Hanko High School escrita por Mika Okamura


Capítulo 5
005- Flame Yellow, Red Tears!


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, vocês finalmente conhecerão o diretor da escola. Espero que se divirtam.



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Quando abri os olhos estava em um quarto em estilo oriental, com
lamparinas no teto. Eu estava deitado em uma cama confortável com travesseiros de pluma e lençóis de algodão branco. Na janela havia cortinas de seda branca, e em uma prateleira tinha ervas secas penduradas: alecrim, tomilho e várias outras. Minha mãe saberia dizer o nome de todas elas. Levantei-me da cama e olhei para meus braços. Estavam corados. Ainda sentia na pele as chamas amarelas. Eu usava uma camiseta de algodão e calça branca com cadarços, que não eram minhas. Meus pés estavam descalços. Olhei para um espelho que tinha no
quarto. O corte em meu rosto havia sumido. Os das minhas costas também.

‘’Meu deus! O que aconteceu?’’ pensei. Eu estava no meio da rua em um fim de tarde com chamas amarelas em meu corpo, e de repente estou em outra casa, com outras roupas.

– Ah, meu deus! A Ritsu!

Ritsu também estava comigo na hora do acontecimento. Ela estava ferida por causa do ataque do tal Mephisto.

– Ritsu! Ritsu! – eu procurava por aquele corredor longo. Abria as
portas dos quartos, mas não tinha ninguém. Até que no último quarto, eu
encontrei Ritsu.

– Ritsu! – exclamei.

Porém, a garota estava se trocando. Estava só de calcinha (uma calcinha branca com listras rosa), e ia colocar roupas no momento em que entrei.

– O QUE VOCÊ FAZ AQUI, SEU TARADO?! – gritou Ritsu. Sem que eu pudesse falar, ela me deu um soco bem forte. Mais uma vez saí voando.

...

Esperei ela terminar de se trocar do lado de fora do quarto. Quando ela saiu, usava uma camisa azul que deixava à mostra a barriga. Usava jeans e sapatos de couro. Seu cabelo estava preso por um rabo de cavalo.

– Ritsu... Ah, você está... UAU.

– Poupe palavras, garoto. – disse Ritsu. – Venha. O Jelly-sama deseja vê-lo.

005- Flame Yellow, Red Tears! (炎黄, 赤い涙!; Honō ki, akai namida!)

Jelly Leans. Esse é o nome do diretor e fundador da Hanko. Eu já havia visto ele antes. Usava um manto preto sobre o corpo. Nunca consegui ver seu rosto, pois ele usa uma cômica máscara de gato.

Ele estava em uma sala, diante de um espelho. Quando entrei naquela sala, quase tomei um susto: havia nuvens voando pelo teto. Também havia um sol com um olhar e um sorriso maligno. Nas paredes, havia pinturas, sendo que eu reconheci algumas: Mona Lisa, de Leonardo
da Vinci; O Grito, de Edvard Munch; O Homem Amarelo, de Anita Malfatti; e alguns outros que não reconheci (em um deles estava um personagem que acho que era Gandalf, O Cinzento). Também havia esculturas: La Petite Danseuse de Quatorze Ans, de Edgar Degas; O Pensador, de Auguste Rodin; e outras.

– Ora, que bom que chegou! – falou Jelly alegremente.

– Senhor direto... – falei.

– Pode me chamar de Jelly!

– Dire... Jelly... Sinto em perguntar, mas... Esta é sua casa?

– Absolutamente, meu jovem. Você dormiu aqui. Mas não se preocupe. Já avisei a seus pais sobre você. Eles estão aliviados.

– Jelly-sama, sobre o que aconteceu ontem...

– Já sei. Afinal, fui eu quem trouxe você e Ritsu para minha casa. Curei seus ferimentos, e lhe dei antídoto para o veneno. Com aquele veneno, você não viveria mais do que três dias.

Jelly acenou e uma taça apareceu sobre uma mesinha, como se a luz do sol tivesse momentaneamente se encurvado e transformado o ar em vidro. A taça se encheu de vinho tinto. Ele acenou outra vez e uma lata de Coca-Bola diet. surgiu na minha frente. Meu queixo teria caído, mas como eu já estudo em um colégio estranho, nada mais me surpreende.

– Enfim, sei que deve estar se perguntando sobre seus poderes de ontem. – falava Jelly. – Mas isso porque JÁ existe um poder dentro de você. Um poder oculto. Se não tivesse este poder, não poderia enxergar através da kekkai, e assim, nunca teria entrado na escola.

– Pérai. – eu estava confuso com tudo aquilo. – Quer dizer que eu tenho poderes?

– Exatamente, meu jovem.

– Mas, aquele tal de Mephisto... O que ele queria comigo?

– Está falando de Mephistophéles? Ele é subordinado ‘’DELE’’, e queria matá-lo para que sua alma seja ‘’DELE’’.

‘’DELE’’? ‘’DELE’’ quem?

– De um antigo inimigo da Hanko... Um inimigo que está se despertando e deseja vingança!

Engoli seco. Um inimigo da Hanko? Quer dizer que a Hanko também tem rivais? Eu peguei a lata de Coca-Bola, e tomei o refrigerante todo num só gole. Trovões soaram pelo céu. Jelly pegou a taça e bebeu o vinho. Depois, pegou um cigarro, acendeu-o, e começou a fumar. Pergunto-me como ele faz isso tudo usando uma máscara.

– Mas, se existe algo terrível voltando, a polícia deve dar um jeito.

Jelly me olhou como se eu fosse um idiota. Soltou um suspiro, e disse:

– Entenda Tetsuya Sugita... Os seres humanos não enxergam muito bem, e também não enxergam longe. O fato é: coisas obscuras e sobrenaturais podem se esconder entre os humanos, e eles nem vão notar. Com exceção daqueles que podem sentir a presença destas criaturas. E há também aqueles que além de senti-los, podem conseguem ver estas criaturas, como Lead Clow e Ichihara Yuuko.

Aquilo tudo estava começando a me assustar. Não sabia que há coisas invisíveis para as pessoas comuns neste mundo.

...

Eu estava indo embora, pronto para voltar para minha casa.

– Não deseja que eu te acompanhe? – pergunta Jelly.

– Não. Não precisa. Obrigado. – respondi. – Ah, Ritsu-san, você não vai embora?

– Não precisa. Eu moro aqui.

– Você... MORA AQUI?!

– Sim. – respondeu o diretor. – Ritsu é minha filha adotiva.

– FILHA ADOTIVA?! VOCÊ É FILHA ADOTIVA DO DIRETOR?!

– Sim. – responde Ritsu.

– Bom... Então tá. Até amanhã Ritsu. E obrigado por me salvar ontem.

Ritsu corou.

– Não precisa me agradecer.

Fui para a minha casa. Ao chegar, me senti como se não estivesse lá por muito tempo.



CONTINUA NO CAPÍTULO 006




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Notas finais do capítulo

O Estúdio onde nasce Hanko: Praticamente, é o meu quarto. Tem um beliche, só que sem a cama de baixo. No lugar, tem uma mesinha ode está minha lanparina e meu laptop, onde escrevo Hanko.