E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo? escrita por RonLovesHermione


Capítulo 23
Capítulo 23 - Noite especial


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer de coração a cada um que comenta sobre a história, essa é minha parte preferida: ler a opinião de voces! Muito obrigada mesmo e espero que gostem desse capítulo :D



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Conforme os dias foram passando, o nervosismo de Hermione foi aumentando. Ela ficava cada vez mais insegura, apesar dos constantes discursos de incentivo de Parvati. Ela se sentia pressionada a fazer uma coisa que não queria, mas ao mesmo tempo pensava que não tinha outra alternativa, pois Cormac estava cada vez mais distante, parecia realmente cansado dela.

Por vezes ela se perguntava o que teria feito de errado, por que Cormac tinha perdido o interesse tão depressa? Ele tinha dito que gostava realmente dela, tinha feito Hermione deixar Ronald por ele. Parvati continuava a afirmar que o problema era que Hermione não estava dando o que ele queria e por isso ele tinha se cansado. Na verdade, Cormac nunca deu sinais de que quisesse “dar um passo adiante” no relacionamento, pelo contrário, eles mal se beijavam, mas Hermione não conseguia pensar em outro motivo para o comportamento indiferente dele.

Na noite de sexta Hermione ficou sozinha em seu quarto como sempre, já que Cormac tinha saído com os amigos outra vez. Aquela noite ela mal conseguiu dormir, estava muito nervosa, seus pés e mãos suando frio. Pensou várias vezes em desistir, deixar tudo como estava, mas não podia mais viver com o medo de Cormac deixa-la. Teria que fazer isso e pronto.

No dia seguinte, a mãe de Hermione recebeu um convite para jantar com os pais de Parvati, o plano já estava sendo posto em prática. Parvati apareceu na casa dos Granger no meio da tarde.

– Hermione, eu trouxe vários calmantes, você vai ter que tomar um, não pode ficar assim. – disse Parvati, remexendo em sua bolsa.

– Eu não vou tomar nada. – disse Hermione.

– Toma aí! É só pra dar uma relaxada. – insistiu Parvati. Hermione apenas fez que não com a cabeça e continuou sentada na cama.

– Eu trouxe um presentinho pra você! – continuou Parvati, tirando um embrulho de dentro da bolsa.

– Já falei que não vou usar nenhuma dessas suas lingeries pornográficas! – disse Hermione.

– Abra logo! – disse Parvati.

Hermione abriu o pacote, desconfiada. Dentro havia uma camisola curta, preta e um pouco transparente.

– É pra você colocar por cima! Vai ficar lindo! – disse Parvati, mal controlando a sua animação.

As duas conversaram a tarde toda, na verdade, Parvati falou a tarde toda, enquanto Hermione tentava não vomitar. Quando Parvati foi embora, Hermione foi procurar Cormac no quarto dele. Ele estava deitado na cama, sem camisa, assistindo televisão.

– Oi. – disse Hermione timidamente.

– Oi. – respondeu Cormac, sem tirar os olhos da TV.

– Hum, o que você vai fazer hoje a noite? – perguntou Hermione.

– Vou sair com uns amigos. – foi a resposta.

– Sabe, Cormac, você tem uma namorada! – disse Hermione, se irritando com o jeito dele. – Será que você não pode deixar de sair um dia com esses seus amigos, e ficar comigo?

Cormac olhou para ela pela primeira vez desde que ela entrou no quarto.

– Desculpa, Mione, mas isso já estava combinado...

– Sempre a mesma resposta! – disse Hermione brava. – Bom, será que antes de sair você pode passar no meu quarto, pelo menos?

– Ok, eu vou. – respondeu ele, voltando a olhar para a TV.

– Você não vai esquecer, não é?

– Não, não vou.

Então, às 8 da noite a Sra. Granger saiu e Hermione correu para seu quarto para se arrumar. Tremendo dos pés a cabeça ela se maquiou, arrumou o cabelo e vestiu a lingerie e a camisola que Parvati tinha lhe dado. Olhou-se no espelho e não gostou do que viu: estava muito diferente com aquele batom vermelho e essa camisola que não cobria quase nada. Se sentiu péssima, quase com vontade de chorar.

O quarto também estava diferente: Hermione havia escondido os bichinhos de pelúcia e as bonecas de porcelana que enfeitavam as prateleiras. No lugar deles colocou velas vermelhas e pétalas de rosa se espalhavam por todo chão e em cima da cama. Em uma mesinha próxima havia um balde de gelo com champanhe e duas taças. Estava tudo pronto.

Hermione pegou o celular e mandou uma mensagem para Cormac, pedindo que ele fosse até o quarto dela. Então, deitou-se na cama com as costas apoiadas nas almofadas e tentou ficar em uma pose que não parecesse muito idiota. Logo ouviu uma batida na porta. O coração de Hermione pareceu parar por um instante.

– Pode entrar. – ela disse, tentando manter a voz firme. Cormac entrou no quarto, olhando para a tela do celular e falando ao mesmo tempo.

– Eu já deveria ter saído, Hermione... – então ele viu a cena. Parou como se tivesse sido petrificado, com a boca aberta, olhando para Hermione deitada ali.

– Gostou da surpresa? – disse ela, sorrindo.

– Hermione... o que... eu... você... – Cormac não sabia o que dizer. Hermione levantou-se e foi até ele, atirando os braços envolta do seu pescoço e o beijando.

Ainda beijando Cormac, Hermione foi andando de costas conduzindo-o para a cama. Deitou-se e Cormac deitou em cima dela. Eles ficaram assim por um tempo até que Hermione começou a desabotoar a camisa de Cormac. Mas então, ele segurou as mãos dela e parou de beija-la.

– Não. – disse ele, ficando em pé. Estava com a boca inteira manchada de batom vermelho.

– Vem aqui, Cormac. – disse Hermione, ainda sentada na cama. – Vamos tomar um champanhe, eu peguei o seu preferido. – ela se inclinou para o balde de gelo com a garrafa, mas Cormac segurou seu braço e a fez parar.

– Não, Hermione. Isso já foi longe demais. – disse ele. Estava estranhamente sério.

– Cormac, fica tranquilo, eu quero isso. Eu... já estou pronta, sabe... – começou Hermione, levantando para beijar Cormac mais uma vez. Mas ele se desviou dela.

– Não! Você não está entendendo, Hermione! Isso tudo já foi longe demais! Esse “namoro” foi longe demais, eu não posso continuar com isso. – disse Cormac sério, sem encarar Hermione.

– Como assim? Nós acabamos de começar a namorar... – começou Hermione, ficando nervosa com o comportamento de Cormac.

– Esse namoro é uma mentira, Hermione, nunca existiu.

– O que? Do que você está falando? – perguntou Hermione, desesperada. O que ela tinha feito de errado agora?

Cormac olhou para ela com uma expressão que Hermione nunca tinha visto em seu rosto. Era pena. Ele estava com pena dela.

– Eu só te pedi em namoro pra te livrar daquele Ronald. Foi tudo um plano, meu e da sua mãe. Ela estava desesperada, me pediu para dar em cima de você, porque era o único jeito de te tirar de perto do cara. Eu não queria fazer isso, mas eu não pude recusar. Ela me deu tudo que eu tenho, me deu a chance de ter uma vida privilegiada, eu devo muito a ela. Me desculpa, Hermione, mas eu não gosto de você desse jeito. Meus sentimentos por você continuam os mesmos, nunca mudaram, pra mim você é como uma irmã.

Hermione ficou parada, o horror dessa revelação impedindo que ela reagisse. Cada palavra que ele disse cortou seu peito como uma faca em brasa. Isso não podia ser verdade! Ela tinha sido enganada por ele esse tempo todo? E pior ainda, tinha sido enganada pela própria mãe? Sua mãe teria sido capaz de usar a maior fraqueza de Hermione, sua paixão por Cormac, contra ela mesma?

Ela abaixou a cabeça e se viu ali, parada na frente de Cormac, com aquela camisola ridícula. A vergonha e a humilhação queimaram seu rosto. Ela correu e puxou o lençol da cama para se cobrir, enquanto as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

– Sai daqui. – disse ela, com a voz fraca, olhando para o chão.

– Hermione, tenta entender... – começou Cormac.

– Por favor! Se você ainda tem um pingo de consideração por mim, sai daqui e me deixa sozinha! – ela gritou.

Cormac saiu do quarto e no minuto em que ele fechou a porta, Hermione se jogou no chão, chorando, gritando desesperadamente, esperando que seus gritos pudessem aliviar a dor que estava sentindo. Mas não era o suficiente, ela não sentia apenas dor, sentia ódio. Se levantou desnorteada e arrancou os lençóis da cama, pegou o balde com a garrafa de champanhe e as taças e jogou no chão, abriu a porta do seu guarda roupa, jogando tudo que estava ao seu alcance.

Sua respiração estava ofegante e o coração batia acelerado como se tivesse corrido uma maratona. Sentou-se no banco da penteadeira e olhou no espelho. Seu cabelo estava desgrenhado, dos olhos manchados escorriam lágrimas pretas de maquiagem, e sua boca parecia a de uma palhaça com todo aquele batom em volta. Sentiu ódio de si mesma, e vergonha como nunca sentira na vida.

Como pôde ter sido tão idiota a ponto de acreditar que Cormac pudesse gostar dela? Agora que parava para pensar, ela devia ter percebido. Foi tudo fácil demais, tudo muito de repente. O modo como ele passou a gostar dela do nada, as constantes conversas aos sussurros dele com a sua mãe, tudo fazia sentido agora. Ela só acreditou porque quis acreditar. A verdade estava ali na cara dela o tempo todo, mas ela preferiu acreditar na mentira.



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