Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, gostaria de agradecer o carinho de vocês, meus leitores lindos!
Obrigada.
Enjoy.



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POV Gina

Saí da casa da Hermione mais confusa do que cheguei e fui direto para a aula. Fazia duas semanas que havia retornado das férias e nada melhor do que se enfiar nos estudos para esquecer os problemas pessoais. O único empecilho desse método é encontrar Dino Tomaz todos os dias, mas isso era relevante também.

Cheguei em casa Ron estava no sofá, instantaneamente desisti de brigar com ele e só lhe dirigi meu olhar mortal. Fui para a cozinha e fiz um chocolate quente. Enquanto estava tomando-o e olhando pela janela, eu pensei em tudo o que estava acontecendo e me toquei de que não havia indício nenhum de que eu não fosse a única idiota quase apaixonada da história. Ele perguntou de mim algumas vezes, mas e daí? Como ele havia dito, eu era a irmã do melhor amigo dele. E só. E mais uma vez optei pelo caminho mais fácil, deixar as coisas como estavam, ele era meu chefe e isso era só.

—Pare de pensar nisso, Gina! - Disse para mim mesma e me virei, indo para o meu quarto.

O resto da semana eu segui esse método, e deu certo. Não o tratei friamente, mas mantive nosso contato estritamente profissional e tratei de negar delicadamente todos os seus convites para almoçarmos juntos. E quando a tarde de sexta feira chegou eu respirei aliviada, afinal teria dois dias de paz. Agora só faltava inventar a desculpa perfeita para me isolar no fim de semana.

Fui para a faculdade como sempre e não tive grandes novidades, mas descobri que não precisaria de uma desculpa já que havia um trabalho para entregar e marcamos de fazê-lo amanhã na biblioteca do campus. Só havia um fato que me incomodava: Dino estava cada vez mais convicto de que eu iria voltar com ele. Não é que eu estivesse com raiva ou me fazendo de difícil, o problema era que ele havia se tornado indiferente e não entendia isso.

Cheguei em casa animada e Ron já estava dormindo. Vesti meu pijama curto de sempre, o short de hoje mal cobria todo meu bumbum, e fui para a cozinha comer qualquer coisa, depois me sentei na sala para ver se tinha alguma coisa boa na televisão e umas duas horas depois que havia chegado resolvi me deitar. Ron iria jogar futebol nesse sábado, então eu poderia dormir até a hora que quisesse.

E para o meu total desagrado, a noite tranqüila que eu com certeza teria tido em outros tempos foi invadida pelo primeiro sonho que eu tive com aquele intruso do meu chefe. Não foi nada muito depravado, mas o jeito que ele me segurava foi o suficiente para me fazer acordar e não conseguir mais dormir, de tão molhada. E o dia que eu havia planejado para dormir até tarde, me viu levantar às dez e quarenta e sete da manhã e ir direto para a cozinha tomar uma água gelada para tentar aplacar aquele fogo todo.

No caminho peguei o telefone e liguei para Hermione.

—Alô. - A voz conhecida me disse.

—Bom dia, Mione..

E antes que eu terminasse meus cumprimentos ela me interrompeu:

—Você está doente? - Perguntou visivelmente preocupada.

—Não, por que? - Perguntei em dúvida.

—E por que já acordou? - Incrivelmente não havia nenhum tom de gozação naquela frase, só pura e simples preocupação.

—Aaai, porque eu passei a noite inteira sonhando com o gostoso filho da puta do seu irmão! - Falei entre irritada e chorosa.

Hermione, como era de se esperar começou a rir.

—Você só vai rir? - Perguntei irritada.

—Amiga, quer que eu fale o que? - Perguntou como se fosse óbvio. -Para estar me ligando com essa indignação toda deve estar ai toda excitada e batendo o pé igual uma criança mimada.

Eu olhei para mim nesse momento, e curiosamente estava exatamente assim.

—Ai, Hermione, pára com isso. - Falei mudando de posição e parando de bater o pé. - Seu irmão não tinha o direito de chegar bagunçando minha vida assim. Você tem noção de como é ficar com ele dentro de uma sala, só nós dois, o dia inteiro?

—Eu posso imaginar. - Falou rindo.

—Já que você não vai me ajudar, tchau. - Falei bufando.

—Mas não vou te ajudar mesmo, Deus me livre. Você é até bonitinha, mas eu gosto de homem. - Falou rindo.

Eu até tentei me manter séria, mas foi impossível, então ri com ela.

—Idiota, tchau! - Falei ainda rindo.

—Tchau, Gi. - E desligamos.

Voltei para a sala com meu copo de agua, decidi tentar dormir de novo no sofá.

POV Rony

Na segunda feira quando Gina chegou em casa eu já havia me preparado para a guerra que ela faria por não temos contado a ela que Harry seria seu novo chefe, ao invés disso ela apenas me dirigiu aquele típico olhar mortal, me deu boa noite e foi dormir. Eu esperei que ela fechasse a porta antes de rir e voltar a assistir o filme que estava passando na TV.

Com Harry foi quase a mesma coisa, mas ele verbalizou sua incredulidade. Não que fosse a coisa mais legal do mundo ver que seu melhor amigo estava louco para pegar sua irmã, e que ela queria muito ser pega por ele, mas tirando todo o ciúmes por trás disso, eu tinha que admitir que Harry era um cara merecedor dela, totalmente diferente desse tal de Dino.

Eu e Mione havíamos combinado de não contar as reações de um para o outro, deixar que eles se entendessem sozinhos, e estava sendo até que divertido. Gina vinha fugindo de nossos fins de semana juntos, e eu não insistia para que ela aparecesse porque isso ia acabar acontecendo uma hora ou outra. Em contrapartida Harry morria de vontade de perguntar por ela, e eu só falava alguma coisa depois que ele perguntava.

A semana para mim foi tranqüila, no trabalho nenhuma novidade, só os mesmos problemas de sempre. Não tive muito tempo de ver Hermione desde domingo, quando saímos juntos, - e devo salientar que passamos um dia extremamente prazeroso - mas conseguimos almoçar juntos na quinta-feira e eu a visitei ontem a noite e mesmo não tendo tomado nosso banho juntos porque Harry já havia chegado em casa, era sempre muito bom vê-la, mesmo estando de roupas.

Eu e meu cunhado havíamos marcado de jogar futebol juntos hoje, então oito da manhã eu estava na frente do seu prédio ligando para que ele se apressasse. Eu jogava regularmente, mas meu cunhado era um sedentário, então às dez e quinze, exatamente uma hora e quarenta e cinco minutos depois que chegamos na quadra, estávamos entrando no carro para ir embora, antes que ele enfartasse ou tivesse uma parada respiratória.

—Cara, você é muito mole! - Falei calmamente enquanto o viadinho andava ofegante atrás de mim. Apertei o botão do alarme e destravei as portas.

—Se quiser eu posso deixar duro pra você. - Foi a única coisa que ele pronunciou antes de se sentar ao meu lado e enxugar o suou com a camiseta que estava pendurada no ombro.

—Não, obrigado. - Respondi com cara de nojo.

Eu ri e saímos de lá. Era aproximadamente meia hora até minha casa, mas dirigi tranquilamente, afinal Gina com certeza ainda estaria dormindo quando chegássemos. Harry não era de ficar quieto comigo e hoje ele estava inquieto, eu sabia que ele queria dizer algo e não sabia como. E eu já sabia qual era o assunto, então dei uma forcinha.

—Fala logo, viadinho. - Disse sem olhá-lo.

—Falar o que? - Me perguntou assustado.

—O que você ta ai se retorcendo pra dizer. - Paramos em um semáforo e eu o olhei. - Hermione faz a mesma coisa quando quer falar alguma coisa e não sabe como.

Ele riu nervoso e virou para o outro lado. Só quando voltamos a andar e eu parei de olhá-lo foi que ele se pronunciou.

—Cara, antes jura que não vai me matar. - Falou tentando não demonstrar nervosismo.

—Não vou jurar nada. - Respondi segurando o riso. - Fala logo.

Ele se mexeu mais um pouco no banco e falou rápido, antes de perdesse a coragem.

—Eu to afim da sua irmã. - Olhou pela janela assim que falou.

—Ta afim da minha irmã? - Repeti lentamente sem olhá-lo.

—Ahan. - Ele confirmou se virando para mim.

Respirei fundo assim que paramos em outro semáforo e me virei para ele, que me olhava ansioso.

—Tá bom. - Falei e ele respirou aliviado. - Mas eu não vou ajudar em nada.

Eu ri quando ele me olhou incrédulo e olhei para frente voltando a andar quando o sinal ficou verde.

—E nem vem com essa cara, você chega me falando que ta afim da minha irmã e quer que além de não fazer nada que eu chegue em casa e vá fazer sua propaganda de bom moço?

—Era o mínimo, afinal faz quatro anos e o senhor ta comendo a minha irmã e eu nunca falei nada. - Me falou e eu ri.

—A diferença, mané, é que eu não “to afim” da sua irmã. - Olhei para ele antes de continuar. - Eu amo a sua irmã.

Ele não falou nada e eu prossegui.

—Já falei, não sou contra, mas não vou ajudar em nada. E Hermione também não, pode ter certeza. - Ele me olhou conformado e eu prossegui. - Se vira se tiver tão afim assim.

Eu ri, ele permaneceu sério e poucos minutos depois entramos na garagem do meu apartamento.


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Notas finais do capítulo

Preciso dizer que a coisa está começando a ficar boa?
ahahaha
Próximo capítulo no fim de semana, pessoal!
Adoraria saber se vocês acham que devo melhorar em algo, ou essas coisas.
Obrigada a todos que comentam, é muito legal ver que apreciam meu trabalho.
Espero que continuem gostando.
Beijinhos.