POV Rony

Assim que a porta se fechou e ela entendeu que de fato Harry não estaria aqui como o cãozinho treinado à espera do dono, recomeçou a chorar. E Mione se irritou.

—Pelo amor de Deus! - Minha noiva gritou. - O que você esperava, garota? Você queria um namorado ou um cachorro fiel? Agora não me venha com essa merda de frescura porque você sabe muito bem que é tudo culpa sua!

Ela não falou nada, só abaixou a cabeça e chorou mais.

—Calma, amor. - Pedi e puxei Hermione pela cintura para que se sentasse ao meu lado, depois me virei para a moça à nossa frente. - Se acalme, Cho. Temos que resolver essa situação.

Ela balançou afirmativamente a cabeça e me olhou.

—Primeiro, você chamou minha irmã de vagabundazinha aproveitadora e ela não é isso. - Ela olhou para as próprias mãos novamente e minha noiva bufou ao meu lado. - Segundo, você consegue perceber que o que você fez não tem sentido? Faz mais de seis meses que vocês nem se falam!

—Mas ele me amava tanto. - Ela falou, como se isso explicasse tudo.

—Há! - Hermione se manifestou de novo. - Não amava não, ele podia estar fascinado, encantado por você, mas não te amava Cho. - Quando a japonesa à nossa frente tentou falar, minha noiva a interrompeu. - E vamos combinar que nem você gosta dele tanto assim. Me conta, o que não deu certo nos seus planos perfeitos pra você correr pro Harry de novo? - Perguntou acidamente.

Cho apenas olhou para as próprias mãos outra vez, agora sem chorar, mas com o semblante bem triste, decepcionado.

—Eu me arrependi, só isso. - Ela falou sem nos olhar. - Quando ele me propôs largar tudo e vir com ele eu estava fazendo uma coisa que gostava, estava num lugar onde gostava e achei que ele era um namoradinho qualquer e que logo eu arrumaria outro, mas não foi. Nunca me passou pela cabeça que ele me substituiria tão rápido, muito menos por uma...

—Por uma o que, garota? - Hermione perguntou cruzando os braços. - A única coisa que me passa pela cabeça e que pode completar essa frase decentemente é por uma pessoa com muito mais bom senso que você.

Esperei Hermione terminar de falar sem a interromper, já que não adiantaria.

—Vamos parar com essa de agredir minha irmã, ok? - Pedi não tão delicado como antes. - Você que faz a merda de abandonar um cara legal que gosta de você e agora quer taxar a minha irmã de qualquer coisa porque eles se apaixonaram? Eu to tentando te ajudar, então você vai ter que cooperar também.

Ela me olhou impassível, com os olhos cheios de lágrimas, mas não falou mais nada, e nem se desculpou.

—Você vai ter que arranjar um hotel. Não dá pra você ficar aqui. - Ela assentiu.

—Mas não conheço nada de Londres, nunca havia vindo para cá antes.

—Se quiser, pode usar meu computador para encontrar um, depois a gente chama um táxi e você vai. - Decidi e ela assentiu novamente. - Você tem dinheiro?

Ela me olhou com uma cara de “claro que sim” e assentiu novamente.

—Bom, isso ajuda. - Conclui. - E você vai ficar morando aqui ou voltar pra casa?

—Não sei. - Respondeu meio perdida.

—Cho, sejamos sensatas. - Mione se manifestou um pouco mais calma. - O que você vai fazer aqui?

Ela esperou por uma resposta que não veio, então continuou.

—Volte para os Estados Unidos, transforme isso numa viagem de férias e conte para todo mundo que só veio conhecer o Big Ben. Isso foi loucura, garota, agora que você já sabe que no mundo real as pessoas seguem em frente quando a namoradinha da faculdade te larga, vá viver sua vida.

Cho a fuzilou com o olhar, e antes que isso virasse outra briga eu me levantei, assustando as duas, e voltei meio minuto depois com o notebook, já ligado, e o entreguei para ela.

—Tome, procure um lugar para ficar e depois ligue para ver se tem vaga. - Entreguei o notebook a ela e me sentei novamente ao lado de Hermione.

Alguns minutos depois ela pediu para usar o telefone, confirmou sua reserva e pediu o telefone emprestado para ligar para o taxi. Incontáveis quarenta minutos depois ela saía da minha casa com um diminuto e pouco convincente pedido de desculpas e arrastando aquela mala enorme. Assim que eu fechei a porta, olhei para Hermione e caímos na risada.

—Se alguém me contasse, eu não acreditaria em tanto descontrole! - Ela falou assim que me sentei ao seu lado e ela me abraçou.

—Dá para acreditar? Só o idiota do Harry pra arrumar essas coisas pra vida dele, mesmo! - Confirmei também rindo e a abraçando mais. - Até hoje eu me lembro daquela louca com quem ele teve um caso na época da faculdade. Pelo menos daquela vez ele teve o bom senso de pedi-la em namoro.

Ela gargalhou quando eu disse isso, mas logo voltou a ficar séria.

—Onde será que eles estão? - Perguntou séria.

—Acho que foram para a nossa casa, não sei. Só espero que minha irmã esteja bem. - Respondi também preocupado.

—Ela está bem sim, com certeza. - Falou me acalmando. - Se bem o conheço, Harry deve estar lá, todo bobo fazendo o que ela quer.

—Seu irmão é um bobo, amor. - Falei e ela riu. - Pelo menos com ela é.

—Ele não é bobo, ele está apaixonado. Igual a mim. - Falou se aconchegando em meu peito. - Deve ser mal da família Potter isso. - Finalizou rindo.

—E deve ser mal da família Weasley amar tanto assim os Potters. - Dei um beijo em seu rosto assim que terminei minha frase.

—Então quer dizer que esse Weasley aí ama tanto assim a Potter aqui, é? - Provocou já sentando-se em meu colo.

—Amo sim, amo muito! - Confirmei já beijando sua boca para começar o que seria, com certeza, um resto de manhã muito bem aproveitado.