Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Sem recomendações dessa vez. Deixo expressa aqui minha tristeza! rsrs
Enjoy



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POV Harry

Não havia palavra melhor que “plenitude” para definir meu estado de espírito agora. Neste momento Gina estava sentada na minha cama ao meu lado, eu permaneci deitado, com as pernas cruzadas, vestindo apenas a minha camiseta, de cabelos soltos e me contando (com todos os gestos que ela usa para falar e todos os escândalos pertinentes) como havia sido divertido sair com Rony e Hermione domingo a noite, mas que faltou eu para ficar completo.

Ela era muito detalhista em dizer cada uma das conversas que tiveram, as brincadeiras, o que comeram, e eu não conseguia parar de sorrir ao vê-la tão a vontade perto de mim. Acho que eu não precisava de mais nada agora.

Ou talvez só de algo para comer! A única coisa que eu havia comido hoje era a comida do avião, que não era tão boa assim, e levando em consideração que já eram quase sete da noite e nós havíamos transado três vezes era compreensível que eu estivesse com fome. Continuei acariciando sua coxa até que ela terminasse de me contar e quando ela deu uma pausa de cinco segundos eu me aproveitei antes que ela começasse de novo.

—Está com fome? - Não parei de acariciá-la.

—Acho que estou. Não sei. - Respondeu com cara de dúvida. - Esqueci de prestar atenção nisso.

Nós dois rimos. Meu Deus, ela era muito espontânea.

—E quando você decidir se está com fome ou não vai querer comer o que? - Brinquei.

Ela riu enquanto se deitada de bruços ao meu lado e apoiava do queixo nas mãos, seu rosto ficou graciosamente infantil desse jeito.

—Não é meio cedo para jantar? - Perguntou com a testa franzida.

Mostrei o display do celular para ela.

—Quase sete da noite.

—Nossa, já? - Arregalou os olhos exageradamente. - Ron vai me matar, ele deve estar tentando me ligar a horas e meu celular está dentro da minha bolsa.

—Hermione deve estar com ele, com certeza já falou que você não ia para casa hoje. - A tranqüilizei.

—E eu não vou pra casa hoje? - Arqueou uma sobrancelha ao perguntar.

Eu senti meu rosto ficando vermelho, nem sabia se ela queria passar a noite aqui comigo.

—Quer dizer, se você não quiser ir pode ficar. - Tentei consertar e deve ter ficado pior, já que ela riu.

—Estou esperando. - Sorriu de canto.

—O que? - Não entendi de imediato.

—O convite formal para ficar aqui. - Mordeu o lábio ao terminar de falar e toda a expressão infantil se foi.

Eu ri antes de convidá-la.

—Dorme aqui comigo hoje, amor?

Tentei chamá-la assim novamente e ver melhor sua reação. O sorriso enorme que ela abriu na primeira vez já foi bom para minhas expectativas, queria ver agora olhando em seus olhos. Ela abriu o mesmo sorrisão de antes e se arrastou para mais perto de mim, seu rosto ficou bem próximo do meu e ela me deu um selinho demorado antes de responder.

—Durmo, amor. - Respondeu com o mesmo sorriso.

Eu nunca achei tão bom ser chamado assim até agora, e o sorriso que eu abri certamente não era menor que o dela. Nos virei na cama ficando por cima dela de novo, e resolvi deixá-la vermelhinha novamente.

—Eu sou seu amor? - Perguntei olhando-a atentamente e brincando com uma mecha do seu cabelo, seu nunca abandonar o tom divertido na voz.

Seu rosto ficou imediatamente vermelho, eu sorri mais.

—Eu sou o seu? - Respondeu com outra pergunta.

Senti minhas bochechas esquentarem um pouco, eu não era muito bom em falar de sentimentos com outra pessoa que não fosse minha irmã.

—Eu perguntei primeiro. - Até aos meus ouvidos eu pareci uma criança.

Ela me olhou daquele jeito que sempre faz quando está escolhendo as palavras certas para usar.

—Digamos que você seja muito apaixonante... - A incentivei a continuar. - E que eu não seja muito resistente.

Seu rosto ficou corado ao dizer isso e sua expressão sugeria que ela esperava minha resposta.

—Posso usar suas palavras? - Tentei escapar pelo lado mais fácil possível.

—Não. - Falou categórica.

Eu fiz uma careta de reprovação e ela riu baixinho.

—Bom... - Tentei enrolar o máximo possível. - se eu só disser que foi muito difícil ficar essas duas semanas fora e que eu sonhei com você pelo menos umas cinco vezes é suficiente?

Eu senti minhas bochechas quentes e ela fez cara de pensativa antes de dizer.

—Por enquanto sim. - Finalizou me dando um beijo calmo, cheio de significados para a conversa que tínhamos acabado de ter.

Quando nos separamos eu perguntei novamente o que ela queria comer, porque eu estava morrendo de fome.

—O que você acha de comermos pizza? - Me perguntou com os olhos brilhando.

—Por mim ótimo. - Me levantei para fazer o pedido. - Deus queira que um dia você goste de mim como gosta de pizza.

Ela gargalhou antes de se levantar e vir atrás de mim até a sala. Quando chegamos lá foi que eu reparei que a bolsa dela estava no chão ao lado da porta e sua camisa vermelha um pouco mais perto do sofá, jogada de qualquer jeito. Eu peguei o telefone sem fio, disquei o número que já estava na memória e me apoiei na entrada do cômodo para vê-la se abaixar para pegar a bolsa, depois a camisa, colocar ambas em cima do sofá pequeno que havia e se jogar de bruços no outro já com o celular na mão.

Minha camiseta não cobriu muita coisa além do cós da calcinha preta que ela havia voltado a vestir quando estávamos saindo do quarto. Pensei em chegar perto e alisar um pouco aquele bumbum lindo a mostra, mas preferi ficar de longe vendo-a deitada distraidamente enquanto dizia ao Rony que não ia dormir em casa, gargalhar de alguma coisa e dizer que depois conversavam.

Quando ela desligou me sentei ao lado de suas pernas e não houve nenhuma tentativa de se virar ou cobrir-se. Terminei nosso pedido enquanto fazia carinho em suas coxas com as pontas dos dedos e coloquei o aparelho ao meu lado.

—Para quem estava com vergonha há duas horas estamos indo muito bem. - Brinquei e me debrucei dando um beijo em seu pescoço.

—Eu me sinto a vontade com você. - Me falou depois de rir. - Isso é bom, não é?

—Com certeza é. Mas se não se importa, pega um short da Mione e veste. Daqui a pouco nossa pizza chega e eu não quero que você se sinta a vontade com o entregador. - Ela riu abertamente antes de me dar um beijo e começar a se levantar.

—Também acho que não vai ser legal. Já volto.

A observei caminhar descalça até o quarto da minha irmã e sumir porta adentro. Voltei até meu quarto, peguei minha calça de moletom que Gina tinha tirado pouco depois de chegar e já vestido fui até a sala colocar minha mala num local que não atrapalhasse tanto a passagem. Fui à cozinha pegar uma garrafa de vinho (inicialmente pensei em refrigerante, mas estava com vontade de impressioná-la), pratos, taças e os levei para a mesa de centro na sala. Assim que cheguei a capainha tocou.

Vi pelo olho mágico um rapaz japonês com a caixa de pizza na mão. Abri a porta cumprimentando-o, peguei a caixa, coloquei em cima da mesinha e peguei minha carteira para pagar.

Estava contando o dinheiro quando reparei que o rapaz à minha frente estava concentrado demais no que havia dentro da minha casa. Segui seu olhar e lá estava minha quase namorada com a minha camiseta branca e um short de coton preto que tampava apenas seu bumbum deitada no sofá exatamente da mesma maneira que antes. Sem nenhuma discrição dei um passo para o lado e tampei sua visão, além de lançar a ele um olhar quase assassino.

—Obrigado. - Ele falou um tanto sem graça quando entreguei o dinheiro.

Não respondi e fechei a porta com ciúmes. Joguei minha carteira no sofá onde estavam a bolsa e a camisa da Gi e me sentei no chão, ao lado dela, para nosso primeiro jantar juntos, sozinhos, na minha casa e vestindo poucas roupas.

Comemos sentados no chão, cada um em uma extremidade da pequena mesa que havia na sala e com uma garrafa de vinho já pela metade entre nós. Já havíamos terminado de comer fazia tempo, estávamos só passando o tempo apreciando a companhia um do outro. Quando o assunto se voltou um pouco para nossa vida pessoal me senti a vontade para perguntar a ela uma coisa que eu só sabia partes.

—Gi. - A chamei e ela me olhou interessada enquanto tomava mais um gole de sua bebida. - O que você teve com aquele rapaz, o Dino?

Reparei que ela ficou um pouco desconfortável com a pergunta e me apressei a dizer.

—Desculpe, era só uma curiosidade, não precisa me responder se não quiser.

—Não, não tem problema nenhum. Nós não tivemos nada na verdade, saímos juntos umas três vezes eu acho, e um fim de semana que eu não pude me encontrar com ele, nem me lembro porque, ele resolveu passar o tempo com uma garota da minha sala. Então eu não quis mais.

—E você gostava dele? - Perguntei sem ter certeza se queria saber a resposta.

—Não. Eu o achava bonito, só.- Ela nem pensou antes de responder. - Ao contrário do que ele pensa, eu nunca mais quis sair com ele não foi por causa da menina, apesar da situação ter sido um pouco chata, foi porque nós não temos nada a ver, nada mesmo! Esse foi um caso que não precisou nem de superação.

Nós rimos um pouco.

—Mas a situação se complicou um pouco depois disso. - Falou pensativa.

—Como assim? - Quis saber.

—Enquanto saíamos ele agia normal comigo, quase indiferente às vezes, mas depois que terminamos virou uma obsessão para ele. Me ligava quase todos os dias, ligou na minha casa algumas vezes, insistia de todos os modos para falar comigo na faculdade, e tem certeza absoluta que eu estou querendo me vingar, estou ressentida com o que aconteceu.

Fez sinal de que ele era louco, eu ri.

—Mas as coisas passaram um pouquinho dos limites aquele dia que você foi me buscar. E agora admito que estou com um pouquinho de medo. - Suspirou fundo ao terminar e tomou mais um gole da sua bebida.

Eu só fiquei observando o jeito muito delicado com que ela fazia tudo, e depois de beber pousou a taça na mesa e engatinhou até mim. Foi impossível não sorrir com o jeito carinhoso que ela me olhava quando estava chegando, eu afastei a mesa para mais longe das minhas pernas e ela se acomodou no meu colo, uma perna de cada lado do meu corpo.

POV Gina

—Não precisa ficar com medo. - Ele disse assim que terminei de me ajeitar em seu colo.

Sua voz soou tão confiante que até eu me convenci.

—Vou me lembrar disso da próxima vez que vê-lo nos corredores.

Ele sorriu carinhoso para mim e me ofereceu sua taça, eu bebi um gole pequeno e a afastei.

—Melhor parar, eu fico bêbada fácil.

Para mim a frase soou totalmente normal, mas Harry gargalhou alto ao ouvi-la. Eu esperei que terminasse de rir para conseguir entender.

—Esqueci que adolescentes são fracos para bebida. - Falou em tom provocante.

Eu revirei os olhos.

—Preciso tomar um banho, Harry. - Ele assentiu ainda sorrindo um pouco. - Me acompanha ou o adulto ai só é forte para bebidas?

Sua cara de espanto diante da minha frase foi quase cômica.

—Isso é um desafio? - Perguntou tentando parecer sério.

—Não, é um convite. - Pisquei e me levantei do seu colo.

Assim que fiquei de pé ao seu lado ele também se levantou, me abraçou por trás e fomos assim até seu quarto. Ele fechou a porta assim que entramos e me guiou até seu banheiro, no caminho tirou minha camiseta, short e sua calça de moletom, e quando ele acendeu a luz do cômodo que havia na porta do outro lado do seu quarto já estávamos nos beijando afoitos novamente.

O gosto dele misturado ao vinho era ainda melhor. Durante o banho nos acariciamos bastante, quase não paramos de nos beijar, trocamos alguns carinhos mais ousados e quando já estávamos no chuveiro há quase uma hora e meia achamos melhor parar de prejudicar o meio ambiente e saímos debaixo da água.

Peguei uma toalha sua emprestada e ainda enrolada nela fui até a sala buscar minha escova de dente dentro da minha bolsa. Quando voltei ele já estava em seu quarto, parado só de boxer branco na frente das portas abertas de seu guarda roupa e procurando alguma coisa, era o tipo de visão que deixava qualquer mulher muito feliz. Fui até o banheiro novamente, escovei os dentes, voltei até o quarto e sentei em sua cama.

—O que você quer vestir para dormir, amor? - Perguntou naturalmente, fazendo minhas borboletas se alvoroçarem em meu estômago.

Eu devia ter trazido um pijama!

—Me empresta uma camiseta velha? - Pedi um tanto sem jeito.

Ele me mostrou uma camiseta azul que de maneira nenhuma parecia velha.

—Pode ser essa?

—Qualquer uma. - Estendi a mão e ele a atirou para mim, virando-se para o guarda roupas de novo. - Amor, se importa se eu dormir sem calcinha?

Ele me olhou tão incrédulo que eu fiquei constrangida e tentei me explicar.

—É porque é ruim ter que usar a mesma e eu não costumo andar com uma calcinha na bolsa quando vou trabalhar, então pensei em vestir amanhã quando for para casa, ai lá eu tomo banho e troco.

—Meu Deus, você é perfeita. - Fechou as portas e se jogou na cama ao meu lado, rindo.

Fiquei lisonjeada com o elogio.

—Pode dormir como você quiser. - Continuou depois de se aproximar de mim e apoiar a cabeça nas minhas pernas. - Nem precisa por a camiseta, vou adorar acordar durante a noite e ver a cena.

Eu ri e senti minhas bochechas esquentarem um pouco.

—É tão lindo quando você fica vermelha. - Passou a mão no meu rosto.

—Eu sou tímida.

—Nós vamos ter que mudar isso. - Riu safado para mim. - Podemos começar tirando essa toalha.

Terminou já com a mão no vale entre meus seios, puxando o nó que eu havia feito para que a toalha não caísse. Se levantou do meu colo, ajoelhou na cama e eu fiquei de pé em sua frente para ajudar em seu intento, em troca ganhei uns beijos deliciosos na barriga e nos seios. Depois de já termos matado a saudade, fizemos amor pela primeira vez, com calma, com carinho, de luz apagada e quando acabamos ele me deu um beijo demorado, se deitou atrás de mim e dormimos de conchinha.

 


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Notas finais do capítulo

Oláá meus amorees!
Demorei, eu sei! Mas resolvi tirar esse fim de semana prolongado pra assistir Amanhecer Parte II, que aliás eu recomendo porque está realmente melhor do que todos os outros filmes juntos. Ainda assim, Harry, meu divo, você é insuperável!
Ok, voltando ao que interessa. Eu ainda tenho 3 provas e 1 seminário pra fazer, depois disso sou toda de vocês! rsrsrs A previsão para essas férias são: antes de tudo, finalizar minha outra fic que está atrasadíssima e falta pouco pra acabar, postar pelo menos duas vezes por semana em Speechless, como eu fazia antes e finalizar uma One que eu tenho e que ainda não consegui acabar, mas que é fofa.
Em suma, acho que será bem produtivo!
O relacionamento dos nossos pupilos está evoluindo, vocês viram? Acho esse capítulo particularmente fofo! Harry demonstrando um pouquinho de ciúmes e se preocupando com ela. Ficou cute, espero que vocês também estejam gostando.
Enfim, fiquem a vintade para comentar, recomendar e aparecer de todas as formas que quiserem. Adoro vê-los aqui, por isso não sumam!
Por falar em sumisso, cadê a D. Camilla Maia? Pelo que me lembro temos um encontro pendente e a Srta. tem uma fic pra atualizar! hahaha
Espero que tenham apreciado, até o próximo.
Beijinhos.



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