o resto da vida ouvindo os gritos da mãe antes de morrer, que viveria revendo o pior momento de sua vida, várias e várias vezes. Hermione começou a imaginar o que Dumbledore diria se eles falhassem se não conseguissem derrotar Voldemort, como estaria o mundo se voltassem e não tivessem tido êxito na missão? Rony conseguia, até mesmo, ouvir a mãe e o pai dizendo a ele, que ele era o mais fracassado e pior filho que eles tinham, que ele nunca conseguia nada, era a vergonha da família. Estavam os três imersos em pensamentos, Gina olhou para os lados, viu Hermione com os olhos quase transbordando de lágrimas, Rony cabisbaixo e Harry com os olhos desfocados, então percebeu o que ocorria e pôs-se logo a alertar em uma voz ansiosa.

- Parem, parem já com isso. – Os outros a olharam atordoados. – Não percebem? Eu sei o que vocês devem estar pensando, mas, vejam não é a magia que Você-Sabe-Quem pôs aqui que está fazendo isso, são vocês mesmos, vocês estão fazendo justamente o que ele quer, ficando com medo de seus maiores receios, ele está usando vocês contra vocês mesmos, nada do que vocês estão vendo, sentindo ou ouvindo, seja lá o que for não é obra de um feitiço e sim de vocês mesmos de sua própria mente e imaginação. – Os amigos ainda a olhavam e então perceberam que ela tinha razão ficaram tão perdidos imaginando o que poderia acontecer que nem ao menos perceberam que não era real, mas Gina não esperou mais, virou-se para a parede que era de onde ela imaginava vir à voz mais auto, disse, - o que quer que respondamos?

A voz deu uma pequena risada, sarcástica e fria, antes de voltar a falar:

Como já percebi que vocês são fracos demais até mesmo para não se deixarem cair na armadilha da imaginação, vou fazer as perguntas mais fáceis que já viram. Vamos lá, o que algo, pequeno, quadrado e amarelo?

- Ora, assim ele insulta a minha inteligência. – Falou Hermione, mas como estava com os dentes cerrados ninguém a ouviu. Olhou para o teto que era, onde ela imaginava, ouvir a voz mais claramente, e disse. – Um pequeno quadrado amarelo.

Muito bem, podem prosseguir”.

Perceberam que Voldemort não parecia zangado nem surpreso, pelo contrário parecia esperar que aquilo acontecesse, mas não tiveram tempo para pensar nisso, pois logo um buraco foi-se abrindo na parede e eles o atravessaram. Logo após fazerem isso perceberam que a outra “parte” da casa era ainda mais fria e sem vida e, novamente, foram tomados pela onda de medo de ficarem trancados ali para sempre, mas dessa vez já estavam preparados para isso e não se deixaram abater. De qualquer forma a voz, de Voldemort, logo recomeçou:

Uma família tem duas metades, uma que irá nascer e outra que está nascendo, quem são?”

Harry conhecia está “charada”, mas, pelo o que se lembrava, a charada tinha outra parte, não conseguia entender o porquê de Voldemort excluí-la. Mas, mesmo assim, respondeu:

- O futuro e o presente. – Todos olharam para ele, surpresos, e Harry, como resposta, deu de ombros.

“Ótimo, agora, acho melhor, que uma parte dessa pequena ‘família’ de vocês vá para o futuro e a outra fique aqui, no presente.”

Durante algum tempo todos ficaram em silêncio, o buraco na parede ainda não se abrirá, se perguntavam se ele sabia que estavam no tempo errado, mas isso não se encaixava por que, por mais que o lugar estivesse cheio de magia ele não tinha como saber. Então Hermione chegou a uma conclusão e, com a voz tremula, esclareceu:

- Acho que ele quer que nos separemos.

-C-como assim? – Perguntou Rony, mas como os outros, estava começando a entender.

- Vocês não entendem? É como se fosse outro enigma. Vejam dessa forma, nós quatro somos a família, uma parte de nós é o futuro e a outra o presente, dessa forma dois de nós fica aqui, o presente, e os outros dois seguem, o futuro. – O silêncio que se seguiu foi longo. Era muito perigoso se separarem agora, e se fosse uma armadilha?

- ‘Tá, mas, por que o buraco ainda não se abriu? – Perguntou Gina depois de um tempo, apontando para a parede.

- Acho que só se abrirá quando dissermos quem é do “futuro” e quem é do “presente”.

- Certo. Mas... como saberemos quem continua e quem fica? – Gina indagou novamente, Hermione ficou em silêncio por um tempo, mas logo respondeu, com convicção:

- Essa parte cabe a nós, a escolha.

- A Mione tem de continuar! – Saltou Rony.

- Por quê? – Perguntou a mesma.

- Por que você é a mais inteligente de nós quatro. – Respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, corando logo em seguida

- Obrigada. – Respondeu Hermione, corando também. Depois disso pôs-se entre os quatro um silêncio desconfortável até Gina dizer, tentando aliviar a tensão:

- Bom, eu sou péssima em enigmas então, eu fico.

- Da outra vez foram você e o Harry, então nada mais justo que dessa vez vá eu e a Mione.

- NEM PENSAR! – Gritaram Harry e Gina ao mesmo tempo, e completaram logo em seguida, - me recuso a ficar aqui sozinho(a) com ele(a).

- Por favor, parem de bobagens.

- Não vou ficar aqui com ele, esse idiota, então vou junto.

- Não mesmo eu vou. – Birrou Harry.

- Eu vou.

- Eu

- Eu.

- Eu.

- Eu.

- Eu.

- Já chega vocês dois. – Neste momento Hermione os interrompeu, brava e, por isso se pareceu muito com a Sra.Weasley. - Mas que droga, irá eu e o Rony e ponto, não importa o que vocês digam, estamos aqui em missão então parem de agir como se fossem crianças birrentas. – Todos ficaram em silêncio olhando, aturdidos, para a carranca de Hermione. Ela então, novamente, olhou para o teto e disse. – Harry e Gina ficaram no presente, Rony e eu vamos para o futuro. – Na mesma hora o buraco na parede se abriu e Hermione o atravessou sem hesitar, Rony foi logo atrás lançando um último olhar aos abismados, Harry e Gina.

- Acho que você foi um pouco dura com eles.

- Só estou cansada de eles se gostarem e não perceberem, nem demonstrarem, isso. – Respondeu, olhando significativamente para Rony, que retribuiu, mas logo desviaram corados conheciam outro casal bem parecido com Harry e Gina, pelo menos nesse aspecto. Hermione, logo em seguida, pediu ao “teto”, - próxima pergunta, por favor.

Em uma reunião de família, estavam presentes as seguintes pessoas: Um avô, uma avó, dois pais, duas mães, três crianças, três netos (as), um irmão, duas irmãs, dois filhos, três filhas, um genro, uma sogra e uma nora. Porém, não estavam lá tantas pessoas como pode parecer. Quantas pessoas estavam presentes, e quem eram?”

Rony e Hermione trocaram um olhar exasperado, precisariam de pena e pergaminho para resolver isso, ou... de repente uma idéia “brilhou” na mente de Hermione e ela batem com a palma da mão na testa, como fora idiota. Caminhou até a parede e, com um gesto de mão, começou a escrever na mesma, Rony a olhou abobado, mas, na verdade, o professor Flitwick ensinara aquele feitiço na última aula.

Menos de cinco minutos depois a resposta, que Hermione elaborara sem muito esforço, estava escrita na parede. Rony, ás suas costas, leu-a claramente:

- Estavam lá duas garotinhas, um garoto, seus pais e seus avós. Totalizando sete pessoas.

Hermione o olhou, não havia percebido a proximidade de ambos, na verdade, agora estavam a menos de um palmo de distancia, Hermione estava começando a envolver-se com o aroma de maçã, ela adorava maçã, que saia da boca dele, mas a voz de Voldemort tirou-a de seus devaneios:

“Só o garotinho prossegue agora.”

E foi só isso, ele disse apenas isso, mas sua voz ficou ecoando nas paredes enquanto o buraco se abria. Hermione e Rony fixaram ainda mais seu olhar um no outro, sabiam o que aquilo significava, podia ser sua última chance, a última chance de ambos. Rony abriu a boca para falar tudo o que sentia, mas Hermione foi mais rápida:

- Sabe, Rony, - começou com a voz sedosa. – Acho, acho que você tinha razão, - Rony a olhou indagador, Hermione, porém, com um sorriso doce, continuou: - sobre eu ter sido dura demais com eles, Harry e Gina, afinal quem sou para cobrar algo de alguém que nem eu mesma cumpro.

Depois disso Hermione acabou com a distancia que ainda existia entre eles e iniciou um beijo, calmo, lento, indeciso, mas sem dúvida apaixonado. O beijo, porém não pode durar muito por que ambos sabiam que estavam em missão e não podiam ficar se “distraindo” dessa forma. Hermione afastou-se de Rony, ainda de olhos fechados, quando finalmente abriu-os, segundos, minutos talvez horas depois, estavam lacrimosos, mas mesmo assim ela não deixou isso transparecer quando disse, com a voz firme:

- Você vai conseguir, Ron, sei que vai.

Aquilo já era incentivo o suficiente para ele, que ainda meio assombrado pelo que acabara de ouvir e saber marchou, sem deixar transparecer estar nervoso, mas do mesmo jeito desengonçado de sempre, para o buraco na parede, atravessou-o, percebeu que dessa vez não existia mais paredes somente ele uma mesa e o anel dos Riddle está. E então antes de dar o primeiro passo, vários pensamentos, diferentes e iguais, invadiram sua mente como uma balde de água fria: teria de enfrentar o último enigma sozinho, acabara de beijar Hermione, não era inteligente o suficiente para responder uma pergunta feita por Voldemort, acabara de beijar Hermione, a responsabilidade de conseguir a segunda horcruex, uma parte da alma de Voldemort, acabara de beijar Hermione, e se aquilo fosse uma armadilha e agora o próprio Voldemort aparecesse ali e ele tivesse que o enfrentar sozinho? ACABARA DE BEIJAR HERMIONE. “É,” pensou ele, “acho que isso encerra a questão”. Lembrou-se que Voldemort ainda não fizera a pergunta, ele, aliás, ainda nem a pedira, e foi isso o que fez.

- A pergunta, por favor. – Mas, dessa vez, Voldemort não respondeu.

 Rony, mesmo estando desconfiadíssimo, caminhou em direção a mesa e, por sua vez, ao anel. Mas antes de chegar lá em média cinco passos de distancia ele voltou, não por que queria voltar simplesmente, voltou seus passos, para frente, fizeram o efeito contrário e retrocederam com um pequeno choque, mas Rony repetiu o movimento, diversas e diversas vezes, estava decidido a não desistir e a cada vez que tentava a intensidade do choque aumentava, chegando um momento em que ele não aguentava mais, estava cansado de caminhar e todo seu corpo doía e ardia por contadas ondas elétricas, não sabia há quanto tempo estava ali, caminhando e levando choques, caminhando e levando choques, caminhando e levando choques. Teve a certeza de que se agora Voldemort perguntasse algo provavelmente não saberia a resposta, seu cérebro parecia estar dormente. Possivelmente a casa tinha algum feitiço para detectar quando a pessoa se esgotasse, pois, nesse momento Voldemort voltou a falar:

O que deseja está a apenas alguns passos, mas pela barreira não conseguirá passar se não souber responder, Você e os seus outros três amigos estão dentro de uma caverna com um dragão, sem varinha, e você só poderá salvar um: ou você, ou um dos seus amigos, quem você salvaria?”

Rony demorou um segundo para entender o que Voldemort falara. Precisava ter certeza de que entendera, repassou mentalmente a pergunta. “Quem ele salvaria? Quem ele salvaria?” A pergunta repetia-se e repetia-se em sua mente, por que, afinal... Quem ele salvaria? Era praticamente impossível responder, não cogitava a hipótese de se salvar e deixar que os outros morressem, tantas coisas tinham de ser cogitadas para tomar uma decisão dessas. Gina era sua irmã, sua irmã casula, a única mulher, e, além do amor fraterno, ela era também o xodó da casa, era seu xodó, sua irmã “favorita”, não aguentava a expectativa de perdê-la. Harry era seu melhor amigo, quase um irmão, fora seu primeiro amigo em Hogwarts, a pessoa com quem ele enfrentara todos os problemas e aventuras talvez fosse à pessoa que mais o conhecia, também não conseguia vê-lo morto. E por fim... Hermione. Ah, sim, Hermione era... Hermione. Simplesmente... Hermione, a pessoa mais doce, inteligente, bonita, bondosa, amiga, fiel, e tantas outras coisas, que ele conhecia, por que apesar de ser sempre muito mandona e metida à sabe-tudo dava um aperto em seu peito só de pensar em viver sem seu delicioso perfume, tinha um aroma tão fresco, lembrava-o o Outono, também não conseguiria viver sem a imagem de seus lindos cabelos, que mesmo espessos, tinham adquirido cachos simplesmente lindos, e sua voz? Ah sua voz era linda, cristalina, cantante, pelo menos era assim que ele ouvia sua voz e via todos os seus movimentos, para ele, era tudo simplesmente perfeito. Sorriu inconscientemente ao tirar, do fundo de sua memória, a imagem, a voz e a risada de Hermione.

Rony abriu a boca para responder quem ele salvaria, porém alguma coisa em seu inconsciente o impediu, tinha a voz de Hermione: “Pense, Rony, será que é isso que ele quer ouvir? Será que não é uma armadilha? Será que Voldemort quer realmente a verdade? Ou ele quer te enganar? Vai ver ele já até sabe quem você salvaria, e se tem uma resposta certa não é uma pergunta pessoal, não é mesmo? Não pense quem você salvaria. Pense quem ele salvaria. Pense como um sonserino.” Rony fechou a boca, quem um sonserino salvaria? Quem Voldemort salvaria? A resposta veio mais rápida do que imaginou, era a coisa mais óbvia do mundo, achou-se a pessoa mais idiota do mundo. Respondeu:

- Eu, é claro. – Lutou para manter a voz firme, afim de não parecer estar mentindo. – Eu salvaria a mim mesmo.

E sem mais nem uma palavra, nem de Voldemort nem de Rony, as paredes aparentaram estar descendo, com um leve som de trituração, entrando para o soalho do casebre, de repente Rony pôde respirar normalmente novamente. Tinha conseguido! Tinha respondido corretamente a última pergunta! Tinham conseguido a terceira Horcruex! Estava muito feliz!... Mas Rony não pôde pensar em mais nada por que de repente braços passaram em volta do seu pescoço e novamente o frescor de seu perfume invadiu suas narinas, e ele percebeu que naquele momento não precisava pensar em mais nada.

*****

Faziam cerca de vinte minutos que estavam ali, ela e ele, cada um olhando para direções completamente opostas do casebre, de braços cruzados, pelo menos ela imaginava que ele estaria de braços cruzados já que a própria, no auge de sua irritação, estava. Não queria falar com ele, estava brava e seu orgulho exigia que continuasse dessa forma, mas de repente as palavras de Hermione a atingiram novamente, já era no mínimo a terceira vez que isso acontecia e já estava começando a achar que não aguentaria mais ouvir aquilo, mas seu coração trouxe à tona as palavras da amiga: “... estamos aqui em missão então parem de agir como se fossem crianças birrentas”, “... estamos aqui em missão então parem de agir como se fossem crianças birrentas”, “... estamos aqui em missão então parem de agir como se fossem crianças birrentas”, “... parem de agir como se fossem crianças birrentas” “... crianças birrentas”. Criança birrenta era aí que estava a questão, ela própria estava agindo como uma criança birrenta e sabia disso, só que não era bem do ponto de vista que Hermione via, ela sabia que era sim uma criança birrenta, mas não por não falar com ele sim por amá-lo, por que apenas uma criança birrenta e teimosa insistiria em uma paixão que ela sabia não ser recíproca, tinha de parar com isso já estava começando a achar que era algum tipo de pessoa que se auto-flageladora, sim por que só desse jeito para gostar de sentir dor, mas por outro lado concordava com Hermione, ela e o garoto tinham de parar de agir como seu um tivesse roubado o doce do outro “eu iria matá-lo se ousasse fazer isso”, pensou a menina ao fazer tal comparação, riu logo em seguida, mas parou também logo em seguida, não podia rir quando estava com ele imagina se ele achasse que estava feliz por estar ali, em sua companhia “hun, idiota”, pensou, mas logo se repreendeu, tinha de deixar de ser uma criança birrenta e a primeira coisa que tinha de fazer era voltar a ser sua amiga, porém, será que ser sua amiga era a escolha certa já que ficar amiga dele só fez sua paixão alastrar-se mais rapidamente, como fogo, mas aquela era a maneira de ficar mais perto dele e havia aprendido que ele era uma pessoa maravilhosa e um ótimo amigo, mas qual seria o melhor jeito de se aproximar dele novamente? “pedir desculpas” disse uma pequena voz em sua cabeça “pedir desculpas pelo que? Eu não fiz nada.” “Pedir desculpas por tê-lo humilhado em frente a todas as pessoas que estavam no Três vassouras”. “Certo talvez eu deva mesmo pedir desculpas a ele.” Gina descruzou os braços, suspirou, virou-se e disse, de olhos fechados:

- Desculpe! – Mas não foi apenas a sua voz que ouviu, e sim a de Harry a acompanhando, abriu os olhos rapidamente e viu que o moreno estava parado a sua frente com uma expressão risonha no rosto, ambos haviam percebido o que tinha acontecido haviam pedido desculpas juntos e como estavam de olhos fechado, tomando coragem, não tinham percebido. Um segundo depois estavam rindo loucamente da cara de paspalho do outro.

- Está desculpado (a). – Falaram juntos novamente e riram de novo, depois de se recuperarem Gina continuou: - O.K., mas por que exatamente ‘tá me pedindo desculpas?

- Own. – Harry fez um muxoxo de indignação. – Assim você esta pedindo demais, né?

- Então eu retiro o que disse e ainda estou brava com você. – Respondeu fazendo bico.

- Certo. Estou pedindo desculpas por... Por que eu estou pedindo desculpa mesmo? – Harry cochichou a pergunta como se fosse segredo.

- Por que você estragou meu encontro com Quim. – Cochichou Gina de volta enquanto Harry fazia uma careta.

- O.K. então, - pigarreou antes de continuar com um ar “sério”, - Ginevra Molly Weasley, - Gina fez uma careta a menção de seu nome completo. – Aceita meu pedido de desculpa por ter atrapalhado seu formal encontro com Quim Shacklebolt? – Harry fez uma meia reverencia e Gina teve de se segurar para não rir de sua atuação.

- Tenho de pensar sobre isso. – Respondeu. Harry recuperou a postura rapidamente e a fitou incrédulo, Gina o olhou de volta e então, rindo, ela respondeu. – É brincadeira, claro que eu desculpo você. – E o abraçou, com se fosse à coisa mais normal do mundo, oh como sentira falta do seu abraço. – Mas, afinal, se você não sabia nem o porquê de estar se desculpando por que pediu desculpa?

- Por que, ah sei lá, digamos que, senti sua falta. – Harry sentiu algo quente subir do seu pescoço, não era normal Harry Potter falar assim, claramente de seus sentimentos, mas com Gina as coisas eram diferentes. – E pensei que, se pedisse desculpa você voltaria a falar comigo. Mas e você por que está pedindo desculpa?

- Harry...

- O quê? Eu tenho de pedir desculpas completas e você não pode? Ora, vamos você não vai engolir a língua nem morrer se fizer isso.

- Chato. – Falou Gina, mas concordava com ele, isso era o... Justo. – Harry, me desculpe, por tê-lo xingado, e humilhado, você em frente a todos que se encontravam no Três Vassouras. Estou desculpada? – Perguntou incerta.

- Claro que sim, pequena. – Harry bagunçou os cabelos de Gina e ela murmurou algo incoerente, que Harry teve certeza ser um xingamento contra ele, enquanto os penteava com os dedos novamente.

- E então, o que fez enquanto estávamos brigados? – Perguntou Gina.

- Sei lá, pensei na vida.

- E precisava estar longe de mim para pensar na vida?

- É pois é, né? Você me distrai. – Harry respondeu, mas logo tentou voltar atrás, corado, não podia ter dito aquilo, - quer dizer, bem, não é que voc-você me distraia... É que bem... Seu cheiro e também... – Cada vez que tentava achar uma desculpa se enrolava mais ainda. – Ah, quer saber, esqueça, o que eu disse.

- Você disse que eu distraio você, quer dizer, que meu cheiro distrai você. – Gina disse acusadoramente, mal se deixava acreditar no que havia ouvido.

- Não, não, é claro que não. Você deve estar ouvindo coisas. – Mentiu descaradamente, olhando para baixo.

- Não, estou não. Você disse que, eu distraiu você, que meu cheiro te distraí, tenho certeza. – Mas Gina já não tinha muita convicção, e se tivesse mesmo ouvido coisas?

- Gina eu disse para esquecer, então esqueça.

- Ahá, então você disse mesmo?

- Disse, mas esqueça. – Harry frisou tanto a última parte que Gina achou que talvez ele estivesse brabo com ela novamente.

- Oh, Harry não fique brabo eu só estava brincando. – Ela o olhou desculpando-se, mas na verdade não estava brincando. – Mas se que saber você também me distrai. – Gina nem ao menos se deu conta do que falara, pelo menos não na mesma hora, mas logo em seguida continuou corando até o último fio de cabelo ruivo. – Não sempre é claro, estou dizendo só quando você fala alguma coisa e aí...

Sua voz foi morrendo, morrendo. Ficaram em silêncio por um minuto antes de Gina dar um passo a frente e Harry também e falarem se encarando:

- Harry eu...

- Gina eu...

Fecharam os olhos, cada um sentindo o hálito fresco do outro se chocando contra suas faces e então quando os narizes estavam tendo um toque suave... Ouviram um burburinho de trituração e puderam respirar novamente, abriram os olhos assustados e mesmo pelo canto do olho puderam ver que as paredes haviam desaparecido, viraram-se a tempo de ver Hermione atirando-se para cima de Rony. Haviam conseguido. Mas por alguma razão não estavam tão felizes quanto Rony e Hermione pareciam estar.

*Nox*


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Notas finais do capítulo

Nem preciso pedir, né?



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