Era sábado. Hermione acordou cedo, logo que amanheceu o dia. Não tinha dormido direito aquela noite, não conseguia parar de pensar. Tomou banho, se arrumou, mas decidiu que não ia descer para tomar o café da manhã. Não queria ver Cormac. Estava lutando com todas as suas forças para não pensar no que tinha acontecido. Sua esperança era o encontro com Ronald. Sabia que quando o visse e estivesse só com ele não poderia pensar em mais nada.

Ficou sentada na cama por alguns minutos sem saber o que fazer. Queria sair logo daquela casa, estava com medo do que poderia sentir se encontrasse com Cormac. Decidiu escolher que roupa vestir para o encontro daquele dia. Estava sentada no chão de seu closet, procurando um sapato, quando ouviu uma voz atrás dela.

- Senti sua falta hoje no café da manhã.

Hermione virou-se depressa, assustada, e viu Cormac parado na porta do closet. Seu estômago deu uma virada.

- Ninguém te ensinou a bater antes de entrar? – perguntou Hermione, sem olhar para Cormac e voltando a procurar o sapato.

Cormac riu.

- Você está com medo de mim, Hermione? – perguntou ele.

Hermione fechou os olhos e respirou fundo antes de responder.

- Será que você pode me dar licença? Não to afim de conversar agora. – disse ela, ainda sem olhar para ele.

- Você vai sair hoje? – perguntou Cormac, fingindo não ouvir o pedido de Hermione.

Hermione se levantou e olhou para ele.

- Cormac, por favor, sai daqui.

- Tá bom, eu saio. Mas antes me fala aonde você vai.

Hermione o encarou por um instante e saiu do quarto. Cormac foi atrás dela e a segurou pelo braço.

- Você não pode estar gostando de verdade daquele suburbano metido a besta.

- Da licença! – disse Hermione, puxando o braço e saindo correndo.

Quando era um pouco antes das 3 da tarde, Hermione saiu e foi esperar por Ronald onde eles tinham combinado. Não demorou muito e ele chegou.

- Oi. – disse Hermione, um pouco sem graça.

- Oi. – disse Ronald, pegando na mão dela e a puxando mais para perto dele. – Então, o que você quer fazer? Andar de moto?

- Hum, na verdade eu não to com muita vontade hoje não. Vamos só pra sua casa mesmo?

- Pode ser. Mas o que você tem? Tá tão estranha, desde ontem.

- Não, não é nada. Acho que eu to cansada, só isso. Então, vamos?

Hermione subiu na moto e os dois partiram para a casa de Ronald. Quando entraram Hermione sentou na cama. Ronald a observava.

- Você não tá normal. Pode ser sincera comigo. Você não queria ter vindo hoje? Não quer mais se encontrar comigo?

Hermione olhou para ele. Sentiu um aperto enorme no coração ao ver a expressão de preocupação e tristeza nos olhos dele.

- Não é isso. Eu gosto muito de você e me faz muito bem ficar com você... – Hermione baixou os olhos, não conseguia mais encarar Ronald.

Ele se aproximou e sentou ao lado dela sem dizer nada e colocou um braço em volta dela. Hermione não pôde resistir e deitou a cabeça no ombro dele. Então eles ficaram assim por um tempo, até ouvirem uma batida na porta.

Ronald foi atender e quando abriu a porta, Hermione perdeu o ar por um segundo. Cormac estava parado ali.

- Eu vim buscar a Hermione. – disse ele rispidamente.

- Cormac! O que você está fazendo aqui? – perguntou Hermione, levantando-se e parando atrás de Ronald.

- Eu vim buscar você. Sua mãe pediu que eu ficasse de olho em você, porque ela não queria que você fosse se encontrar com esse cara outra vez. Então eu segui vocês até aqui. Agora, vem logo. – Cormac esticou o braço para puxar Hermione, mas Ronald o segurou.

- Pode sair da minha casa agora! Você não vai levar ela daqui desse jeito! – disse Ronald.

- Você está querendo arrumar encrenca? Sabia que ela é menor de idade? – respondeu Cormac.

- Eu vim aqui porque eu quis, Cormac! Vai embora, o Ronald vai me levar pra casa depois! – disse Hermione.

- Não interessa. Sua mãe me mandou vigiar você. Ela não quer que você continue saindo com esse sujeito. Eu vim aqui pra te levar embora e é isso que eu vou fazer! – Cormac pegou o braço de Hermione e a puxou. Ronald entrou no meio e empurrou Cormac para longe.

- Ela só vai embora daqui a hora que ela quiser. Eu já falei, você não vai levar ela a força.

- Eu vou chamar a polícia! – berrou Cormac.

Ronald riu.

- Pode chamar, eu não fiz nada de errado! – disse ele.

- Chega! – gritou Hermione. – Tudo bem, eu vou embora!

- Hermione, não! – começou Ronald, mas Hermione virou-se para ele e disse:

- Não tem problema. A gente se fala depois, eu prometo, fica tranquilo.

Então, Hermione abraçou Ronald e saiu atrás de Cormac.

A garota entrou no carro bufando e bateu a porta com toda a força. Quando Cormac entrou no carro, ela virou o rosto e ficou olhando pela janela.

- Você sabe que isso é pro seu bem. – disse Cormac. – Você está fazendo uma besteira sem tamanho.

Hermione continuou muda o caminho todo, apesar das inúmeras tentativas de Cormac para começar uma conversa. Quando o carro entrou na garagem, Hermione saiu correndo para entrar em casa, mas no meio do caminho parou e virou-se para Cormac.

- Eu fiz o que você queria. Será que você pode fazer o favor de não contar pra minha mãe que eu estava com o Ronald? – disse ela, olhando com a cara fechada para ele.

- Desculpa, Hermione, mas ela confiou em mim e eu não vou mentir.

- Imbecil! – gritou Hermione e subiu correndo para seu quarto.