Hanko High School escrita por Mika Okamura


Capítulo 36
036 - The Past of Ritsu 2: Disappointments!


Notas iniciais do capítulo

O Jelly narra esse capítulo.



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– Jelly! – disse o rei, apontando o dedo para mim. – Você é a pessoa que eu mais confio! Confio em você até de olhos fechados! Por isso, me ajude a proteger a princesa, e a encontrar o ladrão!

– Certo! – respondi.

E assim, se iniciaram as investigações... Mas este é só o início do pesadelo que estava por vir...

036 - The Past of Ritsu 2: Disappointments!

– Nós precisamos aumentar a segurança. – disse Kaname. – Como alguém conseguiu entrar na sala do Bastão Real?

– Majestade, eu tenho uma teoria. – disse Satsuki.

– Tem?! Mas que bom! Sabia que escolhemos bem! Com certeza você será um bom marido para minha filha! – disse Kaname. – Então, qual é essa teoria?

– Veja bem! Os guardas tem como missão nunca baixar a guarda, e não deixar ninguém passar. – disse Satsuki. – Porém, as únicas pessoas que eles acabariam baixando a guarda e deixando passar são pessoas da Família Nagashima.

– Como assim?– pergunta Kaname.

– Isso significa que o ladrão é alguém da Família Nagashima! – disse Satsuki.

– QUÊ?! COMO?! IMPOSSÍVEL! – dissemos, eu e Kaname.

– Pensem bem, vocês dois! O ladrão é alguém que conhece as armadilhas na sala do bastão, sabe como abrir o cofre, e principalmente, é alguém que os guardas não suspeitariam e nem teriam coragem de matar! – disse Satsuki. – Os guardas pensaram que o ladrão não iria fazer mal algum, e deram permissão para ele passar!

– Mas por que alguém da minha família iria fazer algo assim?! – pergunta o rei, espantado.

– Bom, o Satsuki está certo. – falei. – Realmente, deve ter sido alguém da família. O motivo deve ser para destronar o rei e se tornar o novo líder sem levar suspeitas. Mas esse alguém deve conhecer a combinação do cofre.

– Mas os únicos que conhecem a combinação sou eu e... – o rei interrompeu a fala. Foi então que ele ficou com uma expressão séria no rosto, e saiu andando.

...

Ritsu e sua mãe estavam no quarto, penteando o cabelo uma da outra. Nós havíamos entrado lá de repente, e o rei com uma cara séria.

– O que foi querido? – pergunta a rainha. – Que cara é essa?

– Querida. – disse Kaname, o rei. – Por um acaso você roubou o Bastão Real?

Kaya, a rainha, ficou nos olhando com uma cara de espantada, parecendo não entender nada.

– Que história é essa, meu amor? Eu nunca roubaria o bastão.

– Mas somente eu e você sabemos a combinação do cofre onde estava o bastão, e somente eu e você sabemos a localização de cada
armadilha na sala do bastão, e somente eu e você sabemos como desativá-las
!

– Mas eu nuca roubaria! Por que eu ia fazer algo assim?!

– Para ficar com os tesouros do reino. – disse Satsuki. – E para destronar o rei!

– Satsuki, isso é loucura. – disse Ritsu. – Mamãe nunca faria algo assim!

– Mas você fez! – disse Kaname.

– Ei, majestade. – falei. – A rainha parece estar falando a verdade! Além disso, ela não tem motivo algum para tomar o reino!

– É verdade! Eu sou inocente! – disse a rainha. – Olha! Pode revistar o quarto todo! Não tem nada aqui!

O rei revistou o quarto. Cerca de 20 minutos depois, veio à surpresa: O bastão estava em uma gaveta, na cabeceira perto da cama, justo no lado em que a rainha dorme!

– ‘’Inocente’’? Como pode dizer inocente? – pergunta o rei, com o bastão na mão.

– Mas isso não estava aí antes! – protestou a rainha. – Alguém está tentando me incriminar!

– Não dê ouvidos a ela, majestade! – disse Satsuki. – Ela é uma ladra que quer tomar seu reino!Ela está mentindo!Ela só quer te enganar!

– Certo! Então ela merece ser punida! – disse o rei, puxando sua espada.

– Espera! Kaname! Não faça isso! – exclamei. – Pense bem, por que diabos ela iria esconder o bastão em um lugar tão óbvio, e mandar a gente procurar sabendo que encontraríamos?!

– Cale-se!– ordena o rei. – Você não tem direito de falar1 Eu vou matar essa ladra!

– Mas ela é inocente!!! – falei – Ela é inocente!!!

Não deu tempo de pará-lo. A lâmina dele foi ao encontro da rainha. Foi o segundo mais longo que eu já vi. Gotas de sangue espirraram no rosto de Ritsu. Ela estava com um olhar espantado e assustado. Eu também fiquei chocado. Kaname e Satsuki permaneceram normais, como se nada de mais tivesse acontecido. Logo, o silêncio foi quebrado pelo gritou de Ritsu:

– MAMÃE!!!

Ritsu começou a chacoalhar o corpo da mãe sem vida. Suas mãos e suas roupas ficaram manchadas de sangue. Ela chorava e gritava desesperadamente:

– MAMÃE! MAMÃE! ACORDA! POR FAVOR, FALE COMIGO!MAMÃE!!!

Eu fiquei sem reação. Quando voltei a mim, fiz algo que eu nunca pensei que ia fazer na vida: dei um soco no rei.

– O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! – grita o rei. – COMO OUSA ME DAR UMA SURRA?! ESTOU INDIGNADO!!!

– EU QUE FICO INDIGNADO!!! – gritei. – COMO VOCÊ OUSA MATAR A KAYA!!

– ELA É UMA LADRA!!

– E DAÍ?! ISSO NÃO TE DÁ DIREITO DE MATÁ-LA!!! ELA POR ACASO NÃO ERA SUA ESPOSA?!!! ELA NÃO ERA A MULHER QUE VOCÊ AMAVA?!!!

– AQUELES QUE AMEAÇAM A SEGURANÇA DO REINO SÃO MEUS INIMIGOS!

– INIMIGOS?! AGORA SEUS PRÓPRIOS FAMILIARES SÃO INIMIGOS?!

– EU SOU O REI! EU GOVERNO AQUI!!! EU GOVERNAREI ATÉ O DIA EM QUE EU MORRER DE VELHICE! E AQUELES QUE TENTAREM ME DESTRONAR, SEJA MINHA ESPOSA OU VOCÊ, DEVEM MORRER! SAIBA QUE EU SOU UM DEUS!!!

Aquilo me deixou pasmo. Deus? Como ele pode se considerar um deus?

– Kaname... Como você pôde decair tanto? – perguntei. – QUANDO TE CONHECI, VOCÊ ERA UM JOVEM GENTIL QUE SEMPRE PENSAVA PRIMEIRO NOS OUTROS, E NÃO LIGAVA PARA DINHEIRO! AGORA VOCÊ É EGOÍSTA, AVARENTO E ORGULHOSO! COMO VOCÊ PODE TER SE CORROMPIDO DE TAL FORMA?!

– CALA A BOCA! – grita Kaname. – VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE ME JULGAR NEM ME DIZER O QUE EU DEVO FAZER!

Dito isso, Kaname saiu do quarto, junto com Satsuki, me deixando sozinho com a Ritsu chorando pela morte da mãe.

...

Naqule dia, Ritsu não parava de chorar. As demais pessoas  não sabiam bem o motivo. Só se sabia que a esposa do rei ‘’misteriosamente desapareceu’’.  Só eu e a Ritsu sabemos a verdade, mas Ritsu choravam tanto que não queria falar com ninguém. Já eu não podia fazer isso. Imagina. Um simples burguês como eu espalhar por aí que o rei matou a própria esposa, sem ter provas ou qualquer pista?

Naquele dia, eu estava caminhando para tentar encontrar o corpo de Kaya, que o maldito do Kaname escondeu. Foi quando eu os encontrei.

Em um corredor, estava Ritsu chorando. Vindo à direção dela, Satsuki.

– Ritsu, não chore. – disse Satsuki. – Uma bela dama não fica bonita chorando.

Satsuki ficou olhando ela, sentada no chão, chorando.

– Ela se foi... – choramingava Ritsu. – A minha mãe se foi...

– Que pena! – disse Satsuki.

– Mas eu não entendo... Como o papai podê fazer isso?

– Sei lá. Ele deve ser um louco.

– E por que você ficou dizendo que mamãe era uma ladra?

A expressão no rosto de Satsuki ficou séria.

Ela baixou a cabeça e começou a fazer um som estranho.

– Satsuki-kun? – pergunta Ritsu. Satsuki levanta a cabeça e começa a rir como um louco psicopata. Ritsu se levanta e vai até ele, mas então Satsuki dá um tapa bem forte no rosto de Ritsu, que deixou uma marca e a derrubou no chão. Fiquei pasmo com aquilo, e quase fui lá para dar um sermão ao menino, mas decidi permanecer escondido.

– Satsuki- kun... – Ritsu estava chocada. – Você...

– Cansei de me fazer de bonzinho! – riu Satsuki. – Agora é hora de eu mostrar meu eu verdadeiro!

– Satsuki-kun, do que você está falando? – pergunta Ritsu.

– Simples. Sabe a minha família, a Família Hokan? Pois saiba que ela não existe!

Aquilo me chocou. Ritsu também estava espantada, e comfusa.

– Como assim, não existe? – pergunta Ritsu.

– A Família Hokan não passa de uma mera invenção! Na realidade, somos todos espiões, servos de nosso deus. Saiba que nosso casamento faz parte de nossos planos! – Satsuki ria e falava com orgulho. – Nós criamos os conflitos em sua familiazinha, para o momento em que eles tenham de casar a herdeira do trono com um de nós. Se você se casar comigo, nós vamos tomar conta de sua família, e destroná-la.

Aquilo era surpreendente. Não imaginava tal coisa.

– Não... Não... Me diga que isso é mentira... – disse Ritsu, assustada.

– NÃO É MENTIRA! – gritou Satsuki, rindo. – Nós planejamos tudo isso com maestria! Mas alguns de vocês, raposas, começaram a desconfiar de nós. E por isso, precisávamos livrar-nos destes empecilhos. Mas o mais difícil de lidar foi sua mãe, a rainha Kaya!

– A... Minha mãe?

– Isso! Kaya se aproximou da verdade! Ela estava próxima da verdade. Matá-la seria um problema, pois o rei Kaname iria suspeitar de seu desaparecimento. Então, o plano é que Kaname mate Kaya.

Fiquei mais chocado ainda. Kaya foi morta por um plano?!

– Não... Tudo isso é mentira! – dizia Ritsu.

– Por sermos espiões, nós ficamos coletando informações. Assim, descobrimos que Kaname não pouparia nem a esposa, esse ela tentasse dar um golpe de estado. Também descobrimos a localização do Bastão Real, as armadilhas que há na sala, e principalmente, a combinação do cofre! Com isso, pude roubar o bastão! Ganhei o respeito de várias pessoas desta família, e por isso não foi difícil fazer os guardas a baixarem a guarda. Depois, eu pude matá-los, e entrar na sala! – Satsuki ria mais alto. – Também não foi difícil colocar o Bastão Real na gaveta da rainha sem que ninguém percebesse.

– Para! PARA!– gritou Ritsu.

– Mas sabe por que eu estou lhe contando tudo isso? – pergunta Satsuki. – Porque sei que você não abriria o bico caso sua família pudesse morrer! Saiba que se você abrir o bico, nosso Deus irá destruir esta família. Mataremos seus amigos e familiares. É preferível que tiremos a sua família do poder do que matá-la, não acha?

Ritsu ficou quieta. Percebi que ela concordou. A Ritsu descobriu a verdade, mas por causa de tal ameaça, não podia contar para ninguém. Não aguentei mais. Saí do esconderijo.

– SATSUKI!

– Ora, se não é o Jelly-kun? – disse Satsuki, num tom calmo.

– Eu ouvi tudo! – falei. – Não acredito que você armou tudo isso!

– Ora, então você sabe de tudo? Interessante. – disse Satsuki.

– Qual é a finalidade desse seu plano diabólico? – perguntei. – Você quer dinheiro? Quanto quer?

– Eu quero somente é ter poder. – disse Satsuki. – Mas, agora que você descobriu tudo, terei de te matar.

– Pois eu irei acabar com você somente com minhas próprias mãos. – falei.

– Planeja bater em mim? Uma criança de 10 anos? – pergunta Satsuki, de forma sarcástica.

– Seja criança, seja mulher, eu acabo com os meus inimigos! – falei.

Começamos a lutar. Ele com uma faca. Eu com uma espada. Eu desviava dos golpes dele, assim como ele dos meus. Até que consegui atingi-lo, e fiz um corte enorme em sua barriga. Derrubei-o no chão, e mandei sua faca para bem longe.

– Agora, você vai pagar caro! – falei com uma espada apontada para seu pescoço.

– O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! – perguntou uma voz atrás de mim.

Quando olhei, havia uma multidão de yōkais- raposas. Entre eles, estava o rei, Kaname, e o irmão de Ritsu, Toya.

– Jelly, o que você está fazendo com o Satsuki-sama?! – pergunta Toya.

– Pessoal! – falei. – O Satsuki...

– EU FUI ATACADO! – gritou Satsuki.

– O QUÊ?! – exclamou o pessoal.

– Jelly é um monstro! – disse Satsuki. – Ele me atacou! Fui atacado por descobrir que foi Jelly quem roubou o Bastão Real!

– Espera aí! Isso não é verdade! – protestei.

– Jelly assassinou a rainha!Ele matou os guardas, roubou o Bastão, e agora quer me matar! Tudo isso para tomar o controle do Makai! – disse Satsuki.

– Jelly... Como pôde fazer tais atrocidades?! – pergunta Toya.  

– Espera aí! Satsuki está mentindo! – gritei em protesto. – Satsuki é o verdadeiro mandante! A Família Hokan não passa de um plano dele para destronar o rei! Foi ele quem roubou o bastão, e fez o rei assassinar a rainha!

– Quê?! O rei matou a rainha?! E Satsuki é o mandante de tudo?! – perguntavam o pessoal, chocado.

– É verdade! Foi o rei Kaname quem matou a rainha! – falei.

– Mas que mentira grande. – disse Kaname.

– O QUÊ?! – exclamei.

– Você matou a minha esposa! – disse Kaname. – Minha esposa querida! E fica jogando a culpa em mim e no pobre do Satsuki, que é só uma criança! Jelly, você está muito corrompido! Guardas! Prendam Jelly, e coloquem-no em uma solitária!

Não tive outra opção. Fugi. Porém, peguei Ritsu no braço e a levei comigo. Eu fugia dos guardas que queriam me prender, e dos membros da Família Nagashima, que estavam furiosos e pensavam que eu era um assassino. Fugi até um local do Makai, onde abri um portal para a Terra, e escapei, levando Ritsu. Eu sei de que fazendo isso, além de acharem que eu sou um assassino, acham agora que eu sou um sequestrador. Mas eu tinha de fazer, pois não podia deixar a Ritsu sofrer nas mãos daquele maldito Satsuki. Ao chegar a Terra, fui direto para minha casa, que fica perto da Hanko. Criei uma barreira para impedir que os yōkais- raposas nos encontrassem.

– Pronto. Assim nenhum membro da Família Nagashima vai poder nos encontrar. – falei.

Ritsu estava calada. Tentei falar com ela, até que ela me disse:

– Vocês homens só sabem enganar... Mentem a toda hora... Matam as pessoas só por ódio... EU DEFINITIVAMENTE ODEIO HOMENS!

...

– E essa é toda a história. – falei. – Foi assim que tudo começou. Foi assim que a Ritsu passou a odiar homens.

– Impressionante. – disse Haru. – Agora sei porque a Ritsu foi se casar com o Satsuki. Foi para salvar sua família.

– E quando vai ser o casamento? – pergunta Saki.

– Será daqui a trinta dias. – falei. – Ou seja, daqui a trinta dias o
plano deles dará certo.

Tetsuya se levantou. Ele então estava para sair da sala.

– Aonde vai? – pergunta Saki.

– Ué, o casamento não vai ser daqui a trinta dias? – pergunta Tetsuya. – Então, levante-se daí, Saki! Vamos para o Makai impedir esse casamento!

CONTINUA NO CAPÍTULO 37


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Notas finais do capítulo

PERGUNTA DE ÚLTIMA HORA
Na sua opnião, quais são os casais de Hanko High School, e por que?
Cole esta pergunta no comentário, e responda.