Pov Katniss.

Eu estava caminhando para floresta.Meu amigo Gale me disse que queria falar comigo.Eu estava sinceramente nervosa.Não nego que achei bonito ele ter chorado,mas foi estranho.Na revolução,com tudo que passamos ele nunca derramou uma lágrima.Nem quando morríamos de fome ambos pouco mais que duas crianças pequenas,nem quando via o doze ardendo ,nem na guerra.De certa forma chorar de felicidade é melhor ,mas mesmo assim..tinha algo muito errado.Com arco na mão eu andava,feliz por ter o sangue de meu pai do tipo que acelera numa caçada e não cuidando de doentes.

Vi uma corsa bela e jovem,retesei meu arco quando uma voz forte ecoou pela floresta e espantou minha presa:

–Como você vai carregar um animal tão pesado Catnip?

–Do mesmo modo que já carreguei coisas mais pesadas.-como Mags,pensei,e meu coração se contraiu com aquela lembrança.

–Lembrança ruim?-pergunta ele e eu apenas assinto.Incrível tenho certeza de que apenas uma sombra cobriu meus olhos,mas ele notou.Como eu notei que existe algo errado com o trabalho dele.

–E então Gale?O que está te incomodando?-pergunto,com ele nunca teve nenhum problema de as coisas serem direto ao ponto.

–Vem vamos pra nossa pedra.-ele se vira eu o sigo,durante o caminho não conversamos.

Passamos diante de um pé de amoras.O mesmo pé do qual comíamos as amoras há tanto tempo atrás na época da colheita.Paramos diante dele e nos deixamos tomar por todas as lembranças que giram em nossas mentes.Até que se nenhuma palavra nos dirigimos enfim,a nossa pedra.Nos sentamos ele me estende um pãozinho.Mau sinal.Isso se tornou um código entre nós dois,uma coisa só nossa.Nascida de nossa descoberta,a descoberta que nosso amor é fraternal e puro.Ele significa problemas.Um arrepio corre meu corpo,mas eu não quebro o silêncio.Divido o pão no meio e dou uma parte pra ele,que diz:

–Só falta o queijo da Prim pra termos um banquete.

–E as amoras.-digo ainda sentindo um frio estranho em meu corpo.

–Katniss.Você sabe porque eu desmaiei quando você SUTILMENTE me contou que vou ter um filho?

–Porque é um bananão?-pergunto prendendo um sorriso.

–Não.Você sabe que posso ser muita coisa menos fraco.-diz ele também prendendo o riso.

–É eu sei sim,mas não faço ideia de porque você apagou.-digo olhando para o horizonte.

–Eu sempre quis um filho sabe?Eu sempre quis ver como é uma criança que cresce com um pai do lado,sem ter que lutar tano quanto a gente pra compensar essa falta.Eu jurei ser o melhor pai pros meus filhos.

–Então porque tanto drama?Seu trabalho ?

–Sim.Eu nunca saí do exercito Catnip.Trabalho no batalhão 452.Esse batalhão faz parte da divisão de inteligência e defesa do governo.Sou o líder dele por ter feito parte do lendário 451.O 451 é o esquadrão mais respeitado nas nossas fileiras por causa do que houve ,e todos os membros são lendas.

–Legal somos lendas vivas,e daí?-pergunto nervosa.

–Eu tenho uma missão Katniss.Mas ela é uma coisa perigosa,eu não posso deixar de ir.Não tenho escolha.Você entende?Nosso batalhão desenvolve algumas armas ,e eu sou realmente bom nisso.Sou estrategista nato.Minhas armas são para proteger as pessoas do nosso pais de alguns perigos que ainda existem dentro e fora de nossas fronteiras.Recentemente um projeto no qual eu e Beetee trabalhamos desde a revolução no 13 foi terminado,é um projeto de armas potentes.E essas armas especificamente são as coisas mais poderosas e perigosas que já forma feitas em Panem.

–Isso parece ser realmente perigoso mas eu ainda não entendi que ligação com o fato de você ser pai.-interrompo antes que ele comece a dar um nó em minha cabeça com essas coisas tecnológicas.

–Acontece que embora eu seja apenas um dos envolvidos nesse projeto sou um dos mais visados,não só por causa da minha posição de líder do esquadrão que as produziu.Mas por ter feito parte do esquadrão estelar da revolução.Fomos os rostos da guerra,e eu continuo envolvido nas consequências dela e ajudando a reconstruir o pais.Por isso é coo se tivesse um alvo bem grande pintado na minha testa.Já perdi as contas das vezes e que fui ameaçado,e pior que isso que ,as várias em que vi Madge ameaçada.Se ter um filho já seria complicado com todas essas ameaças,agora as coisas pioraram de vez.Uma parte desse projeto foi roubada ,mas essa parte não serve de nada sem o resto.Mas o restante dele esta em segurança máxima e inacessível para os ladrões.-fala ele e desvia os olhos para o horizonte

–Isso quer dizer que eles vão fazer de tudo para completarem a arma e fazerem sei -lá- o-que,mas se não podem pegar os projetos vão atrás ...-me interrompo imediatamente e sinto um arrepio percorrendo meu corpo.

–Dos autores do projeto.Beetee não tem família nem ninguém e vive atolado no laboratório.Assim sobram o resto de nós,mas os outros envolvidos tem suas identidades mantidas em sigilo.Por isso é certo que virão atrás de mim.-ele fala e percebo um leve tremor em suas mãos.

–Mas...mas então eles vão tentar pegar você??-pergunto em um fio de voz enquanto minha mente tenta processar todas essas informações.

–Não,Kat eu sou duro demais na queda jamais revelaria nada,esmo com tortura.A menos-ele parece incapaz de terminar ,mas eu já entendi e completo

–Que eles tivessem seu filho,ou filha, com eles.Uma criança inocente que não entende os riscos de estar ao seu lado e que não pode se defender.-digo apertando o pão em minhas mãos enquanto ele apenas assente.

–É por isso que eu queria pedir sua ajuda.-ele olha para mim e posso ver uma dr profunda em seu olhos cinzentos -não posso proteger meu filho sozinho.Não dá pra ficar perto dele o tempo todo,ele ainda nem nasceu.Também não posso dizer isso pra Mad.Seria perigoso para ela tanta pressão assim.Eu preciso que você ajude,que todos os nossos amigos ajudem a manter eles dois em segurança.Porque a qualquer momento essas pessoas vão estar no 12,isso se já não estão.

–Não precisa nem repetir-digo confiante.-Sejam quem forem esses ladrões eles não tem chance!O 12 tem a maior concentração do restante do esquadrão 451.Se eles bancarem os engraçadinhos o distrito 12 inteiro vai chutar a bunda desses idiotas!-falo com um tom mais seguro do que eu realmente sinto.Mas funciona e ele sorri para mim.

–Então está certo.Você explica tudo pro padeiro?Eu ainda tenho que falar com uns amigos.-fala ele,mais aliviado.

–Claro.Agora levanta dai e vamos caçar seu bananão!-digo sorrindo.

–Eu vou te mostrar quem é o bananão.Aposto que consigo abater mais presas que você senhora Mellark!-diz Gale segurando seu arco!

–Quero ver você tentar senhor Hawthorne!-digo e disparo correndo com meu arco.

Gale ganhou de mim,abateu dois coelhos e um esquilo,enquanto eu só peguei coelho gordo.Tive de admitir que ele não é tão banana assim,vai ver foi a falta de sutileza mesmo na hora de contar pra ele.Porque agora eu entendo seus motivos e não acho que alguém possa realmente criticar sua reação.Mas percebi também que estou realmente mais fora de forma do que pensei.Vamos conversando e brincando até a cerca.Depois combinamos um jantar na casa dele onde o prato principal vai ser nossa caça.Vou correndo para casa louca de saudades dos meus amores.Mas mesmo assim passar um tempo na floresta caçando com Gale foi uma terapia e por uns momentos eu esqueci tudo de ruim que havia vivido e só me lembrei das coisas boas.Com esses pensamentos só me dou conta que já estou em casa quando piso na soleira da porta.

Abro a porta devagar e vejo Peeta brincando com Peral no chão da sala.Logo minha pequena vai fazer um aninho.Mal posso acreditar que falta tão pouco!Ela já gatinha por toda casa e deixa todo mundo maluco seguindo ela por todo lado.Sorrio ao ver aqueles dois juntos,ainda não sei dizer qual dos dois é mais fofo.Encosto na parede e fico observando e ouvindo :

–Princesinha a mamãe ta demorando né?Então que tal irmos tomar um banho bem gostoso?Quer tomar banho com o papai linda,quer?-ele sorri e pega nossa menina no colo.Ela olha pra ele por um tempo e então:

–Papá- diz ela .

Meu marido fica parado com se tivesse levado um choque.Com uma cara surpresa e sorriso enorme aos poucos vai tomado seu rosot.Eu não me contenho:

_ELA FALOU!ela falou!-digo correndo para junto deles.Peeta ainda está tão abobalhado que nem mesmo se surpreende comigo.

–Amor?Você ouviu?Ela falou mesmo?-pergunta ele sorrindo.

–Claro que ouvi!Ela falou sim e a primeira palavra dela foi papa!-digo olhando para ele,feliz mas com uma pontinha de inveja custava dizer mamãe primeiro?

–Diz de novo princesinha diz!-pede ele- Fala papai Pearl !

–Papa-diz ela e nós dois começamos a comemorar e olhar para ela como uma par de perfeitos imbecis.Mas sinceramente naquele momento parecia que só nossa filha é que sabia falar entre todas as crianças do mundo.

Depois que a pequena se cansou e não falou mais nada a colocamos pra dormir um pouquinho e eu contei tudo que Gale havia me dito para Peeta.

–Eu nem consigo imaginar isso.Já pensou saber que Pearl está em perigo?-diz meu marido me abraçando forte.

–Eu também não consigo pensar nisso -respondo.-Mas amor deixa essa assunto sombrio pra lá.Vamos jantar hoje lá na casa da Mad e eu estava pensando ...

–Se eu podia fazer uma sobremesa?-me interrompe ele arqueando uma sobrancelha.

–Isso-digo sorrindo.

–Claro que posso!Enquanto isso você poderia arrumar a Pearl né?-diz ele inocentemente.

–Senhor Mellark fugindo das fraldas outra vês?-pergunto cruzando os braços contra o peito.

–Quem?Eu?Imagina amor,claro que não!-diz ele fugindo para cozinha antes que eu pudesse continuar provocando ele com essa assunto.

E arrumo a minha pequena e depois todas as coisinhas que ela possa precisar.Depois Peeta fica cuidando dela enquanto eu me arrumo.E assim que termino nós duas ficamos esperando o pai dela,enquanto esperamos insisto para que ela diga mamãe,mas não tem jeito parece que por enquanto será mesmo só papa.Algum tempo depois estamos os três na porta da casa de Mad.Que abre a porta sorridente e cumprimenta primeiro a bela torta que Peeta trouxe com os olhos famintos.Entramos e nos acomodamos na sala.Gale aparece e nos cumprimenta,Mad está com o sorriso enorme e diz:

–Temos uma noticia pra dar pra vocês!-ela está muito animada,meu amigo abraça a cintura dela onde seu ventre já avantajado se exibe.Eles se olham com um sorriso e eu não aguento:

–Vamos logo com isso vocês dois!Qual é a novidade!-pergunto.

–Katniss!-me repreende Peeta.

–Que é?Eu to com fome-digo como uma criança mimida!

–-E tem alguma hora e que você não esteja com fome Catnip?-brinca Gale

–Depois que eu como!-rebato mostrando a língua pra ele que mostra a dele também.Peeta e Madge trocam um olhar cúmplice e depois reviram os olhos.

–Tá chega vocês dois!-diz ela dando uma cotovelada em Gale.-Bom gente,hoje eu soube o sexo do bebê!

–Jura Mad?Ahn que tudo!Vai diz o que é?-pergunto ansiosa

–É menino!-respondem os dois ao mesmo tempo.

–A que legal!-digo me levantando e abraçando os dois.

–Parabéns !-diz meu marido- Mas o garoto já tem nome?

–Já sim –responde Gale.-Vai se chamar Chase Undersee Hawthorne

–Eu adorei!-digo pra eles

–É um belo nome.-acrescenta Peeta.

–-Agora que vocês já sabem ,vamos comer!To azul d fome!-diz Madge indo pra cozinha

–Ás vezes eu acho que Madge tá ficando igual a Katniss um...

–Saco sem fundo-dizem Gale e Peeta ao mesmo tempo.

–Como é que é?-digo acomodando a pequena no moises e levantando em direção a eles.

–Ahn nada não..-diz Gale saindo para cozinha.

–Nada,nadinha mesmo.-completa Peeta indo atrás dele.

Me preparo para ir atrás deles quando o telefone toca.

–Atende pra mim Gale!-pede Madge.

–Ahn,não obrigado.Tem um tordo irritado lá na sala.-rebate meu amigo.

O telefone toca novamente e eu decido atender de uma vez.

–Alô?-digo.

–Estamos no 12 e queremos dar os parabéns pelo menino.Agora você já sabe que deve providenciar um caixão azul não é mesmo ?

–QUEM ESTÁ FALANDO?-grito para aparelho mas não há resposta a linha está muda.

Gale aparece na sala de cenho franzido com uma pergunta muda nos olhos.Eu não encontro língua para lhe dizer que seu filho,que nem nasceu,está para morrer.Num impulso o abracei.