Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Notas finais.
Enjoy



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POV Gina

Entrei em meu quarto roxa de vergonha por ter ficado com aquelas roupas na frente de Harry, bem que Ron sempre me avisou que isso um dia aconteceria. Sentei em minha cama e escondi o rosto entre as mãos até sentir a concentração de calor se dissipar de minhas bochechas. Já que eu teria que ir para a faculdade a tarde resolvi adiantar um pouco minha ida, mesmo faltando duas horas e meia para que Luna chegasse lá. Me troquei apressadamente e saí.

Coloquei uma calça jeans, blusa um pouco larguinha, soltei o cabelo e calcei uma sapatilha. Quando sai do quarto Ron não estava na sala e eu ouvi o barulho do chuveiro. Cumprimentei Harry um pouco sem graça e pedi o carro do meu irmão emprestado, porque tudo o que eu queria era sair logo de casa. E para minha total surpresa, eis que meu querido irmão oferece uma carona ao amigo, no carro onde eu estaria sozinha.

Eu não tive como negar, então o levei até sua casa. Quando paramos em frente ao prédio ele se debruçou sobre mim (eu prendi a respiração) e me deu um beijo no rosto, o que fez as borboletas do meu estomago se agitarem. Saiu rapidamente do carro e enquanto cruzava em sua frente eu olhei mais um pouco para o seu corpo tentador e assim que o caminho ficou livre sai logo da visão daquela tentação.

Fiquei lendo um livro qualquer até que Luna chegasse e várias vezes durante a tarde ela pediu minha atenção, até que perguntou:

—Quem é o gatinho?

—O que? - Fingi não entender.

—O gatinho que está te fazendo suspirar. - Falou rindo.

—Está tão na cara assim? - Perguntei suspirando e me debruçando sobre a mesa.

—Com certeza. - Me respondeu ainda rindo.

—É um caso complicado, Luna. - Falei me levantando e olhando para ela.

—Se quiser conversar... - Falou soltando a caneta e olhando para mim.

—Lembra que te falei do irmão da Hermione, a minha cunhada, que ia chegar a uns três meses atrás? - Ela balançou a cabeça afirmativamente. - É ele.

—Mas ele não era o nerd e essas coisas? - Me perguntou em dúvidas.

—Luna, ele é um puta de um gostoso, isso sim. - Suspirei e continuei. - Mas como se não bastasse tudo isso, desde segunda feira ele é meu novo chefe.

Ela abriu a boca em formato de um perfeito “O”.

—Viu como é complicado. - Falei me encostando na parede atrás de mim.

—Realmente, nem sei o que te dizer.

—Muito útil esse seu conselho, obrigada! - Falei sarcástica e ela riu.

Depois de muito esforço terminamos nosso trabalho e eu a deixei em casa. Quando entrei vi Ron e Mione deitados de conchinha no sofá conversando e rindo sobre alguma coisa, notavelmente felizes com a presença um do outro. Os cumprimentei, fui para o meu quarto e pela primeira vez nos quase dois anos que moro aqui eu me senti carente ao vê-los tão juntos.

Liguei meu notebook e entrei na internet um pouco, coisa que não fazia há dias, e quando já não havia mais nada de interessante para ver coloquei algumas músicas bem baixinhas e fiquei rolando na cama tentando organizar a bagunça no meu cérebro. Tudo o que eu queria agora era ser uma mosquinha para ver o que Harry estava fazendo enquanto eu pensava nele aqui deitada. Certamente se eu soubesse iria me magoar.

Na segunda feira fui para o trabalho normalmente e ele não tentou conversar sobre assuntos pessoais nem me chamou para almoçar, o que por um lado me aliviou e por outro me deixou extremamente triste. Quando estava indo até outro departamento pegar uns documentos escuto ele rir e negar alguma coisa que Romilda Vane havia dito, o que piorou meu estado de quase depressão.

Na faculdade fiquei sabendo que amanhã eu teria a primeira prova de matemática financeira, o que me irritou mais ainda porque provavelmente eu estava pensando nele quando a bendita prova foi marcada. Cheguei em casa sem nenhum animo para estudar e fui direto dormir.

No dia seguinte só estávamos eu e Harry no departamento, como quase todos os dias, e a porta estava fechada. Eram dez da manhã e eu já havia terminado tudo que tinha para fazer quando tirei os fones de ouvido para lhe pedir uma coisa.

—Harry. - Eu mal terminei de pronunciar seu nome e ele já estava me olhando interessado. - Eu não tenho mais nada para fazer, se importa se eu estudar um pouco para minha prova de hoje?

—Claro que não. - Falou sorrindo. - Nem precisa perguntar Gi.

Corei com o apelido intimo.

—Obrigada.

Peguei meu caderno e uma calculadora e comecei a tentar fazer os cálculos impossíveis que me pediam os exercícios. Tentei por aproximadamente meia hora e após nenhum sucesso me irritei jogando a lapiseira em cima da mesa e me encostei na cadeira bufando.

—Desisto! - Falei com raiva e ele me olhou. - É impossível! - Expliquei com voz de choro e ele riu.

—Posso? - Perguntou apontando para os meus papeis.

—Claro. - Respondi sem mudar de posição.

Ele veio até mim, olhou meus exercícios em silêncio, foi até sua mesa, pegou a cadeira e voltou em minha direção. Pronto, além do teste de matemática agora também tinha o teste de autocontrole. Se sentou bem próximo de mim antes de começar.

—Isso é fácil, Gi. - Disse calmamente.

—Não é não! - Respondi como uma perfeita criança e ele riu baixinho.

—Vem cá, deixa eu te mostrar... - Pegou minha lapiseira e começou a me explicar as regras da capitalização semestral para títulos não livres de risco.

Realmente não era tão difícil quando abordado da maneira que ele me explicava. E seu perfume hoje estava maravilhoso, eu me inclinei um pouco para cheirá-lo melhor.

—Entendeu? - Ele perguntou se virando muito rápido para mim.

Eu não tive tempo de recuar antes que ele se virasse e seu rosto ficou muito perto do meu. Eu não me afastei, ele também não. Havia algo que não me deixava fazer isso. Não sei quanto tempo ficamos nos olhando em silêncio, até que ele me beijou. Eu até pensei em resistir, mas percebi que seria inútil.

Foi um beijo calmo, explorador. Depois que me toquei do que estava fazendo coloquei uma mão em sua nuca e apoiei a outra em sua perna enquanto ele apertava minha cintura. Em momento nenhum tentou passar a mão em mim, o que fez eu me sentir especial, e não usada. Nos separamos abruptamente quando ouvimos uma batida na porta e segundos depois a secretária da empresa entrou na nossa sala.

Aparentemente ela não percebeu, afinal a cena não era incomum, ele apenas estava sentado ao meu lado e um monte de papeis em nossa frente.

—Com licença Sr. Potter. - Falou sorrindo demais e eu quis matá-la. - O Sr. Black ligou para confirmar o almoço de vocês à uma da tarde. O que devo dizer?

Ele fechou os olhos com força e praguejou baixinho.

—Eu havia me esquecido. - Falou e me olhou como quem se desculpa, eu desviei o olhar. - Pode confirmar Srta. Vane, por favor.

—Só Romilda, já lhe disse. - Ela piscou para ele e eu olhei para o outro lado da sala.

Harry ficou totalmente sem graça e nada disse.

—Com licença. - Falou saindo e fechando a porta.

Passaram-se alguns segundos constrangedores e ele começou.

—Gina...

Eu não queria conversar agora, então disse a primeira coisa que me veio à cabeça.

—Eu já vou almoçar, se importa? - Perguntei já me levantando.

Ele suspirou antes de responder.

—Claro que não. - E tirou sua cadeira do meu caminho.

Não olhei para trás quando saí, eu não tive coragem. Passei rapidamente pela recepção e entrei no elevador assim que ele chegou. Desci no térreo e saí do prédio, passei pelo estacionamento e fui em direção ao shopping que havia do outro lado da rua. Me sentei em uma mesa sozinha e lutei para controlar as minhas borboletas de estimação, que nessa hora estava em festa dentro do meu estômago.

Uns milhões de pensamentos invadiram minha mente agora, e a maioria insistia em dizer que ele poderia sim estar só um pouco afim de mim. Eu sorri com a idéia e para tentar me acalmar resolvi comer um lanche. Demorei bastante para comer, de propósito, e enquanto isso pensei em como ficaria agora meu plano de não me envolver, já que ele havia quebrado todas as barreiras que eu havia construído. Percebi que era hora de ouvir Hermione e deixar as coisas acontecerem.

Quando olhei no relógio era meio dia e quarenta. Decidi voltar, a essa hora ele já deveria ter saído. Apesar de ter tomado essa decisão, eu ainda não sabia como fazê-la. Atravessei a rua quando o sinal ficou verde e assim que entrei pelo estacionamento estaquei diante da visão de Harry e Romilda entrando no mesmo carro, provavelmente para o suposto almoço com o Sr. Black.

 


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Notas finais do capítulo

Antes de qualquer coisa: a fic não vai virar uma novela mexicana onde todo mundo sofrerá horrores antes de ser feliz para sempre!
Eu estava ansiosa para chegar nesse capítulo, gosto bastante dele. Espero que vocês gostem também!
Aceito opiniões, sugestões, críticas e tudo que vocês acharem que devo saber, mas comentem, ok?
E recomendem (se eu merecer)! Até agora só tenho uma recomendação, poxa! rsrs
Próximo capítulo na semana que vem, prometo não demorar!
Beeijinhos.