Capitulo 6 – Sala Precisa

Eles estavam andando nos corredores do castelo, brincando e rindo. Katherine adorava aquele grupo. Não pela popularidade ou beleza (Porque, mesmo sendo melhor amiga deles, não era cega ao ponto de não reconhecer a beleza dos amigos). O Braço de Sirius estava sobre os ombros de Katherine, ele aparentava estar tranquilo, como se nada tivesse acontecido ontem durante a detenção.

Kath não podia nem olhar no rosto de Sirius sem seus pensamentos voarem direto para a lembrança de seus lábios colados aos dele, da sensação de seus braços quentes em volta de seu corpo e seu hálito refrescante batendo em seu rosto. Foi tirada de seus devaneios quando sentiu o frio do lugar onde deveria estar os braços de Sirius. Olhou em volta e percebeu que estava somente com James, que a olhava divertido.

- Cadê todo mundo? – perguntou confusa.

- Você estava dormindo em pé. Quase babando – disse rindo, a puxando pela mão – vem, temos que conversar.

- Ele os guiou até uma sala vazia. Eles se sentaram no chão e começaram a conversar que nem nos velhos tempos, quando sentavam embaixo das arvores bem cuidadas no jardim da mansão Potter.

Duas crianças de sete anos, vestidos de preto estavam chorando. Estava de tarde e frio. A menina estava com os cabelos castanhos bagunçados e uma expressão de dor. O menininho aparentava não saber o que fazer, chorava com ela enquanto segurava sua mão. Tinham acabado de chegar do velório da mãe de Katherine.

- Kath? – sussurrou  entre os soluços.

- Oi Jay – disse a menina.

- Não fica assim. – soluçou – sua mamãe não ia gostar de te ver assim.

- eu sei. – a menina soluçou – Papai diz que ela foi visitar minha vovó. Mas eu acho que ela não vai voltar depois disso, vovó também não voltou. – se sentou no gramado. – papai disse que aquele dia que nossa casa foi quebrada, foi ela brincando. Mas eu acho que não. Porque todo mundo mente pra mim? – colocou as mãos nos olhinhos vermelhos e inchados, limpando-os.

- Eu não sei, adultos são estranhos. Eles dizem que somos pequenos para entender, eu não acho. Eu sou muito maduro – disse James, emburrado fazendo Katherine rir pela primeira vez no dia.

- Promete ser meu melhor amigo pra sempre? E nunca mentir pra mim? – perguntou a menina, estendendo a mão direita com o dedo mindinho levantado.

- Prometo. – ele estendeu a mão esquerda com o dedo mindinho levantado, os cruzara, e sorriram.

- o que foi? – perguntou James, olhando para a  amiga enquanto limpava os óculos na manga da blusa.

- lembrei de quando você jurou ser meu melhor amigo pra sempre. – sorriu com os olhos cheios D’água.

- Cumpri a promessa, não? – perguntou sorrindo enquanto a abraçava.

- Sim. E eu te agradeço por isso. - disse com a voz embargada. James a apertou nos braços.

- Olha, Você tem  que agradecer mesmo – disse sorrindo maroto. – Sou seu melhor amigo e de vrinde você tem o privilégio de andar com o cara mais bonito de Hogwarts: Eu!

Katherine deu um tapa em seu braço

- Daqui a pouco seu ego me esmaga na parede. – disse se encolhendo á parede como se algo estivesse a prensando na parede. James bufou.

- Eu não tenho o ego grande, o de Sirius é maior. Porque vocês insistem tanto nisso? – disse.

- Não, claro que não. – disse irônica – ele só vai explodir daqui a pouco. Assim como o de Sirius.

Ele deu a língua num gesto infantil e eles continuaram a conversar sobre tudo, até serem interrompidos por um barulho de tapa e um choro alto, seguido de uma aluna (que pelas vestes era da corvinal) correndo. Sirius entrou em seguida, descabelado e com a marca de cinco dedos do lado de seu rosto.

- Essa tem força. – disse ofegante depois de reconhecê-los, passando a mão no rosto.

- Por que ela te bateu? – disse James

- Ah! Você sabe. Me pegou com outra, achou que tínhamos algo sério. Me bateu e saiu correndo – deu de ombros e se sentou ao lado de James.

- Cafajeste. – disse Kath, que revirou os olhos escondendo o imenso desconforto que sentiu.

-Esse é o charme – disse sorrindo e arrumando os cabelos. – sabe o que deu vontade de fazer? – disse olhando para os dois.

- Tomar vergonha na cara? – disse Katherine irônica, não sabia por que, mas estava completamente ácida. Ele a olhou emburrado.

- Não. Aprontar com os marotos. – disse animado e James se animou também. Katherine ficou um pouco animada, mas ainda com raiva.

- OK, vamos arranjar um lugar pra... arquitetar nossas marotices. – sugeriu James animado.

Eles se levantaram e saíram andando. James e Sirius olhavam de um lado pro outro procurando alguma sala vazia, sem o risco de serem interrompidos, e todas as vezes que seus olhares passavam por alguma menina, elas automaticamente arrumavam os cabelos ou abriam os primeiros botões da blusa. Katherine recebia piscadinhas e mostra de músculos dos demais meninos. Ao mesmo tempo em que procuravam a sala, procuravam Remo e Pedro.

- Como seria bom se tivesse um mapa que mostrasse tudo e todos. – disse Katherine ofegante.

- Seria ótimo. – disse Sirius também ofegante, se sentando de frante a uma parede.

James e Katherine se sentaram ao lado de Sirius. Kath deixou a cabeça cair para trás encostando á parede e ficou repetindo em sua mente “ preciso de um lugar pra arquitetar nossas marotices” sentiu ser cutucada e abriu os olhos. James estava de olhos arregalados e apontando para a parede vazia. Confusa ela olhou e arregalou os olhos.

- De onde saiu essa porta? – perguntou Sirius.

- Cara, eu posso ser até bruxo, mas portas aparecerem, do nada não é muito normal não. – disse James.

- Vamos entrar? – disse Katherine empurrando a porta. Eles a seguiram.

Era uma sala média, com vários pergaminhos e tinteiros de todas as cores espalhados por uma mesa redonda no meio da sala. Tinha alguns instrumentos estranhos espalhados por várias mesas encostadas nas paredes. Uma jarra de suco de abobora apareceu do lado de Sirius e ele disse.

- Wow! Eu pensei nisso e apareceu. – disse se servindo e bebendo o suco.

- Será que essa sala é mágica? – perguntou James abobado.

- mágica é NE, somos bruxos. – Kath revirou os olhos.- será que ela atende aos nossos pedidos?

Fechou os olhos e pensou em Snap explosivo. Quando abriu os olhos, estava na sua frente.

- é, ela faz isso. – afirmou James no meio da sala. – aqui tem coisas para fazer planos, daria pra nós usarmos. – disse fascinado.

- Será que aquela porta apareceu porque eu pedi? – disse Kath.

- como assim você pediu? – perguntou Sirius. – você sabia dessa sala?

- Não, só pensei  “ preciso de um lugar pra arquitetar nossas marotices” e abri os olhos – deu de ombros.

- Que dahora. – disse Sirius animado. – não vejo a hora de trazer o Aluado e o Rabicho aqui.

- Falando neles, Almofadinhas, onde será que estão? – perguntou James.

- Provavelmente o Aluado tá com sua ruiva dando detenções pros alunos e o rabicho na cozinha se entupindo de comida. – Disse Sirius e deu de ombros. – Será que se eu pedir uma moto voadora ela aparece? – disse sonhador.

- Pode até tentar, mas se ela aparecer não tira ela daqui. – exclamou Kath. – vai ser meio  complicado esconder uma moto voadora dos professores.

- Vamos pedir outro tipo de sala? – disse James animado.

- VAMOS. – berrou Sirius assustando Katherine que tacou os papéis que segurava para cima e colocasse a mão no coração. Os dois gargalharam de sua cara assustada.

- Iditoa. – disse apontando pro Sirius e saiu primeiro.

Eles testaram a sala diversas vezes. Foram sorveterias, jardins, quartos e garagens para motos voadoras (esses foram de Sirius). Até o momento em que Lílian apareceu.

- o que vocês estão aprontando? – disse cruzando os braços na frente do corpo, com os cabelos ruivos caindo em seu busto.

- Por que estaríamos fazendo algo? – rebateu Sirius e ela bufou.

- por que vocês são os marotos – disse – agora, o que vocês estão aprontando?

- Te digo com uma condição – disse James encarando os olhos verdes da ruiva.

- traidor – sibilou Sirius para James.

- que condição? – perguntou curiosa. Como sempre.

- Se você aceitar sair comigo, Ruivinha. – sorriu maroto enquanto o rosto dela corava de raiva e vergonha.

- NÃO POTTER. E É EVANS PRA VOCÊ – berrou, e depois respirou e disse. – me. Digam. O. que. Estão. Aprontando.

-Não. Estamos. Aprontando. Nada. – Disse Katherine, que por sua vez, deve ter convencido Lílian, que a olhou e saiu andando.

Oi pessoal – disse Remo se aproximando.

- Cara, como você nos achou? Estavamos te procurando a minutos e não te achamos.

- Acreditem, os cabelos da Lílian podem se comparar a um sinalizador – disse rindo.

- EU OUVI ISSO. - ouviram um grito ao longe.

- Ela ainda vai ser minha. – disse James suspirando, olhando por onde Lílian saiu.

- 5 galeões que até o natal você não consegue sair com ela. – disse SIRIUS.

- Apostado. – eles deram as mão como se estivessem fechando um negócio.

- melhor sairmos daqui, senão ela volta. – disse Kath, olhando pros lados.

- como vamos lembrar de como chegar aqui? – questionou James.

- por que vocês gostariam de chegar a uma sala com uma parede sem nada? – perguntou Remo. Depois de explicarem e mostrarem o que a sala faz, retomaram a conversa.

- Não sei. – Sirius deu de ombros e olhou em volta. – é só procurar essa parede cinza e sem nada.

- existem várias dessas em Hogwarts. – disse Remo entediado.

- então, temos que ter sorte – disse James e saiu andando com eles.

- Ainda to com a ideia do mapa na cabeça. – disse Sirius.

- Ajudaria bastante. – disse James e eles voltaram para o salão comunal da grifinória.