Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Tenho o prazer de anunciar a publicação da minha primeira One Shot: Sectumsempra.
http://fanfiction.com.br/historia/295768/Sectumsempra_-_One_Shot/
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/231967/chapter/31

POV Hermione

Faltavam aproximadamente quarenta minutos para sair do trabalho na sexta quando recebo um pedido um tanto inusitado do Harry. Não foi necessário pensar muito para entender que ele certamente não ficaria sozinho essa noite, e que meu namorado ia dar um chilique! Eu ri sozinha ao imaginar a cara do Ron quando eu contasse para ele que Gina provavelmente não dormiria em casa hoje.

No caminho liguei para o Ron e disse que ia para sua casa, ele nem questionou e disse que estaria lá em meia hora. Cheguei antes dele, guardei meu carro na garagem como sempre, e entrei com a minha chave. Deixei minha bolsa no sofá e pensei em responder a mensagem de Harry, mas achei meio inconveniente no momento.

Só esperava sinceramente que no final isso não fosse só sexo para os dois, me agradava a idéia de Gina fazer parte da família, ela e Harry juntos. De certa forma os dois combinavam, mesmo aparentemente isso não sendo verdade quando se comparava a fisionomia séria dele dentro de uma roupa social durante uma reunião e as indecisões de Gina diante de cinco cores diferentes de esmalte.

—Pensativa. - A voz repentina vindo da porta me assustou.

—Que susto amor. - O chamei para que se sentasse ao meu lado.

Assim que ele sentou-se de costas para mim comecei a massagear seus ombros enquanto ele tirava a camisa.

—Teve um bom dia? - Perguntei dando um beijo em seu pescoço.

—Tive, foi bem tranqüilo hoje. E você? - Encostou-se em meu peito e me deu um beijo na bochecha.

—Também. Nenhuma novidade.

—Que horas temos que ir buscar o Harry? - Me perguntou de olhos fechados.

Segurei o riso.

—Não precisaremos ir, ele já chegou. - Aos meus ouvidos pelo menos minha voz soou normal.

Ele ficou pensativo antes de responder.

—E você não está lá com ele. - Foi mais uma afirmação que uma pergunta.

—Não.

—Imagino que Gina não vá à aula hoje, não é?

—Acho que não. - Confirmei.

Esperei que ele expressasse sua indignação, ao contrário disso ele só respirou fundo e me encarou.

—Mi, espero que o Harry ainda seja a mesma pessoa que eu conheci antes de ir morar nos EUA, porque a minha irmã gosta dele.

—Ele também gosta dela, amor. Eu conheço o Harry, ele não se envolve tanto quando não quer realmente.

—Ela vai dormir em casa hoje? - Me perguntou com a mesma expressão indecifrável que Gina fazia.

—Acho que não.

—Bom. - Deu de ombros antes de continuar. - Não devemos ver o lado bom das coisas não é? Pelo menos temos a casa só pra nós. - Terminou rindo e já me puxando para seu colo.

Nosso relacionamento já havia passado do estágio onde tudo se resumia e acabava em sexo, embora tenhamos uma vida sexual muito interessante, e nosso tempo juntos e sozinhos hoje era muito mais aproveitado com conversas mais intimas, carinhos, romance, palavras bonitinhas e

brincadeiras que só nós entenderíamos.

Namoramos um pouco em sua cama e depois fomos nos deitar na sala para assistir um filme que eu havia alugado no caminho para cá. Não pedimos comida hoje, eu quis fazer nosso jantar porque era sempre divertido quando nos aventurávamos na cozinha e abrimos um vinho para acompanhar nosso macarrão (que ficou um pouquinho grudento).

Estávamos sentados no sofá, já havíamos comido e cada um tinha uma taça na mão quando o celular dele tocou e eu vi o nome “Gi” brilhando no identificador de chamadas. No fundo eu sei que ele só tinha ciúmes dela, mas que também estava gostando da idéia de que fosse Harry o cara que passaria os fins de semana a sós com a irmãzinha dele.

—Ela não tem nada mais interessante pra fazer do que me ligar, não? - Brincou antes de atender. - Oi Gi.

Não estava perto o suficiente para entender o que ela dizia, mas Ron respondeu segundos depois.

—Tá bom, te vejo amanhã. Devo dizer “divirta-se”? - Perguntou com uma careta e eu ri, no fim ele estava rindo também. - Até amanhã, beijos.

Desligou o celular e o colocou na mesa em nossa frente.

—Não vai dormir em casa hoje.

—Já era de se esperar. - Comentei me aproximando mais dele. - Isso tem um lado bom.

—E qual é? - Seus olhos já emitiam aquele toque especial de maldade que eu adorava.

—Teremos muito mais tempo juntos nos nossos fins de semana, com certeza. - Me sentei em seu colo.

—Pensando bem não é totalmente desesperador. - Respondeu e nós rimos.

No outro dia acordamos no mesmo horário de sempre, por volta das nove da manhã, embolados no sofá da sala e sem roupa. Havia um bom tempo que não fazíamos isso, e a sensação de se sentir um adolescente fazendo algo errado era boa. Ron ainda dormia agarrado em mim e eu o acordei para tomarmos café.

Depois de um banho juntinhos decidimos comer em uma padaria que havia aqui perto. Não fomos de carro porque raramente tínhamos a oportunidade de caminhar juntos, e quando voltamos para casa já era quase meio dia. Ron achou que eles já estariam aqui quando voltássemos, mas tudo permanecia no mais absoluto silêncio.

—Aquele nerd remelento seqüestrou minha irmã? - Eu ri da alusão ao apelido que Gina tinha dado a ele.

—Amor, você sabe muito bem o tanto que sua irmã dorme. Acha mesmo que ela vai acordar cedo

justo hoje? - Ele só me olhou com uma careta de desaprovação e eu ri.

Já havíamos assistido televisão, namorado um pouco e almoçado quando a porta se abriu e por ela passaram meu irmão e minha cunhada, de mãos dadas, sorrindo totalmente bobos um para o outro e ambos com os cabelos molhados. Rony os olhou com cara de pouco caso e voltou a assistir TV segurando o riso, provavelmente pensando a mesma coisa que eu: Gina não era a única adolescente boba apaixonada daquela relação.

POV Harry

Acordei no sábado com ela agarrada em mim, em um sono profundo. Olhei no relógio e eram dez horas, certamente ela não acordaria tão cedo já que parecia um urso hibernando. Me afastei um pouco e a observei dormir: a expressão serena, como se nada a preocupasse, os lábios entreabertos e os cabelos vermelhos espalhados pelo meu travesseiro branco: totalmente linda.

Depois de observá-la um tempo considerável me levantei (ela resmungou um pouco quando eu saí e puxou meu travesseiro, agarrando-o), dei uma olhadinha no seu corpo lindo e sem roupas, vesti minha cueca branca que havia sido tirada antes de dormirmos e fui até o banheiro, logo em seguida até a sala onde ainda havia toda a bagunça da noite anterior e peguei em minha mala o presente que havia comprado para ela em Paris.

Assim que consegui achá-lo desamassei um pouquinho a embalagem que estava sendo destruída pelas minhas roupas e o deixei em cima do sofá. Vesti minha calça de moletom, uma camiseta e um tênis e desci correndo até a padaria do outro lado da rua para procurar algumas coisas que eu sabia que ela gostava de comer de manhã. Aproveitei que já estava na rua e comprei também uma rosa vermelha de um senhor que coincidentemente estava passando.

Quando voltei fiz café, coloquei tudo em uma bandeja, tirei a camiseta e o tênis e levei ao quarto. Quando entrei ela não havia nem se mexido, o que foi bom a princípio. Deixei a bandeja, já com a flor estrategicamente posicionada, em cima da minha cômoda e voltei até a sala para pegar seu presente. Olhei no relógio e era quase onze horas, entrei no quarto com a embalagem quase perfeita e me sentei ao seu lado, esperando que ela pelo menos se mexesse.

Quase vinte minutos depois ela estava na mesma posição e eu não consegui mais agüentar a ansiedade. Antes de decidir acordá-la ponderei se café na cama e uma flor seriam suficientes para aplacar seu mau humor matinal do qual Hermione sempre falava. Resolvi tentar e me debrucei sobre ela, afastando seu cabelo para trás e beijando sua bochecha.

—Gi. - Sussurrei em seu ouvido.

Cinco minutos depois eu estava observando, felicíssimo, sua cara de sono enquanto esfregava os olhos igual uma criança e se sentando na cama toda emburrada enquanto ajeitava o lençol para que não deixasse seus seios a mostra. Será que ela aceitaria dormir comigo hoje de novo? Queria vê-la assim amanhã novamente.

—Bom dia, amor. - Falei sorridente.

Ela só me olhou brava e não disse nada. Eu quis rir, mas ao contrário disso só puxei a bandeja para perto e a coloquei em seu colo.

—Fiz café pra você. - Comentei enquanto entregava a ela.

Eu caracterizaria como milagroso o sorriso enorme que ela abriu ao ver a flor vermelha ali, para depois pegá-la e cheirá-la carinhosamente (pra mim as rosas nunca tiveram cheiro de nada). Instantaneamente toda sua cara de brava se foi, e ela pareceu querer vir até mim, mas recuou.

—Bom dia, amor. - Me respondeu radiante. - Obrigada, é linda.

“E milagrosa!”, pensei.

—Depois que escovar os dentes te dou um beijo de agradecimento.

Segurei seu rosto entre as mãos e colei minha boca na dela demoradamente.

—Pára de frescura. - Falei brincando e nós rimos.

Eu também não tinha comido nada, então tomei café junto com ela. Não conversamos enquanto comíamos, mas sempre dávamos um jeito de chamar a atenção um do outro, seja fazendo um carinho de vez em quando ou eu roubando beijos dela a força. Quando terminamos de comer ela me pediu licença e foi até o banheiro, caminhando totalmente sem roupa na minha frente, o que me animou bastante, devo dizer.

Coloquei a bandeja de novo em cima da minha cômoda, peguei o pacote dourado com uma fita rosa que eu havia deixado em cima da minha cadeira e me deitei de novo esperando que ela voltasse. Fiquei ajeitando o laço mal feito que eu havia dado na sala enquanto isso. Alguns minutos depois a porta do banheiro se abriu e ela saiu de lá usando meu roupão.

—Peguei emprestado. - Falou sorrindo.

—Abusada. - Ela riu e eu a chamei para sentar-se ao meu lado. - Ficou meio grande em você. - Comentei vendo-a andar até minha cama.

—Também achei. Você deveria comprar um menor. - Ri da naturalidade dela.

Enquanto ela ria peguei o pacote ao lado da minha cama e entreguei.

—Comprei uma lembrancinha pra você em Paris

Definitivamente o preço não era de lembrancinha, mas eu quis ser modesto. Suas bochechas ficaram coradas quando ela pegou o pacote das minhas mãos.

—Não precisava ter se incomodado, Harry.

—Claro que precisava. Tudo lá lembrava você, seria pecado não trazer nada. - Ela estava desatando o laço e sorriu lindamente para mim.

Esperei que ela terminasse de abrir e puxasse a bolsa de lá de dentro. A cena que se seguiu foi um tanto engraçada: sua boca se abriu em formato de um “o” perfeito, quase em câmera lenta ela colocou a embalagem ao lado e seus olhos brilharam tanto que por um segundo achei que ela fosse chorar.

—Não sei o que dizer. - Comentou depois de admirá-la de todos os ângulos possíveis.

—Comece me dizendo se gostou. - Brinquei.

—Eu amei! - Colocou-a cuidadosamente ao seu lado e veio até mim. - Muito obrigada, eu adorei. De verdade!

—Não precisa agradecer. Fico feliz que tenha gostado. - Respondi acomodando-a no meu abraço.

Como agradecimento eu ganhei um maravilhoso sexo matinal. Não que só pensasse nisso, é que ficar mais ou menos seis meses sem nos faz querer tirar todo o atraso possível. E aparentemente eu havia encontrado alguém com tanta “fome” quanto eu. Depois de normalizarmos nossas respirações e Gina me ameaçar para que eu nunca mais pensasse em deitar em cima do presente dela de novo, chegamos ao consenso de que deveríamos ir para sua casa logo, ou Rony acharia que eu a seqüestrei.

Entre decidir nos levantar, tomarmos um banho cheio de risadas, beijos, mordidas, carinhos, apalpadas e malícia, achar as roupas dela para que pudesse ir embora vestida, pegar os presentes de Rony e Hermione dentro da minha mala desarrumada e sair de casa já eram quase duas da tarde. Dirigi calmamente até a casa dela e no caminho ela me pediu três vezes se podia abrir o presente da Hermione para olhar, o que eu neguei veementemente chamando-a de curiosa cada vez que insistia.

—Você vai entregar pra ela hoje? - Perguntou ainda querendo abrir a embalagem.

—Vou, por que?

—Entrega amanhã que é aniversário dela.

—Meu Deus, já é amanhã? - Comentei com os olhos arregalados.

—Prometo não contar que você esqueceu. - Piscou pra mim divertida.

Estacionei em frente à portaria, deixei os pacotes dentro do carro porque decidi seguir os conselhos da minha futura namorada, tentei carregar sua bolsa pra ela e fui proibido, tranquei o carro e entramos de mãos dadas. Subimos sozinhos no elevador e antes das portas se abrirem eu decidi que era hora de agir:

—Acho que me esqueci de te falar, mas vamos jantar fora hoje. - Tentei não parecer nervoso.

—Nós quatro? - Perguntou desviando os olhos do painel luminoso para os meus.

—Não, nós dois. E antes que você pergunte, vista algo formal dessa vez. - Finalizei dando-lhe um beijo rápido, segurei sua mão e saímos do elevador.

Tinha que ser especial, exatamente como ela merece.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá gente bonita!!!
Antes de tudo eu espero que todos vocês tenham dado pelo menos uma olhadinha na minha fic! haha
E o Ron nem surtou tanto assim com a saída da irmãzinha. Ele está evoluindo rsrs
Espero que vocês tenham gostado!
Comentem,opinem, critiquem e recomendem. Apareçam, eu adoro vê-los aqui.
Beijinhos e até o próximo capítulo.