E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo? escrita por RonLovesHermione


Capítulo 24
Capítulo 24 - De mal a pior




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Hermione continuava lá, sentada na frente do espelho, sentindo ódio de si mesma. Cormac tinha saído com os amigos, mesmo sabendo que Hermione estava naquele estado ele teve coragem de deixa-la sozinha. Mas ela nem se importou, pois não queria vê-lo, não queria ver ninguém, queria sumir. Odiava sua família, odiava sua casa, odiava sua vida.

Lentamente ela se levantou e foi para o chuveiro, tirou a camisola e a lingerie com ferocidade e as jogou no chão do banheiro. Entrou embaixo do chuveiro e deixou a água cair sobre ela, esperando que isso pudesse levar embora tudo que estava sentindo. Sentou no chão, abraçando os joelhos e ficou assim por um tempo.

Reunindo todas as suas forças, ela se levantou, se secou, colocou o pijama e afundou na cama, fechando os olhos com força até adormecer.

Hermione acordou no dia seguinte sem saber que horas eram, sabia apenas que tinha dormido muito. Dormir sempre foi uma fuga para ela. Sempre que estava triste ou chateada, ela deitava na cama e dormia até não poder mais: quando era pequena e brigava com seus irmãos, quando brigava com sua mãe, quando era rejeitada por Cormac. Mas dessa vez ela sabia que dormir não adiantaria, pois quando acordou ainda sentia uma angústia tão grande que não cabia dentro de si.

Olhou-se no espelho: seu cabelo estava pior do que jamais esteve na vida e seu rosto ainda tinha vestígios de maquiagem, além dos olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Mas pela primeira vez na vida ela não se importou com a aparência. Desceu as escadas até a sala de visitas feito um zumbi. Queria falar com sua mãe, gritar com ela, exigir uma explicação e acima de tudo descontar sua raiva nela. Mas a Sra. Granger não estava lá, então Hermione foi para a cozinha, onde a empregada lavava a louça.

- Cadê a minha mãe? – perguntou a garota.

- Ah, bom dia, Senhorita Hermione! – a empregada a olhava nervosa. – Sua mãe precisou sair. A senhorita que almoçar? Eu guardei o seu prato...

- Então ela almoçou e nem me chamou? – quis saber Hermione.

- E-ela não q-queria incomodar a senhorita... – respondeu a empregada mais nervosa ainda.

- Aham, sei. Ela estava era com medo de quando eu acordasse. Ela acha que eu não sei que ela está fugindo de mim. Cadê o traidor do seu filho?

- O Cormac também não está...

- Claro, ele também está fugindo. – disse Hermione saindo da cozinha furiosa.

Voltou para o quarto como um furacão e acabou pisando nos cacos da garrafa de champanhe e das taças que ainda estavam ali. O sangue logo começou a jorrar da sola do seu pé. Xingando, ela sentou-se na cama para examinar o corte, que por sorte não era tão grande. Começou a procurar um curativo na gaveta do criado-mudo. Jogava no chão tudo que encontrava em sua frente e, quando puxou a caixa de curativos, um papelzinho meio amassado caiu na sua frente.

Quando os olhos de Hermione reconheceram o papel, eles se encheram de lágrimas: era o telefone de Ronald.

“Se um dia você quiser fugir do castelo”.

As lágrimas começaram a cair pelo seu rosto e ela sentiu uma dor maior do que antes, porque se tinha uma coisa que ela queria fazer era fugir, mas Ronald não estava mais lá para salvá-la dessa vez. A única pessoa que sempre foi honesta com ela, o único em que ela podia confiar e ela abriu mão dele por um mero capricho. Hermione esqueceu-se do machucado e ficou olhando para o papel, para a letra de Ronald por um bom tempo.

Então, pegou o celular e ligou para ele. Sabia que ele não atenderia e quando a ligação caiu na caixa postal, ela resolveu deixar uma mensagem.

- Ronald, sou eu, Hermione. Eu sei que não tenho direito nenhum de te ligar... Eu só queria... Me desculpa, por favor! Você estava certo o tempo todo! Minha família é um lixo e eu também... – ela não conseguiu falar mais nada e desligou o telefone. Um segundo depois ele tocou, Hermione não acreditava! Mas logo viu que era Parvati que com certeza queria saber o que tinha acontecido na grande noite, mas Hermione rejeitou a ligação, isso era o que ela menos precisava agora.

Alguém bateu na porta do quarto. Hermione ficou quieta esperando e logo depois sua mãe entrou.

- Meu Deus do céu! O que foi que aconteceu aqui? – perguntou a Sra. Granger, tentando desviar-se do monte de coisa jogadas e quebradas no chão.

- Você jura que você não sabe o que aconteceu? – perguntou Hermione, virando-se na cama para encarar a mãe.

- Eu entendo que você deve estar chateada, mas isso não justifica esse estrago! – disse a Sra. Granger.

- Chateada? Chateada não começa nem a descrever como eu estou me sentindo! – gritou Hermione.

- Pode abaixar esse tom de voz pra falar comigo, mocinha! Eu sou a sua mãe e você me deve respeito!

Hermione soltou uma risada sarcástica.

- Bela porcaria de mãe que você é! Eu não te devo nada! Quem deve alguma coisa aqui é você! Como é que você foi capaz...

- Eu fiz o que qualquer mãe faria no meu lugar! – defendeu-se a mãe.

- NÃO! Você enfiou uma faca nas minhas costas, foi isso que você fez! Você usou o que eu sentia pelo Cormac contra mim! Você não podia ter feito isso! – Hermione estava descontrolada outra vez.

- Pode parar de drama, Hermione! Eu sei o que é melhor pra você. Além do mais, você não me deu outra opção quando continuou a me desafiar saindo com o marginal! Eu não aceito isso!

- Eu gostava do Ronald! Eu estava feliz com ele até você mandar o nojento do Cormac dar em cima de mim!

- Estava feliz nada! Eu te conheço muito bem, Hermione, você estava era usando aquele coitado pra me desafiar e para deixar o Cormac com ciúmes! Se você estivesse tão feliz assim com o seu suburbano, você não teria dado um pé nele na primeira oportunidade que teve!

- Eu fiquei confusa! – gritou Hermione desesperada. – Eu achei que o Cormac estivesse gostando de mim, eu sempre quis que isso acontecesse e fiquei com medo de desperdiçar uma oportunidade de ficar com ele! Mas ele não era quem eu pensei que fosse e você também não!

- Pense como quiser, mas o que está feito está feito e eu sei que foi melhor assim. Você vai me agradecer um dia. E tem mais uma coisa, – continuou a Sra. Granger – pode se arrumar porque eu quero você apresentável para o jantar dessa noite. Teremos visitas.

- Dane-se. Nem se for o Papa, eu não vou descer pra jantar com ninguém. – respondeu Hermione.

- Você vai sim e vai se comportar. O Cormac vai trazer a namorada hoje a noite para apresenta-la a mim e a mãe dele.

- O QUE? NAMORADA? ESSE FILHO DA P*** TEM NAMORADA DESDE QUANDO?

- CUIDADO COM A BOCA, MOCINHA! Sim, ele sempre teve uma namorada, desde que voltou de viagem.

- E a namorada dele sabe do tratamento carinhoso que ele teve com a irmãzinha dele nesses últimos tempos?

- É claro que não! E ela não vai saber. Cormac foi muito gentil se sacrificando para te ajudar e eu não vou deixar que você estrague o namoro dele.

- SE SACRIFICANDO? ENTÃO VOCÊ ACHA UM SACRIFÍCIO UMA PESSOA FICAR COMIGO? – Hermione chorava descontroladamente. Era humilhação demais.

- Não coloque palavras na minha boca. Apenas faça o que eu mandei. – disse a mãe, se encaminhando para a porta. – Ah! E pode limpar esse chiqueiro que você fez aqui, porque eu mandei que a empregada não viesse limpar. Quem sabe assim você aprende.


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Notas finais do capítulo

Hermione está só começando a pagar pelo seu erro...