Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Só Ron e Hermione dessa vez.
Enjoy



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POV Rony

Depois que Gina saiu eu comecei a ficar nervoso, mesmo sabendo que já estava tudo muito bem planejado. Liguei para Hermione para confirmar o horário do nosso jantar, me vesti com o traje adequado, que hoje seria um terno preto que ela adorava (eu havia tomado banho enquanto Gina se arrumava), arrumei meus cabelos com um pouco de gel e peguei a caixinha com o anel que eu havia comprado durante a semana.

Fiquei com medo de contar para alguem porque eu certamente demonstraria minha insegurança. E alem disso, depois de quatro anos com ela acho que eu saberia escolher sozinho um anel que ela fosse gostar e deduzir o tamanho do seu dedo. Coloquei a caixinha no bolso, fechei minha casa, peguei o carro e às nove eu estava parado em frente ao seu prédio.

Eu havia pedido para que ela usasse uma roupa formal, porque dessa vez comemoraríamos seu aniversário num lugar de classe e ela levou isso bem a sério quando escolheu um vestido preto grudado em seu corpo e que terminava logo acima dos joelhos e um sapato de salto preto, altíssimo. Estava linda, como sempre.

—Está linda, amor. - Cumprimentei segurando-a pela cintura e colando nossas bocas.

—Você também, bebe. Adoro esse terno. - Me olhou de cima abaixo. - E esse perfume também. - Cheirou meu pescoço me causando um arrepio.

—Vamos? Não podemos nos atrasar. - Convidei e abri a porta do carro para que ela entrasse.

Ela me lançou um olhar confuso, talvez porque não era nada comum eu fazer isso.

—Teve um bom dia, minha linda? - Perguntei segurando o volante apenas com uma mão e com a outra levantei um pouco sua saia e acariciei sua coxa.

—Sim amor. Conversei um pouco com meu irmão e o ajudei a escolher um restaurante mais sofisticado para levar Gina, ele disse que queria jantar com ela em um lugar especial.

—Mas por que? - Perguntei curioso.

—Não sei, deve ser porque eu falei tanto que ela era especial que ele se convenceu. - Ri junto com ela. - Dormi um pouquinho a tarde, porque minha noite foi meio mal dormida. - Me lançou um olhar malicioso e eu pisquei pra ela. - Fiz as unhas, tomei um banho e me arrumei. Gostou da escolha? - Apontou as próprias roupas.

—Prefiro sem nada. - Brinquei e ela riu alto. - Ficou linda, Mi.

—E você fez o que? - Se debruçou sobre mim e afundou o rosto em meu pescoço, sentindo meu perfume.

—Fiquei assistindo TV a tarde. Eu até conversaria com a minha irmã também, mas ela surta quando vai sair com o Harry e passou o dia se arrumando. - Ela riu um pouco. - Tomei um banho demorado pra relaxar, escolhi essa roupa porque você gosta e fui te buscar. Cochilei um pouquinho no sofá também, admito. - Rimos um para o outro.

Ganhei mais alguns beijinhos no pescoço e carinhos discretos na perna até chegarmos próximo ao restaurante.

—Amor, estamos chegando, abaixa sua saia de novo. - Pedi ja sabendo que ela riria.

—Ciumento. - Comentou rindo e se arrumando ao meu lado.

—Sou mesmo, quando se trata de você eu morro de ciumes e vou continuar assim. - Respondi naturalmente.

Parei o carro em frente ao vallet, entreguei as chaves para o manobrista ao meu lado e fiz questão de abrir a porta para que ela saísse, em troca ganhei outro olhar surpreso. Olhei no relógio e já haviam passado cinco minutos do horário da minha reserva, mas isso não nos impediu de conseguir aproveitá-la.

—Nossa amor, que lugar lindo. - Comentou olhando em volta quando já estávamos sentados em nossa mesa.

—Gostou mesmo? - Perguntei segurando suas mãos por cima da mesa e fazendo carinho. - Escolhi porque foi o lugar que mais se aproxima de tudo que você merece.

Ela abriu um sorriso radiante ao me ouvir falar assim.

—E eu mereço o que exatamente, já que esse lugar só se aproxima? - Perguntou entrelaçando nossos dedos e ainda sorrindo pra mim.

—Provavelmente eu nunca saberei definir, porque nesses quatro anos, a cada dia que passa, você mostra merecer mais e mais do que eu te dou. - Parei um pouco para vê-la me olhar daquele jeito apaixonado de sempre. - E é por isso que eu me esforço muito, sabia? Para continuar sendo o cara sortudo e merecedor que tem a chance de acordar com você nos fins de semana, de te ligar todos os dias e de repetir, sem nenhum constrangimento, que eu te amo, demais até, sabendo que a resposta será "eu também".

Seus olhos estavam brilhando como sempre ficam quando eu tenho meus ataques de romantismo, e quando ela abriu a boca para responder o garçom chegou e eu mudei totalmente o foco da conversa. Fazia parte da minha ideia, deixá-la emocionada, se sentindo especial, e sem tempo para responder a nada por enquanto.

Quando ele se afastou levando nossos pedidos eu comecei a falar sobre outros assuntos, como se aquela conversa de antes nem houvesse existido e durante todo o jantar foi assim, minha intensão era fazê-la se surpreender comigo, e eu me desdobrei em criatividade para encontrar assuntos interessantes e que passassem muito longe do assunto "amor".

Quando terminamos de comer nossa sobremesa estávamos os dois rindo de algum assunto engraçado qualquer, e eu a convidei para irmos embora.

—Amor, vamos embora? - Pedi ainda sorridente.

—Vamos. - Confirmou rindo. - Mas vou ao banheiro antes, pede a conta enquanto isso.

A observei levantar-se e ir em direção à porta do banheiro feminino, assim que ela sumiu do meu campo de visão meu celular tocou e apesar de aparecer o número do Harry no identificador, era Gina quem queria falar comigo para avisar que previsivelmente não dormiria em casa hoje, enquanto falava com ela pedi a conta e paguei. A esperei ainda sentado na mesa e assim que ela apareceu me levantei indo ao seu encontro. Saímos do local ainda conversando e rindo, esperamos que meu carro chegasse e entramos novamente. Antes de virar a esquina eu parei de qualquer jeito perto da calçada e me virei abruptamente para ela.

—O que foi? - Me perguntou preocupada.

—Vira de costas por favor. - Pedi ainda sério e ela o fez com a expressão confusa.

Assim que ela se virou peguei a venda que havia trazido para a ocasião e a coloquei sobre seus olhos.

—O que é isso amor? - Perguntou assustada.

—Você não confia em mim? - Ela assentiu com a cabeça. - Não pode tirar até eu mandar, ta?

Ela acenou positivamente e eu sorri imaginando qual seria sua reação daqui a alguns minutos. A ajudei a se arrumar no banco e continuei nosso caminho, dessa vez em um silêncio absoluto, era divertido observá-la inquieta ao meu lado, mas em momento nenhum falei com ela depois que vendei seus olhos, ela também não tentou falar comigo.

Estacionei o carro em frente ao hotel onde passaríamos a noite e fiz um sinal mudo para que deixassem eu abrir a porta para ela. Dei a volta no carro rapidamente e ainda sem falar nada segurei sua mão e a ajudei sair e subir as escadas para o hall. Assim que chegamos à recepção e antes que a recepcionista falasse algo que estragasse meus planos eu me adiantei.

—Ronald Weasley. - Disse fazendo sinal para que ela não falasse nada.

Ganhei um sorriso de compreensão de volta e agradeci com um gesto o cartão magnético que ela me entregou. Abracei uma Hermione insegura pela cintura e entramos nos elevadores que nos levariam a nosso destino.

POV Hermione.

Eu não fazia idéia de onde estava, já que a única coisa que ouvi desde que ele vendou meus olhos foi um confiante "Ronaldo Weasley". Acredito que pelos movimentos isso seja um elevador, mas era difícil dizer com certeza.

Apesar de ter ficado em silêncio em momento algum ele saiu de perto de mim ou soltou minha mão por mais do que alguns segundos. Naturalmente eu não estava com medo, afinal era o Ron ali e eu iria com ele para qualquer lugar, literalmente até de olhos fechados, mas estava ansiosa para saber o que era tudo isso. Tudo bem, sempre comemoramos nossos aniversários de jeitos diferentes, mas essa ideia sempre se limitou a viagens surpresa, e no máximo algumas fantasias eróticas da minha parte, nunca nada parecido com isso.

Não sei precisar quanto tempo depois de ter ficado em pé e parada Ron me puxou delicadamente e eu recomecei a andar. Pela primeira vez desde que descemos do carro ele soltou minha mão e se ausentou por uns dez segundos, nos quais eu fiquei meio perdida mas não saí do lugar. Quando voltou ele me puxou novamente com a mesma delicadeza de antes e eu andei mais alguns metros, para depois ser solta novamente pelo que me pareceu os mesmos dez segundos.

Quando Ron voltou dessa vez, não segurou minha mão nem me puxou para lugar nenhum inicialmente, a primeira coisa que senti foi minha bolsa sendo tirada de mim e o barulho a seguir me fez ter certeza que ele a jogou em algum lugar. Segundos depois suas mãos em minhas costas me guiaram mais alguma passos a frente, até que senti minha barriga encostar em algo que me parecia grades de proteção, e ao mesmo tempo o corpo dele apoiou-se em minhas costas, me passando a segurança de sempre com esse abraço, para em seguida apoiar o queixo no meu ombro.

—Eu te amo. - Foi a primeira coisa que ele me disse, bem próximo ao meu ouvido.

—Eu também te amo, bebe. - Respondi com um sorriso bobo.

—E você é linda, sabia? - Perguntou enquanto acariciava levemente meus braços expostos.

—Você é mais. - Falei sincera, eu sempre achei isso.

Ele riu baixinho e beijou meu pescoço.

—Hoje é um dia especial, sabia? - Perguntou depois de beijar minha bochecha.

—Amor, meu aniversário é só amanhã. - Comentei sem saber o que dizer. Qualquer mulher ja teria entendido suas intenções, e eu me recusava a chorar antes da hora certa.

—Não estou falando do seu aniversário, princesa. Estou falando de nós. - Sua voz estava desprovida do tom zombeteiro de sempre e eu podia jurar que ele estava nervoso. - Estou falando do que eu sinto por você, do quanto eu amo você, do quanto é gostoso fazer amor com você, do tanto que você melhora minha vida, me faz feliz, de como é gostoso acordar com você me apertando como se eu fosse um ursinho de pelúcia.

Eu ri um pouco com essa ultima frase. Sua voz estava séria, sexy, decidida e eu já sentia meus olhos marejados, então não tentei falar nada.

—E pode ser que eu esteja sendo pretensioso, mas eu sinto que você também sente o mesmo que eu, que você gosta disso tanto quanto eu. - Respirou fundo antes de continuar. - E depois de mais de quatro anos com você, não acho que isso vá mudar, porque meu amor por você aumenta cada vez que você ri pra mim, ou briga comigo, quando eu vejo sua foto no meu indicador de chamadas no meio de uma reunião chata e tenho a chance de pedir licença pra atender só pra ouvir você me falando que lançou um filme novo e perguntando se eu não quero ver com você. Meu amor por você aumenta quando você me olha desconfiada, ou quando você me abraça, quando nós gozamos juntos ou quando não conseguimos e eu deixo você terminar primeiro.

Eu estava fazendo uma força descomunal pra segurar as lágrimas empoçadas nos meus olhos.

—Meu amor por você aumenta só de saber todos os dias que você é minha namorada. Mas isso não é mais suficiente pra mim amor, eu não quero mais esperar os fins de semana pra acordar ao lado da mulher da minha vida. - Senti uma de suas mãos me soltando e tateando o bolso de sua calça enquanto a outra desatava lentamente o nó da venda dos meus olhos. - Eu quero acordar com você todos os dias, quero te olhar de manhã e já saber se você está de TPM ou não, quero ser a pessoa pra quem você liga quando quer confirmar se está faltando alguma coisa em casa, eu quero ter filhos com você, Mi, para que eu possa olhar para uma criança tão linda quanto a mãe e saber que nosso amor é forte suficiente pra acordar todas as noites juntos por causa de um bebe e ainda assim termos tempo um para o outro.

Nesse momento o tecido que tampava minha visão caiu e eu me vi parada em uma varanda, provavelmente no ultimo andar de um hotel, e à minha frente, estendendo-se o Big Ben, totalmente iluminado durante à noite, e uma Londres inteira abaixo de nós. Foi impossível impedir que as primeiras lágrimas rolassem.

—Então eu te trouxe aqui no seu ponto turístico predileto, e devo admitir que até hoje não sei porque você gosta tanto desse relógio. - Eu ri um pouco. - Para te perguntar, da maneira que você merece, se você quer se casar comigo. - Finalizou com uma caixinha aberta na minha frente e exibindo um anel lindo, com uma pedra nem pequena e nem enorme, mas de um tamanho exatamente igual ao que eu teria escolhido para mim.

Eu ainda olhei mais algumas vezes para o anel à minha frente, porem sem nenhuma duvida quanto à resposta que eu daria.

—Já posso te olhar? - Perguntei com voz de choro.

—Só se a resposta for sim. - Brincou dando espaço para que eu me virasse de frente para ele.

—Você é perfeito, Ronald Weasley. - Fiz carinho em seu rosto enquanto ele limpava uma lágrima na minha bochecha. - E minha resposta seria sim até se nós estivessemos agora no sofá da sua casa, comendo pizza e usando só um roupão.

Ele riu abertamente para mim.

—Então nesse caso, eu também acho que está na hora de acordar todos os dias com você e de te ligar perguntando o que você quer jantar. Só acho que podemos esperar um pouco mais pelas crianças. - Nós dois rimos.

—Então nesse caso -Ele continuou se afastando um pouco de mim e se ajoelhando à minha frente. - Hermione Jean Potter, você me daria a imensa honra de se casar comigo?

—Eu adoraria me casar com você, Ronald Billius Weasley. - Respondi estendendo minha mão direita para que ele colocasse o anel.

—Chorar não combina muito com você, Srta. Super Independente. - Brincou se levantando e me erguendo em um abraço apertado.

—Hoje combina. - Respondi e o beijei em seguida.

O que aconteceu em seguida é totalmente previsível. Imprevisível foi acordar no dia seguinte com café na cama, um embrulho de presente nas mãos do Ron e um buquê de rosas brancas (minhas preferidas) ao meu lado.

—Eu não sei o que você fez com meu noivo - frisei a ultima palavra - mas gostaria que o tratasse muito bem, onde quer que o tenha deixado trancado.

Ele riu da minha brincadeira antes de se debruçar sobre a bandeja na minha frente e me dar um beijo de bom dia.

—Bom dia, Mi. Feliz aniversário princesa.

—Bom dia amor. - Respondi ao cumprimento. - Obrigada, adorei tudo.

—Mas você ainda nem viu meu presente. - Respondeu me entregando o pacote dourado.

—Já sei que vou adorar, você sempre acerta.

Rasguei a embalagem e tirei de lá de dentro uma caixa também dourada contendo um perfume e um creme, ambos da mesma marca e muito cheirosos. Havia comentando com Ron há uns dias que eu adoraria ganhá-los.

—Perfume? - Apontei para o presente com ar brincalhão. - Nunca te disseram que quando ele acabar meu amor acaba junto?

—Impossível. - Disse com ar presunçoso. - Você me ama demais pra isso.

Nós dois rimos alto.

—Adorei amor, obrigada mesmo. - Pousei a embalagem ao meu lado e comecei a comer meu café da manhã.

—Você merece muito mais que isso.

Sorri para ele tomando um pouco de suco de laranja.

—Já tomou café? - Perguntei oferecendo um pedaço de croissant.

—Ainda não. - Mordeu o que eu oferecia. - Pedi para dois, não acho que você coma tudo isso sozinha.

Tomamos nosso café em meio a risadas, beijos e nossas conversas de sempre. Não resisti a tentação de fazer alguns pequenos planos para nosso casamento, como por exemplo onde nos casaríamos e a possível data, meu noivo só ria e falava que o que eu quisesse estaria perfeito para ele.

 


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Notas finais do capítulo

Bom dia amores! (09:19 min.)
Adoro essa versão romântica do Rony, acho sexy! ahahaha
Não vou me estender muito porque estou com um pouquinho de pressa (essa hora, em plena quinta feira é fácil imaginar onde estou, né?! ahahah)
Espero que tenham gostado.
Comentem, recomendem, opinem!
Beijinhos e até o próximo.