Better With You escrita por Holliday


Capítulo 8
Sombra do Passado


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente...
MOONY, YOUR DIVA!!!! O QUE FOI AQUELA SUA RECOMENDAÇÃO REPENTINA?? EU SIMPLESMENTE AMEEI, TIVE UM HEART ATTACK AQUI, OOK? EU AMEI, OBRIGADA, PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO UHUUUU O ... o capítulo é totalmente seu!!
Segundamente (?) criei um twitter, sigam lá @AmazingGranger estou MANDANDO vocês seguirem, porque eu estou alone lá, então venham conversar com a autora da fic de vocês u__u imperius, só por garantia...
Enjoy the chapter!!



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Cerrei meus punhos e travei minha mandíbula tentando organizar o turbilhão de sentimentos que passavam dentro de mim.

O essencial era etiquetar tudo, guardar em suas devidas pastas e esconder em um armário dentro do meu cérebro. Um armário com chave e senhas das quais eu não conhecesse.

Sentimento de culpa por não estar saindo com James Potter, vamos etiquetar esse como confuso e guardar no armário. Próximo, vontade de chorar por ter sido destratada pelo Potter, vamos etiquetar como idiotice.

Essa situação é tão patética que chega a fazer com que eu me sinta constrangida. Tudo o que eu sempre quis na minha vida era me ver livre de James Potter, não é mesmo? Por que agora eu me sinto tão arrependida, querendo voltar no tempo, pedindo desculpas ao James e logo em seguida largando do Amus para sair com James? Sim, James, e não Potter.

- Lily, você está bem? - Amus perguntou. Não, mas ficaria melhor se você morresse aqui mesmo. Mas querendo ou não eu não podia jogar a culpa toda em Amus. Quem aceitou o convite fui eu, ele apenas está sendo atencioso.

Balancei a cabeça como se quisesse espantar todos esses sentimentos embaralhados. Os etiquetaria mais tarde.

- Estou ótima, vamos – peguei na mão dele, mas o seu toque nem sequer meu causou aqueles choques elétricos que eu sentia quando a pele de James encostava-se à minha.

Caminhamos silenciosamente até o centro de Hogsmead, mas o que eu menos queria no momento era ficar em silêncio sozinha com os meus pensamentos perturbados.

Podia sentir a dor nos olhos de James quando ele proferiu aquelas palavras, a indignação conforme eu o respondia, e o alívio por estar, pela primeira vez em sua vida, desabafando tudo o que sentia desde o quinto ano.

De repente eu estava me sentindo uma espécie de monstro, em parte por não ter me importado com os sentimentos de James por todos esses anos, e em parte por não reconhecer a mim mesma, não reconhecer o que eu mesma estou sentindo no momento.

Mal percebi quando Amus me conduziu para dentro do Três Vassouras e pegou uma mesa para nós dois.

Me sentei ainda cabisbaixa colocando uma mecha de cabelo em frente aos meus olhos, tentando evitar que outras pessoas vissem o quão desconfortável eu estava.

- Tem certeza de que está bem Lily?

- Sim, Amus, estou ótima, só preciso de uma bebida.

- Certo eu vou ir buscar algo para nós.

Ele levantou de sua cadeira e foi até o balcão fazer o pedido para Madame Rosmerta.

Não queria ficar sozinha, não queria que me deixassem sozinha para ficar me remoendo na minha própria confusão.

Passei os olhos pelo lugar. Estava parcialmente lotado, o que me fez ter agradecido por ter colocado algumas mechas de cabelo em frente ao meu rosto. Pessoas conversavam alto e davam risadas, e o ar já estava ficando consideravelmente abafado.

No entanto, as mechas de cabelo não impediram que eu visse perfeitamente bem a monitora da Corvinal, Emmeline Vance, se agarrando com James em um canto distante na sala. Seus corpos mexiam em sincronia e as mãos de James passeavam por toda a extensão do corpo de Emmeline.

Senti meus olhos marejarem e meu estômago começar a se revirar sem minha permissão. Apertei minhas mãos em punho ignorando o fato de que minhas unhas estavam machucando minha própria pele. Quando o casalzinho se separou para retomar o fôlego James sorriu para Emmeline e, logo em seguida, seus olhos se encontraram com os meus.

Senti meu rosto ruborizar violentamente, mas se essa troca de olhares realmente aconteceu, foi apenas por uma fração de segundo, pois no segundo seguinte James já estava com os olhos pregados nos lábios carnudos de Emmeline.

- Lily, o que aconteceu? - Amus perguntou preocupado trazendo consigo duas canecas de cerveja amanteigada.

Não entendi o motivo de tanta preocupação no tom de sua voz e nas suas expressões, até que eu percebi o toque quente das lágrimas escorrendo contra o meu rosto frio.

- Eu não estou me sentindo bem Amus. Eu acho que vou... – não consegui terminar minha frase, pois uma ânsia subiu rasgando minha garganta e um líquido azedo saiu da minha boca sem permissão.

Várias pessoas que estavam por perto se afastaram com nojo e outras tantas que tiveram seus olhares atraídos para a cena começaram a rir, aparentemente pensando que eu estava bêbada.

Eu nem mesmo olhei para trás ou dei qualquer explicação para Amus enquanto saia correndo do Três Vassouras em direção à Hogwarts.

O vento frio fazia com que as minhas lágrimas secassem e isso ajudava um pouco. Eu estava correndo tentando ignorar os rostos que se viravam para mim, e torcendo que ninguém estivesse me seguindo.

Enquanto corria me atrapalhando com meus próprios pés, esbarrei em alguém. Estava prestes a seguir meu caminho sem sequer um pedido de desculpas, mas a pessoa segurou em meu braço.

- Eu te disse que ele não te amava. Que ele te faria mal – Snape murmurou e aquilo só me fez pior na atual situação.

- Me solte agora, ranhoso! – suas mãos afrouxaram em meu braço, tamanho o choque de ter ouvido essas palavras vindas de mim. Na realidade eu não queria realmente ter dito aquilo, me lembrava de todos os momentos de nossa amizade, e mesmo que ela tenha acabado brutalmente, o que eu menos queria era magoá-lo.

Continuei em meu caminho tortuoso até chegar em Hogwarts. Subi correndo as escadas até a Sala Comunal da Grifinória, onde eu poderia ficar no meu dormitório me remoendo da maneira que eu quisesse.

Só não esperava que encontrasse Lene sentada na poltrona de frente para a lareira.

- Lily, por que você já está de volta?

- E você? Por que não foi para Hogsmead?

- Bom, James disse que iria atrás de você – a citação de seu nome fez com que meu estômago revirasse novamente – Dorcas e Remus foram juntos para Hogsmead, assim como Alice e Frank. Se eu fosse, eu ficaria sobrando.

Ela tinha Sirius Black correndo atrás dela, mas ao mesmo tempo em que Lene gostava dele, ela o desprezava.

- Não, na verdade você ficaria com o James – ela arqueou as sobrancelhas com uma dúvida explícita. Eu suspirei antes de começar a explicar tudo.

- Eu já tinha aceitado ir para Hogsmead com Amus, mas certamente James não sabia disso. Quando ele me viu com ele, disse para Amus que ele me acompanharia, e eu disse que eu estava com o Amus. Ele ficou muito irritado, dizendo que pela primeira vez achava que estávamos indo pelo caminho certo, e eu respondi ele, como sempre. Mas dessa vez ele disse que iria sumir da minha vida, e depois estava se agarrando com Emmeline Vance. Só que agora eu estou me sentindo tão culpada.

Tentei me manter firme todo momento, mas quando terminei de contar o ocorrido novamente aquelas lágrimas traiçoeiras escorreram pelo meu rosto.

- Oh Lily... – ele me abraçou de lado e eu apoiei minha cabeça em seu ombro, me sentindo de certa forma em segurança nos braços da minha melhor amiga.

Passou-se algum tempo desde que estávamos assim, quando de repente Lene se separou de mim me olhando repreendendo-me.

- Mas você também é uma estúpida hein Lílian?

- O que... – ela me interrompeu.

- Você já deveria saber que o James te ama, todos já estão cansados de saber disso! E aceitar sair com o Diggory? Quando você aceitou?

- Depois do jogo de Quadribol, mas por que você... – eu ia perguntar sobre aquela postura repentina, mas novamente ela me interrompeu.

- Depois daquela conversa que você e o James tiveram? Você definitivamente é uma estúpida, Lílian!

- Não tenho que ficar aqui sentada ouvindo você me chamar de estúpida quando eu já estou me sentindo mal, ok? - eu perguntei, na verdade querendo que ela discordasse e sei lá, se desculpasse de repente.

- Por mim tudo bem, sobe para o dormitório e fique se sentindo culpada por lá, não vai fazer diferença nenhuma o lugar no qual você vai ficar se lamentando. Mas se você resolver ser sensata vai pedir desculpas para o James – ela me olhou séria como nunca antes havia olhado.

- Você é bipolar Marlene McKinnon! – exclamei furiosa.

- Posso até ser, mas você só vai voltar a falar comigo quando tiver feito a decisão certa. Até lá, esqueça que eu existo.

Bufei e subi as escadas para o dormitório feminino em passos firmes, querendo que ela ouvisse cada vez que a minha bota batia no assoalho.

Abri a porta e logo em seguida fechei-a com força atrás de mim mesma. Joguei-me na minha cama comprimindo meu travesseiro contra meu rosto, e gritando o mais alto que minhas cordas vocais permitiram.

Estava com raiva do James Potter, estava com raiva de Marlene MacKinnon, estava com raiva de Severus Snape, e também estava com raiva de Emmeline Vance. Etiquetei tudo como raiva reprimida e guardei junto com os outros arquivos no meu cérebro.

Por que motivo Merlin me odeia tanto? Eu queria que o mundo explodisse agora mesmo para me poupar de ter que olhar para quem quer que fosse novamente.

Será que Lene estava certa? Será que eu era mesmo estúpida? Queria poder saber a resposta. Fiquei me lembrando de todos os momentos em que James ainda me amava.

FlashBack On

Estava tomando café da manhã. Lene estava sentada na minha frente enquanto Dorcas estava sentada ao meu lado.

Comíamos em silêncio, pois estávamos morrendo de sono por ter a madrugada acordadas estudando para as provas de hoje.

O correio finalmente estava chegando e hoje eu estava esperando por uma carta de meus pais em resposta a uma carta que eu havia mandado.

No entanto, a coruja bege que parou na minha frente era totalmente desconhecida por mim, e minhas amigas deram de ombros também sem reconhecerem a coruja.

Peguei a carta que ela trazia presa ao seu bico e abria-a. Logo que abri me arrependi. Óbvio que eu já deveria ter suspeitado de que seria alguma das gracinhas de Potter.

Uns doze passarinhos saíram voando da carta cantando em coro “aceite sair com James Potter” James estava sorrindo em minha direção enquanto aqueles passarinhos irritantes ficavam voando ao meu redor e cantando em coro.

Tentei jogar alguns feitiços neles, mas nenhum fazia efeito.

- POTTER! FAÇA-OS PARAR! – eu berrei desesperada enquanto todos riam da situação.

- É só você aceitar que eles irão parar, Lírio – ele respondeu sorridente, mas eu me recusava a sair com aquele tipo de energúmeno idiota.

Algum tempo depois Minerva conseguiu lançar um feitiço que petrificou os pássaros.

FlashBack Off

Aquilo foi no quinto ano, a primeira vez que James tentou me chamar para sair. Nos anos seguintes ele passou a fazer coisas mais simples como me entregar lírios, jujubas e coisas do tipo. Eu nunca aceitei, e ainda assim fazia objeções, mas nunca mais surtei com ele como eu surtava na época do quinto ano.

Suspirei tentando, em vão, tirar aquelas lembranças da minha cabeça. Seu eu conseguisse, usaria o obliviate em mim mesma. Tudo seria mais simples.

A única vez no dia em que eu me levantei foi para jantar, e ainda assim o fiz em silêncio. Ignorei todos os olhares que estava recebendo, e o fato de que na minha frente, apenas um pouco mais para a direita, Emmeline Vance estava sendo paparicada por James.

Quando terminei de jantar subi solitária para a Sala Comunal – Lene fez como prometera, e não falou comigo – estava indo subir as escadas para o dormitório feminino quando ouvi uma voz conhecida que fez com que eu ficasse estática.

- Preciso te entregar algo – James disse aparecendo de sabe-se lá onde, eu estava parcialmente distraída.

Virei-me receosa em sua direção. Será que ele iria se desculpar? Dizer que tudo foi um engano, erros que poderíamos deixar no passado?

- Não quero ter qualquer vestígio seu na minha vida, então quero que ao menos você fique com isso – ele estendeu uma caixa branca e dourada para mim. Não fazia ideia o que tinha dentro dela. Estava mais surpreendida com o tom frio que tinha em sua voz quando ele se dirigiu para mim, do que com a sua fala em si.

Peguei a caixa sem pensar que agora seria o momento certo para chorar em seus braços e pedir desculpas compulsivamente, mas o orgulho me impediu de tal ato.

Ele se afastou sem mais nenhuma palavra e eu subi para o meu dormitório com a curiosidade no nível máximo.

Pulei em minha cama e puxei as cortinas ao redor de minha cama. Cuidadosamente abri a caixa, aspirando o cheiro de James que nela estava impregnado.

Por cima havia o conhecido pacote com jujubas de morango. Talvez ele fosse deixa-las na minha porta amanhã, mas ele já não tinha mais motivos para fazê-lo.

Coloquei o pacote em cima da minha cama para ver o restante. Havia pergaminhos, milhares de pergaminhos, numa caixa tão pequena como aquela. Ele provavelmente havia usado algum feitiço de extensão.

Abri o pergaminho e o li em silêncio.

Lily estava ainda mais linda hoje, isso se possível, mas claro que ela ignorou todas as minhas tentativas de me aproximar dela, dizendo que eu sou um idiota ou coisas do tipo, mas claro que eu não vou desistir dela, eu a amo.

Assim eu fui lendo, perdendo o controle que me restava, chorando e soluçando feito uma condenada. Percebi que os primeiros relatavam sobre o quinto ano, os de baixo sobre o sexto e assim por diante.

Perguntei-me se ele sabia que eu leria tudo e arrumou tudo de novo. Li coisas do tipo “hoje ela brigou comigo de novo, coitada, mal sabe que vai ser a mãe dos meus filhos”, “hoje ela riu de uma piada minha, acho que é um avanço”, “estava dizendo ao Sirius que os olhos dela eram os mais intensos e mais bonitos que já vi na minha vida, e ela ouviu e ruborizou. Ela não sabe o quão bonita ela é

Até que eu cheguei ao último pergaminho.

Hoje é o dia que eu desisti de Lílian Evans. Eu achava que as coisas estavam dando certo, mas como sempre eu estava enganado. É hora de partir para a próxima, pois sei que nunca poderei ser correspondido pela única garota que eu amei incondicionalmente. Se isso me machuca? Sim e muito, e foi preciso muita coragem para tomar essa decisão, agora sei que eu sou um verdadeiro grifinório, mas foi necessário, eu não preciso me machucar mais que o necessário.

Apertei a carta contra meu peito como se isso pudesse desfazer todos os meus erros em relação á James. Perdi minha única chance de conhecê-lo melhor, e quem sabe descobrir os meus sentimentos.

Percebi que ainda havia algo no fundo da caixa. Era uma foto cortada ao meio, e eu sabia bem qual foto era. Era a única foto existente onde eu estava junto de James Potter.

Foi ano passado. Ele pediu para tirar uma foto comigo, mas eu recusei. Então ele começou a fazer cócegas em mim, enquanto olhava para a câmera que Remus segurava. A verdade é que a foto tinha ficado linda e espontânea. Eu estava rindo incontrolavelmente contra seu corpo, e ele tinha o sorriso mais sincero estampando tanto nos seus lábios quanto nos seus olhos.

Só achei uma coisa estranha. A metade da foto que ele deixou para trás não era a minha, mas sim a dele. Será que ele não viu a metade que estava guardando? Duvido muito. Talvez tenha sido de propósito, talvez ele tenha deixado a metade na qual ele estava sorrindo só para me torturar, e tenha queimado a outra metade. Ou talvez não, talvez ele tivesse mentido quando disse que iria apagar todos os meus vestígios, e quisesse algo meu no qual se agarrar.

Eu deveria levar isso como um sinal? Deveria levar isso como um sinal de que James Potter ainda não havia desistido completamente de mim, mesmo que as evidências afirmassem que sim?

Não sabia ao certo, talvez estivesse me iludindo e aquilo fosse só algo que o meu consciente estivesse inventando para tentar mascarar o fato de que para James Potter eu era apenas uma sombra do seu passado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, tá meio triste, mas essa aura ruim vai passar, sério gente!!
Reviews? Sigam o exemplo da Moony e mandem uma recomendação pra me deixar happymente happy também u__u
Sweet Kisses ♥



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