A semana se passou e eu tive de aturar ligar a televisão e ver sempre alguma fofoca sobre o Harry e a Caroline. Isso me incomodava, por mais que eu tentasse não demonstrar isso.

Levantei-me com a bolsa na mão.

“Até amanhã John.” Eu disse saindo e ele sorriu acenando. Fui andando bem atenta para não esbarrar em nada e nem ninguém. Entrei no Starbucks e sentei-me em uma das mesas do canto. Encarei o cardápio e rapidamente um garoto alto e moreno veio me atender.

“Boa tarde senhorita, o que deseja?” Ele disse simpaticamente. Bonito, pensei.

“Acho que… Um capuccino de chocolate e…” Falei sorrindo e parei para ver algum doce. “Um palmier.” O garoto sorriu sem mostrar os dentes e saiu. Peguei o meu celular, que tocava incansavelmente e atendi. “Oi Silly.”

“Prim! Onde você está?” A ouvi dizer animada e em um tom feliz.

“No Starbucks.” Falei enquanto o garoto punha o meu café e um prato na mesa, sorri em agradecimento e sussurrei um ‘obrigada’.

“Qual deles?” Ela disse irônica.

“Aquele per…” Travei ao ver aquele que menos queremos ver. “Desculpa, tenho que ir, vemos-nos em casa mais tarde.” Disse desligando, e pegando no prato e no café. Fui até ao balcão e uma moça loira veio até mim.

“Como posso ajudá-la?” Ela disse atenciosa.

“Queria que embrulhasse para viagem, por favor.” Eu disse impaciente. Ela pegou o palmier e embrulhou. “Obrigada” Falei depois de pagar. Já tinha terminado o café, então fui até a lixeira, sem querer, quando ia colocar o copo lá, esbarrei em alguém e um choque elétrico percorreu meu corpo. Olhei para o lado, mas virei a cara ao ver quem era. Harry.

“Ah, desculpe. Pode ir.” Ele disse tentando, supostamente, ver meu rosto. Mas como não sou burra, coloquei o cabelo na frente.

“Obrigada…” Falei normalmente, e entre os cabelos pude notar que ele sorriu. Joguei o copo no lixo e apressei-me para ir até à porta (lê-se ‘tropeçar no próprio pé’) e sai.

Finalmente livre, pensei para comigo mesma. Ouvi a porta se abrir novamente, mas não me preocupei em me preocupar.

“Moça! Espere!” Ouvi a voz rouca mais perfeita do universo e sem pensar, virei-me para ele. Com certeza, o segundo maior erro da minha vida… Porque o primeiro foi deixá-lo ir. “Prim?” Ele disse com algumas lagrimas nos olhos e me deu um abraço de urso, apertado. “Eu sabia que era você… Sua voz continua a mesma e…” ele falou baixinho em meu ouvido. E pra quem se pergunta, eu já estava vermelha e chorando silenciosamente. “Me desculpa por tudo isso, por favor…” Ele falou com a voz mais rouca do que o normal. “Me desculpa…” Disse repetidamente. Eu não sabia o que fazer, então apenas o abracei e encostei a cabeça em seu ombro.

“Você conseguiu me matar Harry…” Eu sussurrei em seu ouvido, com a tristeza evidente na fala.

“Me desculpe… Pelo amor de Deus.” Ele falou me soltando, com as mãos em minha cintura, olhando em meus olhos. Desviei o olhar para o chão, levando a mão ao rosto e chorando mais ainda. Encostei e cabeça em seu peito e balancei a cabeça, negando. Ele me olhou assustado e me afastei enxugando as lágrimas.

“Eu posso até te desculpar, mas espero que você saiba o quanto eu sofri com isso… Meu coração está quebrado e você nunca vai conseguir consertá-lo Harry.” Eu falei tentando recompor-me.

“Eu sei que o que fiz foi errado e egoísta, mas… Você sabe que este era o meu sonho. Meu maior sonho!” Ele falou um pouco alterado.

“Senhoras e senhores, apresento-vos Harry Styles. O cara que deixou sua noiva sofrer igual a uma palhaça!” Falei o mais irônica possível e ele me encarava. “Olha só, Harry Styles, você sumiu com o amor da minha vida… A única coisa que eu quero saber, é o que você fez com o Harold. Pensa que eu não sei como você é agora? Eu sei muito bem, e não vou cair nessa agora. O mundo inteiro sabe!” Falei me referindo ao “Harry” do 1D. Aquele galinha filho da **** (que não é a Anne). O tom de voz que usei foi baixo, falando bem perto dele, com um sorriso sínico.

“Eu tenho os meus motivos para aproveitar a vida Prim.” Ele disse sendo sínico de volta. O encarei.

“Você poderia aproveitar a vida de um jeito melhor, não desse jeito. Sendo um…” Senti apenas suas mãos puxando meu rosto e seus lábios chocarem-se contra os meus. A corrente elétrica percorreu meu corpo novamente, e como sempre, tive aquele mini ataque cardíaco. Sua língua pediu passagem. A principio hesitei, mas como resistir por tanto tempo né? Um beijo… Um momento estranho… Outro beijo… E um olhar. Eu queria realmente demonstrar raiva, mas era impossível. Perdia-me, desde sempre, na imensidão daqueles perfeitos olhos verdes. Ele me encarava seriamente e eu estava, sem duvidas, com a mesma cara de bobinha de sempre. ‘Isso é errado, ele namora.’ Disse para mim mesma.

“O que?” Perguntou ele, fazendo aperceber-me de que havia, não só pensado, como dito aquilo em voz alta.

“Adeus.” Eu falei baixinho e virei-me ao mesmo tempo, pronta para encarar a realidade cruel que é viver sem ele e sabe que nunca mais seria o mesmo. Senti sua mão segurar meu braço outra vez.

“Eu não vou te deixar, não outra vez.” Ele falou em um tom normal. Senti lágrimas percorrerem minha face, descontrolada e dolorosamente. “Prim… Eu preciso de você. Antes de tudo nós éramos amigos, e eu perdi muitas coisas na vida, não quero perder um pouco do que eu posso ter com você.” Ele disse e me virei encarando-o. Olhei em seus belos olhos e, depois de viver tanto tempo ao seu lado, pude perceber que ele estava falando a verdade. O abracei e ele retribuiu sorrindo. “Vem.” Ele falou me puxando pela mão. Andávamos rapidamente, por mais um pouco corríamos. Paramos perto de um carro, bonito e parecia bem caro, ele abriu a porta dianteira esquerda e entrei, ele foi para o outro lado e entrou no motorista.

“Onde vamos?” Perguntei pondo o cinto de segurança. Ele olhou para mim sorrindo e disse:

“Você vai conhecer os garotos.” Ele falou e o encarei.

“Como assim? Eles vão me matar. Ninguém gosta de uma estranha em seu lar, e você sabe disso Harry! Eu acho que é errado você me levar até lá sem ao menos…” Eu era assim, e fui o caminho inteiro desse jeito. Ele apenas ria e me ignorava. Era emocionante.

“Pronto, chegamos amo… Prim.” Ele disse ficando um pouco envergonhado, pelo que percebi. Ele saiu do carro enquanto eu pegava minha bolsa e me preparava para abrir a porta. Senti a porta ao meu lado abrir e notei que foi o Harry. Sai e olhei pra ele sorrindo. Ele riu e fechou a porta.

“Que cavalheirismo, Sr. Styles.” Falei e ele passou seu braço esquerdo por minha cintura, me puxando para mais perto e sorrindo.

“Pode-se fazer tudo por uma donzela.” Ele disse e virei o rosto para a frente, não gostava quando ele me via corar. Ele deu uma risadinha e virou-se também para a frente. A casa estava a alguns poucos metros de nós, e conforme andávamos, a brisa fria e suave das tardes de Londres encontravam nossos rostos. Olhei para o Harry, que por sua vez encarava o chão nevado em que pisava. Apreciei sua beleza por mais alguns longos segundos, e desviei o olhar quando percebi que ele me olhava. Corei novamente enquanto parávamos em frente a porta e ele tocava a campainha.

“Eu só quero saber o que você fez com as colheres, eu preciso comer sorvete Liam!” Ouvi uma voz familiar, com aquele sotaque diferente e fofo. A porta de abriu, aparecendo Niall, que ficou um pouco sem reação ao me ver. Ele sorriu, por fim, e me abraçou. Retribui o abraço e ele sorriu. “Prim! Que bom te ver outra vez.” Ele falou ainda sorrindo e Harry nos olhou desentendido.

“Vocês… se conhecem?” Ele falou e encarei-o sorrindo.

“Nos conhecemos no avião.” Falei. Percebi que dois garotos apareceram atrás dele. Um tinha o cabelo castanho e olhos azuis, que segurava uma colher em cada mão. O outro tinha cabelos castanhos mais curtos e os olhos da mesma cor. Os dois sorriram ao me ver. ‘Como assim?’ Pensei encarando o garoto de cachinho ao meu lado, que sorria para mim.

“Prim! Até que enfim te conhecemos!” o garoto das colheres disse alegremente e me abraçou.

“O que acontece… PRIMROSE?” um menino de topete disse incrédulo e sorriu. “É ela mesmo?” ele perguntou aos outros e quando eles assentiram ele me abraçou. “Você é mais bonita pessoalmente… Muito bonita…” ele falou olhando para mim e sorrimos.

“Obrigada… Vocês são…?” por fim falei e eles se entreolharam terminando em Harry, que começou a falar:

“Esse é o Zayn…” apontou para o de topete “… aquele é o Louis…” garoto das colheres “…Liam.” o normalzinho “E eu sou Harry, prazer.” ele disse estendendo a mão. Dei um tapa leve em seu rosto e rimos.

“Idiota.” falei rindo pelo nariz.

“Ok, vamos entrar.” Liam falou me puxando pelo braço, olhei para Harry, que olhava de cara feia para o Liam.