POV Harry

—Acorda mano, vai começar o segundo tempo. - Ouvi logo após sentir algo macio, que eu classifiquei como almofada, bater no meu rosto.

—Deixa eu dormir, véi! - Reclamei e ele riu.

—Não dormiu a noite não? - Perguntou brincando.

—Dormi, mas dormi pouco. - Respondi enquanto jogava a almofada de volta nele. - Ontem saímos para comemorar o novo cargo da sua irmã e...

—Ok, pare por ai! - Me cortou.

Eu ri da sua cara de ciúmes e olhei para a televisão por um tempo, depois para o relógio: fazia duas horas e meia que as duas haviam saído. Quando eu e o Ron nos conhecemos conversávamos sobre tudo, inclusive nossa vida sexual. Não que a minha fosse muito agitada, mas naquela época eu tinha uma amiga na faculdade que dormia comigo às vezes, sem compromisso. Aliás, foi a única pessoa com quem eu só fiz sexo: as outras três mulheres que passaram pela minha cama foram minha primeira namorada, minha ex namorada e minha atual namorada.

Rony já era outro caso, ele tinha uma vida “noturna” mais dinâmica, e esse foi um dos motivos de eu ficar puto quando ele resolveu dar em cima da Hermione. Desde quando começaram a namorar, a única vida sexual que discutimos era a minha, porque eu não queria saber de nada que envolvesse minha linda irmãzinha sem roupa e agora eu estava namorando a linda irmãzinha dele, o que indiretamente significa que não conversaríamos mais sobre sexo. O que era extremamente errado, porque falar de sexo faz tanto parte da vida de um homem quanto falar de futebol.

—Ronald. - Chamei me sentando no sofá e ele me olhou. - Nós nunca mais vamos falar de sexo?

—Mas por que você quer falar de sexo comigo? - Perguntou confuso.

—Seu idiota, não quero tirar dúvidas com você! - Esclareci e ele riu. - Só conversar, igual fazíamos antes.

—É, sei lá. - Falou pensativo. - Não é legal saber que você está fazendo isso com a minha irmã.

—Mas isso você já sabe. - Respondi e ele me jogou a almofada novamente. - E você está fazendo com a minha há anos, então isso anula a culpa.

—É diferente, já disse isso pra você uma vez, acho que vou ter que desenhar. - Falou irônico enquanto se sentava também. - Eu amo a sua irmã. - Enquanto dizia fez um coração com as mãos.

—Que gay, cara! - Falei com cara de nojo apontado para suas mãos unidas e em seguida comecei a rir.

—O que é bem diferente de estar afim da minha irmã. - Continuou me ignorando e ao terminar riu também.

—Estávamos falando de sexo, não de sentimento. Mas já que você puxou o assunto, quem te garante que eu só estou afim da sua irmã? - Perguntei me deitando novamente.

—Você me disse que estava afim dela. - Respondeu fazendo o mesmo.

—Mas isso já faz quase dois meses. Se bem me lembro quando você estava afim de alguém caia fora depois que conseguia levar pra cama, não era? - Ele me lançou um olhar mortal. - Eu ainda estou aqui, seu idiota. - Joguei de volta a almofada nele.

—Espero que isso signifique o que eu acho que significa! - Me olhou entre divertido e ameaçador antes de pegar a almofada que joguei e colocá-la embaixo das suas pernas.

—Pois é, acho que significa. Mas e ai, como ficam nossos papos de homem a partir de agora?

Ele ficou pensativo por alguns segundos.

—Vamos tentar não citar nomes, ok? - Decretou por fim.

—Essa tem que ser a regra numero um! - Concordei imediatamente. - Eu tinha que contar pra alguém que a sua irmã, quer dizer, a minha namorada é a criatura mais insaciável que eu conheci na minha vida.

—Sério? Com aquela cara de anjinho que ela tem? - Ele comentou normalmente, para minha surpresa.

—Sim, eu também me surpreendi. - Comentei e ficamos em silêncio por alguns segundos.

—Há anos que eu quero contar pra alguém, também, que a minha namorada faz o melhor sexo oral do mundo. Sério, já pensei até em perguntar como ela aprendeu a chupar tão bem, mas depois desisti de saber a resposta. - Meu cunhado comentou.

—Ok, isso foi constrangedor! - Falei e nós rimos. - E eu acho que nunca na minha vida conheci uma pessoa tão gostosa como a sua irmã, eu não sei se você já a viu sem roupa, mas aquele corpão inteiro é todo durinho, muito boa.

—Vamos evitar também a expressão “sua irmã”. - Sugeriu e eu concordei. - E respondendo, eu já a vi de calcinha e sutiã, sem nada eu acho que não, pelo menos não me lembro. Mas não fiquei reparando se ela é toda durinha ou não, pra mim ainda é uma criança. - Exagerou e nós rimos.

—Mesmo com aqueles peitões? - Perguntei divertido.

—Sim. Não ligo muito pra peito, sempre preferi bunda. Sua irmã manda bem nessa parte. - Provocou rindo.

—A sua também. - Respondi à altura e ri com ele. - Mas a Hermione sempre teve bundão, desde criança. Fazia o maior sucesso na escola e eu queria matar meus amigos.

—Eu não sei como foi com a Gi porque nossa diferença de idade é muito grande e eu nunca estudei com ela, mas quando ela trouxe o primeiro namorado em casa, um tal de Corney, eu quis matá-lo porque ele passava o tempo todo olhando para os decotes que ela usava.

—Esse foi o único namorado que ela teve em Ashford? - Perguntei instantaneamente mais curioso.

—Foi o único que ela levou em casa, mas eu sei que ela teve vários namoradinhos na escola e lá por onde a gente morava. - Me respondeu calmamente, olhando para o jogo, que já estava no final.

Assim que ficamos quietos a porta se abriu e por ela passaram minha irmã e Gina, carregando algumas sacolas e rindo abertamente uma para a outra. Minha namorada estava linda, totalmente relaxada e sem nenhuma preocupação, com as pernas a mostra e um decote comportado, mas mesmo assim muito tentadora até para mim. Elas entraram de repente e eu ainda estava digerindo o fato de que ela teve vários namorados, morrendo de ciúmes de todo mundo que encostou naquele corpinho que eu possessivamente chamava de meu.

—Olá amor. - Me cumprimentou sentando-se ao meu lado. - O que foi? - Perguntou com a expressão franzida e me olhando preocupada.

—Nada. - Menti descaradamente. - Como foi o passeio?

—Foi bom, obrigada. Vou guardar minhas coisas, vem aqui comigo. - Convidou já segurando minha mão e arrastando-me para o seu quarto, aparentemente esquecida de que eu supostamente tinha alguma coisa.

Fechei a porta assim que entramos e me deitei em sua cama. Ela tirou os sapatos, a bolsa, e abriu uma das sacolas para me mostrar um vestido estampado com flores azuis.

—Olha que lindo amor! - Exclamou empolgada me mostrando a peça.

—Muito bonito mesmo, vai ficar bom em você. - Respondi observando atentamente enquanto

ela tirava a roupa que estava usando e experimentava o vestido novo na minha frente. - Você vai mesmo ficar se despindo pra mim? Nossos irmãos estão ali fora e você não é muito silenciosa. -Comentei em tom divertido e observei suas bochechas ficarem totalmente vermelhinhas.

—Estou experimentando minha roupa nova, controle esses seus hormônios de adolescente. - Falou com ar de superioridade e eu ri. - Ficou bom? - Se virou de frente para que eu a visse melhor.

—Ficou ótimo. - Respondi sinceramente e admirando-a.

Não fazia sentido ter ciúmes do passado dela, e alem disso ela não me parecia ser o tipo de pessoa que tem um namorado por semana e dorme com todos eles. O que realmente importava era que estávamos juntos agora e nos respeitávamos. E que eu estava totalmente apaixonado por ela.

—Você almoçou? - Me perguntou já vestindo uma camiseta um pouco larga e um micro short.

—Comi qualquer coisa com o Ron, mas não estou com fome. - Respondo abraçando-a pela cintura e fazendo-a deitar-se ao meu lado.

—Vamos dormir um pouquinho? - Pediu manhosa e já se acomodando de costas para mim, na posição que sempre dormíamos juntos.

—Vamos. - Me acomodei atrás dela e fiquei alguns minutos em silêncio. - Gi? - Chamei baixinho.

—Uhn. - Respondeu um pouco sonolenta.

—Você teve muitos namorados? - Perguntei agradecendo mentalmente por ela não estar vendo minha cara de constrangimento.

—Alguns. - Respondeu depois de um tempo. - E você? - Perguntou com a voz um tanto insegura.

—Duas namoradas sérias. - Respondi sinceramente. - E eu vou querer saber quanto é alguns? - Perguntei tentando soar divertido e ela riu baixinho.

—Contando todos os meus namorinhos de escola deve ter sido uns cinco ou seis, mas só levei uma pessoa em casa até hoje. - Respondeu tranquila. - E já teria levado a segunda se meus pais morassem mais perto daqui.

Eu a apertei mais contra meu corpo e sorri como bobo enquanto cheirava seus cabelos, não foi preciso falar mais nada depois disso. A princípio eu não estava sentindo nada de sono, mas o som da sua respiração regular e tranquila me fez dormir um pouco. Acordei não sei quanto tempo depois ouvindo leves batidinhas na porta do quarto, o que me fez ter certeza que era Hermione, porque Ronald nunca seria tão delicado assim.

—Entra. - Murmurei ainda sonolento.

A porta se abriu e minha irmã colocou apenas a cabeça para dentro do quarto, antes de sussurrar.

—Já estou indo embora, você vai ficar?

—Que horas são? - Perguntei no mesmo tom.

—Quase nove da noite.

—Já estou indo, me espera? - Pedi e ela apenas acenou que sim antes de fechar a porta novamente.

Devagar para não acordar minha namorada eu me levantei, coloquei novamente meu sapato, dei um beijo em seu rosto e saí, fechando a porta atrás de mim.

—Está hibernando? - Ron perguntou e eu sabia que estava se referindo a Gina.

—Sim. Nem se mexeu quando eu levantei. - Respondi e nós rimos. - Vamos, Mi?

—Vamos. Tchau amor.- Deu um beijo no namorado e me acompanhou.

—Falou, Ron. - Me despedi. - Está de carro? - Perguntei para minha irmã quando entramos no elevador.

—Não, deixei em casa.

Descemos juntos até a garagem onde eu havia estacionado meu veículo e fomos para casa conversando. Hermione me contando as poucas novidades do seu trabalho enquanto eu fazia o mesmo.