E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo? escrita por RonLovesHermione


Capítulo 29
Capítulo 29 - Parente ou serpente




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Na segunda feira Hermione desmaiou na escola e faltou às aulas o resto da semana. Ela não comia quase nada, não tinha vontade de fazer nada, queria apenas dormir. A Sra. Granger não gostou nada da situação e ainda afirmava que Hermione estava fazendo tudo isso de propósito para chamar a atenção de Cormac.

– Mãe, eu não quero mais saber do Cormac, já te falei. – disse Hermione, pela milésima vez, no sábado, deitada no sofá.

– Eu te conheço muito bem pra acreditar nisso. – disse a Sra. Granger. – Eu vou tomar chá com as minhas amigas hoje, então qualquer coisa, chame a empregada.

Hermione achou até melhor que a mãe não fosse ficar no seu pé, porque ela deixava Hermione se sentindo ainda pior.

Mais tarde, Parvati ligou no telefone da casa, mas Hermione não quis atender. As duas tinha discutido por causa do que aconteceu na boate. Hermione tinha ficado brava com Parvati por ela ter ido embora e deixado ela sozinha. Hermione achou que nada poderia deixa-la pior do que estava. Então, Cormac entrou na sala:

– Oi, Hermione. – disse ele, com seu tom formal irritante. Hermione não respondeu, apenas virou-se no sofá, ficando de costas para ele.

– Sua mãe me disse que você está assim por minha causa. – continuou ele. – Sabe, eu me sinto péssimo! Você sabe que eu gosto muito de você e nunca quis te fazer mal, mas você tem que aceitar os fatos...

Hermione se sentou no sofá, irritada e começou a falar:

– Cormac, cala essa boca, tá bom? Eu não to assim por sua causa coisa nenhuma! Já se foi o tempo em que você tinha tanta importância pra mim a ponto de me deixar mal. Eu levei minha vida inteira pra perceber quem você era de verdade, mas finalmente eu percebi. Você não é nada mais que um pobre metido a besta que não enxerga o seu verdadeiro lugar. Você fica andando aqui por essa casa como se fosse o dono de tudo, se aproveitando do dinheiro do meu pai, puxando o saco da minha mãe e querendo ser como os meus irmãos. Mas é claro que a culpa não é só sua. Minha mãe que te deu tanta liberdade a ponto de você acreditar que fizesse parte da família. Quando é que você vai parar de ser um sanguessuga e viver a sua própria vida? E outra coisa: para de ir correndo contar pra minha mãe cada coisa que eu faço, porque isso já tá me irritando. Vai ficar atrás da cara de buldogue da sua namorada e esquece que eu existo. – Hermione disse isso tão depressa e de uma vez só, que Cormac não teve tempo para nenhuma outra reação além de arregalar os olhos e abrir a boca.

– SOME DA MINHA FRENTE! – gritou Hermione, vendo que ele não se mexia. – Vai ver se a sua mãe precisa de ajuda pra lavar a privada.

Cormac pareceu extremamente ofendido, mas Hermione estava até se sentindo um pouco melhor. Sabia que assim que sua mãe soubesse que ela tinha humilhado o queridinho dela, ela iria pagar por isso, mas valeria a pena. Ela subiu para o quarto para ter um pouco de paz.

Instintivamente, sem pensar, ela foi direto ao criado mudo ao lado da cama e abriu a gaveta. Logo encontrou o que queria: o papelzinho com o telefone de Ronald. Ela ficou olhando para aquela letra, como se aquele papelzinho fosse sua última esperança, a única coisa que lhe dava forças para continuar. Era apenas uma lembrança, mas era a melhor lembrança que ela tinha da época em que fora verdadeiramente feliz em sua vida.

Mas nesse momento, a porta do seu quarto foi escancarada com tanta força que Hermione deixou cair o papel no chão. Olhou assustada na direção do barulho e viu sua mãe parada ali.

– Você foi longe demais dessa vez, menina! – esbravejou a Sra. Granger.

– Que foi? – perguntou Hermione, espantada.

– Ainda por cima é sínica! – continuou a mãe. – Quem você pensa que é, hein? Com que direito você foi dizer aquele monte de bobagens ao Cormac?

– Ah! – exclamou Hermione. – Dessa vez acho que ele quebrou um recorde. Acho que não demorou nem meia hora pro bebezinho ir correndo te contar o que eu fiz né.

– Ele está arrasado com o que você disse, e eu também!

– Não disse nada que não fosse verdade. Cansei dele se achando grande coisa, sendo que ele vive aqui de favor e tudo que ele tem ou teve foi com o dinheiro do meu pai!

– O Cormac é da família! Ele foi criado entre você e os seus irmãos e é como um filho pra mim, você sabe disso! – disse a Sra. Granger.

– Isso é verdade! – disse Hermione com raiva. – Ele parece mais seu filho do que eu, né? Você sempre gostou mais dele do que de mim.

– Por favor! Não me venha com isso agora! Você é muito mal agradecida, isso que você é! Mas você sempre foi assim! Sempre me trazendo problema, desde antes de nascer! – a Sra. Granger se calou, percebendo que tinha falado demais. E Hermione também percebeu.

– O que? Como assim? – quis saber a garota. – Como assim eu te dei problemas antes de nascer? Por que você me odeia, mãe?

– Esquece isso! Você me deixa fora do sério, Hermione, e eu acabo falando o que não devo. – disse a Sra. Granger desconcertada. – Chega dessa conversa. – e ela saiu quase correndo do quarto.

Mas Hermione ficou ali, desconfiada. O que será que a mãe quis dizer com aquilo? Ela sabia que tinha sido um “acidente”, que não tinha sido uma filha planejada como seus outros irmãos, mas nunca pensou que fosse indesejada, mesmo sendo sempre ignorada pela mãe.

Hermione estava com a cabeça zonza depois dessa conversa e resolveu ir para a cama mais cedo.

Estava tendo um sonho muito estranho: ela estava presa em uma jaula, enquanto Cormac e sua mãe jogavam pedras em sua cabeça do lado de fora. Ela acordou assustada e percebeu que alguém realmente jogava pedras na porta que dava para sacada. Ela se levantou e foi até lá e quando olhou para fora, achou que estava sonhando outra vez. Será que o que ela estava vendo era verdade? Ronald estava mesmo embaixo da sua sacada? Enquanto Hermione decidia se aquilo era ou não realidade, Ronald subiu até a sacada e entrou no quarto.

– Oi, desculpa entrar assim, mas foi o único jeito... – ele olhou para a cara amassada da garota. – Você estava dormindo?

– Aham... Ronald! O que você está fazendo aqui? – perguntou Hermione, ainda sem acreditar.

– Eu vim ver como você estava, soube que você andou passando mal... – disse ele.

– Como você soube?

Ronald pareceu pouco a vontade antes de responder.

– Ah... eu passei na frente da sua escola na hora da saída essa semana... pra ver como você estava... achei que você tinha ficado muito mal com o que eu... sabe... com o que eu te disse. Mas aí aquela sua amiga disse que fazia tempo que você não aparecia lá, e que tinha desmaiado...

Hermione não respondeu. Ficou olhando para os pés. Então, Ronald continuou.

– Eu não queria ter deixado você mal...

– Não, tudo bem. – respondeu Hermione.

Os dois ficaram quietos pelo que pareceu ser muito tempo.

– Então eu já vou indo... – disse ele.

– E a sua namorada? – perguntou Hermione, antes que pudesse se conter. – Vocês ainda estão juntos.

– Sim. – respondeu ele.

– Então não sei por que você veio aqui. – disse Hermione, de repente brava.

– Só vim ver como você estava. Pra tirar um peso da minha consciência...

– Nossa, que legal. – disse Hermione, sarcástica. – Agora que você já tirou esse peso da consciência pode ir. Sua namorada deve estar te esperando mesmo.

– É, ela está. – disse Ronald, também irritado. – Nem eu sei por que eu vim aqui. Acho que eu tinha esquecido de como você é... metida.

Eles trocaram um último olhar zangado e Ronald foi embora.



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Notas finais do capítulo

Obs: sei que esse título é bem nada a ver, mas não consegui pensar em outro hahahaha
Muito obrigada, fiquei muito feliz com os últimos comentários!