Me mantive calma. Me sento em cima de um barril, que fica bem ao lado do galpão. Pego meu celular e vejo as horas, 10:15. Não planejamos a hora de nos encontrarmos, ele só disse que era pela manhã. O tempo passava e o meu café da manhã á qualquer momento, poderia sair pela boca. Eu estava nervosa, não pelo o medo de ele não aparecer, claro que ele viria, eu estou aqui, a adolescentezinha que ele quer matar. Abaixo a cabeça, estava cansanda. Sinto uma presença ali, é ele, sei que é. Levanto a cabeça e olho pra esquerda, ele estava horrível: Cabelão despenteado, roupas sujas, totalmente imundas e rasgadas. Metade da manga de sua blusa parece que foi rasgada por um cachorro. Sua cara estava mais branca do que o normal, olheiras pretas, olhar caído, um sorriso ridículo na cara. E com uma arma na mão direita.

– Não vai dizer ¨oi¨ para seu professor? – disse ele sarcástico. Me levanto, ficamos de frente um pro outro, com a distância do grande galpão entre nós.

– Tenho uma proposta para você – digo. Ele dá um meio sorriso.

– Uma proposta...? Hum, vamos lá, diga – ele cruza os braços.

– Desista de explodir o colégio – ele solta uma gargalhada. – Não terminei – digo e ele continuando com seu sorriso malicioso. – Desista de explodir o colégio – repito. – Fique longe do país, longe dos meus amigos. Para isso, você terá uma conta gorda em seu nome, iates, jatinhos, helicópteros e tudo o que você quiser pode ser seu – digo e ele descruza os braços, ele bota uma mão no queixo pensativo. – E ainda tem mais – digo. Minha respiração fica pesada. – Você terá a chance de me matar – digo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Ele me olhou como se eu tivesse dito algo surpreendente, o que para mim, isso é. 

– Vamos ver... Para ter tudo o que eu quero, e te matar, eu devo, hum, não explodir mais o colégio e sair do país? É isso? – balanço a cabeça  em concordância. Ele sorri ainda mais. – Aceito – respirei fundo.

– Então, o acionador das bombas, cadê?

– Ei, calma – ele bota a mão no bolso e tira um pequeno aparelho. Ele balança de um lado para o outro o acionador – Quero ver que o que você falou é verdade. Me prove.

– Não precisa disso – digo apontando para a arma. – Você tem o acionador, eu tenho tudo o que você quer no mundo. Dinheiro, muito dinheiro. É só uma troca – digo. O plano ainda não acabou. Óbvio que não quero morrer, só vou dar um jeito de fugir dele assim que puder.

– Estou me prevenindo. Ninguém desiste de viver assim do nada – disse ele, suspeito, e engulo em seco.

– Digamos que nada está fácil para mim – digo olhando para ele. Ele nunca notou quando eu mentia. Se notasse, minha morte seria mais rápida. Algo me chama a atenção atrás do galpão, uma cabeleira loira aparece. Naruto? Como ele saiu? Ele vai estragar tudo. Naruto aparece por detrás do Orochimaru e o derruba no chão. Ambos lutando para pegar a arma que Orochimaru tinha deixado cair. Eu pego a arma e aponto para os dois que estavam brigando no chão. Eles se levantam rapidamente, com as mãos no alto da cabeça.

– Não me mata, Sakura-chan – disse Naruto, se encolhendo. 

– Baka, eu não vou te matar. Sai daí – digo com raiva. Naruto veio para o meu lado. Minhas mãos tremiam. O acionador estava no pé de Orochimaru, ele seguiu meu olhar, ele ia se abaixar para pegar. – Nada disso – digo, ainda apontando a arma.

– Você vai ter coragem para isso? – pergunta Orochimaru sorrindo. Não, não tenho coragem, mas não vou mostrar isso para ele.

– Naruto, pega o acionador das bombas no pé dele – digo e Naruto se aproxima dele, enquanto eu afasto Orochimaru do acionador. Naruto o pega.

– Isso não vai ser necessário, Sakura-chan – disse Naruto. Fiquei confusa.

– Como assim? – pergunto ainda olhando para Orochimaru.

– Hoje de manhã, eu estava falando com o Sasuke – meu coração se alegrou. – Deidara mentiu. Ele não colocou as bombas no colégio. As bombas estavam no quarto dele, ele ainda não armou elas – uma alegria grande me invandiu, eu estava sorrindo. Orochimaru riu.

– Vocês acham que eu pus só as bombas lá? – pergunta ele ainda sorrindo. – Ora, não coloquei só Deidara e Tobi lá. Não foi só você que estragou meus planos – disse ele olhando para mim. Claro, não foi só eu, mas eu era a principal nisso, ele queria me matar primeiro. Tremi, meus amigos estão lá, em perigo.

– Seu desgraçado... – digo quase chorando. Ele riu.

– Vamos continuar com seu plano. Se eles souberem que eu morri, eles os matarão do mesmo jeito. Com uma ligação, posso desfazer isso – disse ele.

– Naruto, arrume algo para o amarrar – peço. Naruto entra no galpão pela janela e sai de lá com uma corda. O amarramos num poste, atrás do galpão. Ninguém o encontraria lá. Eu e Naruto nos sentamos no cais. Com o celular de Orochimaru em mãos. Joguei o acionador na água, assim como a arma.

– Eles não iam evacuar o colégio? – pergunto.

– Foi o que disseram. Sasuke não ligou de volta. Eu tinha prometido para ele que protegeria você.

– Ele sabia do meu plano? – pergunto, esperançosa.

– Não, até eu contar hoje. Disse que te impediria de fazer bobagens.

– E conseguiu – nós sorrimos. – Como você saiu da despensa?

– Sasori tinha chegado cedo. Não faça mais isso, despensas me dão medo agora – disse Naruto, triste. Eu ri.

    Me levantei, precisava saber se os capangas de Orochimaru estavam mesmo dominando o colégio. Naruto foi comigo. Tiramos a corda da boca dele. Foi difícil, mas conseguimos arrancar algo dele, uns bons chutes do Naruto resolveram um pouco. A única coisa que ele disse foi que, antes de vir se encontrar comigo, ele ligou para o pessoal que ele mandou ir para o colégio, mandou que prendessem meus amigos em algum lugar. Botamos a mordaça nele denovo. Vamos voltar para o colégio, mas antes, uma passada no apartamento de Sasori. Mantivemos Orochimaru preso lá no poste.

– Obrigada, Sasori, por tudo – digo quando estávamos almoçando em seu apartamento.

– Sempre que precisarem de uma fuga, só falar – disse ele sorrindo. – Não vou te incomodar mais, Sakura. Amigos ainda? – disse ele estendendo a mão. Sabia que dessa vez era pra valer. Apertei sua mão e sorri.

– Nada de patinação – digo e ele sorri. Naruto enquanto isso estava pensativo. Tinham dominado o colégio, nossos amigos estavam em perigo. Sasuke... Que não aconteça nada de ruim.

   Ficamos pensando em como o colégio foi dominado. Como com os seguranças do Sr. Uchiha? E ainda quando o pai de Sasuke poderia arranjar mais gente para proteger o colégio? A resposta era óbvia, devem ter prendido o pai de Sasuke também. Meus amigos quiseram me proteger antes, agora é minha vez de protegê-los. Ligamos para a polícia, dissemos onde Orochimaru está, á essa hora, ele deve estar preso. 13:35, foi quando saimos do apartamento para ir até o colégio. Faríamos de tudo para salvar nossos amigos. Sasori não estacionou na frente do colégio, estacionou em uma rua perto do colégio. Saímos do carro. Sasori resolveu passar pelo portão do colégio para ver se tinha algo de diferente. Ele o fez e quando voltou, disse que não tinha nada de demais. Disse que os seguranças continuavam lá, e que não tinha nenhum movimento estranho. Teria Orochimaru mentido? Provavelmente. 

– Naruto, o código! – digo e Naruto entendeu. Era o código que Naruto tinha com Sasuke por mensagens. Naruto assim o fez:

ei Teme, U shikamaru fez o De ver de histOria e Biologia. E não pega Meu notebook?

   TUDO BEM? Foi o que Naruto perguntou, espero que Sasuke entenda. Depois de uns poucos minutos, recebemos um sms do Sasuke:

deixa de ser PREguiçoSO e oS faça você. o noteBook é seu. não mexI, é óBvio. o quarto está um LIxO, você TEm que dar um jeito lá, e na sua CamA .

   A mensagem é sem sentido, mas dá pra entender: PRESOS. BIBLIOTECA. 

– Como vamos entrar no colégio? – pergunto.

– Já sei – a idéia do Naruto é ridícula, se não funcionar eu bato nele.

   Eu já estava com uma peruca preta, com um vestido grande azul. Sasori não precisava mudar a roupa, já que ninguém no colégio o conhecia. A idéia era distrair os dois seguranças, e assim que eles saissem, Naruto entraria. Eu e Sasori andamos perto do portão do colégio de mãos dadas, quando eu fingi um desmaio em frente do portão. Sasori fazia bem seu papel, ele tinha me segurado quando fingi o desmaio, ele chamava os seguranças, para me ajudarem, um deles saiu, pois ouvi o portão se abrir. Chegou perto de mim e ouvi um barulho, de olhos fechados, senti algo cair ao meu lado. Abri os olhos e vi o segurança inconsciente no chão, Sasori tinha batido nele. Naruto lutava com o outro no chão. Sasori foi ajudar Naruto e entrei correndo pelo portão. O plano maluco de Naruto deu certo. A cantina estava quieta, assim como o jardim. Passei pela quadra, Naruto e Sasori atrás de mim. Chegamos e fomos na mesma janela em que Naruto tinha me visto no dia em que Orochimaru tinha me pego aqui. Meus amigos encontravam-se amordaçados, amarrados, uns pertos dos outros. Tobi estava lá, jogando cartas com os antigos enfermeiros, Kakuzu e Kizame, e um cara de cabelo branco, penteado para trás. Tinha ainda um cara em pé, perto das minhas amigas amarradas, cabelo laranja e cheio de piercings no rosto, e uma mulher ao seu lado, um piercing no queixo, cabelo roxo azulado curto e uma flor na cabeça. Todos eles armados. Perto deles vejo Sasuke, ele estava horrível, com a boca machucada, blusa rasgada, ele parecia totalmente cansado. Eu queria chorar. Sasuke estava falando com o cara de cabelo laranja, o mesmo andou até Sasuke e deu um soco em sua barriga. Eu queria ir lá e socar ele, mas Naruto já estava segurando meus braços quando eu havia me levantado para entrar na biblioteca.

– Um plano primeiro – sussurrou Sasori. Concordei com a cabeça. Olhei pela janela denovo. Uns 7 seguranças estavam amarrados num canto, eles, pelo que parecia, estavam inconscientes. Pelo que vimos, alguns dos seguranças não estavam do lado de Orochimaru. Eu, Naruto e Sasori resolvemos ir para o quarto dos garotos. No caminho, não tinha ninguém, a escola parecia deserta. Chegamos no quarto e logo joguei a peruca com raiva na cama.

– Temos que fazer alguma coisa – digo, de punhos cerrados.

– E logo – disse Naruto com raiva. Tínhamos visto a Hinata, e pela sua cara vermelha, ela havia chorado.

– Ei, calma vocês dois. Não vamos perder a cabeça ago- – o celular do Naruto toca. Ele o pega.

– Mensagem. Do Sasuke – disse ele. Fui até ele o leio.

dobe, SEXTa faz O dever. não mANDA mais mensagens. queRo dormir.

– Sexto andar? – pergunta Naruto.

– Deve ter algo lá que ele quer que vemos – disse Sasori. Nos entreolhamos, o que será que tem lá?

    Decidimos ir lá imediatamente. Subimos as escadas sempre olhando em volta, para ver se não tem ninguém. Chegamos lá.

– Onde devemos procurar? – pergunta Sasori.

    Tem algo aqui, sim. O que é, não faço idéia. Mas sei onde ir, primeiramente. Nunca imaginei que voltaria ali. Abro a porta do quarto do faxineiro, o Sr. Uchiha encontra-se muito mal, sua blusa manchada de sangue, sua cara estava vermelha e roxa, um corte em cima de sua sombrancelha esquerda. Amarrado na cadeira, braços para trás, isso me lembrava eu, quando fui pega pelo Orochimaru e mantida aqui. Fui até o Sr. Uchiha correndo.

– S-senhor Uchiha? – tento acordá-lo, ele resmunga o nome do Sasuke.

– E-ele vai ficar bem. Senhor Uchiha, acorde – Naruto e Sasori o desamarram da cadeira, aos poucos, o Sr. Uchiha acorda.

– Sasuke! – disse ele derrepente.

– Ele está preso na biblioteca – digo triste. – Junto do pessoal.

– E os seguranças? – pergunta ele botando a mão na cabeça.

– Bem, uns não eram de confiança – disse Sasori. O Sr.Uchiha fitou o chão.

– Não acredito! – ele virou a cara. – Argh! Têm seguranças presos no antigo quarto de Orochimaru.

– Deixa que nós vamos lá. O senhor precisa se recuperar um pouco – digo. Ele me olha e sorri.

– Você fez o bastante. Eu vou com vocês.

   O Sr. Uchiha, sem muita dificuldade, conseguiu ficar de pé, ele disse que tinha levado uma surra. Ele contou o que houve, os capangas de Orochimaru dominaram o colégio pela manhã. Na verdade, o colégio está calmo, isso porque ninguém sabe o que está acontecendo. A diretora está presa na diretoria. Primeiramente, fomos no quarto de Orochimaru, soltar os seguranças. Ali haviam 4, não era muito. Descemos e libertamos a diretora. O Sr. Uchiha tentou ligar, para trazer mais seguranças, mas as comunicações foram cortadas. Eles quebraram a caixa de energia. O colégio, no escuro total, só com a luz da lua, dava medo. Emprestei meu celular para o Sr. Uchiha, ele comunicou tudo o que havia acontecido, os seguranças demorariam para chegar, pois fica longe. O inspetor estava inconsciente em seu quarto. Os capangas de Orochimaru ainda não sairam da biblioteca. Nós ficamos na diretoria.

– O que vamos fazer agora? – pergunta a diretora em sua mesa.

– Um plano. Ainda não pensei direito – disse o Sr. Uchiha sentado no sofá de couro, com a mão na testa. Os seguranças que restaram, estavam sentados nos outros sofás. Naruto, Sasori e eu estávamos nas cadeiras, que ficam em frente á mesa da diretora.

   A diretora se levantou, foi á uma mesinha, que tem ao lado da sua grande mesa e pegou uma garrafa, bebida alcoólica. Ela colocou em um copo e ia levá-lo á boca, quando Naruto fala:

– A velhota já quer beber em uma hora dessas? – disse irritado. A diretora botou com força o copo na mesa, o que fez quase toda a bebida derramar.

– Em situações assim, é que devo beber! – exclama ela.

– Mas bêbada, não vai nos ajudar em nada – disse o Sr. Uchiha. A diretora sentou em sua cadeira e suspirou.

– Vamos armar um plano logo. Quero beber – disse, meio irritada.

– Vamos lá. Vamos tirar todos de lá – disse o Sr. Uchiha. Eu, Naruto e Sasori já íamos nos levantar. Quando o Sr. Uchiha falou: – Não, vocês três ficam. Já fizeram muito hoje.

– Mas Sasuke está lá – digo.

– Mas Hinata está lá – disse Naruto.

– Os amigos deles estão lá – disse Sasori. O Sr. Uchiha suspirou.

– Fiquem onde eu possa vê-los – disse com severidade.

– Hai – dissemos.

   Saimos da diretoria, eu não sabia qual seria o plano do Sr. Uchiha, se é que ele tem um. Os seguranças não tinham armas, mas isso não foi problema. Eles foram até os seguranças que estavam no portão e tiraram suas armas dos bolsos, 4 armas no total, certinho. Os seguranças os amarraram na diretoria. Já estávamos perto da biblioteca, quando eu fui logo pra janela. Tudo continuava na mesma, minhas amigas de cabeça baixa, meus amigos tristes, por verem suas namoradas, amigas, daquela forma e Sasuke, com sangue saindo da boca. Eu queria chorar, o que mais quero é isso ultimamente. Naruto botou a mão no meu ombro, olhei para ele, ele tinha abaixado a cabeça.

– Já vai acabar – sussurro para ele. Ele assentiu com a cabeça. O Sr. Uchiha e os seguranças já estavam na porta da biblioteca, o Sr. Uchiha na frente deles.

– Soltem os prisioneiros! – diz ele alto – Se entreguem e terão menos problemas! – saímos da janela. Ficamos com a diretora, afastados dos que estavam na porta. Alguém grita lá de dentro:

– Estamos esperando um amigo ligar!

– Orochimaru não vai ligar! – disse Naruto em voz alta. O silêncio se arrastou. Talvez, quem tivesse gritado, lá de dentro, estaria pensado melhor.

– O que fizeram com ele? – berra outro de lá de dentro.

– Cadeia! – disse Naruto. Depois de uns segundos em silêncio, escuto um som forte de dentro. Alguém havia atirado.