Dia nublado. A chuva caía fina do céu. Eu estava com Aki, quando um carro estilo rally do deserto para em frente ao portão da Hanko. Dele, saíram três pessoas: Um homem de uns 19 anos loiro e de olhos azuis, vestindo um traje de padre e com fones de ouvido; umgaroto de uns 14 anos de cabelos vermelhos e olhos castanhos, vestindo um terno negro com uma gravata dourada, e uma garota de uns 10 ou 11 anos de cabelos
brancos que iam até as costas, e olhos vermelhos, vestindo um uniforme escolar branco.

– Chegamos ao lugar abençoado, meus companheiros. – disse o jovem loiro. – Nós teremos uma benção aqui!

– Eu acho que ainda devemos falar com o Yamamoto- sama. – disse o garoto de cabelos vermelhos. – Você sabe como eu odeio esses atrasos que vocês fazem.

– Não fique assim, Hatsu-kun! – disse a garota de cabelos brancos. – o Jus-kun vai falar com o Jel-kun para duelarem contra o Satan!

– Hinamori! Não me chame de ‘’Hatsu-kun’’! – advertiu o garoto, que devia se chamar Hatsu. – E quando for se referir ao Jelly-sama, chame-o de ‘’Jelly-sama’’, entendeu? Não o chame de ‘’Jel-kun’’.

– Certo Ha-kun!

– Nem de ‘’Ha-kun’’!

– Então, como devo te chamar?

– Me chame pelo meu sobrenome, que é ‘’Yamayoshi’’.

– Mas, seu sobrenome é muito longo! E não posso te chamar de ‘’Yama-kun’’, pois já existe um ‘’Yama-kun’’.

– Então me chame de ‘’Yoshi-kun’’.

– Yoshi... Parece com ‘’Cana’’. (ヨシ;Yoshi)

– Não parece!

– Parece sim! E se colocar um ‘’S’’ a mais, aí fica Yosshi. (ヨッシー; Yosshī)

Virei-me para Aki.

– Quem são aquelas pessoas? – perguntei.

– Não faço a menor ideia. – disse ele.

– Aquele cara loiro é Justin Law, o Chefe dos Slayers da Europa. – disse Ritsu.

– Slayer?– perguntei.

– Slayers são pessoas que devem manter a ordem entre os humanos e os demais seres fantásticos. – disse Aki. – Eles são como ‘’Policiais Mágicos’’. Mas, o que o chefe dos Slayers da Europa faz aqui, no Japão?

– Isso eu não sei... Mas, deve ser por causa de Satanás. – disse Ritsu. – Desde que Satanás se libertou, todos os Slayers tem se mobilizado, se preparando para uma possível guerra. Mas, o mais estranhos... Aqueles dois ali tem cheiro de japoneses. E na conversa que eu ouvi, eles realmente são japoneses. Mas, o que japoneses fazem perto do Justin?

– Você... Pode sentir o cheiro deles? – perguntei. – E você pode saber a origem deles pelo cheiro?!

– Meu olfato é mais apurado do que dos humanos. Nós, Yōkais-Raposas, podemos sentir cheiros a quilômetros de distância. Sabemos ainda qual é a origem de cada humano só pelo cheiro.

Eu não estava interessado em saber qual é o cheiro dos humanos, pois estava curioso em relação ao Slayer. Jelly se aproximou dos visitantes.

– Justin-kun... É uma honra recebê-lo aqui. – disse Jelly

– Ô, Jelly-sama! Que Deus nos abençoe por vê-lo ao vivo! – disse Justin, erguendo as mãos para cima.

– Bem, meu caro amigo, vamos conversar lá dentro.

Justin não se moveu. Nem respondeu. Parece que ele não ouviu.

– Ei, Spirit-kun. Pode repetir o que eu acabei de falar? – perguntou Jelly ao professor Spirit.

– Ah, droga... Certo. Justin, o Jelly-sama disse ‘’ Bem, meu caro amigo, vamos conversar lá dentro. ’’.

– Ô, Jelly-sama. Vamos, vamos entrar. Hinamori! Yamayoshi! Fiquem aqui fora! – disse Justin. – Certo! – respondeu Hinamori e Yamayoshi, juntos.

– Er... Poderia me explicar o que é isso? – perguntei. – Por que o
Justin não ouviu o Jelly, mas ouviu o Spirit.

– Se você reparou, verá que Justin usa fones de ouvido. – disse Ritsu. – É por esse hábito dele que Justin não escuta o que as pessoas, ou seja, ele não ouviu o que o Jelly disse. Mas, em compensação, Justin sabe fazer leitura labial, e por isso pode entender as pessoas lendo seus lábios. Como o Jelly usa aquela máscara de gato, Justin não pode ler seus lábios, e, portanto, não ouve o que ele disse.

– Mas, agora pouco ele saudou o Jelly como se pudesse ouvi-lo.

– Isso porque o Jelly é uma pessoa importante, e Justin quis saudá-lo. Ele deve achar que ele saudou Jelly primeiro.

031 - Revelations! Demon's Soul?

– Ah... Droga! Eles estão demorando demais! – reclamou Hatsu.

– Hatsu-kun, tenha paciência. – disse Hinamori.

– Já disse para você não me chamar assim!

Aproximei-me deles.

– Er... Olá, muito boa tarde. – falei.

Hinamori e Hatsu olharam para mim.

– Ah, você deve ser o garoto que é parte de Satanás, estou correta? – perguntou Hinamori.

– Como você sabe? – perguntei.

– Consigo ver sua aura. – disse Hinamori, sorridente. – Vejo a alma de Satanás em você.

– Bom você acertou. – falei. – Sou Tetsuya Sugita. Prazer.

– Prazer. Hinamori. E Este é Hatsu Yamayoshi!

– Muito prazer, Yamayoshi-san.

Estendi a mão para ele. Hatsu me olhou com cara de nojo, e disse com desprezo:

– Não aperto a mão de gente com alma de demônio.

Hatsu então vai embora.

‘’Isso é preconceito’’ pensei.

– Não liga para ele, Tetsu-kun. – Ele só está cansado por causa da demora.

– Aliás, eu queria saber de uma coisa... Vocês são japoneses, certo?

– Sim, somos.

– Mas, vocês estavam acompanhando o Chefe dos Slayers da Europa.

– Nós nascemos no Japão, mas fomos criados na Europa.

– Ah... Tá explicado.

– Desde que meus pais faleceram, um homem de terno branco me levou para a Itália, onde morei esses anos todos. Meu sonho é se tornar uma Excel Slayer. Ah, Excel Slayers são os Slayers mais poderosos do mundo. Estes podem matar 100 demônios de uma vez! São tão poderosos, que dizem que se treinarem por 109 anos debaixo de uma cachoeira de lava, eles ganham poder para matar um deus!

Fiquei impressionado com aquilo tudo que ela me contava. Ela tinha
bastante conhecimento dessas coisas.

– Ah propósito... – falei. – Eles estão conversando sobre mim e sobre a fuga de Satã?

– Sim. – disse Hinamori, sorridente. – E também sobre a outra parte de Satã.

– Outra parte? – perguntei surpreso.

– Sim. A pouco tempo, o Conselho dos Slayers descobriu nas ruínas de um castelo medieval na França uma profecia que dizia:

‘’ Quando Satã cair, quando o mal sumir, duas almas vindas de Satã surgirá. Uma Satã irá libertar. Outra, Satã irá selar. No crepúsculo do céu, quando o mundo acabar, uma nova chama se acenderá, e tudo irá desmoronar. ’’

– Uou... Mas, você quer dizer que existe outra pessoa como eu? –
perguntei.

– Sim. Quando Satanás devorou a própria alma, a alma dele se fundiu com seu corpo, fazendo seu corpo deixar de ser material para se tornar espiritual. Ao arrancar uma parte de sua alma, ele na realidade, arrancou parte de seu corpo, que se dividiu em duas partes. Uma é você. A outra é alguém que também pode controlar chamas douradas.

Foi aí que eu me lembrei daquele dia...

...

Mais soldados vieram. Um deles tentou me atacar. Eu não tinha forças para reagir.

– Tetsuya! – gritou Aki.

Um bastão de beisebol atingiu a cabeça dele. Reconheci de quem era.

– Rin! – exclamei.

– Muito boa noite, onii-chan.

Rin era minha irmã mais nova. As pessoas dizem que somos parecidos, já que nós dois temos cabelos negros e olhos dourados e o mesmo rosto. Porém, minha franja ficava do lado direito, e a dela do lado esquerdo.

– Eu venha aqui ver o festival escolar do colégio Hanko, e o que encontro são uns malucos fantasiados e você, ensanguentado. – disse Rin.

– Bem... Ah... – eu não sabia como explicar.

– Não precisa de explicações. – disse Rin, que depois sorriu. – Mas, como você disse... A Hanko é uma escola incomum. – ela olha para trás. – É para bater nos malucos encapuzados e mascarados?

– Sim. – respondi.

–Ah! Obrigada. – Rin começou a bater nos seguidores de Satanás. Ela os derrubava com seu taco com muita facilidade.

Até que um deles atirou uma faca nela.

– CUIDADO! – gritei. Mas, a faca já estava para atingi-la. Não dava tempo de ela bloquear ou desviar.

Porém, aconteceu a coisa. Chamas douradas circularam seu corpo, e elas derreteram a faca quando faltavam alguns minutos
para atingi-la.

– Rin... – falei espantado. – Estas chamas...

– Opa! – disse Rin. – Chamas douradas? Isso é novidade.

Ela continuou a enfrentar os caras com seu bastão de beisebol, só que desta vez ela estava com chamas douradas percorrendo o corpo.

– Não acredito. – falei. – Minha irmã, Rin... É a outra parte da alma de Satanás?!

CONTINUA NO CAPÍTULO 032