Os Sete escrita por WinnieCooper


Capítulo 2
Capítulo 2




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Podia se notar a mudança do clima do colégio na manhã seguinte, embora todos quisessem abafar o desaparecimento de Lorcan Scamander já era de conhecimento de muitos. Podia se notar um clima pesado no ar.

Os cinco jovens haviam trabalhado arduamente e discretamente durante todo o dia anterior.

— Senhor Potter, posso conversar com o senhor um momento?

A voz era do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Alvo, que andava pelo corredor em direção a mesa de café da manhã, apenas sacudiu afirmativamente a cabeça e entrou na sala de aula.

Alvo tinha um ótimo relacionamento com todos os professores, não por ele ser o famoso filho de Harry Potter, mas sim por seu entusiasmo como estudante, e seu ótimo trabalho como monitor. O jovem tinha um ótimo instinto de liderança o que não passou despercebido pelo professor Pfeiffer.

— Senhor Potter, obviamente sabe do sumiço de Lorcan – começou o professor e Alvo apenas sacudiu a cabeça afirmativamente – Conto com você, é preciso manter os estudantes calmos, saberem que os aurores estão trabalhando o máximo que podem...

— E nesse trabalhar o máximo que podem já localizaram o Lorcan? Ou alguns dos outros desaparecidos?

— Ainda não, mas...

— Então a única forma de acalmar os alunos é falar a verdade.

O professor Pfeiffer encarou Alvo, com uma expressão divertida:

— A verdade? Qual verdade?

— Só existe uma verdade, professor.

— É mesmo? – sorriu o professor. – E qual é ela?

— É falar francamente do desaparecimento do Lorcan. É contar a eles tudo o que as investigações já encontraram. É alertá-los para que eles possam se proteger e evitar que um deles seja a próxima vítima.

— A próxima vítima? Quem lhe disse que haverá uma próxima vítima?

— E quem garante que não haverá?

O professor recostou-se em sua cadeira. Percebeu que não seria fácil dobrar a personalidade dele.

— Parece seu pai, querendo sempre salvar tudo e a todos. Eu não posso garantir a você que nenhum outro garoto será sequestrado, Alvo. Mas eu posso assegurar-lhe que qualquer escândalo maior em torno do desaparecimento do nosso aluno só poderá ser prejudicial a Hogwarts.

— Acho que não se trata de evitar escândalos envolvendo Hogwarts, professor. A escola já está envolvida.

O professor suspirou profundamente:

— Há pouco você disse que só existe uma verdade, não foi? Você ainda é muito jovem, não faltará ocasião de aprender que as coisas são relativas. A verdade tem várias facetas. Dependendo do lado que se olha, um mesmo fato pode parecer totalmente diferente.

— Eu só vejo um modo de olhar a verdade – interrompeu o garoto – O modo certo.

O professor por outro lado ignorou a interrupção:

— Veja o caso do desaparecimento do Lorcan, por exemplo. Se alertarmos nossos alunos, talvez estejamos alertando também os sequestradores. Se contarmos a todo mundo o que sabemos, talvez estejamos nos revelando também para os bruxos delinquentes.

— O senhor quer dizer que já há suspeitos aqui mesmo, em Hogwarts?

— Eu não disse isso. Para não prejudicar as investigações, os aurores não estão confiando nem na nossa diretora. E eles estão muito certos. Já conseguimos também a colaboração da imprensa. Nenhuma providência será noticiada até que os estudantes sejam encontrados. Só falta agora a sua colaboração, Alvo. Conhecemos a sua liderança e contamos com ela. Temos de impedir o pânico dentro do colégio. É só isso que eu peço: impedir o pânico.

Alvo concordou com a cabeça afim de se ver livre da conversa particular. O Professor Peter Pfeiffer era conhecido como o mais elegante, o mais humorado, o que mais fazia as coisas perfeitamente. O jovem sabia que ele estava lhe pedindo este favor para manter a imagem do colégio intacta, afinal, Hogwarts já havia sofrido na época da segunda grande guerra, com seu pai.

O jovem voltou a andar pelos corredores e viu seu pai e seu tio Rony parados em um canto conversando aos sussurros.

— Alvo venha aqui – a voz era de seu pai, o jovem automaticamente obedeceu – Sabe sobre o sequestro do Lorcan?

— Sei pai, as pessoas não querem que isso se espalhe, mas parece que já está para todos os lados.

— Queremos lhe fazer umas perguntas – foi a vez de seu tio Rony falar, começando a andar sorrateiro, Alvo novamente entrou numa sala de aula, afim de conversar sobre o sequestro.

— Boatos dizem que a última pessoa a encontrar o Lorcan foi a Lily, ficou sabendo desta história filho? Não quero envolver sua irmã nisso.

É claro, seu pai era bem protetor quando se tratava da sua única filha, e como Lily foi aparentemente a última testemunha a se encontrar com a vitima, ele estava emocionalmente envolvido no caso.

— Foi sim pai, já conversei com ela – o alivio perpassou no rosto do homem parado em sua frente – ela me disse que passeava com ele por Hogsmeade e que o Lorcan estava do mesmo jeito de sempre, aparentemente normal.

Não queria mentir a seu pai, mas era necessário.

Harry Potter bufou impaciente.

— Vou ter que envolver a Lily nisso – anunciou saindo porta afora.

Minutos depois voltou a entrar no aposento com a garota atrás.

— Legal! Parece aqueles filmes trouxas que o vovô Arthur mostra para nós.

— Rony interrogue-a para mim – Harry pediu ao melhor amigo que se postou de frente a garota.

— Lily... boatos correm que você foi a última pessoa vista com o Lorcan, pode me dizer se ele estava diferente, se fazia coisas absurdas?

Lily olhou apreensiva para o lado e viu que seu irmão coçava os olhos, ela sabia que coçar os olhos significava silencio no código dos Sete

 

— Ele já é diferente naturalmente né tio Rony...

— Eu sei, mas ele de alguma forma fazia coisas absurdas?

— Bom... – ela colocou o dedo da testa fingindo pensar – A gente se encontrou pra ir juntos a Hogsmeade e ele falou: Oi.

— E você?

— Eu o que?

— O que você disse?

— Ah respondi oi também, sou educada, foi o que a mamãe me ensinou, responder para aqueles que conversam com a gente, mesmo se for um Malfoy.

Rony olhou nervoso para Harry que pediu calma ao amigo. O ruivo voltou a olhar Lily:

— E o que aconteceu depois do oi?

— Bem, ele me disse que queria comer um doce exótico na “Dedos de mel” e também disse que eu não tinha nenhum zonzóbulo rondando meu cérebro enquanto andava com ele, o que era bom pois segundo ele as pessoas que não tem zonzóbulo rondando o cérebro são aquelas...

— Ta a gente entendeu filha – interrompeu Harry – Podem ir para a aula os dois.

Ambos saíram da sala particular e andaram juntos no corredor.

— Por que tive que mentir ao... – começou a falar a garota, mas Alvo colocou sua mão na boca dela a impedindo de continuar.

— Só falamos sobre isso na sede dos Sete

 

xx

— Por que tive que mentir? – foi a primeira pergunta da garota ao irmão assim que os cinco Sete se reuniram no esconderijo no horário do almoço – Com certeza aquele comportamento estranho do Lorcan ajudaria o papai e o tio Rony...

— Talvez Lily, mas essa preciosa informação é a única coisa que temos no momento, e bom quero que ela continue entre a gente.

— O que aconteceu? – foi a vez de Hugo questionar.

Os dois Potter explicaram o que havia acontecido antes das aulas aos demais membros dos Sete.

— Eu investiguei o Lysander Scamander, parece que está totalmente abalado com o sumiço do irmão, tão abalado que resolveu consolar a namorada do Lorcan a beijando – disse Scorpius apresentando seu relatório das investigações do dia anterior.

— E você Hugo?

— Nada Alvo, nada, vezes nada, parece que o cara não tinha muitos amigos pela Lufa-Lufa, diziam que ele era pirado e que esse sumiço devia ser mais uma ideia mirabolante dele.

— Bom eu descobri que o cara não era popular – começou a relatar sua investigação o líder dos Sete— Nem frequentava nenhum clube na escola e nem nada. Acho que estamos empacados.

— E eu? – perguntou Lily esperançosa.

— O que conseguiu? – Alvo perguntou fingindo interesse.

— Bom eu colei naquela fantasma chorona o dia inteiro, fingi que estava com uma enorme dor de barriga e que por isso vivia no banheiro...

— Nos poupe dos detalhes Lily – disse o irmão.

— Bom, perguntei discretamente se ela tinha conversado com o Lorcan e ela começou a chorar dizendo que os alunos não conversavam com ela, por dizerem que ela não tinha sentimentos, e mais não sei o que. Bom só isso.

Hugo bufou e exclamou:

— Bom estamos empacados.

Alvo, Scorpius e o ruivo olharam esperançosos para a única garota que ainda não havia dito nada, ela estava escondida atrás de um jornal o lendo.

— Este não foi um sequestro comum – Rose começou a divagar sua informação espalhando as diversas noticias nos jornais – Lorcan é o sétimo garoto que sumiu das escolas bruxas, notem: sete estudantes de três escolas diferentes, três garotas da Beauxbatons, três rapazes da Durmstrang e agora um de Hogwarts, ainda faltam dois a serem sequestrados.

— Como assim ainda faltam dois?

— ...E pelo que parece eles seguem um critério – continuou a falar a garota como se não tivesse ouvido a pergunta de Scorpius – Parece que eles só “pegam” aqueles alunos mais esquisitos, os ignorados pelo resto do colégio por terem alguma coisa de diferente.

— Quer dizer que mais dois alunos de Hogwarts vão ser sequestrados esse mês?

Alvo perguntou a si mesmo, o raciocínio da prima era claro e não havia como contestar.

— Mas pra quê? – foi a vez de Scorpius perguntar.

— É isso que não entendo Scorpius, pensei por um momento que eles queriam algum dinheiro, mas os Scamander não são ricos, então descartei a hipótese na hora, mas ai fiquei pensando. Por que sempre os ditos esquisitos, os “anormais”? Está claro que ele não vai pedir dinheiro.

— Que ele? – questionou Hugo.

— Exato, quem é ele? – devolveu a pergunta para ele Rose – Sinto que esse cara é inteligente, que está “pegando” esses jovens excêntricos pra alguma espécie de experiência maluca, como se eles fossem cobaias.

— Então deve ser por isso que o Lorcan estava esquisito no sábado – disse Lily entusiasmada – Devem ter lançado a Maldição Imperius nele e...

— Não se pode lançar a maldição sem que os aurores saibam Lily – explicou a prima mais velha.

— Então pode ser alguma poção maluca... – a mais nova queria achar alguma solução a qualquer custo.

— Isso mesmo – disse Rose sorridente – Alguma poção que explique o comportamento do Lorcan.

— Devem ter agarrado o Lorcan e lhe dado a poção...

Lily continuou a falar entusiasmada, mas Rose a interrompeu:

— Porque eles lhe dariam a força? Por exemplo pegaram ele e lhe deram a poção escondidos em um armário qualquer depois o soltaram pra ainda ter um papo com você? Isso não tem lógica.

Lily parecia incapacitada de falar.

— Então ele tomou a poção por livre e espontânea vontade... – disse Scorpius tentando raciocinar com as garotas.

— Nesse caso foi oferecida por alguém que ele confiava, e é bem lógico que tenha tomado a droga aqui dentro da escola, já que no passeio a Hogsmeade ele já estava digamos “contaminado” – Rose terminou.

— Daqui de Hogwarts! – exclamou Alvo raivoso se levantando do chão que estava sentado – Isso quer dizer que ele vai agir novamente. Talvez essa semana ainda.

Todos ficaram em silencio tentando raciocinar um pouco mais. Lily rompeu a quietude da sala espirrando escandalosamente.

— Desculpem, tem muita poeira aqui, sou alérgica.

Alvo olhou para a irmã mais nova decidido, não queria que ela corresse mais riscos. Teria que afastá-la de vez do grupo.

Sete, vamos voltar às aulas, não conseguimos nada mesmo, melhor adiar as investigações.

Um a um do grupo dos Sete saíram do esconderijo. Os mais veteranos, Rose, Scorpius e Hugo, sabiam que o “voltar às aulas” era um código para que cada um continuasse a investigar. Mas Lily não sabia disso e foi pensando revoltada:

“Esperar? Mas a Rose disse que o cara pode agir a qualquer momento e aqui dentro do colégio, se o meu irmão pensa que vou esperar está muito enganado, vou continuar a investigar. E esse grupo dos Sete nem é tão sensacional assim”

— Por que essa cara de que chupou limão? – perguntou Hugo ao seu lado vendo a feição carrancuda da prima.

— Vocês me tratam como se eu fosse criança – ela reclamou.

— Mas você é...

— Cala a boca e vamos pra aula, estamos atrasados.

xx

Hugo encontrou seu bilhete com códigos debaixo de seu tabuleiro de xadrez quando as aulas terminaram. Rose achou o seu com as instruções dentro de um livro especifico na biblioteca. Scorpius viu sua mensagem dentro de seu estojo de limpeza da sua vassoura de quadribol.

Cada um tinha sua missão estabelecida estava na hora de agir.


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Notas finais do capítulo

Ah, minha amiga Anny fez capas tão lindas pra cá segue o link para verem http://migre.me/9Bg6n e http://migre.me/9Bg83
A segunda tem spoilers da fic
Ei, eu realmente não esperava público nessa fic tão diferente do que costumo escrever...
Os dois primeiros capítulos são chatíssimos, eu juro que melhora...
Me digam se querem mais
Beijoss