E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo? escrita por RonLovesHermione


Capítulo 31
Capítulo 31 - Enfim, a verdade


Notas iniciais do capítulo

Atrasei um pouco, mas o capítulo está aí :)



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Hermione estava muito feliz quando voltou pra casa, mesmo tendo esbarrado na namorada entojada do Ronald. Só de ter conversado com ele, ter ficado aqueles poucos minutos juntos fez tão bem à ela como só a presença de Ronald conseguia fazer. Ela ainda não tinha certeza de que ele a tivesse perdoado, mas aquele sorriso que ela viu em seu rosto antes de ir embora dizia mais do que qualquer palavra.

Chegou em casa e foi direto para a cozinha, morta de fome por não ter almoçado. A empregada estava lá e torceu a cara ao ver Hermione entrando. A garota achou essa atitude estranha, mas começou a pegar as coisas para preparar um sanduíche. Depois de algum tempo de silêncio, a empregada disse:

- Sabe, Senhorita Hermione, o meu filho me proibiu de dizer qualquer coisa, mas eu não consigo mais aguentar. – disse a mulher.

Hermione olhou para ela, parando a meio caminho de morder o sanduíche, mas não disse nada, então a empregada continuou.

- As coisas que você disse pra ele... Foi muita injustiça! Ele é um menino tão bom, sempre ajudou a cuidar de você, sempre quis te proteger. Ele não merecia ouvir o que ouviu. – ela estava um pouco alterada.

- Desculpa, Dolores, mas eu tive motivo pra dizer o que eu disse. Ele e minha mãe me enganaram e me fizeram muito mais mal do que você pode imaginar. E ele fica se metendo na minha vida, me entregando pra minha mãe. – disse Hermione.

- Ele só fez isso pra proteger você, como sempre! – defendeu ela. – Seus pais são como pais pra ele também...

- Eu to cansada de ouvir isso! – disse Hermione, perdendo a paciência. – O Cormac não é órfão, ele tem família, tem você! Acho que ele deveria se colocar no lugar dele e parar de achar que é filho do meu pai e da minha mãe!

A empregada deu uma risada debochada, muito parecida com a de Cormac.

- Olha quem fala. – disse ela, aparentemente sem conseguir se segurar. Porém, um segundo depois, no entanto, ela percebeu que tinha falado demais e voltou, nervosa, a lavar a louça.

- Como é que é? Que foi que você disse? – perguntou Hermione.

- Nada, eu não disse nada. – disse a empregada.

- Não, eu ouvi o que você disse! – respondeu Hermione. – Como assim “olha quem fala”? Eu sempre te tratei com respeito! E eu também sou dona dessa casa!

- Você enche a boca pra falar que é dona dessa casa e humilhar o meu filho, mas nem filha legítima do Sr. Granger você é! – disparou a empregada.

Hermione teve que se apoiar no balcão para não cair, porque suas pernas amolecaram tanto que não sustentavam mais o peso do seu corpo. Nesse momento a Sra. Granger entrou na cozinha.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou a Sra. Granger olhando de Hermione para a empregada, que voltou-se desesperada para ela.

- Patroa! – disse ela quase suplicante. – Me perdoa, por favor! Eu falei... eu fiz... uma besteira! – e ela começou a chorar e saiu correndo da cozinha.

A Sra. Granger olhava abobada para Hermione que ainda estava branca como um papel.

- Mãe, ela disse... disse que eu não sou filha do meu pai. Isso é mentira, não é? – disse Hermione.

Mas a expressão da mãe quando ouviu aquilo foi pior do que qualquer resposta que ela pudesse ter dado e fez com que as pernas de Hermione voltassem a tremer.

- É mentira, não é? Por que ela disse isso? Por que ela inventou isso, isso é horrível... – Hermione dizia, tentando convencer a si própria de que aquilo era mentira, já que a mãe não falava nada. – NÃO É?

- Hermione... – começou a Sra. Granger com lágrimas nos olhos, mas quando olhou para Hermione não conseguiu dizer mais nada. Desviou o olhar e disse: - É, é claro que é mentira.

Mas o modo como ela disse isso deixou Hermione mais nervosa ainda. Ela saiu correndo para o quarto. Na sala, esbarrou com seu pai que acabava de chegar do trabalho, mas continuou correndo e não respondeu quando ele perguntou o que estava acontecendo.

Hermione entrou no quarto como um furacão e afundou na cama com a cara no travesseiro com força, tentando apagar de sua mente o que tinha ouvido. Logo ouviu passos de pessoas entrando no seu quarto.

- Hermione. – era a voz do pai. Hermione tapou os ouvidos com as mãos. Não queria ouvir nada, tinha medo do que ele poderia dizer.

- Filha, por favor. Nós temos que conversar. – continuou o Sr. Granger, mas Hermione não se mexeu. Ela sabia que sua mãe também estava no quarto porque podia ouvir seu choro baixinho. – Filha...

- NÃO! – gritou Hermione com a voz abafada pelo travesseiro. – Eu não quero ouvir nada!

Ela sentiu a mão de seu pai acariciar seus cabelos, enquanto ele dizia:

- Hermione, você precisa enfrentar isso como a adulta que eu sei que você é. Você é forte, eu sei.

Lentamente Hermione ergueu a cabeça e olhou para o pai. Ele sorriu para ela exatamente como fazia quando ela era criança. Fazia tempo que Hermione não via aquele sorriso. Isso deu forças para que ela se levantasse e se sentasse. A Sra. Granger estava encolhida a um canto, tampando a boca com as mãos e olhando para baixo, chorando silenciosamente.

O Sr. Granger suspirou e começou a falar:

- Logo depois que seu irmão Harry nasceu, eu e sua mãe decidimos que não queríamos mais ter filhos, que estávamos satisfeitos com dois. Então eu fiz uma cirurgia, a vasectomia, para evitar que sua mãe engravidasse outra vez. – ele fez uma pausa, como se juntasse forças para dizer o que disse em seguida: - Mas, dois anos depois, sua mãe engravidou. – nesse momento, a Sra. Granger começou a chorar compulsivamente, mas o Sr. Granger a ignorou. – Ela não me contou nada, mas eu por acaso achei o exame de gravidez que ela tinha escondido. Eu não quis desconfiar da lealdade dela, afinal, já soube de casos em que a vasectomia falhou. Mas eu fui ao médico e ele me confirmou que esse não era o caso.

A Sra. Granger continuava a soluçar, mas Hermione não tirou os olhos do pai. Ele olhava para baixo, para a mão de Hermione que ele segurava, acariciando-a.

- Bom, então eu tive a certeza de que o filho que ela esperava não era meu e então sua mãe me confessou que tinha me traído. Se eu não tivesse achado o exame de gravidez, eu nunca teria ficado sabendo de nada. Ela planejava fazer um aborto, mas eu não deixei. Ainda mais depois que eu fiquei sabendo que era uma menina. Eu sempre quis ter uma filha.

Ele parou de falar, levantou-se e andou pelo quarto, tentando esconder as lágrimas. Hermione nunca o tinha visto daquele jeito. Seu pai era muito fechado, não demonstrava suas emoções. Vê-lo assim fez com que Hermione sentisse raiva de sua mãe. Como ela pôde ter feito isso com ele? E então as verdades foram explodindo dentro de Hermione como uma bomba: ela não era filha do seu pai, ela tinha sido fruto de uma traição e era por isso que sua mãe a odiava. Pior ainda, se fosse pela vontade da mãe, Hermione não teria nem nascido!

- Quem era? – perguntou Hermione de repente. – Quem era o homem com quem ela te traiu?

- Não interessa quem era! – respondeu a Sra. Granger.

- Era alguém que eu pensava ser meu amigo. – disse o Sr. Granger. – Eu vou entender se você quiser conhecê-lo...

- Não! – apressou-se Hermione a dizer. – Eu não quero conhecer ninguém. Eu já tenho pai. – Hermione olhava para a mãe com ódio.

- Não olhe assim pra mim! – gritou a Sra. Granger. – Eu já paguei pelo meu erro! Me arrependi de ter feito o que fiz!

- Será que eu posso ficar sozinha? – disse Hermione. Ela não queria ouvir mais nada.

- Claro. – disse o pai – Mas eu só quero dizer uma última coisa: eu não me importo com nada disso, porque desde a primeira vez que eu olhei pra você eu senti que estava olhando para a minha filha. – e dando um último sorriso para Hermione, ele e a Sra. Granger deixaram o quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês não tenham achado esse capítulo muito 'novela mexicana' hahahahaha