Alguém me explica pra que eu vou precisar de "equações de não sei quantos graus com não sei quantas incognitas" futuramente?

Será que um dia eu vou chegar no mercado e ter " 27×4x÷9y = resolva a equação e encontre o preço que você deverá pagar"?! CLARO QUE NÃO!

E se por acaso acontecer eu vou morrer de fome por que eu não sei resolver essa merda.

Na boa, como prestar atenção nessas aulas de matematica que são mais entediantes do que assistir Titanic pela 35425 vez?! Não dá.

Ok, dois minutos pro intervalo. Tic tac tic tac.

CARALHO RELÓGIO LERDO!

Ok, muita calma. Abaixei minha cabeça, esperando o sinal tocar e depois de um minuto e meio ( que só pra constar, pareceram ser os mais longos da minha vida) ele finalmente tocou. Yay.

Levantei a cabeça e arrumei minhas coisas, e fui em direção a porta pra tentar sair da sala.

Eu disse tentar. Porque assim que eu ia saindo alguém me impediu de fazer isso me empurrando de volta pra dentro da sala.

– Que mer...

– Shiu. Você vai só me escutar.

– Sinto lhe dizer mas não vou mesmo. - tentei sair dali mas ele me empurrou até a parede e me prendeu entre seus braços, enquanto olhava em meus olhos.

– Ah, você vai sim. Olha só Lisa, me desculpa. Sério. Eu não queria ter te magoado. Eu fiz aquilo antes de conhecer você e reconheço que eu fui um idiota, mas eu não me arrependo. - eu ia me manifestar mas ele encostou seu dedo em meus lábios me impedindo de falar. - Não me arrependo por que se eu não tivesse feito nada naquilo, se eu não tivesse feito aquela aposta com o viado do meu primo eu não teria me aproximado de você e... eu não teria conhecido você. Mas eu sei que isso te magoou então me desculpa. Todas as nossas conversas, nada daquilo que eu disse foi por causa dessa maldita aposta. Nem... nem o bei... - ouvimos um barulho na porta e ele se afastou de mim rapidamente.

MERDA.

Nate Pov's

– Posso saber o que vocês fazem aqui na sala, e sozinhos? Por acaso vocês sabem que é proibido alunos nas salas fora do horario de aula?! os dois deveriam estar lá fora. - A velha disse. Que porra, ela tinha que chegar logo agora?

– Desculpe sra. Masen. Nós só estavamos... - eu comecei a dizer mas ela me interrompeu.

– Não deveriam estar aqui. E só pra avisar que namoros não são permitidos dentro do ambiente escolar. E vocês sabem bem das regras.

– Nós nã- Lisa se manifestou mas ela também a interrompeu

– Mocinha, eu não preciso de explicações eu sei o que vi. Eu quero os dois agora na diretoria.

– Mas...

– Mas nada garoto. Agora.

***

Ótimo.

Essa véia é louca. Dar advertência por causa de uma bobagem dessa, qual o problema dessa mulher?! Isso é falta de pica.

Estava encostado no meu carro, observando a muvuca do pessoal saindo daquele inferno chamado escola, quando vi uma certa menina com a camisa do AC/DC passando pelo portão, fazendo um coque em seus longos cabelos.Corri até ela e segurei seu braço o que fez com que ela desse um pulo pelo susto e eu ri.

– O que?! Deu pra ficar me dando sustos agora? - ela disse enquanto ajeitava a mochila em um ombro e jogava sua franja que insistia em cair em seu olho, para trás.

– Desculpa. Posso te levar pra casa? - perguntei sorrindo de canto e ela suspirou.

– Não mesmo.

– Porque não? Lisa é só uma carona, nada demais. - ela mordeu o lábio, e passou a mão pelo pescoço, inquieta.

– Tudo bem, vai. - eu sorri e fui até meu carro e ela me acompanhou.

Dei partida e nenhum de nós ousou quebrar o silêncio. Levei a mão até o rádio e o liguei. Tocava "I don't wanna miss a thing - Aerosmith". Comecei a cantarolar baixinho. Chegamos a sua casa, vi ela se virar pra sair e me apressei em travar a porta. Ela se virou pra mim com a sobrancelha arqueada.

– Me desculpa. Por favor Lisa. - ela me olhou e mordeu o labio abaixando a cabeça.

– Não vai fazer diferença.

– Pra mim vai. - ela brincava com os dedos enquanto eu a olhava, em expectativa.

– Destrava a porta, Nathaniel.

– Não.

– Destrava.

– Não Lisa, que merda. Por que você sempre tenta me afastar de você? Eu cansei de ser ignorado!

– Se você não fosse tão idiota talv...

– PARA! QUE MERDA! POR QUE VOCÊ SÓ ABRE A BOCA PRA ME CHAMAR DE IDIOTA E ME XINGAR?!

– NÃO GRITA COMIGO! EU NÃO TENHO CULPA SE VOCÊ NÃO AGUENTA A VERDADE!

– EU NÃO SEI PORQUE EU AINDA PERCO MEU TEMPO COM VOCÊ!

– PARA DE GRITAR! NINGUÉM GRITA COMIGO!

– NÃO SEI SE VOCÊ PERCEBEU MAS EU ACABEI DE FAZER ISSO! - disse com ironia

– DEPOIS AINDA RECLAMA QUANDO EU CHAMO DE IDIOTA!

– EU SEI PORQUE VOCÊ FAZ ISSO! PORQUE VOCÊ NÃO PASSA DE UMA MENININHA MIMADA QUE FAZ DE TUDO PRA CHAMAR ATENÇÃO! - vi seus olhos se encherem de lagrima e tentei ignorar o aperto no meu peito

– O QUE? OLHA QUEM FALA, UM IDIOTA BIPOLAR QUE SE ACHA O MAXIMO MAS NÃO É PORRA NENHUMA. DEPOIS ME CHAMA DE INFANTIL.

– SE VOCÊ TIVESSE UM PINGO DE MATURIDADE, TALVEZ EU NÃO PRECISA TE FALAR DE CINCO EM CINCO MINUTOS PRA CRESCER!

– VOCÊ NÃO É NADA, E NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO!

– VOCÊ É SÓ UMA GAROTINHA DESESPERADA POR ATENÇÃO, QUE MANTÉM ESSA POSE DE REVOLTADA PRA OS OUTROS NÃO PERCEBEREM O QUANTO VOCÊ É FRACA! - dessa vez ela não falou nada só me olhou com os olhos marejados e se encolheu.

Só aí eu percebi a besteira que eu tinha dito e passei a mão pelo rosto, me amaldiçoando mentalmente.

– Lisa...

– Destrava a porta, por favor. - ela disse num fio de voz.

– Não Lisa... - Caralho, parece que toda vez que eu tento melhorar as coisas eu acabo piorando. - Lisa, eu... eu não quis dizer isso. Eu quero... Eu quero cuidar de você. Eu quero ajudar você e ser seu amigo, pra toda vez que você precisar lembrar que eu vou estar aqui pra você. - Ela baixou a cabeça e eu vi uma lagrima molhar seu rosto. Peguei sua mão e subi um pouco a manga de seu casaco, deixando a mostra algumas cicatrizes em seu pulso. Ela se encolheu um pouco, e eu passei o dedo sobre elas.

– Me deixa te ajudar com isso, Lisa. - eu pedi. Ela mordeu o lábio e mais lagrimas rolaram – Aquilo que eu falei, eu... eu tava irritado... e eu ultimamente ando fazendo e falando muita merda. Eu não queria dizer aquilo. Por favor, me desculpa. Me deixa ajudar você. - ela levantou o rosto e me olhou, fungando. Doeu tanto ve-la naquele estado.

– Eu não preciso de ajuda.

– Se não precisasse não estaria fazendo isso. - ela chorou mais ainda

– EU NÃO PRECISO. E SE VOCÊ VAI COMEÇAR A ME JULGAR COMO TODOS OS OUTROS FIZERAM PODE IR PARANDO! JÁ TEM GENTE DEMAIS TENTANDO CUIDAR DA MINHA VIDA E EU NÃO PRECISO DE MAIS UM! AINDA MAIS QUANDO ESSE ACHA QUE EU SOU UMA FRACA! - ela chorava muito, e soluçava entre o choro. Eu não sabia o que fazer então simplesmente abracei-a.

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