- Hermione, acorda. Já está bem tarde, é melhor eu te levar pra casa.

Hermione abriu os olhos. Ela ainda estava deitada no chão e Ronald estava sentado ao seu lado.

- Nossa. Que horas são? – perguntou ela, se levantando.

- Quase 4 da manhã. A gente dormiu e esqueceu da hora. É melhor irmos logo.

Hermione concordou. Então, os dois juntaram as coisas e foram embora. Quando a moto de Ronald parou na esquina da casa de Hermione, ela não queria descer. Essa tinha sido a melhor noite de sua vida, não queria mais sair de perto de Ronald. Percebendo que ela estava triste, Ronald pegou sua mão e disse:

- A gente vai se ver sempre que você quiser. Se você quiser né...

- Claro que eu quero! – disse Hermione com um sorriso. Ronald se aproximou e deu um beijinho em sua boca.

Hermione entrou em casa sem fazer o menor barulho. Subiu até seu quarto, deitou-se na cama sem trocar de roupa e demorou para dormir, não conseguia parar de sorrir. Sentia como se nada pudesse estragar o que ela estava sentindo naquele momento.

Quando acordou no dia seguinte, deparou-se com sua mãe sentada aos pés de sua cama, olhando para ela com uma cara de enterro.

- Mãe... que aconteceu? – perguntou Hermione assustada.

- Por que, filha? Por que você está fazendo isso comigo? – começou a Sra Granger que parecia a beira das lágrimas.

- Fazendo o que?

- Você está usando drogas? Me fale a verdade!

- Tá louca, mãe? Claro que não!

- Então o que, em nome de Deus, você estava fazendo ontem escondida na calada da noite?

- Como assim? Eu não to entendendo nada. – mas o coração de Hermione batia tão forte e suas mãos começaram a tremer. Como sua mãe sabia? Ela tinha certeza de não ter feito barulho algum quando chegou ontem a noite.

- Não adianta mentir! O Cormac viu você entrando em casa quase 5 horas da manhã! Eu quero saber aonde é que você estava.

- Mãe, olha, eu não estava fazendo nada de errado, eu juro.

- Com quem você estava, Hermione? – sua mãe se levantou e sua voz ficava mais alta a cada palavra. – Era com aquele marginal, não era?

- O Ronald não é marginal nenhum! – gritou Hermione.

- Eu sabia! Eu não acredito nisso! Dessa vez você foi longe demais! Você tem coragem de se rebaixar desse jeito, ficar andando com um marginalzinho qualquer só pra fazer ciúmes pro Cormac?

- ISSO NÃO TEM NADA A VER COM O CORMAC! Eu não sei o que aquele filho da empregada intrometido te disse, mas não é verdade! Eu gosto do Ronald, eu não quero mais saber do Cormac! – e dizendo isso, Hermione saiu decidida do quarto. Foi direto até a cozinha, onde encontrou a empregada.

- Cadê o Cormac? – perguntou Hermione furiosa.

- Ele está no quarto dele, mas...

Ela nem esperou para ouvir o resto. Foi até o quarto de Cormac e escancarou a porta. Ele estava mexendo em alguma coisa no guarda roupa e olhou assustado para Hermione quando ela entrou.

- Hermione, que... – começou ele, mas foi logo interrompido.

- Seu imbecil, foi fazer fofoca pra minha mãe, é?

- Olha, Hermione, eu fiz isso pro seu próprio bem. Não é bom que você fique andando com um cara como aquele. Ele não serve pra você.

- Cala essa boca! Quem é você pra saber de alguma coisa? Eu já falei, deixa que eu sei cuidar da minha vida.

Cormac soltou uma risada de deboche e ficou olhando para Hermione.

- Tá rindo do que? – perguntou a garota rispidamente.

E então, inesperadamente, Cormac se aproximou e beijou Hermione. Por um instante, o choque a impediu de fazer alguma coisa. Mas, recuperada da surpresa, Hermione empurrou Cormac para longe.

- O que foi? Não era isso que você queria? Não foi pra isso que você armou toda essa confusão? Pronto, conseguiu. – disse Cormac, tentando se aproximar dela.

Mas Hermione saiu correndo sem responder nada. Foi para o quarto e sentou na cama com a mão na boca. Não podia acreditar! Não era possível que isso tivesse acontecido. A vida inteira ela tinha sonhado com isso, mas nunca imaginou que fosse acontecer. Já tinha aceitado o fato de que Cormac nunca gostaria dela. E tinha o Ronald. Ela gostava dele. A noite passada tinha sido a melhor coisa que já aconteceu com ela. Não queria magoa-lo de novo, não podia fazer isso com ele. Ela estava com muita raiva de Cormac, mas, mesmo assim, não podia negar que uma parte dela tinha gostado do que acabara de acontecer.

Nesse momento, seu celular tocou. Era Ronald. Por um instante, Hermione pensou em não atender, mas depois decidiu o contrário.

- Alô. – atendeu Hermione com a voz fraca.

- Oi Hermione! Como você está? Conseguiu entrar escondida ontem? – Ronald parecia animado e isso fez com que Hermione se sentisse mal.

- Aham, consegui sim.

- Então, você quer sair amanhã? A gente pode andar de moto, ou qualquer coisa, o que você quiser.

- Ah, eu quero sim.

- Tá tudo bem com você?

- Tá. Tudo ótimo.

- Bom, então amanhã eu te espero na esquina da sua casa, umas 3 horas, pode ser?

- Pode. Então até amanhã. – disse ela apressada e desligou o telefone.

Hermione não sabia o que fazer. Não queria enganar Ronald outra vez, mas não podia fingir que o beijo de Cormac não tivesse despertado aqueles velhos sentimentos que tinha por ele.